Destino Ou Maldição. escrita por grazimontifi


Capítulo 11
Enfrentando o passado! (?)


Notas iniciais do capítulo

Gente, foi difícil escrever esse capítulo... OMG estava sem criatividade, mas não pude deixar vocês sem um capítulo novo ahahha. Espero que gostem desse capítulo, porque eu até chorei escrevendo ele, acho que tô entrando demais no personagem ahahha. Enfim, espero que eu tenha conseguido fazer vocês sentirem o que ela sentiu. ME deu até desespero esse cap haha. Boa leitura e reviews ?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/194559/chapter/11

Rachel continuou olhando-o fixamente. Finn estava pálido, parecia triste e de certa forma ela só queria abraça-lo e pedir para que ele nunca a abandonasse mais, mas claro, isso era algo que ela não poderia fazer.

“Finn, existem coisas sobre mim que você não sabe e eu realmente acho melhor você não saber. São coisas realmente ruins e não quero você metido nisso, por que quem mandou essas caixas, não está pra brincadeira, Finn.”

Rachel não sabia porque estava falando tudo isso para ele, mas algo a faze falar, algo a fez querer desabafar com Finn.

“ Rachel, eu não vou te forçar a me contar nada... Mas saiba que eu realmente quero saber do teu passado e nunca que iria te julgar por ele, por que eu estou apaixonado pela garota que eu conheci e eu sei como ela é e sei que ela não é nada de ruim. Pode ter sido algum dia má ou ter feito coisas de que não se orgulha, mas todos já fizemos coisas das quais nos envergonhamos.”

Rachel não soube como reagir, simplesmente ficou parada o olhando com os olhos arregalados e brilhantes.

Ela não o merecia. Ele sempre tão meigo e ela com esse passado, ela o queria feliz, mas acima de tudo o queria ao lado dela, sendo apenas dela. Poderia se dizer que ela era egoísta por isso, mas ela somente queria ser feliz com ele ao seu lado. Queria poder ir dormir todas as noites ao seu lado, gostaria de acordar todas as manhãs e vê-lo com os cabelos bagunçados.

Rachel só queria poder demonstrar o seu amor.

Sim, ela o amava. Amava-o com todas suas forças. Sabia que seria insano dizer isso à ele, mas é o que sentia. Mesmo com pouco mais de um mês juntos, ela já o amava, já o conhecia de cabeça pra baixo e para ela o tempo realmente não importava. Ela só queria o bem de Finn.

“Pequena, não chora.”

Ao ouvir esse apelido, sua pele estremeceu e ela não resistiu às lágrimas.

“Vem cá, Rachel.”

Finn a aproximou, deitou-a ao seu lado.

“Finn, talvez você deva saber o por que da caixa. Acho que já tenho confiança suficiente para te contar sobre isso.”

Finn estava nervoso, tinha dito que não fosse ligar, mas não sabia do que se tratava. Tinha medo de que ele fosse se importar, não queria chatear-se com o passado de sua namorada. E além do mais, isso seria uma prova. Uma prova de confiança.

“Então Finn... Isso vai ser meio complicado, mas vamos lá. Quando eu estava em NYC, eu não era uma garota que se interessava por namorinhos adolescentes, nem era fã de alguém. Eu fui uma adolescente revoltada, eu não me conformava que minha mãe tinha me deixado. Eu realmente amo meus pais, mas eu não me conformava com a ideia de alguém ter me concebido e depois simplesmente fingir que eu não existia.”

“Mas, amor, você mesma me disse que ama seus pais.”

“E amo, Finn, sempre os amei. Mas era difícil eu ser a única garota da sala que tinha dois pais gays e nem conhecia sua mãe. Não foi fácil, sabe? Eu me sentia mal, meus pais são gays, mas não são mulheres. Pelos olhos de um homem são detalhes bestas, mas para uma garota certas coisas e ajuda da mãe são importantes. E eu simplesmente não tive minha mãe me falando sobre cólica, ou me falando sobre namorados, muito menos pra me abraçar quando eu precisei. Meus pais são incríveis, mas na época eu não via dessa forma, Finn.”

“Pequena, se não quiser contar, não precisa.”

“Não, Finn, eu preciso sim. Enfim, eu fui uma garota rebelde e lá pros meus 13 anos, eu entrei para um grupo e facilmente entrei em um mundo que achei que nunca mais conseguiria sair.”

Rachel já segurava o choro.

Finn conseguia ver o olhar perdido de Rachel e quando olhava no funcho de seus olhos, conseguia ver aquela adolescente triste e perdida.

Rachel se sentou e Finn também.

“Eu entrei em um mundo escuro demais pra poder se encontrar uma luz no fim do túnel, era como se não houvesse fim para poder ver a luz. Entende?”

Finn a trouxe para perto e a aconchegou em seu abraço forte.

“Eu comecei a fumar cigarro quando um dos meninos do grupo me ofereceu. Eu era pirralha e estava totalmente na dele e então eu aceitei o cigarro. Eu estava fumando frequentemente, as vezes eu tomava um porre com eles e depois tinha que dormir na casa do Jon, o garoto que me ofereceu. A gente saia muito, íamos pra festinhas e um dia desses o Jon me ofereceu drogas e eu aceitei.”

“Rachel, você sabe que se estiver difícil pra você, tu pode parar.”

Rachel sentia um aperto no coração e outro na garganta. Ela precisava contar tudo, ou pelo menos o resto desta história.

“Como eu ficava muito fora de casa e só fazia merda, meus pais me colocaram pra fora de casa aos meus 15 anos. Naquele dia eu pude ver uma coisa indescritível nos rostos de meus pais, algo que quebrou meu coração. Mas isso não me fez parar.”

Finn percebeu a situação de Rachel e foi buscar um copo de água. Rachel já tinha começado a chorar, mas era um choro quieto, talvez de alívio ou talvez até mesmo de felicidade por tê-lo ali com ela, ter algo pra dividir e confiar aquilo, não era fácil.

“Então eu fui morar com Jon, que nessa época já era meu namorado. Então eu virei uma viciada daquelas que não sabem nem uma parte do que fez no dia. Mas, em um desses dias de alucinação e em um dos momentos de sanidade, me lembro de ter passado por um show da Broadway e então, ali eu descobri o que eu queria. Voltei para casa e pedi para meus pais me internarem em uma rehab. Não foi fácil para eles, muito menos para mim, mas foi algo que eu precisava, não poderia viver nessa pendenga para sempre. Eu não poderia continuar uma viciada, eu precisava pensar no meu futuro, pensar em ter filhos saudáveis e poder cria-los e quem sabe até conhecer meus netos. Eu sai da rehab perto do meu aniversário de 17 anos, mais ou menos 9 meses atrás. Hoje me vejo corajosa, sabe e é por isso que vim pra Lima, talvez ficar longe das velhas pessoas e daquela cidade por um tempo me faça bem, não quero voltar aquele mundo onde eu não tinha ninguém. Hoje eu estou correndo atrás de um sonho, que é a música, afinal foi ela quem me salvou do vício. E além do mais, se não fosse tudo que já pensei e sofri nas ruas, eu nem estaria aqui ao lado de alguém tão incrível como você.”

“Pequena, eu nem sei o que falar. Desculpe-me por ter sido tão idiota e infantil com você, não tinha a mínima ideia do que você já passou e não tinha o direito de te magoar ou te julgar. Eu nem sei o que falar mesmo.”

Rachel puxou Finn para cima e o levou para cama, apenas se deitaram ali e ficaram observando as estrelas. Finn a aproximou e a aninhou em seus braços, a apertava sempre que lembrava do modo em que ela contou a história, de como seus olhos brilhavam pelas lágrimas e como ela tinha o olhar perdido. Ele não a deixaria, ele não seria capaz de magoá-la.

Ele a trouxe pra perto e a beijou, com calma e de forma suave. Esse beijo fora tudo que ela precisara para se acalmar.

“Te amo, pequena.” Finn sussurrou em seu ouvido, mas ela já tinha adormecido. “Durma bem, amor.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será que Rachel revelou tudo? EEER, acho que não. HAHAHA reviews?