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       Ouvi um barulho muito irritante, quando minha consciência voltou. Abri meus olhos e uma luz branca me cegou. Afinal, eu morri? Onde eu estava? Pisquei várias vezes para ajustar minha visão. O barulho irritante não parava, olhei para onde vinha aquele som e então me deparei com um monitor cardíaco.

Eu... Eu estava na minha época? Mas, como?

Levantei-me rapidamente, senti uma dor horrível em minha costa e em meu peito. Lembrei-me o porquê de voltar pra casa

A Tasseiga protegeu Sesshoumaru e adormeceu o monstro que me consumia. Eu só me lembrava da parte de estar prestes a atacar Sesshoumaru e sentir a Tasseiga sendo enfiada em meu peito. Aliás, fui eu que a chamei. Meu monstro dizia sim, mas meu subconsciente dizia não.

Deitei-me de novo. Olhei para o teto e suspirei.

Eu sabia que estava aqui, pois eu ia me recuperar rapidamente. Eu queria saber como Sesshoumaru estava. Como Setsu estava. Até Kagome.

Lembrei-me de Sesshoumaru chorando.

Ele... Ele chorara por mim? Mas, por quê? Por que ele chorou? Ele achava que eu estava morta? Eu o vi chorar... Eu sou sua fraqueza. Eu! C-como?

Meu coração acelerou. Por que ele acelerou? Eu sentia algo por Sesshoumaru? Por que a Tasseiga o protegeu?

Meus batimentos cardíacos se aceleraram por causa de Sesshoumaru. Por quê?

Tentei acalmar meus batimentos, mas não adiantou nada. Uma enfermeira entrou desesperadamente no quarto. Ela olhou para o monitor e arregalou os olhos.

- Doutor! – chamou.

O médico entrou e olhou o monitor.

- Está com arritmia cardíaca. – disse sério.

Senti a Tasseiga pulsar. Ela estava longe, pude perceber. Ela pedia para eu me acalmar. Tentei com todas minhas forças...

- Está voltando ao normal. – disse a enfermeira.

- Azumi-chan! – disse Kagome entrando no quarto, desesperada. Ela foi para perto de mim e segurou minha mão esquerda, que estava com curativos. – Agüente firme. – disse ela gentilmente.

 Assenti. Meus batimentos foram se estabilizando e todos suspiraram aliviados.

- Quase ela teve um infarto. – disse o médico.

- Ela? Você deveria ter falado eu, né? – Kagome brincou.

O médico riu e saiu do quarto com a enfermeira.

- Você está bem, Azumi-chan? – perguntou.

- S-sim. – minha voz saiu fraca. – Cadê a Tasseiga? Como Sesshoumaru está? Inuyasha? Como todos estão? – literalmente joguei todas minhas perguntas a ela. Eu não queria isso, mas era melhor.

- Todos estão bem, inclusive seus irmãos. – suspirei aliviada. – A Tasseiga ficou no templo, pois ia ser estranho ter uma espada dentro de um hospital. – riu e olhou para mim. – Você se lembra de algo? – perguntou com a voz baixa e preocupada.

Balancei a cabeça negativamente e olhei para minha mão que ela estava segurando.

- O que houve? – perguntei numa voz rouca.

Kagome ficou com um rosto triste e depois suspirou.

- Decidimos não contar a você, pois... Seria pesado. Não quero falar. Desculpe. Isso vai ficar guardado na memória de cada um que viu. Até que ponto você lembra? – sua voz era triste.

Era isso. Eles não queriam me falar. Eu fiz coisas tão ruins, afinal? Eu queria saber, mas como eu estou me recuperando...

- Lembro-me da Tasseiga me atingindo e de Sesshoumaru chorar.

Kagome congelou e ficou me olhando com os olhos arregalados.

- Se-Sesshoumaru? Chorando? – gaguejou.

Então eles não viram... Hmm, interessante. Acho que isso fica entre mim e Sesshoumaru.

- Aham. Eu vi.

Ela piscou e sorriu.

- Vai dar tudo certo. Seus ferimentos já sararam. Vamos imediatamente levá-la para casa, ok? – disse ela.

Assenti.

Analisei minha mão mais uma vez. Ela estava com um curativo e minhas unhas sem as garras.

Ahn?

- Minha mão... – murmurei.

Ela riu e a soltou, deixando-a delicadamente na cama.

- Quando voltamos para cá, você ficou humana. Não entendemos isso, mas eu acho que sua parte youkai não quer se revelar. – respondeu com um sorriso.

- Nós? – perguntei.

- Sim, eu e Inuyasha. – respondeu.

Inuyasha estava aqui. Pisquei várias vezes e suspirei.

- Vou fazer umas coisas para liberá-la e vamos voltar para casa logo, logo. – ela se dirigiu a porta e sorriu para mim.

 ***

       - Ah, Inuyasha! Para! – reclamei.

- Tem certeza que ela está bem, Kagome? – perguntou ele impacientemente.

- Claro que ela está! Por que não estaria? – retrucou.

- Uma espada entrou no peito dela! – gritou.

Todos que estavam dentro da sorveteria olharam para nós. Kagome e Inuyasha olharam para cada um e depois para mim.

- Como a filha deles suporta isso? – ouvi alguém cochichando isso.

- Fi-filha? – Inuyasha gaguejou assustado.

Tombei a cabeça pro lado e franzi a testa. Ótimo agora eu era filha de Inuyasha e Kagome. Kagome parecia tão velha assim?

Eles se sentaram e continuaram a comer o sorvete.

Balancei a cabeça e lambi o picolé. Não podíamos falar nada para acalmar Inuyasha. Se já nos achavam estranhos, imagine se Kagome dissesse a “palavra maldita” e o rosário agisse? Íamos ser considerados estranhos.

 ***

       - Azumi-chan, você está bem?! – disse Souta me abraçando.

- Sim, estou. – sorri para ele.

- Ainda bem. Quando a vimos sangrando achamos que você morreria. – disse a senhora Higurashi.

- Okaa-san, não é pra tanto, né? – Souta disse irritado.

- Resumindo, estávamos todos preocupados. – disse Jii-chan.

Sorri ao ver as pessoas mais importantes para mim felizes por eu ter me recuperado. Estava tão feliz, mas eu ainda queria ver como estavam meus amigos da outra época.

- Kagome, quer que eu volte para avisar todos que está tudo bem? – Inuyasha perguntou.

- Aham. – respondeu.

Bem, não era tão cedo que eu voltaria para lá.

Inuyasha se retirou da pequena sala.

- Kagome? Por que não vamos junto? – perguntei.

- Você precisa se recuperar por total. Ainda está fraca. Vamos passar apenas dois dias aqui, tá bom?

Assenti.

- Aliás, você dormiu quase três dias de novo. – comentou.

- De novo? – perguntou a Sra. Higurashi.

- É que houve umas coisas complicadas lá e Azumi ficou se recuperando por três dias. E aqui aconteceu a mesma coisa. – respondeu Kagome me guiando para a cozinha.

- Azumi-chan é uma pessoa muito forte. Se ela sobreviveu a um acidente de carro, ela pode sobreviver a qualquer coisa. – disse a Sra. Higurashi sorrindo para mim.

Sorri de volta e tomei um pouco de chá.

Continua...