“All I know is I’m lost without you,

I’m not gonna lie.

How I’m gonna be strong without you,

I need you by my side.”

            E o que aconteceu em seguida foi rápido demais para eu compreender direito.

            Ela apontou a arma em minha direção e atirou. Ao mesmo tempo em que eu esperava pela morte, fui empurrada para o chão brutamente.

            Bill. Bill me empurrou, e levou o tiro que deveria vir em mim.

            Franciska olhou incrédula para isso e fugiu então.

            Eu olhei para o corpo dele caído no chão e sangrando. Um tiro barriga, eu acho. Entrei em choque total.

            -Bill...! –minha voz saiu fraca, como um sussurro.

            -Thaís... Ich liebe dich. –A voz dele saiu mais baixo do que a minha, parecia o vento.

            -Não... Não me deixe! Por favor! –Eu já estava começando a chorar.

            -Não chore, meu amor. –ele disse e então fechou os olhos.

            -NÂO! –berrei. –BILL! NÂO!

            Olhei para os lados.

            -SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDE!

            Alguma pessoas que estavam na Estação apareceram em volta de nós.

            -Não... – comecei a ver tudo preto.

            E apaguei.

* * *

            Quando eu acordei, eu estava em um quarto todo branco.

            Hospital.

            Eu me posicionei de modo que eu ficasse sentada na cama. Me sentia tonta. Olhei para fora e vi que estava noite.

            Não havia ninguém em meu quarto, apenas a bolsa da minha mãe.

            Decidi sair do quarto, tirei os adesivos do meu braço e desci da cama.

            Me levantei com muito cuidado e saí do quarto, tomando cuidado para que ninguém me visse. Preciso encontrar Bill. Ele não pode ter morrido assim tão facilmente.

            Não.

            Não tinha idéia em qual hospital eu estava, mas não liguei e fui procurar o nome de Bill na porta de cada quarto, até que cheguei na U.T.I. Deve ser aqui. E entrei.

            Chegando na porta do quarto 483, vi o nome dele.

            Achei um pouco irônico o número do quarto, mas entrei no quarto sem me importar em bater na porta.

            Tom estava lá. Com a cabeça nas mãos. E levantou a cabeça quando me viu entrar.

[Narração Thaís off – Tom on]

            Meu irmãozinho. Meu único irmão. Quase morto.

            Não sei o que será de mim sem ele. Não sei o que será da mamãe, do Tokio Hotel sem ele.

            -Tom. –ela disse.

            Eu não disse nada. Ela se sentou ao meu lado e ficou olhando ele deitado.

            Pouco depois, ela encostou a cabeça no meu ombro e começou a chorar baixinho. Mas dava para ouvir. Dava para ver perfeitamente o quanto ela estava sofrendo e o quanto que talvez ela estivesse traumatizada. Era tanto sofrimento quanto o meu. Talvez menos, talvez mais. Não tenho certeza.

            Só sei que abracei-a, mas ela não parou de chorar.

[Narração Tom off – Thaís on]

            É tudo minha culpa, se eu não tivesse saído para passear com ele, nada disso teria acontecido. Mas eu não sabia que algo ruim, horroroso, iria acontecer! Mas por que tinha que acontecer?

            Se um dia eu reencontrar aquela vagabunda, vadia... Aquela VADIA, eu a matarei com as minhas próprias mãos! Vou fazer isso pelo Bill! E por mim mesma!

            Eu juro pela vida dele e pela minha também que farei isso.

            Eu juro.

            -Está na hora da cirurgia! –diz uma enfermeira que acabou de entrar.

            “Cirurgia? CIRURGIA?! Respira fundo, se não você vai passar mal.” Pensei. Afirmei para ela com a cabeça.

            Tom não entendeu o que a enfermeira disse, mas captou a mensagem quando dois médicos chegaram e levaram Bill.

            Cirurgia.

[Narração Thaís off]

“If I could only hold you now

And make the pain just go away,

Can’t stop the tears from running down my face.”