Uma semana havia se passado desde o ocorrido.

Finn parecia normal aos olhos de quem não o conhecia bem, mas todos que podiam ver o verdadeiro Finn, sabia que algo estava errado.  Sorria poucas vezes, tinha olheiras fortes e as vezes o sinal de cansaço em seu rosto era eminente. No trabalho Finn tentava não demonstrar a fadiga que sentia,  mas as vezes precisava parar o treino e sentar. Chegou a sentir tontura fortes, nas quais sua vista embaçava e as pernas bambeavam fortemente. Ele estava sentindo uma falta danada de Rachel. Quem sabe esses sintomas eram seu corpo implorando por um único toque.

As coisas em casa estavam difíceis. Kurt passava a maior parte do tempo trancado em seu quarto e quando não, passava todo o dia com um cara que ele dizia ser seu amigo. Carole e Burt podiam sentir a tensão que cobria as paredes da casa, mas em momento algum chegaram a comentar sobre o ocorrido, afinal Finn já era grandinho demais para precisar ser lembrado de seus problemas por seus pais.  Finn ficava jogado no sofá vendo seus jogos, mas tentava ficar o máximo de tempo possível na escola treinando, ou simplesmente se trancava em seu quarto. Rachel não era tão vista, ficava o dia todo pela cidade e isso preocupava não só à Finn, mas à todos da casa. Kurt tentara conversar com ela, mas Rachel nem sequer deu atenção ao seu querido amigo.

Rachel estava diferente, havia começado a ficar o dia todo pelas ruas de Lima. Nunca contara a ninguém o que fizera, apenas voltava e se trancava. Em certos momentos não aguentava a falta de seu giant e simplesmente desabava em seu choro. Ela era uma adolescente e não ia perder seu tempo chorando pelos cantos por um cara que desconfiava da integridade dela.  Ela iria superar isso, só não sabia como.

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Rachel havia acabado de chegar e se dirigiu rapidamente para seu quarto, mas depois de fechar a porta e virar-se teve uma grande surpresa.

“Anã, como vai?”

Santana estava sentada com seu uniforme de Cheerios. Logo correu ao encontro de Rachel e lhe deu um longo e apertado abraço.

“Satã...”

As duas soltaram longas risadas com a brincadeira, mas Rachel logo desabou em suas lágrimas.

Santana a perguntou o que estava havendo e ela apenas foi soltando tudo. Devagar. Com soluços. E as vezes engasgava. Mas no fim conseguiu contar tudo para sua amiga.

Santana não soube o que falar, afinal também estava sofrendo por amor. Rachel pensou por um segundo em como estava sendo egoísta e pediu para Santana contar-lhe como estava seu coração e sua relação com Sebastian. Aparentemente as coisas não estavam fáceis pra ninguém.

Flashback on~

Sebastian tinha acabado de sair de seu jogo. Estava suado, com o cabelo bagunçado e de longe aquilo conseguia excitar Santana. Ela precisava de uma vez por todas descobrir o que passava na cabeça daquele ser.

Santana saiu a procura dele pela escola, mas não conseguia o encontrar.  Seu ponto final era o vestiário, para onde se encaminhou.  Ao chegar lá, não havia mais ninguém, os meninos já tinham saído e tudo parecia deserto. Foi logo procurar o armário de Sebastian pra ver se conseguia descobrir algo sobre ele. Em vão. 

As luzes da escola logo se apagaram e as portas automaticamente foram se fechando. O desespero na respiração de Santana era evidente, ainda mais quando foi prensada nos armários de costas.  Ela podia sentir uma respiração afobada em seu cangote, sentia as mãos grandes apertando sua cintura. Sentia suas coxas roçando em um joelho coberto por jeans. Mesmo prensada por um menino forte, Santana conseguia ser mais forte. Ela reverteu a situação e passou a comandar a situação, prensando o garoto no armário. Um leve aroma penetrou suas narinas e logo ela soube quem estava ali, soube quem ela estava prensando contra seu corpo e isso a fez arfar.  O garoto tomou a posição inicial, percebendo a fraqueza dela em relação a ele. Enterrou seu rosto no pescoço da garota, que se arrepiou com o contato da respiração quente em seu corpo.  O garoto gargalhou gostosamente.

“Sant, se eu fosse você, não estrava no vestiário masculino assim, tão tarde.”

Seu corpo foi solto e tudo que ela pôde ouvir foram os barulhos das portas se abrindo e passos longos e distantes.

Ela sabia quem estivera ali. Fora ele. Ele a prensara. Ele brincara com a situação. E acima de tudo, ele gostara.

As luzes se acenderam e tudo o que fez foi fugir dali.

Flashback off~

Rachel tentava entender o que tudo aquilo significava, mas claramente não entendia.

“Talvez ele goste de você, Satã!!!”

As duas comemoraram a conclusão. Comeram doces a noite toda, compartilharam segredos e trocaram “carinhos” nada carinhosos.  Santana dormiu lá mesmo.

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No outro dia, Rachel resolveu voltar pra escola com tudo.  Juntamente com Santana, ela vestiu seu uniforme de Cheerio, prendeu seu cabelo em um rabo alto e longo, amarrou seu tênis e decidiu naquele momento que Rachel Berry não ficaria por baixo nessa jogada.

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As aulas percorreram rápidas, o tempo passou como nunca antes. Nos intervalos e no recreio os olhares eram todos destinados à uma só garota: Rachel Berry.

O uniforme de líder de torcida favorecia suas medidas. Deixava-a com um aspecto menina mulher. Aquele uniforme tinha poderes, mas não os deixaria subir a cabeça.

Ela decidiu que não seria apenas uma Cheerio. Decidiu que seria a melhor em outras coisas, decidiu que estaria não só no topo, mas que traria outras pessoas ao topo. Resolveu então fazer uma audição pro Glee Club.

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Tirou seu uniforme de Cheerio e se vestiu unicamente como Rachel Barbra Berry. Colocou uma daquelas saias xadrez até o joelho, colocou um de seus melhores suéteres de bichinhos, botou uma sapatilha e soltou seus cabelos pretos e longos.

“Hoje temos aqui conosco uma garota pra fazer os testes  pro nosso Glee Club.”

Todos aplaudiram e estavam totalmente excitados a espera de quem seria o novo membro do Glee Club. Só não esperavam que esse membro seria ela.  Como entrou com aquelas roupas, o resto do grupo demorou um pouco pra reconhecê-la, mas logo Kurt os avisou de quem se tratava.

Rachel fingiu não ligar pros olhares que a cercavam e somente deu uma breve ajeitada na saia.

Logo o belo som da voz de Rachel ecoou pela sala do coral. Ao som de  Skyscraper ( música da demi ♥) Rachel foi vista como sempre quis. Como uma estrela.

Ao acabar, ela tinha lágrimas em seus olhos e o resto do grupo estava de queixo caído. Kurt vomitava arco-íris, enquanto Quinn a olhava com a pior cara do mundo.

Mr. Shue a olhava com esplendor.

“Sem comentários. Bem-Vinda, Rachel!”

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E ali, naquela sala, ela pôde ver quem sabe um reinicio de sua vida. Sem Finn, sem drogas e sem dores.