E a partir desse dia na Seventeen, tudo o que eu pensava sobre Justin Bieber ficou diferente. Ele não era rude nem ignorante, pelo menos comigo. Ele estava sempre tentando me fazer rir, o que não era difícil de acontecer. Depois do pequeno “incidente com o Biberzão” - isso ainda me traz gargalhadas - ele me convidou para jantar, e não pude negar. Desde então, nossas saídas são freqüentes. Sempre saímos para tomar um sorvete ou fazer qualquer outra coisa. Mas sempre estávamos juntos, ou então nos falando por telefone. Eu tinha até medo de admitir quando Vick dizia, mas era verdade. Justin havia se tornado parte de minha vida - e uma parte muito grande - na qual não podia mais viver sem.

Claro, os fotógrafos caiam matando. Eram milhões de fotos somente quando saíamos na rua, para ir à Starbucks. Mas eu já estava acostumada. Sim, Selena ficou extremamente brava quando via as notícias, o que foi um grande feito para que ela nunca gostasse de mim mesmo. Bom, nunca me importei, já que a amizade que ela tinha por mim era recíproca. Sempre perguntava - lê-se gritava - a Justin se éramos ou não namorados de verdade, ou se tínhamos um caso, o que me fazia ficar furiosa. Como ela podia ser cara de pau? E eu tinha percebido, não foi Justin que a tornou assim. Foi ela mesma. A fama subiu a cabeça, como dizem.

–Hey, o que vamos fazer amanhã? - Justin perguntou a mim tirando seus óculos enquanto bebericava seu café.

–Você que sabe - sorri a ele mordendo meu brownie - Qualquer coisa que não envolva Selena, por favor - rolei os olhos.

Ele riu e assentiu com a cabeça.

–Por que odeia tanto ela?

–Eu não a odeio - fitei meu café - Ela me odeia, então não sou obrigada a gostar dele - fiz uma careta e ele riu.

–Ela não te odeia - ele rolou os olhos, rindo - Somente te medo de nós estarmos ficando escondido - ele sussurrou e depois riu.

–Ecath! - fiz outra careta, dessa vez imitando nojo - Eu ficar com você? HAHAHA, eu NUNCA colocaria minha boca na sua Bieber - balancei a cabeça negativamente.

–Duvido - ele sorriu malicioso - Tenho certeza que você tem uma quedinha secreta por mim - ele riu e tomou mais um gole de seu café.

–Há droga, você descobriu meu segredo! - dei uma risada e ele também - Vamos.

E assim corria as semanas. Justin fazendo palhaçadas e eu rindo. Apresentei-o até a minha mãe, que ficou com uma interrogação enorme em sua testa já que eu sempre disse que odiava ele antes da minha fama, e o xingava de todos os nomes imagináveis. Mais para minha sorte, ela foi carinhosa. Jurei explicar tudo depois.

Agora que havíamos mudado de casa para uma em Los Angeles, eu morava um pouco mais perto da casa temporária de Justin e de sua mãe. Claro, a casa dele de verdade ficava no Canadá em Stratford. Ele sempre me dizia o quanto sentia saudades de lá, de seus amigos Chaz e Ryan e de seus irmãozinhos Jazzy e Jaxon, que eu já havia conhecido uma vez, quando o pai de Justin os trouxe para ver o irmão. Ele contou sobre sua próxima turnê que seria logo. Seriam seis meses viajando. E uma das paradas era no Canadá, onde ele aproveitaria para ver sua família. Eu sentiria muita falta dele, na verdade, seria quase impossível viver sem esse loiro irritante, mas era a família dele, então ele estaria feliz. O que me faria ficar feliz. Só havia restado uma semana para nos divertimos antes dele ter que ir para sua turnê. E também havia um show dele em L.A no fim da sua ultima semana aqui comigo. E ainda tinha que dividi-lo com a chata da Selena, mais que droga! Ela não iria também para sua turnê de seis meses, o que seria bom, ele poderia viver um pouco sua vida sem ela. Mas também sem mim. Há, que saco! Mas eu também teria minha turnê. E o pior, meu primeiro show seria no dia em que ele iria embora, e eu já tinha dito, ele iria se divertir com qualquer um, mas não o deixaria ficar em meu show. Ele tinha que aproveitar seu último dia, não podia atrapalhá-lo. E a semana correu tão rápida, que mal percebi. Justin teria seu show amanhã, e prometi que iria, já que depois de manhã, era o meu. Então ia aproveitar meu último dia vendo ele.

Fui para casa e me despedi dele, que já estava preparando as últimas coisas para seu show aqui em L.A. O dia foi chato, quer dizer, tive que fazer passagem de som com a banda, o que foi bom, mas tirando isso, tudo estava sendo monótono. Só então eu havia percebido o quanto Jus me fazia falta.

–Vick, passa em minha casa hoje? - sorri a ela que assentiu. Como se fosse muita diferença, já que nossas casas são uma ao lado da outra.

–Justin vai estar ocupado?

–É hoje a noite vai ser o show dele. E não vou atrapalhar nada, não é? Além do mais, a Selansbigoia vai estar lá - rolei os olhos e ela riu.

–Gostei do apelido - ela riu - Claro, podemos fazer brigadeiro - meus olhos brilharam.

–AAAA, brigadeiro! Faz tempo que não comemos isso! - abracei-a e ela riu de novo.

Pegamos minha Mercedes- Benz– na qual eu já consegui convencer minha mãe de me deixar tirar a carteira de motorista, mas não me deixa dirigir, então sempre peço para Travis dirigir ela por enquanto até minha casa - e fomos de volta para casa. Travis estacionou meu bebê ma garagem e eu agradeci. Minha mãe havia ido as ruas comprar coisas para ela, então estava sozinha.

Fomos para a cozinha e pegamos tudo que havia de semelhante para fazer brigadeiro. Chocolate em pó, leite condensado, manteiga... E começamos a fazer. Ficou pronto e peguei duas colheres e coloquei um pano em baixo da panela. Qual a graça de comer brigadeiro se não for de panela? Fomos para a sala de estar e Vick se jogou no sofá, apoiando seu pé no braço dele e fiz o mesmo no outro sofá. Ligamos a TV, mas não passava nada demais. Comemos o brigadeiro e passamos a nos lembrar das coisas do Brasil, das boas é claro.

–Eu nem acredito que você sabe sambar- ela disse. Dei uma risada e afirmei com a cabeça.

–Eu achei que você também soubesse. Toda brasileira tem que sambar!

–HAAHAHA, mais eu sou uma americana - ela me deu a língua e eu também dei a ela.

Começou a passar num canal de notícias teen sobre a turnê do Jus, a de seis meses.

–E então, você que mora próximo ao Canadá, não perca. My World Tour de Justin Bieber em breve em sua cidade!

Olhei para TV e fiquei séria. Vick me deu apoio e tentei sorrir. Eu estava triste. Seis meses sem ele seriam difíceis.

–Pelo menos e Selena não vai, assim ele tem paz - sussurrei tentando um sorriso e Vick riu.

Quando o relógio deletou ser quase seis horas da tarde, deixei Vick fazer o que quisesse em minha casa e fui tomar banho. Faltava duas horas por show do meu JB BROW - apelido que inventei e que o fazia rir - e não poderia me atrasar. Vesti meu roupão e fui para o closet. Passei atentamente os olhos sobre as roupas, mas acabei pegando uma roupa confortável e na qual me sentia bem, como sempre. Vick se deu ao favor de passar maquiagem em mim, mesmo eu dizendo que não precisava, já que era só o Jus de sempre. Eu nunca usava muita maquiagem mesmo, não precisaria usar agora. Mas como sempre, Vick ganhou de mim. Mas o resultado final ficou bom. Me olhei no espelho e admirei todo o look pronto. Estava tudo ótimo!

–Não quer mesmo ir comigo? - fiz um biquinho e olhei pra Vick

–Não Cary - ela sorriu - Tô cansada, e além do mais, a cobra vai estar lá, e não estou com cabeça pra aturar babaquices da Selena - ela rolou os olho e eu ri.

Levei-a até a frente de sua casa e me despedi. Liguei para Murilo - meu baterista e colega - implorando para que ele pudesse me levar ao show no meu carro. Mesmo eu estando louca pra dirigir minha Mercedes, não ia correr o risco de minha mãe me matar. Ele aceitou após eu implorar. Logo ele estava em frente a minha casa - sua casa também não era muito longe, era ao fim do quarteirão - e entrou no banco do motorista.

–Você esta linda - ele disse enquanto dirigia.

–Valeu Murilo - sorri ajeitando os fios lisos de um cabelo - Teria como você me buscar também? - fiz outro biquinho e ele assentiu com a cabeça - Não se preocupe logo eu vou fazer minha aulas de direção e já vou poder dirigir.

Faltava em torno de quarenta e cinco minutos pro show começar. Murilo manobrou minha Mercedes e saí do carro agradecida. Deixei-o passear por aí com ela, mas já adverti “Algum arranhão e você perde sua preciosa mão de baterista” e ele assentiu. Caminhei pela entrada dos backstates e logo fui massacrada por uma chuva de flashes e barulhos de fotos.

–Hey Cary, animada com o show do seu melhor amigo?! - um fotógrafo me perguntou.

–Sempre - levantei a cabeça e sorri, acenei e entrei me despedindo deles.

Só consegui ouvir mais flashes e comentários, e ignorei todos. Só precisava ver o lindo sorriso do meu Jus agora e tudo ficaria bem.