Aku No Futago escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 2
Aku no Meshitsukai (Servo do Mal)




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_Sei que você vai se sair bem…Len. –dizia a moça de cabelos rosados ajeitando as vestes.

_Megurine-sama…arigatou…

O loiro, agora em sua adolescência, se preparava para ir à cidade, a que estivera muitas vezes. Dessa vez ele ia ao castelo, pela primeira vez…sabia que sua irmã estava lá. Ele desejava de todo o coração encontrá-la outra vez e nunca mais se separar-se dela.

_Então está pronto pra me deixar orgulhosa e se tornar o melhor servo que uma rainha poderia ter? –dizia a moça.

Ela vestia um vestido tradicional, bege, com um avental branco. Era a mulher que adotou Len Kagamine e o ensinou a profissão de mordomo.

_Eu com certeza vou conseguir… -dizia o loiro com uma determinação em seu olhar jovial e reflexivo, assim como dizia a irmã.

_Isso mesmo. –Luka.

Megurine Luka se tornou a mãe que Len não tivera, mesmo que ele tivesse mãe e pai. Mas desde aquele dia, não tornou a ver nenhum deles.

A rosada acariciou a cabeça do menino e afastou-lhe a franja para dar um pequeno beijo de boa-sorte.

Len a abraçou com toda a força, mesmo não sendo os costumes das pessoas daquela época. O contato humano era muito limitado, e por isso um dos motivos das brigas dos pais dos gêmeos.

_L-Len! –dizia a rosada antes de retribuir o abraço.

_É só dessa vez…acho que não vou ter muitas oportunidades para abraçá-la de novo. –Len.

A rosada se despediu do garoto, que montou em um belo cavalo, imponente e respeitoso devido ao seu porte.

_Sayonara… mãe.-disse sentindo as lágrimas.

_Sayonara...filho. –disse entre lágrimas a rosada.

A mulher via o garoto ir embora e atravessar seu limite de visão. Quem dera fossem eles realmente seus filhos…

Len cavalgava para chegar logo à cidade. Ele foi designado pela côrte para participar da escolha da rainha sobre seu novo servo particular…o antigo parecia ter sido morto.

_Será que vou encontrar a Rin dentro do Palácio Real? Afinal…devem ter levado pra ser uma serva também… -Len.

O rapaz sinceramente não sabia o motivo de terem levado sua irmã, mas estava disposto a encontrá-la. E logo, saber o que acontecia no reino…

O tempo em que esteve com Luka, ele estudou, descobriu “o mundo”, aprendeu tudo o que devia saber…já tinha consciência de “Reino”, de “Poderes num País”, de “Modos”, Honra, Patriotismo e Lealdade.

Ele estranhamente não sabia o nome do governante em posse do País de Verde, mas não se importava. Primeiro vinha sua irmã…

As portas da cidade foram abertas para ele…ele já sabia onde ficava o castelo. Parou em uma estalagem e guardou seu cavalo…deu um trato nas roupas e, decentemente foi em direção a portaria do castelo.

Luka lhe ensinou o tipo de tratamento que uma Família Real e os nobres deveriam ter, e depois de muito treino e prática, dominou a arte do Cavalheirismo. Ele sabia que sua família, querendo ou não, era de certa forma, nobre e respeitada.

Os guardas, depois de sua apresentação, dirigiram-o à uma ala que se passava pelo anunciador, e depois à sala do Trono. Len foi tratado cordialmente.

Len até estranhou, mas todos os guardas pareciam nervosos olhando pra ele. Ao ouvir seu nome sendo chamado, entrou em passos lentos e relaxados.

_Kagamine Len. –disse o anunciador também curioso sobre o jovem.

_Sim. –Len deu uma rápida olhada em volta e voltou seus olhos para a pessoa sentada ao trono.

Ela parecia nova…mas seu rosto estava escondido por um leque. Era uma moça com certeza…

_Sou Kagamine Len…fui convidado a vir até aqui, Majestade. –disse se preparando para encurvar-se.

Antes que pudesse mudar de posição, a garota fechou o leque em um estralo, e levantando-se abruptamente.

_Ajoelhe-se! –disse em alta voz.

Len não a olhava no rosto, mas sua voz, mesmo sendo imposta e rude, lhe trazia uma lembrança…de uma garotinha gritante e mandona.

Len prontamente se ajoelhou. Assim que o fez, os guardas se espantaram, ela descia das poucas escadas e se aproximou do mesmo.

_Mostre seu rosto pra mim. –dizia com um amargo na voz.

Len levantou seu rosto…o que viu foram dois pares de olhos azul-céu…eles estavam frios assim como num dia de neve.

Ele teve vontade de falar, mas ela pegou seu queixo entre seus dedos pequenos…era apenas uma menina…

Len queria levantar e abraçá-la, e beijá-la e dizer o quanto ele sentiu sua falta, porém…ela soltou-lhe e se afastou um passo. Não havia sorriso, nenhuma expressão de felicidade em seu rosto.

Len pode ver um sorriso se abrir nos lábios dela, mas era um sorriso tão sarcástico e frio…Ela levantou sua mão direita e deu um forte tapa em seu rosto.

O jovem não moveu um dedo, não disse nada, nem gemeu ao sentir o ardor em sua face. Continuou ajoelhado, mas olhou pra ela…as marcas do dedo tinham ficado estampados em seu rosto.

Os guardas e todos presentes se impressionaram…ela estava rindo maldosamente. Qual o motivo dela ter feito isso?

_Eu já decidi.Você será meu servo. –disse a menina em pé a sua frente.

Ela vestia um vestido cor vinho, com detalhes pretos, que eram transparentes, revelando algumas partes de seu pequeno corpo. Isso fazia-o pensar se era sua irmãzinha mesmo.

_S-Sim… -Len não pensou para responder, mas assim que o fez, teve um ímpeto de dizer não.

_Antes que diga algo a mais…Kagamine…saiba que não tolero reclamações, ou erros. Quero que entenda: que antes de algo dito, que ela esteja certa, ou você será no mesmo instante pulverizado. –disse a garota.

Len arregalou os olhos. Quem era essa?

_S-Sim, Majestade. –disse se encurvando mais uma vez.

A garota deu um sorriso infantil…devia ser um dos primeiros que tinha dado desde que chegou ali. Len não entendia nada, e os guardas davam graças por ele não ser mais um no cativeiro, ou na forca.

_Ministro! –disse ela.

Um homem, de cabelos marrons e olhos da mesma cor, um óculos dourado de uma lente em seu olho esquerdo.

_Sim, Majestade? –disse o mesmo.

_Já sabe o seu trabalho com esse rapaz. –disse se virando e saindo pelos fundos da sala, passando pelas cortinas douradas de seda.

Len se levantou e foi levado pelo homem num pequeno reconhecimento do Palácio. Ele se chamava Kiyoteru, era o Ministro e era o braço-direito da jovem Rainha.

_Sinceramente rapaz…como teve coragem de vir até aqui? –perguntou o homem incrédulo.

_Por quê? Há algo errado por aqui? –Len.

_Você não sabe de nada? Não sabe dos problemas que estamos enfrentando nesse país? –Kiyoteru.

_N-Não…eu estava preocupado com outras coisas. –Len.

_Está certo. Você é apenas um jovem…e pelo que sei, vivia isolado com sua criada não é? –Kiyoteru.

_Ela não é minha criada, é quase uma mãe pra mim. –dizia o loiro.

_Sorte a sua…mas ela não ficaria feliz com o que você está pronto a enfrentar. –disse o homem com um olhar estranho.

_Pode me dizer por que todos nesse lugar estão, parece, que com medo de algo? –Len.

_Você vai entender. Mas lhe peço, nunca fale com a Rainha sobre essa nossa conversa…por favor. –disse parando de andar.

_Com a Rainha? Qual o problema? –Len ficando irritado.

_Nesse País, a partir da posse de Rin-sama, tudo é dela e somente dela. Se você sequer incomodá-la por um segundo, você correrá perigo de morte…instantânea. –Kiyoteru.

_Quer quer dizer com isso? –Len tendo a lembrança daquele olhar frio.

_Ela vai matar qualquer um que a questione. Ou, se ela estiver de mau-humor, vai fazer o que bem entender, isso que quero dizer. –disse o homem apontando um quarto.

Len sentiu seu corpo paralisar. Primeiro: sua irmã era a Rainha…Segundo: era uma pessoa tão horrível assim como aquele homem dizia?

O loiro ficou sozinho no quarto, onde apareceram outros criados para ajudarem-no a se localizar e como tratar a Rainha, já que ele seria o único a servi-la.

_Boa sorte. –dizia uma garota de cabelos vermelhos presos em dois rabos dos lados da cabeça.

_Obrigado, senhorita Teto. –agradecia Len enquanto se preparava para seu primeiro serviço.

Ele se deparou com uma escadaria esplendorosa, seu corrimão de ouro e um tapete de veludo a cobrir-lhe em toda a extensão. Subiu-a, sentindo, mesmo pelo couro do sapato, a maciez daquele chão.

Parou em frente ao quarto dela, o mais adornado de rubis e esmeraldas. Nunca tinha visto tanta riqueza em sua vida. Bateu duas vezes, como ensinado.

_Entre.

Len abriu a porta, e logo que a abriu por todo, curvou-se e pronunciou com sua voz, atualmente mais grossa e bela.

_Majestade, estou aqui. –disse voltando a posição ereta.

A garota, estava sentada em sua cama. Vestia apenas um tecido, era um tipo de vestido menor, bem menor, que possuia laços roxos, e a saia era rodada, e um decote reto, sem mangas, de alças.

Len sentiu-se ruborizar.

Ela levantou-se foi até ele, e fechou a porta atrás dele. Depois olhou pra ele por um tempo…

_Nii-san… -disse abraçando-o.

Len a abraçou de volta. Sabia que ela não o havia esquecido. Sua roupa ficou úmida, ela chorava em seu peito.

_E-E-u…s-senti…tanto a s-sua f-falta! –dizia entre soluços.

_Eu também nee-san… -disse também chorando.

Ela olhou pra ele e deu-lhe um selinho molhado…que saudade que ele tinha dela. Ela não tinha mais aquela frieza no olhar.

_L-Len…que bom que você veio pra cá…eu fiquei com muito medo de não te ver de novo. –Rin limpando as lágrimas.

Eles se sentaram na cama e ficaram em suas conversas de como tinha sido a vida desde quando se separaram. Ela contou que viveu uma vida de luxo, e que os pais eram os reis do País e por isso queriam levar um dos filhos para ser o sucessor.

A rainha e o rei tinham uma doença, e já fazia um ano que haviam falecido. Rin assumiu o poder desde então.

_E o que vamos fazer já que você é Rainha? –Len.

_Eu vou ficar aqui é claro! Eu tenho tudo o quero, Len, e quero que você tenha também. Fique comigo aqui…você pode ser meu servo e quando estivermos a sós, como antes, podemos agir como irmãos. –dizia a menina abraçando-o.

_Por que você me bateu? –perguntou um pouco receoso.

_Preciso mostrar a minha imponência a todos deste palácio, senão podem me desrespeitar. –dizia voltando àquela frieza de antes.

_Devia te dizer que eles parecem mais com medo do que com respeito, Rin-chan. –Len.

_Isso vale pra você também, Len. Afinal das contas, eu sou muito nova e quero governar do meu jeito, as pessoas querendo ou não! –Rin.

Len não gostou nada daquelas palavras. Fez um meio-sorriso com os lábios que a fez pular em seu pescoço e ficar assim.

_Você é só meu, Len… -Rin.

_Quer comer algo? –Len tentando mudar de assunto.

_Você é só meu…entendeu? Se alguém tocar em você…eu vou jogá-la no inferno. –dizia com voz ameaçadora.

_Claro…e eu vou te proteger, pra sempre… -disse encantado com os olhos dela.

Len deu um beijo na testa dela, suavemente. A garota dormiu uns minutos depois.

“Kimi wa oujo boku wa meshitsukai  (Você é a princesa e eu sou o servo)

Unmei wakatsu aware na futago  (O destino separou gêmeos miseráveis)

Kimi o mamoru sono tame naraba (Se for pra te proteger)

Boku wa aku ni datte natte yaru  (Eu me tornarei mau por você)”

Continua


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