Hogwarts do Passado

Os Marotos estavam no Salão Principal, planejando mais uma de suas "marotices". Era 1° de setembro e estava tudo calmo na escola. Só eles estavam ali, todos os outros alunos já estavam dormindo. Ou melhor, quase todos. Lily Evans, a monitora do quinto ano estava indo furiosamente em direção a eles.

– POTTER! – gritou furiosa.

James se sobressaltou ao ouvi-la chamando. Escondeu o que tinha nas mãos atrás do corpo, torcendo para que ela não visse.

– Olá Lírio. Boa noite – ele disse com um sorriso maroto no rosto.

A expressão de Lily ficou mais carrancuda e vermelha. Ela estava praticamente explodindo de raiva.

– É Evans para você, Potter! O que estão fazendo aqui essa hora da noite? E o que está escondendo ai atrás Potter? – ela perguntou desconfiada. O sorriso do rosto dele morreu.

– Ah... – ele hesitou. Não queria contar para Lily da Capa, e muito menos do vira-tempo que escondia.

Lily, já estava explodindo de raiva enquanto James hesitava.

– Potter, se você não me disser o que tem ai em três segundos eu juro que lhe aplico a pior detenção da sua vida! Com a professora McGonagall – ela disse exasperada. O que eles poderiam estar aprontando? E o pior, contra quem?

– Ah, tudo bem Lily. Você venceu! – ele exclamou e colocou as mãos para frente. – É isso que tenho aqui.

Sirius e Remus arregalaram os olhos.

– Prongs – disseram em alerta. Ele estava revelando o segredo de suas saídas triunfais. Isso não poderia acontecer!

Os olhos de Lily se arregalaram à medida que reconhecia os dois objetos. É claro que já tinha lido sobre eles, mas nunca chegado tão perto de qualquer um dos dois.

– Potter, isso por acaso é um vira-tempo? – ela perguntou rezando para que ele dissesse que não.

– É. Não reconhece um vira-tempo senhora monitora? – ele perguntou em tom zombeteiro.

– Onde conseguiu essa capa Potter? E o vira-tempo? – ela perguntou formalmente, sem deixar transparecer a sua curiosidade e vontade de tocar tais coisas.

– A capa era do meu pai. É hereditária. E o vira-tempo eu achei – ele disse. – Na minha casa! – completou rapidamente assim que viu os olhos esmeraldas de Lily se arregalarem. Ela suspirou aliviada, por um momento, achou que ele tivesse roubado...

– Não posso permitir que fique com isso Potter. Coisas muito ruins podem acontecer com bruxos que mexem no tempo – ela disse séria.

James suspirou frustrado. Sabia que ela diria isso assim que visse o vira-tempo. Porém ela não precisaria se preocupar.

– Não tem problema, ele não funciona. Está quebrado – ele explicou. A expressão dela passou rapidamente de séria para surpresa.

– Você testou? – perguntou.

Ele apenas assentiu.

Havia testado antes de voltar de férias em casa. E por mais voltas que desse, o tempo nunca voltava. Sendo assim, concluiu que estava quebrado. Havia também perguntado ao seu pai se teria concerto, Charlus Potter apenas disse que vira-tempos não têm concerto. E então deixou James ficar com ele, apenas para diversão. E o maroto afirma que é como se estivesse com um pedaço de casa em qualquer lugar que vá. E geralmente o usa como amuleto.

– Tudo bem Potter. Mas agora eu quero saber o que fazem aqui, a essa hora da noite? – Lily perguntou.

James respirou fundo.

– Estávamos tentando descobrir o que está escrito aqui – disse ele apontando para algumas inscrições no vira-tempo, de modo que Lily soubesse onde ficava.

A ruiva pegou o vira-tempo na mão cuidadosamente e o olhou. Estava em runas e ela saberia traduzir. Mas antes que pudesse tentar ler, uma voz a sobressaltou.

– LILY – disse a voz. Lily a olhou, Marlene McKinnon vinha correndo em direção a eles. – Lily, os Marotos, eles estão zanzando por aí... – ela começou, mas Sirius a interrompeu.

– Lene, nós estamos fora da cama sim, e você também! – ele disse sorrindo. Ela deu um pulo. Não sabia que os Marotos estavam ali, não os tinha percebido.

– Cale a boca Black! – ela rosnou.

Sirius a ignorou e se dirigiu a Lily:

– Então ruiva do James, sabe o que está escrito? – perguntou Sirius.

Ela o olhou – se possível ­–, mais emburrada que antes.

– Black – ela disse ameaçadoramente. – Se quiser ficar em detenção pelo resto da sua vida, me chame de "ruiva do James" novamente – ela disse entredentes. Marlene riu.

– Tudo bem, me desculpe – ele jogou as mãos para cima, em sinal de rendição. – Agora, o que está escrito? – perguntou com um brilho maroto no olhar.

– Assim que eu disser o que tem aqui, vocês quatro vão direto para o dormitório – disse ameaçadoramente, olhando para os quatro ali presentes. – Entenderam? – perguntou por fim.

Os quatro afirmaram. Lily olhou para Remus e suspirou derrotada. Ela julgava que ele colocaria um pouco de juízo na cabeça oca daqueles dois... O que não estava acontecendo. Definitivamente.

– Está escrito... – ela respirou fundo. – Quam mysterious tempus. Potentissimum. Sed potest esse periculoso – ela sussurrou.

Nesse momento a varinha que estava em sua mão começou a tremer e emanar uma luz dourada. Tudo começou a rodar. E eles começaram a se sentir tontos e confusos. Varias imagens começaram a passar por eles, era muito rápido e só conseguiam distinguir os vultos. Mas eles não conheciam nada do que viam ali. Até que pararam bruscamente, tudo estava igual, exceto por um grupo a uns dois metros de distancia...

O que eles mal sabiam, é que aquele pequeno objeto não era um vira-tempo comum.

Hogwarts do Futuro

Isabela Dursley. Ela andava pelos corredores desertos de Hogwarts...

Ou pelo menos era assim que ela pensava, já que quatro alunos sonserinos estavam por baixo de uma Capa da Invisibilidade a seguindo silenciosamente. Pelo menos eles estavam seguindo-a silenciosamente até uma das pessoas que estava debaixo da capa tropeçar em seus próprios pés e cair, levando consigo todos os outros ao chão.

Isabela instintivamente levou a mão à varinha assim que ouviu o barulho. Porém, ela sorriu ao ver os quatro alunos no chão sorrindo para ela.

– Cinco pontos a menos para a Sonserina, por estarem andando no castelo depois da hora. Ah, me esqueci de dizer... Cinco pontos a menos, por cabeça – ela disse olhando para cada um ali.

James Potter se levantou, e puxou consigo Albus Potter, Rose Weasley e Scorpius Malfoy. Eles sorriram abertamente para a menina a sua frente.

– Não se preocupe ruivinha, a Rose e você, recuperam depois – disse James sorrindo para ela.

Ela sorriu mais aberta e maquiavelicamente do que antes.

– Potter, primeiro: não me chame de ruivinha. E segundo: não pode achar que perdendo pontos, nós – fez um gesto indicando ela e Rose –, vamos recupera-los para você. Sabe, não é espirito sonserino, ta mais para lufano.

Então eles começaram a caminhar em direção ao Salão Principal.

– O que estavam fazendo aqui? – Isa perguntou ao restante do grupo.

– Nada de mais. O James quis seguir você e nos carregou junto – disse Scorpius.

Isabela revirou os olhos. Fazia dois anos que o Potter não largava do pé dela. Ela imaginava que depois de tantos "nãos" ele desistiria. Doce engano.

Depois de alguns minutos caminhando chegaram ao Salão Principal e Rose pôde ver umas pessoas no escuro.

– Isa? – ela chamou.

– Sim Rose – Isabela respondeu.

Rose apontou para o canto escuro que julgava estarem as pessoas e disse:

– Aquelas pessoas ali são quem eu estou pensando?

E então assim que viram James as pessoas saíram da escuridão revelando o rosto de três grifinórios: Lily Potter, Hugo Weasley e Nicolle Dursley.

– Jay, pessoal – disse Lily sorrindo enquanto Nick e Hugo acenavam. – Eu já estava ficando cansada de esperar. Aqui está o que você pediu – disse ela sorrindo mais ainda e entregando um pequeno objeto dourado a ele.

– Potter, por que exatamente ela está te entregando um vira-tempo? – Isa perguntou com raiva.

– Ah, sabe... É que... – ele bagunçou os cabelos. – Porque eu pedi a ela para guardar... Porque minha mãe não podia ver isso quando revistou meu malão – ele disse vermelho.

– Sua mãe revista seu malão? – Nick preguntou se segurando para não rir.

– Desde que eu tentei trazer o Elfo Doméstico pra cá no meu segundo ano – ele disse com a mão na nuca.

Eles não aguentaram e caíram na gargalhada. James já tinha dezesseis anos e seu malão ainda era revistado pela mamãe.

Isabela respirou fundo e disse:

– Tudo bem. Acabou a feira. Todos para a cama. Agora.

Ela já estava andando na frente quando James a chamou, ela se virou e viu que ninguém havia saído do lugar.

– Que foi? – perguntou.

Nick veio andando até ela, estendeu o vira-tempo e disse:

– A gente precisa de você maninha. Queremos saber o que está escrito aqui. Por favor – pediu ela com uma carinha de dar dó até em Voldemort.

– Me dá isso aqui – ela disse bufando. A irmã tinha o condão de meter ela em confusão. – I mark the hours that each have. I run away from the sun. My life and its value will be defined for what you have to make.

Nesse momento a varinha que estava em sua mão desde que apontou para os colegas começou a emanar uma luz prateada. Ela olhou assustada para os outros que a olhavam com a mesma expressão. Tudo começou a girar e eles viram eles mesmos, como se estivessem voltando a vida. De repente não tinha mais eles e varias outras pessoas ocupavam Hogwarts. Até que eles pararam. Ainda estavam no Salão Principal e era a mesma hora que era quando tudo começou, porém, tinham outras pessoas com eles...