De volta a minha casa, eu e a Amber fomos para o meu quarto. Mal fechei a porta, ela se jogou na cama de baixo ao lado da Lunna e começou a falar:

– Caaaaassie, agora você vai me contar tudo dessa sua história com o Ned! Anda, fala logo!

– Hm. O que você quer saber?

– TUDO, ué!

– O Ned disse pro Scott que me achava bonita e tal e que estava louco pra sair comigo. O Scott me falou, eu topei, ele deu o sinal verde e o Ned me chamou pra sair. Só isso.

– Nenhum detalhe sua sem-graça?

– Quanto eu dou detalhes, você fica reclamando, dizendo que é meloso, que é isso, que é aquilo. Agora também não falo mais!

– Pode me dizer quando, pelo menos?

– Amanhã. 7 horas.

– Que clichê.

– AÍ, TA VENDO?

Ela riu.

– Tava te zoando besta!

– Hm. E o Caleb hein?

– Achei ele fofo, não vou mentir.

– Mas e o garoto?

– Que garoto?

– Hm. “chocolate”.

– Ah, esquece essa história, vai. Por favor.

– Não dá. Mas vou tentar – só tentar – Não falar mais no assunto.

– Melhor assim. Cass... Porque o D. foi tão grosso com o Caleb?

– Também não entendi nada...

– Será que eles já se conheciam?

– Nem. O Caleb se apresentou.

– Estranho...

– Vai ver ele deu em cima da Cameron dia desses sem saber que ela tinha namorado e o Drake ficou sabendo depois, sei lá.

Amber olhou pra baixo.

– É, pode ser... Ou então é coisa de menino mesmo. Sabe lá? Esses moleques são complicados pra caramba. Falam de nós garotas, mas são até piores às vezes.

Então o celular dela tocou.

– Minha mãe. Já vou Cass, a gente se vê amanha? – Ela perguntou, deixando o celular tocar.

– Desde que não seja de noite... Já tenho compromisso, sabe... – Sorri, maliciosa.

– AH, vai ficar jogando na cara agora que tem namorado é? – Ela respondeu, indignada, com a mão na cintura e tudo.

– Não tenho namorado ta? E eu só tava brincando, credo!

– Sei – Ela jogou a mochila nas costas e atendeu o celular, dirigindo-se a porta.- Já to descendo, mãe! – Então desligou o aparelho.- Ah, a gente se fala. Até mais, sua doida.

– Até, A.

No dia seguinte, acordei com o Luke lambendo a minha cara. Olhei no relógio. 10:45 da manhã. Então parei pra raciocinar. Como o Luke poderia estar me lambendo se eu estava na cama de cima? Então levantei e tcharam: Estava na cama de baixo, com o notebook ligado na minha frente, e a Lunna se esforçando para dividir a cama comigo.

Eu lembrava de ver a minha mãe chegar, morta do trabalho, e ir pro quarto dormir, seguida de meu pai. Então peguei meu note e fiquei no computador até... Bom, provavelmente até apagar. Levantei e fui até a bancada onde estava meu celular. 8 chamadas não atendidas. Sentei na cadeira de rodinhas e comecei a olhar. 1 chamada da Amber, 2 da Cameron e 5 do Drake. Ta. “Porque o Drake me ligou 5 vezes?” – Foi meu primeiro pensamento. Retornei a ligação. Não chegou a chamar nem uma vez direito, e ele atendeu.

– Cassie, porque demorou tanto?

– Assim, tipo, é feriado, sabe... – Bocejei – Eu tava dormindo, poxa. Mas sim, o que é que houve? Alguma coisa grave? Porque meu Deus, você me ligou 5 vezes e...

– Mais ou menos. Cassie... Você acha que o tal menino que a Amber gosta pode ser o tal do Caleb?

Ia responder, mas parei um segundo antes pra pensar.

– Drake, na boa... Você me ligou PRA ISSO? CINCO VEZES?????

– Não... Eu e a Cameron terminamos. Digo, a gente brigou e “terminou”, sabe como é.

– Tá. Isso explica ELA ter me ligado 2 vezes, não você 5.

– Hm. Tá. É que eu realmente não gostei daquele cara.

– O Caleb? É, deu pra notar, D. Vocês já se conheciam ou alguma coisa assim?

– Na verdade não.

Estranhei.

– Tá, você não é de invocar com ninguém, D. Qual foi?

– Não sei, simplesmente não fui com a cara dele. E ele está claramente a fim da Amber, então se for ele o tal cara que ela gosta, e eles começarem a namorar, ele vai começar a andar com a gente.

– Acho que você está se precipitando um pouco...

– Nem. É que não quero esse cara andando com a gente todo o dia o tempo todo.

– Tá. Olha, não pode ser ele o cara que a Amber me falou, porque ela ainda não conhecia o Caleb quando me contou aquilo, ok? Mas que ela gostou dele, isso não dá pra negar.

– Que seja.

– Mas mudando de assunto... Me deu uma vontade de te matar ontem, sabia?

– Hm? Sério? O que é que eu fiz?

– Ficou pressionando a Amber! Deu mó peninha dela, sabia?

– Ah. E você acha que eu não tava com pena?

– Então porque você não parou de fazer aquelas perguntas idiotas, seu maluco?

– Você me conhece, Cassie, sabe que eu sou curioso pra caramba.

– Tá, e essa história da Cameron? – Eu sabia que não tinha muito com o que me preocupar, já que eles brigavam muito freqüentemente, tipo assim, umas 2 vezes por mês, pelo menos.

– Ah, ela queria saber onde eu tava ontem. Eu falei que tava com vocês e aí ela disse que eu não tava nada, que eu devia era estar dando em cima de outra e blá, blá, blá. Aquele ciúme idiota e exagerado de sempre.

– Ah, claro. Vou ligar pra ela dizer que você tava com a gente, cabeção.

– Ah, ela já conseguiu falar com a Amber, relaxa. Voltando a esse assunto...

– D. Relaxa. Tá? Quando eu souber mais algo, eu te conto e se você descobrir alguma coisa, você me fala, ok?

– Tranqüilo então. E esse encontro todo hoje hein? – Ele zoou.

– É né, vou ver no que vai dar!

– Beleza. Já vou aqui então, Cass. Beijo.

– Outro.

Desliguei o telefone e fui escolher uma roupa decente pra usar de noite.

Três horas depois estou no shopping com a Amber.

– Que tal esse vestido?- Ela perguntou.

– Não. Muito curto.

– E esse?

– Muito longo.

– Cassie, ajuda, né?

– Desculpa, mas não acho nenhum que seja tipo assim, a minha cara.

– Tá. O que você está procurando, exatamente?

– Sei lá. Algo simples e arrumado ao mesmo tempo, que pareça casual, tipo peguei-a-primeira-roupa-que-achei-no-armário mas também único e perfeito. Ou seja: Não faço idéia. Quando achar algum assim, me avisa.

– Tipo esse aqui? – Ela puxou um vestido do meio das 300 roupas no cabideiro da loja.

– É perfeito! – Exclamei, decidida.