So In Love escrita por Mandy-Jam


Capítulo 9
A última segunda chance


Notas iniciais do capítulo

Sinto informar á vocês que esse é o antepenúltimo capítulo de So In Love. Mas não fiquem tristes, porque assim que essa fic acabar, vou vir com outra novinha em folha.
Só espero não demorar para atualizar, mas detalhes á parte.
Boa leitura!



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Ray contou para todos os seus amigos sobre o encontro tão mágico que tivera com o Deus da guerra, mas a notícia não se conteve só com alguns meio-sangues. Aquele assunto era tão surpreendente que acabou se espalhando, de sussurro em sussurro, por todo o Acampamento. Todos agora falavam da escolha de Ares por uma filha de Apolo.

Para a infelicidade de Eros, os boatos se espalhavam cada vez mais rápido, e ele sabia que seria uma questão de tempo até os Deuses também saberem disso.

Afrodite, no entanto, ainda não tinha ideia. Na mente dela, Eros já tinha resolvido o problema do modo que ela ordenara. Afinal, sua ordem sempre fora uma lei a ser obedecida.

A Deusa do amor foi em direção ao templo de Ares com um sorriso triunfante no rosto. Para ela, Ray estava com Gael, e seu amante sozinho novamente. Ela entrou no quarto dele e sentou-se na cama.

Esperou lá por alguns minutos, enquanto alisava o cabelo com as mãos delicadas. Seus olhos se ergueram para a porta quando Ares a abriu. O Deus da guerra entrou com um ar cansado, mas assim que notou a presença de Afrodite, surpreendeu-se.

- O que está fazendo aqui? – Perguntou tentando esconder um sorriso malicioso ao ver a Deusa do amor em sua cama. Afrodite não olhou para Ares. Ela manteve seu olhar fixo em suas unhas.

- Eu? – Perguntou como se ele pudesse estar falando com outra pessoa – Estava andando por aí, cuidando de uns assuntos, e resolvi passar aqui. Como vai a sua nova namoradinha?

Ares revirou os olhos, cansado de ouvir aquilo. Como se já não bastasse seus filhos encherem seus ouvidos sobre comentários irritantes.

- Ela não é a minha nova namoradinha. – Repetiu com certo nojo na voz – E não se finja de ingênua. Você sabe disso melhor do que qualquer um.

- Ah, sei? – Perguntou ainda sem olhar para ele. Afrodite pegou uma mexa de seu cabelo, e a analisou como se fosse a coisa mais importante a se fazer no momento – Eu sei de coisa demais. Talvez minha mente trave ás vezes, mas porque não refresca a minha memória? Diga-me o que eu sei, Ares.

Ele sabia o que ela queria. Era o jeito de Afrodite de tentar prender os outros. Ares já passara por essa situação milhares de vezes quando ela descobria seus eventuais casos com mulheres mortais.

Ele sabia o que fazer.

Ares fechou a porta atrás de si e olhou novamente para Afrodite.

- Você sabe que eu não estou com aquela garotinha. – Disse entrando no jogo dela – Você sabe que eu só tenho olhos para você.

Ela ainda não estava satisfeita. Não ficaria com tão pouco. Ares se aproximou dela, e se ajoelhou na frente de cama. Tomou a mão que Afrodite não estava usando para mexer nos cabelos e beijou-a olhando para a Deusa.

-Você sabe que eu nunca trocaria você. – Disse esperando que aquilo bastasse, mas Afrodite puxou sua mão da dele, e desviou o rosto para a parede do quarto.

- E o que mais eu sei? – Perguntou como quem não quer nada. Ares sentou-se atrás dela, e começou a massagear seus ombros. A Deusa do amor tentava esconder um sorriso de satisfação por tê-lo aos seus pés, e para sua sorte, Ares não notou.

- Você sabe que eu tenho sorte por ter você. – Sussurrou em seu ouvido, tentando seduzi-la. Afrodite olhou para ele pela primeira vez desde que entrara no quarto, e o coração de Ares disparou.

O Deus da guerra desceu suas mãos até sua cintura, e a puxou contra si. Com seu corpo colado com o de Afrodite, abriu um sorriso malicioso. Ele aproximou-se dela, pronto para beijá-la, mas a Deusa do amor escapou de seus braços com facilidade.

Ele piscou os olhos tentando entender o que tinha acontecido, e olhou para Afrodite em pé no quarto. Ela olhava para as prateleiras onde ficavam expostos seus troféus de guerra pessoais.

- Francamente... Acha que eu vou perdoá-lo por tão pouco? – Perguntou cruzando os braços, mas sem olhá-lo. Ares sorriu torto novamente.

- Por que você não vem até aqui e eu te compenso por tudo o que eu fiz? – Perguntou com malícia – Ou me dá uma lição por tudo o que eu fiz.

- Uhm... Não. – Respondeu sem pensar muito, e o sorriso de Ares sumiu – Não vim aqui brincar com você. Na verdade, já estou de saída.

Ares abriu a boca para protestar, porém se deteve. Sabia que era isso que Afrodite queria, e resolveu virar o jogo á seu favor. Ele sorriu torto e olhou para a Deusa.

- E quem disse que eu vou te perdoar pelo que fez? – Perguntou erguendo uma sobrancelha. Afrodite virou-se para olhá-lo. Ela estava surpresa e um tanto confusa.

- Pelo que eu fiz? O que eu fiz, Ares? – Perguntou cruzando os braços.

- Nenhum Deus pode entrar no espaço de outro sem uma permissão. Não gostei de sua invasão ao meu templo. – Falou fingindo-se de ofendido. Afrodite ergueu suas duas sobrancelhas perfeitamente desenhadas, e negou com a cabeça.

- Depois desse seu caso com a filha de Apolo, você acha mesmo que tem moral de reclamar comigo por fazer uma visita? – Rebateu ela.

- Eu não tive caso nenhum com aquela garota! – Reclamou irritando-Se.

- Então porque não deu logo um fora nela? Você por acaso queria ter? – Retrucou Afrodite ficando levemente irritada.

- Eu tentei! Só que ela é burra demais para entender o que é um fora! – Exclamou, mas resolveu não se deixar vencer por Afrodite naquela discussão – E porque você está tão incomodado por isso? Por acaso acha que ela tem mesmo chance de competir com você?

Aquilo mexeu com a Deusa do amor. Ela foi em direção á Ares e o derrubou na cama. Sentou-se em cima dele, e puxou-o pela gola da camisa. Ele tentava prender um sorriso malicioso, entretanto tudo que ela mostrava era raiva.

- Nem nos seus mais remotos sonhos uma garotinha pode competir com a minha beleza. – Disse rangendo os dentes. Ela apontou para Ares, e ele ergueu uma sobrancelha – E eu juro, Ares. Juro que se você ousar me subestimar novamente, eu vou fazer você pagar.

Ele não aguentou, e acabou deixando escapar uma de suas frases maliciosas.

- Faça-me pagar então. Vamos... Mostre o que você tem, amor. – Disse com um sorriso malicioso. Afrodite estava com raiva, mas acabou se deixando seduzir por aquele tom sussurrante.

Ela puxou-o para um beijo. Ares agarrou a cintura dela, e puxou o máximo contra si. Afrodite passou a mão pelo cabelo do Deus da guerra. Os dois passaram longos minutos naquele amasso. Quando ele estava prestes a tirar o vestido da Deusa, alguém abriu a porta com violência.

- O que você fez com a minha filha?! – Exclamou Apolo com raiva. Afrodite franzir o cenho. Primeiro para Apolo, depois para Ares.

- Se manda daqui! – Reclamou Ares – Não vê que eu estou ocupado?!

- Do mesmo jeito que você estava ocupado ontem á noite? – Perguntou Apolo cerrando os punhos – Ares, seu corrompido...!

- Ontem á noite? – Repetiu Afrodite olhando para Ares com a mesma raiva de Apolo. O Deus da guerra olhou para ela e deu um sorriso rápido, antes de volta a atenção ao Deus do Sol de novo.

- Eu passei a noite livre, idiota. Saí daqui. – Disse irritado.

- Antes ou depois de levar a minha filha á um encontro?! – Reclamou Apolo. Afrodite segurou o cabelo de Ares com força e olhou nos olhos do Deus da guerra.

- Então quer dizer que você Rayssa Oliveira á um encontro. – Repetiu com ódio profundo. Ares engoliu em seco pronto para negar, quando Apolo estragou suas chances.

- E depois a beijou. – Completou Apolo trincando os dentes.

- Eu não...! – Ele foi interrompido.

- E ainda quis se aproveitar dela! – Finalizou Apolo – Os meus filhos viram você entrar com ela no Chalé!

Ares podia falar muitas coisas para Apolo, mas sua maior preocupação no momento não era com o pai furioso, e sim com a Deusa do amor furiosa ao seu lado. Ele olhou para ela, com um sorriso sem jeito, e Afrodite bufou de raiva.

- Ares... – Disse devagar. A Deusa fez surgir uma faca, e colocou-a no meio das pernas dele – Ares, eu vou cortar as suas...!

- Opa! – Exclamou levando um susto. Ele reagiu rápido. O Deus da guerra conseguiu tirar a faca das mãos de Afrodite e jogar longe. Viu que não teria jeito de se explicar, por isso resolveu se importar mais em manter suas partes íntimas intactas á esclarecer as coisas – Foi muito bom te rever, amor. Nos falamos depois.

- Volte aqui imediatamente, Ares! – Rugiu Afrodite correndo atrás dele. Os dois passaram correndo por Apolo, que ficou por alguns minutos, perplexo. Ele viera ali para dar uma lição em Ares, mas alguém já estava fazendo isso para ele.

Resolveu que acompanharia a briga de longe para ter certeza de que a surra que Ares levaria seria bem dada, e depois colocaria Ray de castigo.

Afrodite perseguiu Ares correndo tão rápido que até Hermes ficaria impressionado. Sua raiva pelo Deus da guerra nunca fora tão alta. Traí-la com uma semideusa de 14 anos era mais do que uma ofensa.

Presa em seu ódio, Afrodite acabou perdendo Ares de vista. Ela olhou em volta pronta para procurá-lo, entretanto notou que seria quase impossível. O Olimpo era enorme, e Ares se esconderia muito bem. Ela bufou soltando uma série de gritos de raiva no meio da multidão de Deuses, ninfas e seres mágicos.

Todos sabiam que não se devia mexer com Afrodite quando ela estava em uma de suas crises histéricas, por isso foram se afastando aos poucos até que a Deusa ficou sozinha. Completamente.

Eros chegou perto da cena na ponta dos pés. Ao ver que a mãe estava com tamanha raiva, resolveu que iria desaparecer por uns tempos. Talvez passar férias no Havaí, ou no Caribe.

- Você! – Exclamou Afrodite apontando para Eros. Ele engoliu em seco e acabou tendo que se virar para falar com a mãe.

- Ah... Oi, mãe... – Disse com uma pontada forte de medo. Afrodite apontou para seu templo, e o cupido assentiu medroso. Já tinha visto aquele gesto antes quando era menor. Ele estava encrencado e era hora de uma boa conversinha.

- Seu verme incompetente! – Berrou Afrodite com raiva, derrubando uma de suas estátuas no chão – Será que nunca faz nada certo?! Tem sempre que bagunçar os meus planos ao invés de segui-los como o ordenado?!

- Eu tentei, mas...! – Eros engoliu o resto da frase.

- Quieto! – Exclamou lançando um vaso de porcelana contra ele. Eros desviou e o viu quebrar contra a parede fazendo um barulho terrível – Por acaso você é filho da miserável da Éris?! Sente prazer provocando o caos?!

- Não, mãe. – Respondeu em um murmuro.

- Qual foi a primeira coisa que eu te ensinei quando era pequeno? – Perguntou cobrindo o rosto com a mão – A primeira lição que você parece ignorar até hoje.

- Ahm... – Eros coçou a cabeça – Não fale com estranhos?

Afrodite jogou outro vaso em sua direção, e ele conseguiu desviar.

- Não brinque com o coração dos outros! – Exclamou irritada. Eros assentiu – Sentimentos não são brinquedos! Não é para você manipulá-los por diversão á torto e á direito!

- Mas você faz isso! – Protestou ele.

- Eu posso fazer isso! Sou a Deusa do amor! Sei o que estou fazendo quando junto casais, ou quando os separo! Mas você? Onde estava com a cabeça ao juntar aquela filha de Apolo com o Ares?! – Respondeu com raiva.

- Foi um erro! – Tentou ele.

- Eu não admito erros, Eros. Já devia saber disso! – Retrucou com raiva. Afrodite respirou fundo e tentou se acalmar – Ah, isso tudo faz tão mal para a minha pele!

A Deusa do amor sentou-se na sua cama, e apertou as têmporas tentando se acalmar. Depois de alguns minutos, negou com a cabeça.

- Eu já sei como resolver essa besteira. – Falou e depois olhou para Eros – Para concertar a bagunça que você fez, não basta só juntar Ray com Gael novamente. A paixão dela por Ares não vai morrer, mesmo que seja acertada por outra flecha.

- Então o que...? – O rosto de Eros ficou pálido – Você está falando... Está pensando em usar aquilo?

Afrodite assentiu devagar e estendeu a mão. Ela segurava uma flecha cinza. Diferente de todas as flechas coloridas da coleção de Eros, aquela tinha um efeito alternativo. Não tinha vida, não tinha brilho, não tinha sentimento.

- Apague tudo e recomece. – Falou Afrodite devagar e em um tom sério. Eros esticou a mão, trêmulo, para pegar a flecha, mas a Deusa recuou e estreitou os olhos para ele – Estou falando sério com você, Eros. Sério como nunca falei antes. Essa é uma segunda chance que você simplesmente não pode desperdiçar.

Ele engoliu em seco. Sabia muito bem do poder daquela flecha, tanto quanto de suas consequências.

- Ouça bem o que você vai fazer. – Disse Afrodite – Você vai acertar Ray exatamente no coração. Exatamente no coração, entendido? Quando todos os sentimentos dela forem apagados, você vai repô-los pelos corretos.

Eros ajoelhou-se no chão e ergueu as mãos em um gesto solene. Afrodite entregou a flecha para ele, e o Cupido a guardou em sua mochila, junto com as outras.

- Não vou falhar, mãe. – Afirmou ele – Minha mira será certeira.

- Assim espero. Porque se falhar...! – Ela não precisou terminar a frase para ver que ele entendeu. Eros assentiu e virou-se para ir embora. Afrodite sentou-se na cama novamente e soltou um suspiro pesado.

Eros olhou sobre o ombro por alguns instantes, e depois se virou para a mãe mais uma vez.

- Mãe. – Afrodite ergueu os olhos para ele – Está preocupada com o efeito que minhas flechas provocaram, ou com o que elas não precisaram provocar?

Ela sabia que ele se referia á Ares. O coração de Afrodite se apertou ao imaginar a remota possibilidade do Deus da guerra realmente estar gostando de Ray. Ela negou com a cabeça, sentindo os olhos lacrimejarem.

- Vá embora de uma vez. – Respondeu fitando o colchão, escondendo sua tristeza de Eros.


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Notas finais do capítulo

Algum comentário? Alguém que ache que alguma coisa vai dar terrivelmente errado?
Vejo vocês e suas opiniões nos reviews! Obrigada por lerem a minha fic.