Freddie entrou no carro de sua mãe, depois de esperar mais alguns minutos até ela chegar, repassando os momentos da aula em sua mente. Dentro do carro, sua mãe foi logo fazendo perguntas:

- Oi filho! Como foi a aula? Aquela garota tratou você bem, meu amor? - Ela tentava arrumar o cabelo do filho enquanto ele colocava o cinto.

- Sim sim, mãe, ela foi bem legal.

- E a aula em si? Foi divertida?

- Aham mãe.

E o caminho todo foi assim, com ele respondendo as incessáveis perguntas de sua mãe. Chegaram ao Bushwell Plaza, e entraram no elevador, enquanto ela continuava a fazer perguntas até chegarem ao seu andar. Quando as portas abriram, Freddie avistou Carly jogando o lixo fora.

- Hey Carly!

- Hey Freddie! Olá Sra Benson!

- Oi. Freddie querido, eu vou entrar logo, deixei algumas tortas de jiló assando, elas já devem estar boas a essa hora. - Ela foi entrando no apartamento 8=D.

- Uh hu, torta de jiló? Que sortudo você – Carly brincou, e Freddie lhe lançou aquele olhar de “Para com isso”. - Mas e aí, como foi a aula? - Pediu animada.

- Ah, foi legalzinha até.

- E a Sam? Foi legal com você?

- Foi sim. - Por que estavam todos tão preocupados com isso? Ela não era um monstro ou algo do tipo. Pelo menos não o tempo todo. - Eu não sabia que ela dançava tão bem. - Ele ficou um pouco vermelho.

- Eu te disse, você que nunca acreditou em mim. Mas e você, como foi?

- Aah, eu sou meio durão, sabe? Enferrujado. Ela disse que vai ter trabalho comigo.

- É, eu imagino. - respondeu ela com uma risada. - Mas que bom que foi legal! Que ritmo vocês estão dançando?

- Salsa. Pra falar a verdade, é até que divertido, não é aquele inferno que eu pensei que seria.  - Ele sorria, com a cabeça baixa. - Mas, bom, eu realmente preciso entrar pra tomar um banho, tudo bem? Depois eu venho aqui no seu apartamento, e te dou os detalhes, ok?

- Tudo bem. Até depois então! - Ela foi entrando em seu apartamento e ele foi adentrando no dele. O cheiro das tortas de jiló até que estava bom, mas antes de comer ele realmente precisava de um banho. Entrou em seu quarto, pegou seu roupão e foi direto para o banheiro.

Já debaixo do chuveiro, ele se pegou relembrando a aula de dança, mais uma vez. Ele tinha se impressionado do jeito como Sam dançava. Quer dizer, ela nunca foi a garota mais feminina do mundo, então ele sequer imaginava que ela podia se mexer com toda aquela graciosidade e naturalidade. Até porque ele não a viu dançando naquele último concurso de beleza que ela participou e ganhou. Sam tinha muito jeito pra dança, e tinha um rebolado... sensual. Freddie riu consigo mesmo ao admitir isso, mas era a verdade, a garota dançava bem, muito bem pra ser sincero. Ele ficou todo pensativo durante o banho, e mal sabia ele que a garota que ele estava pensando, também estava pensando nele.

Sam, ao chegar em casa, também foi direto para o banheiro. Ao contrário da mãe de Freddie, Pam Puckett preferiu passar em uma loja e comprar um lanche em vez de fazer ela mesmo, e não fez muitas perguntas a filha, apenas comentou “Credo, você parece um porco suado” quando a garota entrou no carro. Realmente, ela estava bem suada, pois tinha se esforçado de verdade na aula. Ela estava decidida a ganhar esse concurso, mas sabia que seria difícil, seus pés doídos, pisados 17 vezes, a lembravam disso. “Aquele nerd só sabe de informática mesmo!”. Mas, passado algum tempo, ela se deu conta de que já não estava mais pensando na performance de Freddie como dançarino, e sim no Freddie como um todo. Meu Deus, como ela nunca tinha notado como seus olhos eram bonitos? Eram meio amendoados, puxadinhos, e tão castanhos. Bonitos, de verdade. Como será que ela pôde nunca ter notado eles antes? Talvez fosse porque nunca tinha chegado perto o suficiente (e quando chegara, ele estava de olhos fechados, lá na saída de incêndio), ou porque nunca tivesse se interessado nisso. Mas o fato é que ela tinha notado agora, depois de ter que ficar encarando-os no meio de todos aqueles giros, para evitar a tal da tontura.

E ele realmente dançava mal. Mal mesmo, coitado. Ela sentia como se estivesse conduzindo ele, e não o contrário. Na verdade, isso era em parte porque ela não se sentia a vontade com ele conduzindo ela, era simplesmente anormal aquilo. Mas ele tinha uma boa postura, e pelo menos já era um começo. Quer dizer, o jeito como ele a segurava, firme, era pose de dançarino, ele ainda só não tinha o ritmo, mas tinha os braços fortes e bonitos e... ”Meu Deus Sam, no que diabos você está pensando?”. A loira afastou esses pensamentos com uma sacudida de cabeça. Freddie Benson NÃO era atraente.

            Enquanto isso, no apartamento dos Shay, Spencer, também debaixo do chuveiro, com um litro de leite na mão, como era seu costume, pensava: “Como é que eu vou continuar escondendo tudo isso deles?”.