Dark Angel escrita por ABNiterói


Capítulo 38
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

O capitulo que vocês esperavam...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195151/chapter/38

 Capitulo 37

               No dia anterior Luna e Neville haviam voltado para Hogwarts. O Sr. Weasley os levou até a estação para poder ver como estava o movimento dos comensais por lá, e não se surpreendeu em ver um grupo deles logo na entrada da plataforma, conferindo o sangue de cada aluno que chegava.

                Hoje Neville nos mandou uma carta desesperado, dizendo que Luna foi colocar as vestes de Hogwarts no trem, e não voltou mais. Ninguém a viu desembarcando ou na escola no dia seguinte, e ele acha que os Comensais a pegaram.

                Essa noticia era o que faltava para que todos nós explodíssemos de preocupação, e o pior era que não podíamos fazer nada. O Sr. Weasley, Fred e George saiam todo dia cedo para trabalhar e a tarde voltavam, mas fora eles ninguém mais saia de
casa. Apesar dos protestos da Sra. Weasley, começamos a treinar duelos e feitiços, como se estivéssemos de volta a AD. Lupin que assistia tudo de um canto chamou-me.

                - O que você quer?

                - Pedir desculpas. Eu sei que agi mal, e já está mais do que na hora de pararmos com essa briga. Nós temos que estar unidos neste momento.

                - Tudo bem Remo – disse meio a contra gosto e me afastei, mas ele me seguiu.

                - Posso ajudar vocês?

                - Por favor – disseram Harry e Ron.

                Voltamos a trinar, parando apenas para comer. Já seguíamos esse ritmo por uma semana, e sempre que os gêmeos e o Sr. Weasley estavam em casa, eles treinavam conosco. Até a Sra. Weasley havia desistido de reclamar e às vezes se juntava a nós. Treinávamos de manha e por parte da tarde, e depois enquanto Lilá e Gina iam descansar, eu, Ron e Harry conversávamos sobre o que podíamos fazer.

                Os meninos me contaram que Monstro havia achado Mundungo mais ou menos uma semana depois que eu parti, e que eles destruíram o medalhão com a espada de
Griffindor que havia misteriosamente aparecido no quintal da Toca depois de Harry ver um patrono correr por sua janela. Eu não comentei que o medalhão que eles destruíram era falso, pois se o fizesse deveria muitas explicações, coisa que eu não pretendia fazer.

                 Apesar de ser difícil para mim, nós três passávamos horas tentando descobrir quais seriam as Horcrux e onde elas estariam. Sabíamos que eram sete, e que dessas sete, o anel, o diário e o medalhão já estavam destruídos. A quarta Horcrux seria a cobra Nagine, a quinta a taça de Hufflepuff, e a sexta, um objeto de Ravenclaw. A sétima Horcrux, que
eu sabia ser Harry; os meninos presumiram ser a parte de Voldemort que ainda habitava seu corpo. Luna disse pouco antes de ir para Hogwarts que Ravenclaw tinha um diadema. Apenas os lugares em que as Horcrux estariam escondidas que não sabíamos.

                Mais três dias se passaram, e todos nós concordávamos que estava tudo muito calmo. Estávamos eu, Harry, Ron, Gina, Lilá, Lupin e Tonks sentados perto da lareira conversando tranquilamente quando um patrono em forma de corça apareceu.

                - Foi este patrono que eu vi quando a espada apareceu! – exclamou Harry e em
seguida o patrono disse “Saia e leve o Potter. Eles estão indo”. 

                Eu entendi imediatamente o que Severus disse e apontei a varinha para o teto.

                 - Harry, assim que eu fizer esse feitiço, aparate. Gina, Ron e Lilá segurem-se a ele. – No momento em que eu ia dizer o feitiço, nós escutamos um barulho alto e oito Comensais e o próprio Voldemort aparecem a nossa frente. Mesmo assim eu digo –  Reverto! Vá Harry!

               No momento em que Harry tenta aparatar ele grita de dor, Lupin tenta andar até ele, mas também faz uma careta de dor, então pela primeira vez eu olho para Tom. Ele está a minha frente com seu rosto ofídico e um sorriso sarcástico, mas mesmo assim meu coração falha quando nossos olhares se encontram. Eu tento me mexer e sinto como se alguém tivesse lançado um cruciatus na minha perna. Tom havia lançado o feitiço que
criamos juntos.

               - Não se mexam. Cada vez que vocês se mexerem a dor piorará.

               - Parece que a sangue-ruim tem boa memória – disse Tom e eu tive que fazer um esforço enorme para não derramar nenhuma lagrima quando ele me chamou de sangue-ruim. – Peguem eles.

               Os Comensais vieram em nossa direção, apenas Bella permaneceu ao lado de Tom. Esperei que os Comensais estivessem perto o suficiente e apenas pensei no contrafeitiço Liberum, permitindo que eu me movesse. Ainda usando feitiços mudos, estuporei os quatro comensais que iam em direção a Harry.

               - Bella tire a varinha dela!

               Bellatrix não fez nenhum feitiço, ao contrario veio andando em minha direção, o que me deu tempo para estuporar os dois comensais que seguravam Lupin e Tonks antes dela arrancar a minha varinha e apontar a dela para o meu pescoço. Eu não tinha como saber se Bella, minha mãe, me atacaria de verdade, por isso achei melhor permanecer parada.

               - Junte-se a nós Molly Weasley – disse Tom e só então percebi que a Sra. Weasley estava atrás dele. Ela provavelmente ouviu os barulhos da cozinha e veio ver o que estava acontecendo.

               - Como você conseguiu entrar aqui? – ela perguntou postando-se ao lado da filha, mas sem ousar pegar a varinha.

               - Uma pergunta muito interessante na verdade. Fico feliz que tenha perguntado. – neste tempo os Comensais começavam a recuperar a consciência e a levantar. – Eu acredito que como um pedaço de mim já estava aqui dentro, suas proteções deixaram de fazer efeito a mim. Era só questão de tempo até eu aparecer. – A Horcrux! Como eu não
pensei nisso antes? Ele fez uma pausa para que os Comensais se levantassem. Em nenhum instante sua voz deixou de ser tranquila e aveludada. – Agora, como eu sou uma boa  pessoa, não vou torturar vocês. Está lareira está ligada com a de Severus em Hogwarts. Srtas. Weasley e Brown e Sr. Weasley, vocês vão imediatamente pegar o pó de flu e ir para a escola, onde vocês deviam estar. Você Molly querida, enviará as bagagens deles mais tarde. Liberum! Podem ir, os três.

               - Nunca! – Disse Ron. – Nós não vamos te obedecer.

               - Ora, ora. Parece que você é um verdadeiro e corajoso Griffindor. Vamos ver se você me entende melhor. Ou vocês vão agora para Hogwarts, ou seu querido papaizinho terá um acidente no trabalho, e não voltará para casa.

               - Vá Ron. Vocês estarão seguros lá – eu disse.

               - Escute sua namoradinha de sangue sujo.

               Ron olhou para mim e eu confirmei. Severus os protegeriam. Sem dizer mais nada, ele, Lilá e Gina se dirigiram à lareira e um de cada vez foi para Hogwarts.

               - Ótimo! Não é bem melhor quando as pessoas cooperam? – ele disse com escárnio e completou apontando para Tonks. – Bella, está não é sua sobrinha?

               - Sim My Lord. A traidora de sangue. – Bellatrix disse com nojo atrás de mim.

               - Vejam, hoje é o dia de sorte de vocês, eu estou com muito bom humor então não os matarei, mas não posso dizer o mesmo dos meus seguidores se eles os encontrarem na rua. – Tom libertou Tonks e Lupin. – Peguem a Granger e o Potter, e vamos. – Em seguida ele aparatou.

               Um dos Comensais segurou Harry e sumiu com ele em uma nuvem de fumaça preta e os outros fizeram o mesmo. Bella segurou meu braço e disse baixinho em meu ouvido.

               - Não se mexa a sensação não é das melhores. – senti uma nevoa me envolver, e foi quase como quando eu viajei no tempo, mas era pior e me enfraqueceu. Quando meus pés tocaram o chão novamente, eu só não caí, porque Bella me segurava. Um enjoo forte me tomou e foi impossível não vomitar.

               Bella fez um feitiço para limpar o chão e me ajudou a sentar em um canto afastado. Estranhei, mas quando olhei em seus olhos, percebi um brilho diferente, quase como se ela estivesse preocupada. Ela se afastou e me deixou lá, mas eu não tinha forças para me mexer, quanto mais para fugir.

               Finalmente olhei para o lugar em que estava. Era uma sala grande e um pouco escura. Muitos comensais estavam lá apenas observando. Harry estava caído ao chão com a mão na testa. Provavelmente sua cicatriz estava doendo. Uma ideia me surgiu. Do canto em que eu estava só poderiam me ver se se virassem para mim.

               Sem pensar nas consequências chamei:

               - Dobby! – para minha surpresa ele apareceu. Ele olhou em volta e depois para mim com uma cara de assustado.

               - Srta. Granger! Que prazer revê-la! Apesar de Dobby não gostar de estar na casa de seus antigos senhores... – agradeci mentalmente por ele estar falando baixo. – O que Dobby pode fazer pela senhorita?

               - Dobby, eu preciso que você pegue o Harry e leve-o para o Largo Grimmauld. Você pode fazer isso?

               - Sim, Dobby faz, mas e a senhorita?

               - Eu me viro apenas leve Harry e diga-lhe para não sair da casa. Diga para que ele não se preocupe comigo, e diga que agora ninguém poderá entrar na casa mais.

               Dobby sumiu e, antes que qualquer um percebesse, ele já havia aparatado com Harry para longe daqui. Tom gritou de raiva e mandou que alguém viesse me pegar. Não pude reconhecer quem o obedeceu por causa da mascara que cobria seu rosto. O Comensal apenas me puxou pelo braço até onde Harry estava anteriormente, e me empurrou para frente com tal força que fez com que eu caísse no chão.

               - A que devo sua atenção My Lord? – perguntei chamando-o de “My Lord”  propositalmente, esperando que ele tivesse a mesma reação de quando eu fazia isso no passado. Eu não estava enganada, ele franziu a tez quando ouviu minhas palavras. O que isso significaria?

               - Cadê o Potter? – Ele sibilou.

               - Da ultima vez que o vi, na sua frente.

               - Responda direito! O que você fez? Onde o Potter está? Como ele conseguiu fugir?

               - A culpa não é minha se seus feitiços de segurança são falhos.

               - Legilimens! – ele tentou entrar na minha mente, mas eu não permiti. Ele nunca havia feito isso, e não seria agora que faria.

               - Vou perguntar pela ultima vez! Para onde o Potter foi?

               - Eu morrerei, mas nunca te direi isso! – exclamei alto e depois murmurei um ’maldito mestiço’, mas acho que ele escutou.

               - Como você se atreve! Crucius! – na hora em que o feitiço me atingiu, minha primeira reação foi cruzar os braços em volta da minha barriga como se assim eu pudesse proteger meu bebe. Eu não gritei. Eu não tinha vontade de gritar. Eu não sentia a dor da maldição. Eu apenas sentia a dor por saber que era Tom, o Tom que eu amo e que me amava que estava me torturando. Minha única reação foi permanecer encolhida com os braços cruzados na barriga e deixando que as lágrimas marcassem meu rosto.

               Tão de repente quanto começou, parou. Levantei a cabeça e vi que alguns Comensais olhavam em choque e outros surpresos para mim. Acho que não é todo dia que alguém aguenta um cruciatus de Voldemort sem gritar. Abaixei a cabeça novamente, sem força para mantê-la erguida. Uma preocupação tomou-me e eu deslizei a mão por minha barriga, de algum modo eu sabia que meu filho não havia sentido a tortura e que ele se protegeu da mesma forma que havia feito quando Avery tentou me matar.

               Permaneci por mais um tempo no chão com a cabeça baixa, ainda no mesmo lugar onde o Comensal havia me jogado. O silencio reinava, era como se todos tivessem prendido a respiração. Não precisei nem olhar para saber que Tom apontava a varinha para mim. Não havia duvida, ele me odiava, achava que eu tinha mentido, achava que eu não o amei de verdade, ele achava que eu era uma maldita sangue-ruim. Nunca antes eu havia sentido tanta raiva por ter sido criada por trouxas. Novas lágrimas escorreram dos meus olhos, dessa vez de raiva. Antes que ele pudesse executar o feitiço que acabaria com a minha vida para sempre, levantei o rosto e olhando em seus olhos disse.

               - Não tenho direito as minhas ultimas palavras? – eu tinha que tentar alguma coisa, eu não perderia meu filho tão facilmente.

               - Fale de uma vez – ele disse com a voz cortante.

               Sorri sinceramente pela primeira vez desde que havia voltado do passado. Sim, eu sentia muita falta de Tom e estar em sua presença me preenchia com uma onda de poder e felicidade. Mesmo vendo o quanto ele mudou e mesmo sabendo que ele estava prestes a me matar, o que eu mais queria era estar em seus braços.

               - Eu nunca menti para você. – e para confirmar o que dizia, concentrei-me em meu rosto e canalizando todo o meu poder, murmurei o feitiço que criaria um espectro da minha mascara se eu fosse uma Comensal da Morte. Mesmo sem estar com minha varinha, consegui fazer o feitiço perfeitamente, embora esse feito tenha sugado quase toda a minha
energia. Este era um dos feitiços que eu havia ajudado Tom a criar: apesar das mascaras que os comensais usam parecerem todas idênticas, Tom, e apenas ele, poderia ver o brasão da família que o comensal pertence estampado na mascara, impedindo que o comensal mentisse sobre sua linhagem. Meu sorriso apenas aumentou quando vi o choque passar por seu rosto e ele baixar a varinha.

               Liberei a magia cortando o feitiço e novamente tombando um pouco a cabeça.

               - Levante-se! – ele mandou e com muito esforço eu o fiz. – Quem são?

               - Bellatrix e Sirius – disse fraca esperando que fosse isso que ele queria saber.

               Para minha surpresa e de todos na sala, ele sorriu.

               - Saiam todos, menos você e Bellatrix.

               Aos pouco a sala foi esvaziando, permanecendo apenas eu e minha mãe.

               Eu estava a poucos metros de Tom, e Bella aproximou-se de nós, mas antes que ela chegasse ao meu lado minha cabeça começou a doer, minha visão a ficar embaralhada e antes que eu percebesse, meu corpo estava indo de encontro ao chão sem que eu pudesse controla-lo. Senti que alguém me segurou, e então perdi completamente os
sentidos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!