Nem almocei, assim que vi a hora no meu celular corri para o armário pegar os materiais... As outras duas aulas seguram normalmente, eu já me sentia uma veterana.

O sino deu fim à última aula, que foi francês. Cá entre nós, confesso que sou ótima em francês, meu pai, antes de me deixar com Kate, sempre fazia viagens comigo. Isso até me fez lembrar-se de como eu era feliz naquela época, não sabia dos segredos de meu pai e todas essas confusões em minha família...

- Posso me sentar aqui ? – Alguém interrompeu meus pensamentos. Mas que merda, não se pode mais pensar em paz não ?!

Virei-me para o lado, sim, era um dos clones. ~ Ta aí, gostei do apelido, clones. Legal!

- Claro... – Eu disse me ajeitando de baixo da arvore, sim eu estava sentada ali. – Justin ?

- Jason. – Tudo bem, eu sempre erro. Sei lá, porque eles não usam um colar com o nome, seria mais fácil.

- Há! Eu sempre erro, tipo, vocês não tem diferença alguma, isso até me envergonha. Sabe, ficar chamando um pelo nome do outro. – Desabafei.

- Er... Eu compro um colar com o meu nome então, assim não precisa e enganar. – Eu ri de seu comentário bobo. – Mas você sabe que eu sou o mais sexy. – Nossa, esse garoto não mede mesmo as palavras. Eu o fitei incrédula por suas últimas palavras nada convencionais.

- Que sutil, não ?! – Perguntei, juntamente afirmando.

- Essa é minha qualidade! – Ele riu, eu abri minha bolsa e peguei um livro, acreditam que já teríamos prova de francês. Eu mal tinha chegado na escola e já ia enfrentar barra. – Francês ? – Perguntou ele vendo o meu livro, ele chegou mais perto de mim, fazendo-nos ficar lado a lado.

- Você pode me ajudar a estudar... ? – Ela assentiu. – Tipo, você fala em inglês, nossa língua e eu falo em francês, e você diz se está correto ou não, certo ? – Ele novamente assentiu, entreguei o livro a ele, que rapidamente começou a falar palavras.

- Sempre. – Foi sua primeira palavras.

-Toujours. – Traduzi.

- Celular.

- Cellulaire.

- Cama.

- Lit.

[...]

Passamos muito tempo ali, agora, Jason dizia frases, de acordo com o livro e eu tinha que traduzi-las para o francês.

- Eu disse. – Ele falou, eu tive dificuldade nessa, ta eu sei que não sou tão boa quanto falo ser.

- Je I’ai dit ?

- Boa aluna!

- Me empreste o lápis.

- Prêtez-moi votre crayon.

- Quer sair comigo ?

- Voulez-vous sortir avec moi ?

- Sim, eu aceito.

-  Oui, j'accepte.

- Não, não era para traduzir, eu afirmei sua pergunta. – Do que ele está falan... Idiota, me fez perguntar se queria sair comigo.

- Seu idiota! – Dei um tapinha em seu ombro.

- Bom, eu aceito.... Quando ? – Que ? Ele acha mesmo que eu vou sair com um garoto que eu conheci hoje ? Não.

- Não vou sair com você Jason!

- É muito feio convidas as pessoas e depois deixá-las desiludidas.

- Que ? Eu estava traduzindo. – Ri, ele também.

- Vamos lá, saia comigo! – Que garoto persistente!

- Não!

- Só um sorvete, por favor. – Eu não iria ceder, estava decidida.

- Desculpe-me, quem sabe outro dia. – Coloquei o livro em minha bolsa e levantei, acenei para Jason que ficou ali sentado e fui para casa... Mas só de pensar que iria ter que olhar para a cara da Demetria, desisti. Caminhei um pouco e que alguns garotos estavam jogando basquete, eu AMO basquete, não que eu saiba jogar, mas ver é realmente divertido. Eu sou torcedora fiel dos Raptors, de Toronto.

- Vamos lá garotos, mandem ver! – Gritava um homem velho, supostamente o treinador. Sentei-me na arquibancada, e comecei a fitar cada movimento dos jogadores, mas um deles se destacou em minha vista, o garoto era realmente bom, e o melhor, após fita-lo bem, percebi que usava um boné dos Raptors. Que sonho!

- É isso aí! – Gritou o garoto com o boné do meu time tanto amado, depois de marcar cesta. Eu me sentei mais á baixo, na arquibancada, para poder ver o rosto do garoto, que agora era o meu jogador de basquete favorito.

Não pude crer no que vi. Sim, era um dos clones, o Justin, claro, já que o Jason a poucos minutos estava conversando comigo. Nossa, o garoto era um ninja do basquete.

[...]

Eu vi o jogo todo, era a única pessoa da arquibancada. O suposto treinador deles, veio até mim.

- Fã de basquete ? – Ele perguntou sentando ao meu lado, enquanto todos os jogadores saiam da quadra.

- É. Esse esporte me fascina.

- Sabe jogar ?

- Não, meu lugar é na arquibancada. – Vocês devem estar pensando que eu não sei fazer nada não é ? Pois é, estão certos, a única coisa que eu faço é jogar vôlei, mas não sou muito boa, há, e eu sou uma ginasta, e já fui líder de torcida.

- Qual seu time ?

- Raptors.

- Os de Toronto ? Shiii! – Ele parece debochar.

- E o senhor ?

- Chicago Bulls. – Nossa, eu odeio esse time, que merda...

- Haha, seu time é de dar vergonha!

- Que ? Nós somos os melhores!

- Não, não mesmo. Os Raptors são os melhores! – Eu disse.

- Um dos meus jogadores é fanático por esse time de nada. – Pois é, eu descobri já...

- O Justin, certo ? – Ele assentiu.

- Você o conhece ?

- Não muito, digamos que somos colegas.

- Ele é um bom garoto, esforça-se ao máximo nos treinos.

- Percebi, ele realmente joga bem.

- Falando de mim ? – Olhei para trás e lá estava o Justin, todo suado e com o boné mais perfeito de todos, como ele consegui um? Era de uma edição limitada, foram feitos apenas 16 bonés como aqueles.