10 Motivos escrita por Karinah


Capítulo 1
Prólogo- Infelizmente isso acaba aqui.


Notas iniciais do capítulo

Oiii, então eu estou super empolgada com as fanfics esses tempos prova disso é que estou começando mais uma. Aproveitem essa aqui que surgiu na minha mente um dia desses e resolvi escrever pra não esquecer.



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Pov. Bella

Minha vida havia chegado ao fim. Eu não merecia nem queria viver mais. Limpei as lagrimas teimosas que escorriam por minha face e olhei para o rio abaixo de mim. Eu estava em uma ponte de Chicago sobre um rio que eu não queria nem deveria saber o nome.

Eu pensei sobre suicídio a noite inteira até terminar aqui, pelo frio que fazia já deveria estar perto da meia noite, as ruas estavam completamente vazias e meu peito doía muito.

Sei que a maioria das pessoas me chamaria de louca ou imprudente quando me visse nesse estado, bom uma jovem medica de vinte e cinco anos em uma ponte ameaçando se jogar não era uma coisa que se via todos os dias, mas eu tinha meus motivos as minhas tristezas, eu não precisava explicar isso a ninguém já era responsável pelos meus atos, todos eles, inclusive aos que me trouxeram até a maldita ponte.

Olhei para baixo novamente e fechei os olhos contando mentalmente.

-um... dois... e...- tomei impulso.

Ouvi um pigarreio atrás de mim e me segurei com força na barra de ferro que cercava a ponte. Olhei para trás e um estranho me observava cuidadosamente.

-Boa noite- ele disse dando um passo exageradamente devagar em minha direção.

-Fique onde está- eu falei respirando com dificuldade.

-Tudo bem- ele ergueu as mãos para o alto- Eu vou ficar bem aqui, não se preocupe.

-Quem é você? O que está fazendo aqui?- Perguntei desviando os olhos dele e voltando a encarar o rio.

-Eu estava passando e decidi olhar a vista, mas acho que a ponte está ocupada, não é- a voz dele estava mais próxima.

-Eu mandei ficar onde estava- gritei- Quer que eu pule?- ameacei.

-Olha não precisa me ameaçar, até por que eu nem te conheço, não seria um grande perda- ele mordeu os lábios ao terminar de falar.

-Tem razão ninguém vai sentir minha falta, eu sou uma idiota ao pensar que alguém...

-Ei moça eu não quis dizer isso, com certeza deve ter alguém agora sentindo sua falta- ele se aproximou mais.

-Você está enganado- falei fechando os olhos e sentindo lagrimas escorrendo pelo meu rosto, toda dor que eu sentia estava me invadindo novamente.

-Olha- a mão dele tocou meu ombro- por que não sai daí e me conta o que houve- sugeriu o estranho.

-Eu nem te conheço- reclamei.

-Sou Edward Cullen- ele se apresentou e ficou ao meu lado, claro que do outro lado da barra de ferro- Seu nome?

-Isso não importa agora- fui grossa.

-Então, “Isso não importa agora” agora nos conhecemos e você pode me contar o que houve- ele tentou ser engraçado.

-Não tem graça- reclamei.

-Olha, você não precisa fazer isso e com certeza a água deve estar um gelo- ele fez uma careta olhando para baixo.

-Muito gelada?- questionei me distraindo.

-Não tem noção do quanto- ele continuou olhando para baixo.

-Ora isso não importa, eu estou aqui por que quero cometer suicídio, não me importa se água vai estar gelada ou quente- falei tomando impulso novamente.

-Você sabe que se você se jogar eu irei atrás, não é?

-Por que você faria isso?- perguntei me agarrando a barra.

-Eu não suportaria ver você se afogar, se eu deixar você pular e morrer vou guardar um peso na consciência para sempre- confessou suspirando- É uma pena por que eu não queria ter que mergulhar nessa água fria.

-Você vai ficar bem ai, não vai pular- falei meio desesperada, eu não queria que ele pulasse atrás de mim.

-Você precisa me prometer que não vai pular também.

-Me dê um motivo para não pular- falei contrariada.

-Eu te darei dez- ele falou convencido.

-Pode começar- desafiei.

-Só se você concordar em sair daí- ele falou sugestivo- Juro que te darei dez motivos e muito convincentes, e se eu não te convencer eu mesmo te jogo daqui.

Pensei por alguns segundos, eu queria me jogar, queria acabar de vez com todo esse sofrimento que sentia, mas aquele estranho que me fazia a proposta parecia tão preocupado e desesperado para me tirar dali que não me deixava escolha, eu não poderia fazer isso na frente dele. Eu iria ouvi-lo.

-Tudo bem- falei me virando para sair daquela pequena parte da ponte.

-Com cuidado agora- ele alertou quando usei meu pé para dar impulso. Mas Isabella sempre será Isabella, ou seja, desastrada. Acabei pisando em falso e escorregando.

Gritei segurando apenas com uma mão na barra enquanto meu corpo estava pendurado para o lado de fora, o Edward segurou minha outra mão. Olhei para baixo, bom eu queria me jogar, mas agora que o estranho tinha convencido a sair dali e eu concordei o medo começava a me atormentar sem contar que eu tinha um pavor de lugares altos, queria gritar para ele me ajudar, mas não queria parecer desesperada.

-Fica tranqüila, eu vou te tirar daqui, não solta minha mão- ele falou me puxando pra cima- Você não vai cair- ele prometeu me puxando com mais força. Colaborei com ele e finalmente consegui voltar a por meus pés na beira da ponte.

Edward me carregou e me retirou da parte perigosa.

Minha respiração estava acelerada e eu estava agarrada ao pescoço do estranho.

-Deus eu pensei que...- Parei de falar quando ele afastou o rosto para me olhar.

Ele era lindo, coisa que eu não tinha observado antes, o tipo de homem perfeito, tinha os olhos de um verde intenso, matinha um perfeito sorriso torto nos lábios, deveria ter uns vinte e quatro ou vinte cinco anos.

-Pensou que...?- Ele me perguntou colocando-me no chão.

-Pensei que cairia- falei ainda deslumbrada pela beleza e o cheiro dele.

-Já tenho meu primeiro motivo- ele sorriu presunçoso.

-Qual?- perguntei curiosa.

-Você não queria cair, tem medo de altura- ele falou a verdade, mas eu fui cabeça dura.

-Está errado e isso não é nem um motivo- cruzei os braços, estava com frio e irritada também.

-Admita “Isso não importa agora”- ele me cutucou.

-Isabella- eu falei rolando os olhos.

-O que?- Ele perguntou confuso.

-Meu nome é Isabella- repeti.

Ele suspirou alto e sorriu.

-Estou aliviado, de verdade eu comecei a achar que seus pais eram loucos e tal- sem querer eu sorri.

-Cala boca- mandei.

-Tudo bem Isabella, que tal eu te levar pra casa? Está fazendo frio- sugeriu.

-Estou esperando os meus dez motivos- não me movi, eu ainda não tinha esquecido da promessa dele, de repente pensei em algo- Eu sabia que você só tinha falado toda aquela historinha pra não me fazer pular, na verdade eu nem sei por que você se importa já que...

-Shiiii...- ele fez sinal para que eu me calasse e obedeci- você fala demais, eu prometi que te daria dez motivos e vou dar, só não vou fazer isso aqui agora.

-Quando? Nem nos conhecemos não vamos nos ver novamente e...

-Vamos Isabella- Edward me puxou pelo braço caminhando para longe da ponte.

Fui praticamente arrastada por um tempo até chegar a uma praça, havia apenas um carro estacionado por lá, pelos meus conhecimentos só poderia ser um volvo.

-O carro é seu?- perguntei apontando.

Ele tirou uma chave do bolso e apertou o alarme, as luzes do volvo piscaram e ele sorriu.

-Com certeza- Edward me levou até a porta do carona e abriu para mim, esperou que eu entrasse fechou a porta e deu a volta entrando também no carro.

-Você...

-Onde você mora?- ele me interrompeu.

-Algumas quadras daqui, é um condomínio- informei.

-Me guie- ordenou.

-Que horas são?- Perguntei curiosa.

-Exatamente meia noite e treze- olhou um relógio.

-O que você estava fazendo andando por ai esse horário?- questionei.

-Não estava me preparando para um suicídio, acredite- debochou tirando o carro do lugar.

-Primeira direita- indiquei- Estou falando serio, você é algum tipo de cafetão ou um drogado?- ele riu alto enquanto dirigia.

-Não, com certeza não- negou- apenas estava dando uma volta- deu de ombros.

Apenas estava evitando com que eu morresse- pensei.

-Direita novamente- pedi e ele fez.

-Olha eu já te dei um motivo e juro que te darei outros- ele começou- A gente pode sair qualquer dia e...

-Eu não sou uma...

-Primeiramente eu não te chamei de nada e em segundo lugar evitei a sua morte, você me deve um café- deduziu- O que faço agora?- perguntou em um cruzamento.

-Pode seguir e depois ir pra esquerda, já é bem ali- apontei.

-Ok- ele acelerou, me segurei no pára-choque do carro e olhei zangada, logo já estávamos no meu condomínio.

-Obrigada- fiz menção de abrir a porta.

-Você não vai voltar para lá não é?- ele perguntou e o olhei.

-Não sei- falei a verdade.

Minha vida estava muito bagunçada, o tal Edward foi uma distração essa noite, mas e quando eu saísse do carro e voltasse a ficar sozinha em meu apartamento? E amanhã quando eu levantasse para ir ao trabalho e tivesse que agüentar aquela humilhação mais uma vez?

-Isabella, não sei qual é o motivo da sua tristeza, mas se matar não é a saída- ele tentou me ajudar.

-Você não entende- falei um pouco mais alto- Eu preciso ir- abri a porta do carro.

-Me dá seu numero, quem sabe a gente possa sair um dia desses e você me contar o que te deixa triste- pensei na proposta. Eu não tinha ninguém aqui na cidade, seria uma boa sair com ele e conversar.

-Tudo bem, me dá seu celular- pedi.

Ele me entregou o aparelho e eu digitei meu numero salvando-o na agenda.

-Está ai- devolvi.

-Não volte pra lá- ele falou, ou melhor, ordenou.

-Me dê os dez motivos- ele assentiu.

-Todos eles- sorriu- Se cuida, estranha- ele brincou.

-Obrigada- sai do carro e dei um tchau para ele que arrancou com o volvo sumindo das minhas vistas.

Adentrei o condomínio, o porteiro dormia de boca aberta.

-Babaca- suspirei.

Fui até o elevador, morava no décimo andar,esperei até parar no meu andar e entrei no meu apartamento, tão vazio quanto eu.

-Droga- murmurei jogando minhas chaves em cima do sofá e caminhando até meu quarto.

Quando eu sai hoje eu estava convicta de que nunca mais veria as paredes brancas do meu quarto, tudo indicava que nunca mais sentiria aquela dor em meu peito, que eu nunca mais choraria ou teria medo da solidão, mas ali estava eu novamente sozinha. Porém eu não voltaria aquela ponte, não hoje ou amanhã.

Afundei-me na minha cama e apertei os olhos esperando pelo sono que demorou um pouco a chegar.


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Notas finais do capítulo

E então??? O que acharam??
Comentem.