Silence escrita por Venomous Spider


Capítulo 2
Amor contido


Notas iniciais do capítulo

Kai POV's



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Eu não gostava de boates, definitivamente não gostava. O motivo? Simples, eu não era de beber e muito menos de me colocar naquela multidão de gente pra dançar. RukiUruha e Aoi já haviam sumido há muito e ficar sentado vendo Reita com aquele jeito de quem minha presença o incomodava... Bem aquilo magoava. 

Ele se mexia desconfortável, uma feição triste que praticamente me deixava tão triste quanto. Eu não sabia o porque daquilo, mas tinha os meus palpites... Eles se resumiam a um guitarrista loiro e um baixinho que haviam sumido juntos quando chegamos no local. 

Sabia que 
Reita não se abriria comigo sobre aquilo é claro, nós nunca fomos muito amigos mesmo. Ele era mais próximo dos dois cujo tinha a certeza eram o motivo de sua tristeza. Talvez ele tivesse o consolo de Aoi em momentos que o moreno estivesse por perto. Não o meu... Porque o meu? Desde o começo nós nunca fomos próximos, ele devia ver-me apenas como o bom rabugento que todos achavam que eu era. Um líder serio demais para poder bancar de amigo. 

Mas eu preferia que fosse assim... Não consigo me imaginar amigo de 
Reita. Tratando-o de uma forma que não atendia as minhas expectativas, tendo que conter impulsos, tendo que fingir, tendo que ouvir ele falar do... Ruki. Há sim, agradecia muito por essa parte. Não suportaria ser amigo do outro e talvez ter de escutar sobre as tristezas do baixista por causa outro. Escutar esse tipo de coisa o machucaria ainda mais, o tiraria o controle e provavelmente jogasse na cara de Reita o quanto o culpava por prestar atenção em Ruki quando o mesmo só tinha olhos para Uruha e ele estava ali, só tendo olhos para Reita.

Não passando muito tempo ele se levantou, disse que ia dançar, poderia ter usado as palavras “vou simplesmente me livrar da sua companhia”.

Assim que ele saiu pensei em simplesmente encher a cara. Só pra descontar a raiva mesmo. Afinal não era de beber, nunca fora. Porem tinha a estranha mania de transformar qualquer sentimento que fosse em raiva e logo após desconta-los na bebida. Achava o método eficaz... Mais eficaz que isso só se a bebida o fizesse esquecer mesmo, esquecer todos aqueles sentimentos, mesmo que por apenas alguns momentos. Maldita mentira humana de que a bebida fazia esquecer... Aquela desculpa só servia para ter o que culpar pelos erros de 
bêbado, nada além disso. 

Desisti de beber após recordar-me que estava de carro e que não poderia dirigir bêbado além de não ter quem me tirasse dali se esse fosse o caso. Deixei-me soltar um suspiro baixo, notando que 
Reita voltava para o seu lugar de antes...

–De volta? – Perguntei como quem queria saber o motivo. 

–Pois é. – Foi sua única resposta. 

–Sinal dos nossos amigos? – Eu não queria que o assunto morresse.

Aoi está dançando. 

–E 
Ruki? – Pergunta idiota, pergunta idiota.

–No banheiro... 

–Hum. 

– ... com 
Uruha

–Eles...? – Droga 
Kai e porque você ainda pergunta?

–É... Como se não tivessem lugar melhor. 

–Tudo bem? – Perguntei, mas sabia que não o devia ter feito. E
Ele não falaria sobre aquilo comigo, não comigo. Talvez ele nem quisesse falar daquilo, porque o estava forçando a aceitar o que lhe fazia mal?

–Como? 

–Nada... – Preferi encerrar o assunto, talvez assim não afundasse mais o clima em tristeza.

Nosso dialogo acabou como sempre... Como sempre, naquele silencio incomodo. O silencio que eu tanto odiava e que sempre parecia o melhor. O silencio parecia o melhor para que palavras não fossem ditas e que fizessem o sofrimento aumentar. Ainda assim, amaldiçoava-o. Por Deus porque o meu coração se apertava novamente? Droga! Dava mesmo era uma vontade 
insana de arranca-lo fora. 

Reita começou a beber... Provavelmente ele sim se renderia a bebida para disfarçar a tristeza. O por que Ruki? Porque fazer aquilo com ele? Mas o pequeno não era culpado não é mesmo? O culpado era o infeliz do destino... Aceitava tornar alguns felizes a custa de outros extremamente tristes... Os outros? Eu e Reita.

Ao pensar naquilo sentia uma imensa vontade de chorar, mas não faria aquilo ali... Não na frente de 
Reita. Iria embora, afogar as magoas no seu travesseiro, em sua casa. Já ia me despedir do outro quando me lembrei que ele veio ate a boate com Ruki. Este provavelmente não o levaria de volta... Nem ele e nem nenhum dos outros.

Por mais que naquele momento a necessidade fosse se livrar do outro. Não podia deixa-lo ali não é mesmo? Não podia deixa-lo se afundar na tristeza não merecida. 

Reita... – Chamei-o.

–Que? 

–Eu vou pra casa... Quer 
carona

–Não obrigado, eu não vou agora. 

–E vai ficar fazendo o’que aqui? Bebendo? Anda vamos, eu te levo. 

–Não precisa 
Kai

–Nenhum deles vai poder te levar depois e... 

–Eu pego um táxi. – Mas que droga, porque ele era assim? Não ia deixar, não ia deixar que ele ficasse ali enchendo a cara por causa do outro, não suportaria. 

–Que porra 
Reita, anda vamos logo. – Puxei-o pelo braço, sem me incomodar em avisar a nossos amigos que já estávamos indo. Como se eles quisessem saber disso. 

xXx

Voltávamos em silencio. Mais uma vez afundando no maldito silencio que tanto me machucava. Machucava e incomodava, não importava o quanto tentava ignora-lo. Ao meu lado, 
Reita parecia irritado... Alterado, por causa da bebida provavelmente e por culpa minha também. 

–Chegamos. –Disse. E ele provavelmente se sentiria bem em se livrar de minha presença. 

–Obrigado. –Foi a única coisa que disse antes de começar a se retirar.

–Consegue subir sozinho? –Mas ele não respondeu, e sem saber o porque de fazer aquilo, sai do carro, passando um dos braços por sua cintura.. –Eu te deixo la em cima. 

Caminho torturante ate seu apartamento, tempo torturante, silencio torturante... 

Peguei suas chaves abrindo a porta e colocando-o pra dentro, encostei a porta, e ajudou-o a chegar ate o sofá. 

–Precisa de alguma coisa?

–Não. – Ele disse ignorante. Eu o incomodava, sabia disso. 

–Sinto muito. – Disse, e já ia me despedir quando ele perguntou. 

–Pelo que? 

–Por... 
Ruki. – Não acredito que falaria sobre aquele assunto. Maldição Yutaka, apenas vá embora seu idiota.

–D-do que... você está falando? 

–Você... esta chateado não é? Por... 
Ruki e... Uruha

–Eu... Porque eu estaria chateado? Fico feliz por eles. 

–Sei... Está assim porque então? – Ele não podia mentir... Não quando tudo estava estampado em seus olhos.

E em um misto de impaciência ele me puxo em 
direção ao sofá em que estava deitado.

–Por causa disso aqui. 


Foi nesse momento que aconteceu uma das coisas que menos esperava em minha vida. Ele me beijou, e sim sentir os lábios dele sobre os meus era a melhor coisa do mundo. Um beijo intenso, quente, tão bom como nenhum outro seria. 

Agarrei-me aos seus braços, com medo de que aquilo fosse apenas algo de minha imaginação... Um sonho. Queria tanto aquilo que não acreditava que realmente estava acontecendo.

Ele se levantou, deitando-me no sofá, colocando-se por cima, afastando nossos lábios e seguindo para meu pescoço. Não podia compreender se o desespero maior da situação era dele ou meu, mas parecíamos dois animais 
afoitos. Ele se movia sobre mim e eu ficava cada vez mais “necessitado”, há alguns minutos atrás estávamos os dois com cara de poucos amigos e agora nos atacávamos com uma necessidade típica de um desejo contido a muito tempo. O que era realmente, pelo menos vindo de mim, parecia o mesmo por parte dele também.

Ele desceu sua mão para o meu membro coberto, 
massageando-o enquanto eu gemia, o som sendo contido apenas por causa de sua boca que mais uma vez me beijava. Aquilo era bom, haa era muito bom. E eu queria tanto, e como queria.

E em um gesto que me deixou totalmente confuso, 
Reita se levantou, sentando-se do lado oposto do sofá.

–Rei... 

–Agora não 
Kai-chan... Você está de castigo. 

–O...o’que? – Estava confuso, não era possível que ele fosse me deixar naquela situação. 

–Ninguém manda ser tão 
lerdo... Ruki, é cada uma que eu tenho que aturar. – Disse com um sorriso satisfeito nos lábios, aquilo fora algum tipo de vingança?

Há mas eu não deixaria as coisas daquela forma, não depois de tudo aquilo. Já que de alguma forma, o destino não parecia ser tão cruel assim. 


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Notas finais do capítulo

Depois de muito tempo que eu tinha prometido veio né? KKK
Espero que tenha ficado bom ^.^



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