- Como foi à escola hoje filho?

- O de sempre pai. Hoje pediram para preencher um relatório de... Alguma coisa sobre o que vamos fazer depois do Colégio.

Saito chega ao restaurante colocando a bolsa no armário e amarrando o avental. Já tinha passado em casa e trocado de roupa, sua calça preta e camisa branca, levava o material de escola para os momentos que não havia multidão pudesse fazer algum trabalho escolar. Principalmente agora que os tinha acumulados.

- E ai você já sabe o que vai fazer?

- Bem...ainda não sei direito...

- Hum!!

O Sr. Takasu levantou sua sobrancelha direita e fez uma cara duvidosa e Saito sabia o que era aquele “Hum!!” era tipo “aqueles sermões de palestra escolar anual”. Muito tedioso e sobre o futuro que não vai acontecer agora, e ele só ia absorver 5% de tudo, e olhe lá. Tudo ficou silencioso enquanto Saito limpava a bandeja e a manuseava pensando em um sermão inteiro que seu provavelmente vai lhe dar.

- Ah me lembrei! Sua mãe precisa te ver.

Saito se sobressalta dos pensamentos supostamente acusadores do seu pai.

- Você sabe o que é?

- Não, apenas me pediu para passar o recado.

Saito vai abaixando a cabeça no balcão do Bar com a bandeja embaixo do braço, onde o pai estava fazendo uns petiscos.

- Filho, não importa o que você decida-nos sempre vamos te apoiar.

E o Sr. Takasu sorri. E todos os pensamentos de Saito evaporam lentamente.  

“Pronto! Agora que vem o Sermão...”

- E depois... vamos falar sobre o que você vai querer fazer depois do Colégio, Saito Hiraga Takasu!

“Sabia que não tinha acabado...” Cai uma gota de Saito.

- Pai...

- Tá bom, mas depois quero conversar sério com você, mocinho!

- Nyaaaah! Uau! E por falar em coisas boas e sérias, esse prato que você está preparando está vindo lá do quarteirão!

- Não vai me ganhar assim! Ha-ha!Isso é golpe baixo.

Saito corre para o escritório do Restaurante, onde sua mãe toma conta da administração do Restaurante quando está mais vazio.

- Mãe?

- Pode entrar querido!

- Hum...papai disse que você queria falar comigo.

“Por favor, que não seja porque ainda não arrumei meu quarto, ou porque tem um monte de papel espalhado por ai. Tomara que também não seja que eu não fiz minhas tarefas...ou talvez... deixe-me pensar... não consigo me lembrar de mais nada de errado... Ah! Esqueci de dar comida pro Bichano de novo, com certeza aquele gato maldito vai me pegar da próxima vez” cai uma gota da cabeça de Saito.

- Não queria te contar antes de ir pra escola, querido, tudo bem? Parece concentrado?

- Ah não é nada...continue.

- Tá bom, como eu ia dizendo, não quis te contar antes da escola, porque se não você provavelmente não iria pra aula. Aqui, toma.

A mãe de Saito entrega um pedaço de papel para Saito.

- Ah... um guarnadapo... e?

- É o endereço da Família Valliére.

- É O ENDEREÇO DA LOUISE?

- Sim, nos primeiros dias, ela veio aqui e nos entregou o endereço para que qualquer coisa que precisássemos.

- Mãe! Você é a melhor!

- Agradeça ao seu pai por me lembrar que eu ainda tinha esse papel.

“Será por isso que ele estava tão preocupado com o meu futuro?”

- Tire o fim do dia de folga! Seu pai preparou alguns manjuus, os seus preferidos, estão na cesta lá perto do bebedor de água. Mande lembranças!

Antes que a mãe de Saito pudesse terminar de falar ele já tinha pulado os dois andares da escada, e já estava saindo do restaurante com a cesta de Manjuus.

“Isso fica a uns 30 minutos de trem daqui. Se eu correr, ainda da tempo antes de escurecer.”

Saito corre para a estação, e senta em uma das cadeiras tão eufórico, tão entusiasmado, tão apavorado.

- O que eu estou fazendo? O que deu em mim? Eu não posso fazer isso. “Oi! você não sabe mais eu te conheci em outro lugar, e nós nos apaixonamos. Vamos voltar como era em Tristan?”. _ Saito falou, sendo que só uma pessoa do seu lado, pudesse ouvir. Idiota! Idiota! Idiota!

- Realmente Idiota!

- LOUISE!?

- Fa-fa-fala baixo! Por favor!

Ela tampa a boca dele.

- Você fugiu? De novo?

- Si-sim.

- Devo perguntar por quê?

- Não.

- Devo perguntar como?

- Não.

- Devo perguntar pra onde?

- Também não.

- Ótimo! Vou embora então...Tchau!

“Garota orgulhosa e...”

- Nã-Não...por que você já vai descer?

- Vou voltar pra casa. Estava indo te ver, já te vi, e já que você vai fugir e não me falar nada, eu vou embora. Quando finalmente chegar a onde você quer, me manda uma carta e responde se é feliz assim!

- Sa-Sa-Saito... _ela começa a chorar_  Me de-de-desculpe.

- Louise, você é uma idiota!

Saito a abraça forte e ela se sente tão bem que acaba corando.

- Vem.

- Pra-pra-pra onde?

- Pra minha casa.

Ela se solta de seu abraço e começa a bater em Saito de leve.

- Nyaaah! Eu não vou pra sua casa! O-o-o que as pessoas vão pensar se me virem entrando na sua casa? O que seus pais vão pensar?

- As pessoas vão pensar que você é minha amiga, e meus pais vão entender.

Ele pega sua mão para que ela pare de bater nele e a única mala dela e desce na próxima estação para tomar o trem de volta para casa. Quando Saito disse que seus pais ia entender, pra falar a verdade ele viu um carro da S.W.A.T. invadindo o restaurante embusca da filha do Sr. Valliére. Mas ele ia dar um jeito para que tudo desse certo.

- Vai ficar tudo bem, eu protejo você. Confie em mim.