Ai Ai No Mi escrita por Takehime


Capítulo 11
Zoro vs. Nami




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- Maldito espadachim, o que pensa que está fazendo?! – Sanji não podia deixar Zoro machucar a navegadora. O moreno já tirara as três espadas de suas respectivas bainhas e colocava a terceira na boca antes de responder o cozinheiro.

- Fica tranquilo. Vou usar o lado sem a lâmina – Lançou um olhar ameaçador a Nami, que tinha uma expressão um pouco assustada no rosto, mas não fugiria. Se fosse pelo Sanji-kun que ela precisasse lutar, ela lutaria mesmo sem Robin. Sanji ficou ainda mais irritado.

- Como se isso mudasse alguma coisa! – O cozinheiro falava alto num tom irônico.

- Se preocupe em pegar a cura – Zoro apontou uma das katanas na direção da árvore. Sanji virou-se para vê-la. Quando ameaçou andar em sua direção, Nami juntou as três partes de seu Clima Tact enquanto pôs-se no caminho do loiro.

- Não vou deixar você ir pra lá – A navegadora falava com o olhar triste e nervoso, como se, apesar dela dizer isso, não queria realmente fazê-lo. Sanji sentiu-se mal por ver sua nakama com aquela expressão.

- Nami-san...

- Se concentre em mim, Nami! – Zoro avançou na direção da ruiva e balançou sua katana, mas Sanji bloqueou o ataque com sua perna.

- Que merda, Zoro! Não faça isso com ela! Apesar de estar assim ela ainda é a Nami-san, uma dama e nossa nakama!

- O que você pensa que eu vou fazer?! Eu sei disso!! – O moreno aumentou o nível de sua voz para ver se dessa vez o cook entenderia. – Quanto mais rápido você for até a árvore e anular o poder, menos tempo essa maldita luta vai durar!

Sanji resmungou contrariado. Odiava ter que admitir isso mas o espadachim estava certo. Ele queria acabar logo com tudo aquilo o mais rápido possível, não queria? Então o que estava esperando?! Tinha que parar de pensar um pouco nela e ir resolver seu problema.

- Marimo de merda...! – Sanji abaixou a perna e começou a correr para a árvore. – Se você a machucar vai ver só!

Zoro ignorou o comentário e voltou sua atenção para a ruiva, quando percebeu que ela se preparava para atacar.

- Tunderbolt Tempo! – Nami lançou uma Thunder Ball em direção a grande nuvem negra que havia no teto da caverna, seu primeiro ataque em direção ao loiro. Durante a conversa entre os dois nakamas ela já se preparava soltando Cool Balls e Heat Balls no ar com seu Clima Tact, formando nuvens sem os dois nem perceberem.

Sanji corria e se curvava enquanto tentava desviar dos raios que desciam das escuras nuvens. Um dos raios pareceu ter o acertado fazendo-o soltar um gemido e cair no chão.

- Santouryuu, Tatsumaki! – O espadachim formou um ‘tornado de cortes’ com suas espadas e o lançou na direção das nuvens no teto da caverna, mandando todas elas para longe com o vento formado pelo movimento das katanas. Zoro estranhou a expressão de Nami. Ela parecia estar sorrindo maliciosamente, sem demonstrar uma reação irritada pelo que havia contecido com suas nuvens. O moreno olhou ao redor desconfiado e percebeu que haviam ‘outras Namis’, todas segurando o bastão azul que Usopp fizera para ela e olhando em sua direção com um sorrisinho no canto da boca. Várias Namis altas, gordas, baixas e mais magras do que a verdadeira, se é que isso era possível. Sua formas não estavam totalmente paradas, se mexiam lentamente e se deformavam algumas vezes com esses movimentos. Zoro já conhecia sua nakama e seus ataques. Isso só podia ser o...

- Mirage Tempo! – A ruiva brincava com Zoro, que examinava cada uma das imagens a fim de identificar a verdadeira Nami. – Tente me encontrar agora! – E botou a língua pra fora zombando do espadachim. Logo depois todas as ‘Namis’ correram para diferentes cantos aleatórios da caverna. Zoro ignorou a provocação da nakama tentando se concentrar. Percebeu que uma das imagens estava indo exatamente na direção do loiro. Então essa era sua estratégia. Distrairia ele com as miragens enquanto a verdadeira ruiva tentaria impedir Sanji de chegar até a árvore. Notou que o cozinheiro tinha diminuído sua velocidade. O menor mancava, parecendo ter sido machucado na perna com um dos raios. Zoro correu na direção dos dois balançando sua katana para acabar com as ‘falsas Namis’ que haviam pelo caminho. Viu a navegadora alcançar um dos braços do cozinheiro o impedindo de continuar. Sanji ameaçou dar um chute na nakama mas não conseguia atacá-la, apenas puxou forte seu braço para se soltar da ruiva.

- Sanji-kun, por favor, espere! – Nami chamava-o com uma voz triste que o fez sentir pena dela. Queria voltar e fazê-la se sentir melhor. Preparar uma sobremesa deliciosa e receber um elogio dela. Poderia fazer isso. Mas apenas depois de pegar o pó e tudo voltar ao normal. Não pararia de correr, na verdade, andar, já que sua perna ainda doía bastante. Não estava mais tão longe da árvore. Só mais um pouco...

Nami se distraía enquanto corria novamente atrás do cozinheiro sem perceber a figura que se aproximava dela. Zoro usou uma de suas katanas e acertou a navegadora. O golpe do espadachim se dirigiu à parte lateral da barriga de Nami, sem cortá-la por ter usado o lado oposto ao da lâmina. Apesar disso, Nami é empurrada bruscamente para o lado pela força do ataque do moreno, caindo no chão enquanto se contorcia e gemia de dor.

Sanji ouviu os gemidos da navegadora e não precisou se virar para entender o que havia acontecido. Isso já era de se esperar considerando a situação em que estavam. Não queria virar para trás para ver se a ruiva estava bem porque ele sabia que ela não estava. A imagem dela caída no chão sofrendo o impediria de continuar e o faria correr na direção contrária à da árvore. Teve vontade de dar um bom chute na cara do marimo de raiva. Deixaria isso para depois.


O corpo da navegadora ardia em dor intensa. Droga! Como podia deixar isso acontecer? E tudo o que sentia por Sanji-kun? Não tinha forças suficientes para vencer Zoro? Tudo bem que ela sabia que o espadachim era mais forte que ela, mas se entregar tão fácil assim? Não. Apesar da dor que sentia em seu corpo e em seu coração, ela não se daria por vencida assim tão facilmente. Ela era Nami! A ladra de piratas mais esperta e ágil do East Blue! Ela era mais forte que isso. Se levantaria e mostraria a Zoro.

Quando estava já praticamente de pé, percebeu que Zoro não estava olhando para ela. Seguiu a direção do olhar do maior e viu Sanji-kun quebrando um dos galhos cinzas da árvore. Sanji se sentiu fraco ao tocar as cinzas. Apesar de tudo, aquilo era kairouseki e ele era um usuário. O efeito seria o mesmo que em Robin, Luffy e qualquer outro que já comera uma Akuma no mi. Caiu de jelhos não suportando mais seu peso, pelo efeito da pedra e pelo fato de sua perna estar machucada, mas ainda mexia os braços tentando agrupar forças para quebrar a pontinha do galho. Depois de algum esforço conseguiu e jogou o pedacinho dentro da boca. Era frio, amango e farelento, como se estivesse comendo areia banhada de sal da água gelada do mar. Era ainda pior do que a própria Akuma no mi. Mas aguentou o gosto ruim. Isso não era nada comparado a todos os sentimentos irritantes e depressivos que a fruta havia lhe causado. Se aguentar aquele maldito pó significasse acabar com todas as confusões pela qual a fruta o fez passar e fazer com que tudo voltasse ao normal era exatamente isso que ele faria. O contado do pó com sua língua o deixou mais fraco ainda, fazendo-o se deitar contra sua vontade no chão nada confortável da caverna, cheia de pedrinhas duras entre suas costas e o chão. Quando engoliu o pó, com certa dificuldade para fazê-lo, sentiu seu estômago revirar. Sua visão ficou embaçada e seus olhos se fechavam cansados. Antes de desmaiar, pôde apenas ver as figuras turvas da navegadora e do espadachim olhando em sua direção. A voz grossa de Zoro chamando-o pelo seu nome foi o último som que ouviu antes de apagar. Ficou feliz por Zoro não ter usado nenhum dos apelidos para chamá-lo.


~*~*~


- Sanji! Sanji! – O moreno chamava pelo corpo mole caído ao lado da estranha árvore que já havia perdido quase todos os seus galhos. Um leve e delicado sorriso brotava em seus lábios. Da distância em que estava, parecia sem vida.

O espadachim tomou impulso e se pôs a correr na direção do menor. Isso não podia ter acontecido a ele! O maldito pó era a cura, não era?! E Sanji era mais forte que isso, ele sabia disso! Por que estava sendo tão fraco assim?! Era tão ruim ter que aguentar aquilo?! Zoro queria tomar o corpo que parecia tão delicado nesse momento em seus braços e não soltá-lo nunca mais. Queria lembrá-lo de que ele não precisava passar por aquilo sozinho, ele estava ali com ele! Faria de tudo para transformar aquela dor tão dolorosa em uma simples lembrança esquecida. Em Thriller Bark, ele havia feito algo assim. Seu objetivo principal no ocorrido era proteger seu capitão, mas nunca deixaria Sanji se sacrificar quando ele mesmo poderia fazê-lo. Não aguentaria ver alguém tão precioso para ele sofrendo em seu lugar. Zoro sabia que dessa vez não poderiam substituir suas posições nem as dores sentidas, mas faria o possível apenas para ver o cozinheiro feliz e saudável novamente. Sabia que ele ainda estava vivo. Tinha que chegar até ele antes que perdesse o controle em meio a tanta preocupação e desespero.

Antes de alcançar o corpo, sentiu algo lhe acertar pelas costas, algo como um bastão. Apesar da força empregada para realizar o movimento não ter sido tão extrema, a barra de ferro era dura o suficiente para fazer com que o moreno perdesse o equilíbrio e quase caísse no chão. Estava tão distraído com Sanji que baixou a guarda e Nami havia lhe acertado pelas costas, uma desonra para um espadachim.

- Nami, sua...! - Zoro virou-se coberto de raiva e com as costas doloridas para dar o troco à ruiva quando viu a expressão no rosto da garota. Nami tinha parte dos curtos fios ruivos de cabelo caindo em seu rosto e escondendo seus olhos castanhos. Segurava com força seu Clima Tact, ainda intacto mesmo após a pancada que dera no moreno. Seus dentes mordiam o lábio inferior com tanta força a ponto de formar uma fina linha de sangue que escorria por seu queixo. Seu corpo inteiro tremia a uma velocidade fora do comum. A cena chegava a ser assustadora para o espadachim. Era difícil assemelhar a imagem daquela navegadora extrovertida, alegre e atraente àquela que estava na sua frente.

- N-Nami...? – Estava desconfiado com essa ‘Nami’ que nunca havia visto. Com certeza não seria coisa boa.

- Sanji foi... – A navegadora revelava que estava realmente magoada pelos gemidos que soltou entre cada sílaba pronunciada, mas logo os prendeu dentro da boca, mordendo o lábio novamente. A ruiva não conseguia terminar a frase.

- Ei, Nami – Por que ela estava assim? Sanji já havia engolido o pó, ele mesmo o viu. O efeito então não era intantâneo? – Nami, fica calma.

- Calma?! – A menor soultou uma risada irônica tão alta e assustadora que fez o espadachim ter calafrios. – Como se eu fosse ficar calma nessa situação - A voz da navegadora saía agressiva de sua garganta, como se cuspisse cada uma das palavras. A raiva da menor não cessaria tão cedo.

- Olha, Nami, espere mais um pouco até o efeito passar e você vai entender melhor a situação...

A garota levantou a cabeça bruscamente, mostrando a expressão tenebrosa e pintada de raiva em seu rosto. Os fios de cabelo que antes cobriam seus olhos agora grudavam em seu rosto em meio ao suor provocado pela tensão.

- Entender o que?! Que Sanji-kun finalmente vai ser seu e que eu nem ninguém terá mais chance alguma contra você?! – A navegadora agora não parecia mais estar triste. Com certeza estava profundamente magoada, mas resolvera substituir todo o aperto em seu coração por raiva. Não iria parecer frágil na frente de alguém tão forte como o espadachim. – Se eu não puder ficar com ele, você também não ficará – A ruiva fez questão de pronunciar cada palavra lentamente, sendo bem clara, com a voz fria e tensa. – Nem você, nem Robin, nem ninguém.

Zoro apenas olhou por um tempo, examinando a navegadora, meio sem jeito. Não sabia como reagir àquele estado emocional tão intenso da nakama. Era bem mais fácil lidar com ela normalmente, como sempre fizera no Thousand Sunny. Usar suas katanas era o melhor que sabia fazer. Talvez fosse a decisão que teria que tomar.

- Se você quer lutar, pode vir – Zoro pegou suas espadas, colocando uma delas em sua boca. Ele sabia que de um jeito ou de outro aquilo acabaria desse jeito, mesmo não querendo isso. O espadachim apenas queria chegar o quanto antes até o loiro. Tinha que conferir que ele realmente estava bem. Pensaria em alguma forma de distrair a ruiva e chegar até ele.

- Agora eu não tenho mais nada a perder – Nami segurou firme seu Clima Tact, se colocando agilmente entre o maior e o cozinheiro, num ato claro de que já previa os movimentos do moreno.

Zoro dá a primeira invenstida e lança-se em direção ao loiro, sem se intimidar pela presença da navegadora a sua frente. Balançou uma de suas katanas, usando sempre o lado sem a lâmina, para afastá-la de seu caminho. Num movimento inesperado, a ruiva bloqueia o ataque do espadachim com o bastão de seu Clima Tact. Transformou tudo o que sentia em força para segurar a espada do nakama. As duas espadas que Zoro tinha nas mãos roçavam no bastão da navegadora, sem nenhuma das duas armas avançarem. Ambos ficaram na mesma posição, com as forças equilibradas. O maior se surpreendeu pela força conquistada pela garota em um só ataque. O poder da força de vontade dela nesse momento se assemelhava ao de um usuário de Haki. Talvez... até fosse. Ele não conhecia direito esse misterioso poder que nem seu capitão dominava ainda, mas sabia o quanto ele era poderoso. E se ela tivesse aprendido a usar? A fruta não só a influenciava como a fortalecera também? Talvez essa mínima possibilidade que nunca havia passado pela sua cabeça não fosse tão absurda quanto pensava. Deveria ter se esforçado mais... Se ele tivesse caprichado mais no levantamento de peso, isso provavelmente não estaria acontecendo. Talvez ele não fosse forte o suficiente...

Com todos esses pensamentos martelando sua cabeça, sua força para segurar o ataque da navegadora parecia estar diminuindo. Estava quase cedendo às forças da nakama quando seu olhar ‘coincidentemente’ cruzou com o corpo do loiro deitado ao pé da árvore bem no centro da caverna. Sentiu um aperto no coração ao vê-lo. Aquela criatura caída num chão desconfortável, abaixo de uma árvore totalmente sem vida, sem mexer nem um dedo, e ainda teve que ver dois de seus nakamas lutando entre si, colocando o peso da culpa em suas próprias costas.

Mas ele tinha conseguido. Ele havia ingerido o pó de kairouseki, ignorando todos os acontecimentos paralelos, por mais difícil que isso fosse pra ele.

E ,depois de tudo isso, ele ainda sorria.

Aquele sorriso sincero e delicado de “Pode ter sido difícil, mas estou feliz que tenha comprido minha parte”, como Zoro lhe pedira no início da luta.

Foi nessa hora que o maior percebeu o quanto Sanji era forte.

Agora só faltava ele fazer sua parte também.


Zoro juntou tudo o que sentia para dar um fim definitivo àquela luta, reunindo uma força extrema que era síntese de todos os seus sentimentos naquele momento. Uma força tão grande, poderosa, sincera e pura quanto o sorriso que Sanji permitiu brotar em seus lábios. Essa força, diferente de qualquer outro ataque, não queria machucar, ferir, vingar, cortar ou derramar sangue.

Ela apenas desejava que aquele sorriso tão forte nunca se desfizesse.

E ela se deixaria ser usada para esse fim.

- Oni...giri! – Zoro balançou suas katanas para frente. O roçar das espadas no Clima Tact criou um barulho alto que ecoou pela caverna, com algumas faíscas caindo das lâminas das armas. Nami foi jogada bruscamente para trás, caindo de costas no chão. O Clima Tact da navegadora havia sido jogado para um lado qualquer do chão, pela falta de força que a ruiva tivera para mantê-lo em suas mãos. A menor arfava assustada e com as mãos vermelhas pela força que havia feito, apesar de não ter sido suficiente. Zoro também respirava com certa dificultade. Gotas de suor escorriam por seu corpo, fazendo-o, de certa forma, brilhar à luz da lua que entrava na caverna pela grande rachadura no centro do teto da caverna. O maior foi se aproximando da nakama, visivelmente assustada, cansada e decepcionada. Apesar de todo o esforço que tivera, não conseguira alcançar seu objetivo. E pensava que seu amor por Sanji era maior do que qualquer outro...

A navegadora não pôde conter as lágrimas de humilhação que escorriam por seu rosto. Abaixou a cabeça, escondendo os olhos debaixo dos cabelos ruivos quando viu que Zoro havia se sentado ao seu lado.

- O que você quer mais? – Nami falava em meio a gemidos e soluços provocados pelo choro.

- Não quero o seu mal – O espadachim olhava para frente, mirando em um ponto qualquer sem importância da caverna. – Nem o de ninguém do bando.

- Mas você já me deixou mal, seu idiota – A navegadora tentava enxugar as lágrimas que, por mais que quisesse, não cessavam. – Você não sabe o quanto doloroso é ver você com Sanji-kun! E-eu sentia...

- Ciúmes, eu sei. Eu sei muito bem como é sentir isso – O moreno começou a relembrar de todos os momentos que sofrera por esse sentimento tão incômodo em silêncio. Toda vez que Sanji paparicava Nami, Robin ou qualquer outra mulher, sentia uma vontade enorme de afastá-lo delas e de ser sincero com ele, como finalmente tomara a coragem e fizera na noite em que o loiro havia ido com Nami ao bar da cidade. Zoro apenas lhe dava apelidos e implicava com ele principalmente porque não queria que o cozinheiro o ignorasse totalmente. Pelo menos quando discutiam entre si, cada um dava total atenção ao outro. Um jeito meio estranho de pensar, mas afinal, ele era Zoro, o espadachim que não sabia direito como lidar ou expressar seus sentimentos.

- Me desculpe – Zoro disse sem expressar nenhum sentimento de pena ou culpa pelo estado da menor.

Nami levantou a cabeça e olhou na direção do moreno, primeiro confusa, mas depois sentiu mais raiva ainda pelo pedido ridículo e estúpido do nakama.

- Você acha que simplesmente falando isso, vai concertar tudo o que você fez comigo?! Qual é o limite da sua idiotisse?!!

- Não foi por esse motivo que eu disse isso – Zoro se virou de frente para o corpo da ruiva, olhando seu rosto totalmente enxarcado pelas lágrimas. – Droga, Sanji vai me matar quando descobrir que fiz isso.

Nami tinha um olhar desconfiado e um pouco assustado no rosto.

- Isso o q – Antes da menor terminar a frase, Zoro deu um soco em sua barriga. A navegadora abriu os olhos assustada pela dor, mas não soltou nenhum grito, apenas uns gemidos irritantes aos ouvidos do moreno. Não havia sido um soco tão forte a ponto de fazê-la cuspir sangue, mas foi o suficiente para a garota cair desmaiada. Mais uma pessoa desmaiada dentro daquela caverna maluca.

- Isso – Zoro observou por algum tempo o corpo caído da navegadora, como se quisesse ter certeza de que ela havia realmente desmaiado.

Estando convencido, o espadachim procura o corpo do cozinheiro com uma expressão totalmente diferente da que tinha antes. A expressão séria havia sido substituída por uma cara preocupada e ansiosa por Sanji. Avistando o corpo, o maior corre em sua direção. O loiro parecia o mesmo desde o momento em que caíra no chão, com a pele levemente pálida e fria e o sorriso que, mal sabia ele, havia sido a fonte de poder de Zoro.

O espadachim deu umas sacudidas no corpo mole, sem saber muito bem o que fazer. Imaginou o que Chopper faria numa situação como essa. Depois de pensar um pouco, abaixou sua cabeça, encostando-a no peito do nakama. Seu coração ainda batia. O maior sentiu como se um peso enorme de preocupação houvesse sido tirado de suas costas, sem conter um leve sorriso de alívio. Ufa! Ele ficaria bem.

Zoro afastou algumas pedras próximas àquele pedaço da caverna, numa tentativa de deixar o chão um pouco mais confortável para os dois. Deitou-se ao lado do nakama, envolvendo-o em seus braços. Ah... A quanto tempo queria poder fazer isso. Uma de suas mãos segurava-o pelas costas, mantendo-o o mais perto possível de si, enquanto a outra acariciava delicadamente os fios loiros que caíam bagunçados pelo rosto frágil e pálido do menor. Por um instante ficou tentado a tirar parte da franja que cobria o misterioso olho esquerdo do cozinheiro, mas se conteve. Algum dia ainda olharia no fundo daqueles olhos azuis, mas esperaria pela hora certa para isso. O cheiro doce de Sanji agradava-lhe, fazendo-o esquecer do suor que havia por seu corpo. Zoro deu um beijo delicado na testa do menor, aproximando-se ainda mais dele para aconchegar a cabeça do loiro em seu peito. Queria deixá-lo o mais confortável possível alí. A leve brisa fria da noite que entrava na caverna agora conseguia ser ouvida, em meio a tanto silêncio. Zoro ficaria com ele até que tudo estivesse bem novamente. Até lá, não o deixaria fugir de seus braços.

Mesmo sendo após uma luta, tudo estava tão calmo e perfeito que Zoro passou a acompanhar Sanji em seu sono profundo, deixando-se levar pelo cansaço tão intenso que sentia. Havia sido um dia bem cansativo para ambos.



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Notas finais do capítulo

Não tenho certeza se na parte do Zoro dar o último golpe na Nami e ter aquele lance todo com o sorrisinho do Sanji ficou meio.. exagerada. Mas até que eu gostei de escrever essa parte c:
"Mais uma pessoa desmaiada dentro daquela caverna maluca." kkkk não resisti, tive que escrever isso lol
Uma dúvida minha: Devo colocar o gênoro "drama" na fic ou não? (Por causa da Nami, coitada. Ela chora demais nessa fic Dx)