Aku No Futago escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 1
Aku no Tanjou (Nascimento do Mal)




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O sino bateu as três da tarde. Era um dia muito feliz para eles…

Quando as crianças mostraram seus rostos…o mal invadiu aquele País de Amarelo…

“Só precisamos de um deles…”-dizia o pai.

“Não abandonaremos nenhum deles.” –dizia a mãe.

A briga se estendeu por cinco exatos anos…os gêmeos brincavam em baixo das roseiras douradas. Aquele era definitivamente um país muito belo.

_Len-kun, vamos brincar de quê hoje? –dizia a inocente criança.

A menina rodava seu vestido trabalhado em adornos negros e de tecido caro. Seus cabelos, loiros e curtos, possuíam algumas presilhas, deixando sua visão livre. Olhos azuis como o céu…

_Que tal corrermos um pouco, Rin nee-chan? –disse o menino.

Len era o adorável irmão de Rin, com seus cabelos do mesmo tamanho do da irmã, com a diferença que o prendia em um minúsculo rabo-de cavalo, e que sua franjas eram rebeldes. Alguns fios do mais puro loiro caíam em seus olhos…azuis da cor límpida do mar…

_Ah, não! Quero que você faça o que eu mandar. –dizia ela com seus grandes olhos brilhantes, juntando as mãos nas costas.

_Mas... –tentava contrariar o menino.

_Olha que horas são…três horas! Hora do lanche! –Rin.

O garotinho não resistiu aos encantos de sua irmãzinha, seu rosto fervia. Ela era tão adorável, e ele nunca conseguiu contrariar uma única vez a menina.

_Vamos em casa tomar chá. –levantou-se do chão pegando a mãozinha delicada da irmã.

_Vamos apostar corrida até lá? –perguntou a loirinha.

Len fez um pequeno bico. Era sempre assim…ela que tinha que dar as ordens, e só porque era a mais velha…

_Tudo bem! –respondeu com um belo sorriso.

A loira saiu em disparada…o menino atrás. Ele sabia que podia vencê-la, mas ela não podia perder, porque senão ele teria uma noite de sono insuportável com a menina pulando na cama dele.

_Pura maldade…ela sempre faz isso. –dizia suspirando.

_VAMOS LEN! –gritava ela.

_Já estou chegando! –Len abrindo outro de seus sorrisos, ele sorria quando ela estava feliz.

Quando a noite se passou, eles dormiam juntos, no dia seguinte Len acordou e não viu sua irmã. Desceu da grande e confortável cama…vestia seu pijama, uma blusa branca meio estufada (bufante de homem) e larga, e uma bermuda azul clara.

Andou devagar, ainda com sono…sua irmã sempre  acordava tarde. Por qual motivo levantaria tão cedo?

_Rin? –perguntou com sua voz ainda fina e infantil.

Afastou as cortinas do trocador…A menina se encontrava lá, mas ela estava de costas segurando o vestido que ia vestir, no alto, para visualizá-lo melhor.

_L-Len? –perguntou se virando.

O loirinho enrubesceu com a situação, mas não entendia o motivo por ter se envergonhado…eles sempre se viam assim, sempre.

_Ah, o que foi? –Rin tentando transparecer um sorriso.

_Você acordou mais cedo. Fiquei preocupado… -Len entrando no trocador e pegando a roupa preparada pela empregada em um cabide.

_Papai e mamãe disseram que vão voltar mais tarde hoje. Vamos voltar naquelas roseiras hoje? –perguntou pondo o vestido.

Len já tinha trocado a camisa, e olhava para a irmã.

_Certo. Vai na frente, eu já estou descendo… -disse gastando o tempo, olhando a calça que ia vestir.

A menina o abraçou apertado e deu um selinho leve nele, saindo do trocador. Len trocou a calça, ajeitou o cabelo e foi para a cozinha da mansão. Uma mansão de estrutura antiga, mas firme, e imponente.

_Len, vamos logo! –Rin vestindo um pequeno casaco.

_Eh…eu nem comi… -Len.

_Estou levando chá gelado e alguns pães…você come lá! –sorriu com a cesta em mãos.

O loirinho sorriu e seguiu a menina até suas queridas roseiras…deipois de algumas brincadeiras, deitaram-se ao lado das flores e ficaram a olhar o céu, que estava coberto por nuvens fofinhas.

_Nee-san…será que as nuvens são feitas de algodão? –Len.

_Quem sabe…mas elas são engraçadas…Len-kun, eu estava pensando…será que são as nuvens é que se movem? Onde nós estamos? –Rin.

Um vento passou por eles, dando uma certa dica para o loiro.

_Acho que o vento é que move as nuvens…e não sei onde estamos…só sei que se chama País de Amarelo. –Len.

_Anda ouvindo as conversas do papai e da mamãe? –Rin olhando para ele.

_Você também! –apontou a menina.

Rin pulou em cima do garoto e começaram a rolar na grama verdinha…Len parou por baixo e Rin ajoelhada sobre ele.

_Eu sempre estou por cima! –deu uma gargalhada de vitória.

_Como sempre… -Len soltando um muxoxo.

A loira se deitou sobre o irmão e se aninhou ao peito dele…Len envolveu-a com seus pequenos braços. Eles eram o reflexo um do outro…se não fossem as roupas e o jeito de prender o cabelo, seriam a mesma pessoa.

_Nii-saann… -sussurrou a loirinha em seu peito.

Len afagou o cabelos dela, eram tão macios…Um dia eles comentaram sobre a cor de seus olhos…os criados na mansão tinham olhos de cores diferentes e escuras a maioria das vezes…e eles tinham olhos tão claros…

_Nee-chan tem olhos tão azuis e limpos como o céu…tem uma transparência muito profunda. –disse o menino.

_Nii-san, que coisa boba…mas já que é assim, seus olhos tem a cor desse mar enorme que estamos vendo…seus olhos são um lindo espelho, pois eles são tão claros que posso ver o meu reflexo e de todas as outras coisas nele. –disse a menina lhe tirando a franja do rosto.

Sorriram, estavam se divertindo muito…Rin até trançou algumas raízes de rosas, algumas rosas em volta às ervas daninhas, e fez uma coroa mostrando-a para o irmão.

_Ficou linda, Rin! –Len pegando-a e a contrapondo-a ao sol.

_Arigato, nii-san! Eu te amo! –Rin o abraçando.

Não se passou muito tempo que ficaram assim quando ouviram vozes…Os pais deles estavam vindo. Eles tinham expressões melancólicas em seus rostos…

_Mamãe? Papai? –Rin olhando para trás ainda sentada com Len.

Curiosas as crianças, esperaram eles se aproximarem…atrás vinha uma moça de cabelos longos e de cor rosa-claro.

_Querida…você precisa vir conosco. –disse a mãe pegando Rin no colo.

Rin deixou a coroa de raízes cair. Len ficou assustado, ela falou que Rin precisava ir com eles? E ele mesmo? Não iria? Todos sabiam que onde Rin ia, Len sempre ia também.

_Mamãe…onde vocês vão? –Len com as mãos tremendo.

_Sinto muito querido. –disse a mulher se afastando com Rin.

A loira se virou e começou a chorar, ela não queria ficar longe de Len.

_NIII-SAANNN!!!!! –Rin estendendo a mão.

_RINN! –gritou Len tentando correr até a irmã.

A moça de cabelos rosa segurou Len, e abraçou-o, enquanto o menino chorava abundantemente. Len pegou a coroa de Rin, no chão, e depositou-lhe um beijo, como se fosse pra marcar a despedida da irmã.

A mulher acariciou a cabeça do garoto, e o levou para dentro da casa enquanto via seus pais e sua irmã ainda gritando por seu nome, se afastando.

_Você vai ficar bem…e vão se encontrar de novo. Eu prometo. –disse sorrindo a moça.

Len apertou forte a mão da rosada e a seguiu para dentro da casa, onde viveu uma infância centrada em estudos e pesadelos, onde dormia só, sem o aconchego e o jeito mandão de sua irmã.

“Kitai no naka bokura wa umareta  (Nosso nascimento foi muito desejado)

Shuku fuku suru wa kyoukai no kane  (O sino da igreja nos abençoou)

Otona-tachi no katte na tsugou de  (Mas por razões egoístas de adultos)

Bokura no mirai wa futatsu ni saketa  (Nosso destino foi separado em dois)”

Continua


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