Era uma tarde agitada como todas as outras em Fairy Tail, alguns estavam fora, mas a maioria das pessoas da Guilda estavam bebendo, como sempre. Natsu e Gray quebraram algumas mesas, e agora, rolavam pelo chão, se atracando.

– Ele goooooooooshta dela.

– Eu acho que dessa vez vou ter que concordar com você Happy – Lucy disse sorrindo, com o seu olhar direcionado a mesa onde estavam Levy e Gajeel, ela aparentemente tentava explicar o conteúdo de alguns livros para ele, que só fazia repetir “Hai, hai...” e bater na cabeça da menor.

– Natsu... a Lucy tá estranha, ela concordou comigo, socorro!

– Não me chame de estranha, diabinho!

– Gatinho! – Retrucou o pequeno azul.

– Quer saber? – Levy gritou, chamando a atenção de boa parte da Guilda, ela nunca tinha falado tão alto assim – não vou mais tentar te ensinar nada, se quiser, que peça pra outro, você só sabe me irritar, e nem prestar atenção em mim você presta. Cansei Gajeel, cansei!

Levy saiu correndo, deixando algumas lágrimas pelo ar. Todos olhavam arregalados para a porta da Fairy Tail, que havia sido escancarada pela garota. Inclusive Gajeel.

– O que eu fiz? – Gajeel mais se perguntou do que perguntou para os outros, fechou seus braços em frente ao peito e fechou sua cara numa careta – Baixinha invocada, se ela vai ficar brava, então eu também vou!

Gajeel saiu marchando, arrancando alguns pregos de lugares quaisquer e comendo.

– Esses dois... o que houve? – Juvia, que estava na mesa ao lado observando Gray minutos antes se levantou e foi atrás de Gajeel.

Não o encontrou muito longe, encostado numa árvore, com os olhos fechados. Ela sentou ao seu lado e começou a falar.

– Juvia ama o Gray-sama.

– E daí? – respondeu grosso, mas interessado ao que ela tinha a dizer.

– E Juvia sabe que Gajeel ama a Levy. Juvia entende.

– Juvia... Você tem comido muito gelo? Engasgou com algum? Tá louca?

– Juvia come menos gelo do que gostaria – suspirou, corando um pouco. – Não seja tão orgulhoso, vá atrás dela.

– Baixinha baka – Gajeel se levantou bruscamente e começou a andar sem rumo, nervoso por ter sido deixado pela Levy, ele gostava tanto de passar um tempo com ela...

Quando deu por si, estava na frente de um café, Levy lia um livro qualquer, deixando algumas lágrimas correrem pelo seu rosto. Porque ela estava chorando? Gajeel se perguntava. Com um bico orgulhoso, encostou na grade que separava o café da rua, ficando de costas para Levy.

– Ei, coisa anã – ele chamoua a atenção dela, sem olhá-la.

– Hm? – respondeu meio tremula, mas curiosa pela presença dele ali, com certeza não foi tomar um cafezinho, nem relaxar.

– Me... sabe, desculpa, seja lá o que eu fiz...

– Você não entende não é? Não entende o quanto a sua falta de carinho me machuca – Levy estava surpresa por conseguir dizer essas palavras tão bem, isso foi o que ela achava, até uma lágrima cair, seguida de outra, outra.

– Porque você precisaria de carinho?

– Todo mundo precisa.

– Do meu, eu digo. Eu nem sei se eu sei dar essa coisa.

– Porque... de alguma forma, até que eu gosto de você. – agora sim, estava ferrada. Ele ia deixá-la pra sempre. Ou algo do tipo.

Gajeel sentiu uma pontada no peito. Gostar... Não se lembrava da ultima vez que alguém sentiu isso por ele, um sentimento puro. E sinceramente, havia algo mais puro que Levy?

Encarou o chão, envergonhado.

– Quando você diz gostar...

O fato de Gajeel não ter saído correndo, incentivou Levy a se levantar, subir num banquinho perto da grade, e apoiar seu queixo no ombro direito de Gajeel. Ela o sentiu estremecer, de alguma forma, era bom.

– Eu digo que eu te amo. Sabe... – não conseguiu continuar, escondeu seu rosto na curva do pescoço do maior.

– Levy – ele sussurrou, sua respiração era algo incrível. Se separou dela, fazendo essa lacrimejar os olhos e fechá-los por segundos.

“Sabia que ele não ia aceitar nada comigo, sou uma baixinha fraca mesmo.” Foi o que Levy pensou antes de sentis os braços fortes de Gajeel a envolvendo quase por inteira.

– Levy – ele disse mais uma vez, afastando seu rosto para olhá-la nos olhos, ela estremeceu. Ele era tão...

Seus lábios não podiam mais esperar, se encontraram num beijo apaixonado. Com saudade, talvez, de algo que nunca acontecera. Gajeel com cuidado entreabriu os lábios, dando espaço para a língua curiosa de Levy.

Que gosto ele poderia ter? Gosto de ferro talvez? Não, era um gosto doce, que Levy queria provar e ter só pra ela. Suas línguas se mexiam quase ritmadamente, até que o ar lhe faltou. Levy se separou, olhando nos olhos do maior, bem no fundo, podia sentir seu coração arder. Gajeel foi se aproximando novamente e selou os lábios num beijo demorado em Levy, sua Levy. Ele se virou, e Levy se pendurou em suas costas.

– O pessoal da Guilda vai surtar – Levy sussurrou.

– Que se danem aqueles bakas, tenho minha garota.

Levy corou.

Chegando à Fairy Tail...

– Leeeeeeeeevy – Jet e Droy gritavam, desesperados – nossa Levy, nossa menininhaaaaa, porqueeee?

– Meninos, calados – Lucy puxava a orelha dos dois, os arrastando para uma mesa.

– Aye, siiiir! Happy sempre acerta!

– Boca bendita! – Lucy apontava para Happy, o culpando.

– Eu esperava esse tipo de reação – Levy deu de ombros, abraçada a cintura de Gajeel.

– Você é tão pequena que tenho medo de quebrar.

– Calado, baka.

Alguns minutos depois, num canto de Fairy Tail, Lucy e Happy olhavam encantados para os dois pombinhos.

– Ei Lucy – Happy chamou a atenção da loira, que pensava em como Happy acertava – eu acho que você gooooooooshta do Natsu!

– Calaaaaaaaaaaaaaaado, diabinho! – Lucy estava mais do que corada.

– Gatinho!