A Casa Tensa escrita por Geelous


Capítulo 8
Capítulo 8 - A ajuda de Isah




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195355/chapter/8

A guerra ainda rolava solta. Nezumi havia chegado junto com Júlia, do refúgio, e as duas comeaçaram a guerrear - matavam com uma banana às mãos - porém, parecia algo sobrenatural, pois tudo era destruído por elas, apenas com a fruta. Artlene ganhava a guerra mais do que nunca. A ASPAGEPEL havia caído quase completamente, estava à margem do abismo da derrota. A família Tenso lutava ainda - alguns feridos gravemente, outros inteiros; alguns mortos.

Tudo isto... para salvar a membra desaparecida. Mas para quê Artlene raptara Mentos? Quais os fundamentos para que algo parecido acontecesse? Seria algo passado, como uma brincadeira, como ocorreu com Adamastor, na infância? Ou seria algo mais obscuro, como uma morte de um parente próximo?

No momento, quem lutava com Artlene era Fernanda e Letícia, ambas usando os seus poderes. Artlene desviava de tudo, e de vez em quando, dava um raspão aqui e acolá nas duas.

– Eu hei de matar-te, mulher prófuga! - berrava Letícia, seus cabelos pretos semi-cortados pela faca de Artlene.

– Sua vadia! - Fernanda conseguiu acertar-lhe um tapa no rosto. Artlene girou e seu rosto estralou.

– AI! - Artlene amaciou no local da batida; porém, Letícia fazia o mesmo, ao idêntico tempo em que lançava feitiços. Artlene berrou, e tentou se defender com os pés. O exército inimigo percebeu o ataque à líder e contra-atacaram.

Há alguns metros de distância, a ASPA e a família Tenso perceberam a defesa, e então, disseram para sacar os arcos-e-flechas. Iriam atacar por cima, e não pela frente.

– AGORA!

Milhares de flechas saíram voando e desabaram sobre os inimigos como pequenos meteoros vindo do céu. No mesmo momento, algumas pessoas perderam a vida, seja bom ou ruim, seja por boa mira ou péssima.

O que importava é que agora estavam em muito menor número em relação a Artlene. No refúgio, a notícia foi recebida com muita desprezação, principalmente de Isah, quase nocauteando os guardas para sair da caverna.


– Deixem-me ir, por favor! - berrava.

– Você deve ficar aqui! - respondia o soldado.

– Mas eu quero ir!

– Não pode. Pronto, garota! Relaxa!

– ESTAMOS PERDENDO! PRECISAM DE MIM!

– Claro, precisamos de uma criança intrometendo-se em negócios de gente grande. Senta lá, vai.

– Fasfavô! - Isa deu um tapa no soldado.

– MAS O QUE... SENTE-SE JÁ! - trovejou ele, batendo na garota. Os Tensos começaram a separar a briga, e então, abafar o caso. Isa queria estrangular o soldado, e o soldado, idem.

– Soldado inútil, estúpido! - exclamou Isa.

– Já chega. - disse o soldado. Ele abriu a caverna, deixando a luz da guerra aparecer. - Vá.

– Finalmente vocês entenderam. Estou indo, pessoal, me esperem. - Isah disse simplesmente, e saiu correndo. Correu diretamente para o fogo, a fumaça, a baderna. A morte.

Isah chegou perto e escondeu-se atrás de uma árvore corpulenta. Ela não tinha nenhuma arma... apenas seu secreto poder; será que era hora de usá-lo? Primeiro queria ter certeza, só poderia mostrar aquilo raramente. Não sabia se continuava boa naquilo; mas sabia que ia funcionar perfeitamente.


– Explodam a cara deles! - berrava Brenda, despedaçando a cara de alguns inimigos que brandiam as armas contra ela. - ANDA! ANDA, NÃO, NÃO, A OUTRA ESQUERDA!

No mesmo momento, Brenda era lançada no chão, e caiu, rolando para o lado. Bateu a cabeça em uma madeira e desacordou na hora. Algumas pessoas foram ajudar, outras, mataram o soldado que havia feito aquilo.

Finalmente, Isah achou que era a hora. Entrou no meio do caos e preparou-se. Do nada, o som das explosões, dos gritos de guerra, som de mortes, silenciou. Tudo paralisou e congelou; o ar parecia estar se comprimindo mais, em direção a um centro único; Isah. Quando comprimiu-se ao máximo, ondas de vento, luz, soltaram-se por muitos quilômetros. Parecidíssimo com aquelas ondas que aparecem quando cai algo num rio parado.

No momento dessas ondas, um som iniciou. Uma melodia com ritmo de paz. Alta. Muito alta. Isah continuou cantando; de sua figura, saíam feixes poderosíssimos de luz (e som) que atingiam certos pontos no campo de batalha. As luzes estouraram como relâmpagos, cortando cada pedaço de alma maligna, cada pedaço físico que houvesse ameaçado a vida dos inocentes.

O som ecoou por toda a região, envolvendo-os numa bolha invisível. Durou pouco mais que dez minutos, e então, extinguiu-se. Quando a mobilidade voltou ao normal, o ar, a brisa, voltou a trabalhar. Isah caminhou até o local das ruínas, cheio de entulhos do que fora, algumas horas atrás, a Casa Tensa. Estava amanhecendo; deitou-se ali e fechou seus olhos, esperando que alguém a levantasse.


O sol estava alto no céu quando todos acordaram novamente; levantaram-se, olharam à sua volta. Falaram-se um com os outros, abraçaram-se. Usando restos de entulho e madeira, construíram uma pequena barraca para todos se alojarem por enquanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Casa Tensa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.