I feel like we could be really awesome together
(Eu sinto como se pudéssemos ser ótimos juntos)
So make up your mind, cause it's now or never, oh
(Então se decida, porque é agora ou nunca, oh)

It's All Your Fault – Pink

Capitulo 4

Era um sábado de manha, havia poucos alunos na escola e Noelle só estava ali para cuidar de suas plantas, sabia que amanha começaria o campeonato de Kantou da equipe feminina, queria poder estar lá, mas tinha um compromisso marcado e não podia faltar de jeito nenhum. Soltou um suspiro quando viu que finalmente tinha terminado de fazer sua tarefa, recolheu todas suas coisas e levou até a estufa.

Quando estava indo em direção a saída, ficou surpresa em ver todos integrantes do clube de tênis ali, tanto feminino quanto o masculino, Tezuka não havia lhe dito que iria ali, na verdade, depois do dia que ele a levou para casa, vem agindo muito estranho, frio e sério, como na primeira vez que conversaram, mas dessa vez de um modo diferente, era como se quisesse afastá-la, porém achava que fosse por causa do campeonato de Kantou que estava chegando. Até as aulas de tênis que ele ia dar para ela todos os fins de semanas foram cancelados, já que ele deu a desculpa que tinha muita coisa para fazer até o começo do campeonato, Noelle não ligou muito para isso, porém mau ela sabia que ele estava a evitando por achar que fosse uma distração para ele.

A garota ficou olhando para aquele grupo conversando animadamente entre si, um sorriso pequeno surgiu em sua face, queria poder estar lá dando força para Saori e o restante do grupo, elas mereciam, já que sempre vinham o quanto duro elas treinavam. E estava super feliz por Saori estar namorando Fuji, mal sabia a garota que foi por alguns conselhos de Noelle que havia dado pra Fuji, quando o mesmo havia descoberto que Saori não namorava mais. Noelle ainda não entendia o porquê de todos virem pedir conselhos para ela, já que nem possuía nenhuma experiência, certo que saiu por alguns meses com antigo líder do clube de jardinagem, mas não passou de algo de momento. Na verdade ela estava começando a ter esse tipo de experiência com amor agora, e não estava indo nada bem, era o que ela pensava.

Noelle ao ver o olhar que Miho deu em Tezuka depois de dizer algo, fez com que uma irritação subisse pelo corpo e sua vontade era de ir até lá, dizer poucas e boas para ela, porém o que a deixou mais magoada ainda, foi o fato de Tezuka ter ajeitado seu óculo, para disfarçar que não tinha percebido aquilo e o olhar que ele lançou para a capitã do time feminino. Esperou todos fossem até as quadra, os seguiu sem ser vista, o que não foi uma boa idéia, pois o que vu a seguir só fez a sua irritação e a dor em seu peito doer mais ainda, a maneira de como Tezuka estava olhando para Miho depois que a mesma havia pousado a mão no ombro dele. Ela podia sentir que as lagrimas começavam a querer sair de seus olhos, não queria que ninguém visse isso, por isso olhou mais uma vez para o grupo que estava na quadra, pra ter certeza que ninguém havia notado a sua presença e começou a correr para fora da escola.

Correu até que não possuísse mais fôlego, tudo que queria era sair de perto daquela escola, parecia que haviam enfiado uma faca em seu coração. Em sua cabeça a única coisa que passava era desde quando Tezuka e Miho haviam ficado tão próximos, fuçava por toda memória a procura de algum indicio, porém nada veio, tinha certeza que os dois quase nunca havia trocados mais do que duas palavras e agora agiam assim, tão íntimos. As lagrimas teimavam em cair, olhou em sua volta e percebeu que estava longe o suficiente da escola e que não haveria nenhum conhecido ali por perto.

Avistou alguns metros de si uma playground que para sua sorte havia poucas crianças, caminhou até lá e sentou no balanço que era o distante dali, respirou fundo e começou lentamente a balançar, seus olhos estavam olhando para o chão, que não percebeu que alguém tinha se aproximado de si, apenas quando sentiu um par de mãos lhe empurrar pelas costas, tomo um tremendo susto que quase caiu do balanço, estreitou seus olhos para a figura que estava atrás e ficou surpresa ao ver quem era.

– Jade. – Noelle pulou do balanço para dar um abraço apertado no rapaz que ficou em choque. E sem entender ele sentiu que sua camiseta começava a ficar molhada e isso o surpreendeu, levou a cabeça da pelo queixo e viu que a mesma estava chorando.

– Noelle, o que aconteceu? - perguntou ele todo preocupado vendo assim.

A garota não soube dizer o porquê de ter voltado novamente a chorar, mas parecia que ao ver Jade, só fez com que a vontade de chorar voltasse. E o que mais precisava agora era de um abraço, o rapaz começou acariciar as costas da garota, numa tentativa de acalmá-la.

Enquanto isso na Seigaku os treinos todos os rapazes estavam cada vez mais pesado, Tezuka não queria admitir mais ficou aliviado quando a capitã do time feminino foi embora fazer sua corrida, mas o que estava preocupando o rapaz era que notara que as plantas dali tinham acabado de serem regados e isso só lhe dava idéia de que Noelle estava ali, só de pensar nela fazia com que seu coração começasse acelerar, parecia que não estava adiantando muito manter ela afastada, e dava graças por a mesma não vir lhe perguntar o motivo da repentina mudança de comportamento por parte e nem de ficar perguntando quando eles voltariam a treinar.

Olhou para sua prancheta e notou mais algumas coisas, antes de acabar com o treino por ali, queria que todos estivessem bem descansados para amanha, onde iriam dar apoio para as garotas, foi até o vestiário, arrumou as suas coisas e saiu da escola em direção a estação do metro, só que no meio do caminho se encontrava o playground na qual Noelle estava e Tezuka não acreditava no que seus olhos viam, Noelle abraçada com um rapaz que Tezuka havia se esquecido do nome e também não fazia a menor questão de se lembrar, mas o que lhe chocou mais ainda foi o que aconteceu em seguida, o rapaz parecia que estava preste a beijar Noelle. Tezuka queria no fundo que ela se afastasse do rapaz, porém não fez isso, ela simplesmente deixou ser beijada por ele.

Aquilo foi demais para o capitão que voltou a fazer seu caminho em direção a estação, dentro de si parecia que havia um turbilhões de sentimentos passando, não sabia dizer o que realmente estava sentindo, era magoa, raiva, ciúmes, era muitos sentimentos para alguém que nunca havia sentindo isso antes.

Noelle arregalou os olhos quando sentiu seus lábios serem selados com outros, e por instinto o afastou de si e o olhou meio que irritada.

– Porque você fez isso. – gritou a garota furiosa.

– Eu... Desculpe-me, foi coisa de momento. – jade não sabia dizer realmente o porquê de ter feito aquilo.

Noelle se afastou do rapaz sem dizer mais nada, foi pela a mesma direção que Tezuka, porém não adentrou na estação, não estava com cabeça para agüentar falatório, correu até o ponto de ônibus e entrou no primeiro que apareceu, não fazia a menor idéia para onde ele iria, apenas tinha a vontade de fugir de tudo e todos.

Demorou alguns minutos até que o ônibus chegasse no próximo ponto, desceu ali e olhou a sua volta para se certificar em que bairro se encontrava e suspirou aliviada ao perceber que era um bairro próximo ao seu, então não seria ruim fazer uma caminhada até a sua casa.

Em sua mente as imagens de Tezuka e Miho vinham sempre à tona, parecia que sua consciência queria atormentá-la, como se quisesse demonstrar que tinha lhe avisado sobre algo. Parecia que nem o beijo que jade havia lhe dado fazia com que se esquece completamente dos dois.

Foi uma longa caminhada até a sua casa, adentrou na mesma e constatou que não havia ninguém ali, então se lembrou que seus pais tinham ido para a casa de seus avôs, e um arrependimento estava começando a bater nela, deveria ter ido, deveria ter deixado que outro aluno cuidasse dos jardins da escola. Seu peito doía, era como estivessem enfiado varias facas ali e depois tivesse pisado nele.

Foi até seu quarto, olhou para o notebook em cima da cama e não tinha nenhuma vontade de falar com ninguém, por isso o colocou em cima da mesa onde era seu devido lugar e se jogou na cama, ficou com a cara no colchão para abafar os soluços que começavam a sair, havia começado a chorar novamente.

Sabia qual era seu motivo de não ter confessado seus sentimentos para ele, temia perder amizade dele e que não fosse um amor correspondido, mas isso já estava acontecendo sem ao menor se confessar com ele, a amizade entre ambos estava estranho e abalado, e o que ela mais temia que era o amor não correspondido, aprecia que foi constatou hoje na escola, quando os viu juntos.

Chorou até adormecer, só acordou quando ouviu e sentiu seu celular vibrar e começar apitar avisando que uma nova mensagem havia chegado, tateou as mãos em sua calça a procura do celular, até que o encontro, com muita dificuldade consegui retirar do bolso e o levou até em frente ao seus olhos. Clicou no botão de abrir a mensagem, nem tinha visto de quem era o remetente, ela teve que piscar os olhos varias vezes para conseguir ler.
Saori: Noelle, onde você esta garota?

Noelle leu e releu a mensagem até que resolveu responder.
Noelle: Estou em casa, por quê?

Clicou em enviar e esperou pela a resposta da amiga que não demorou a chegar.
Saori: Oh por nada, é que eu não tive na escola hoje e achei estranho você não ter entrado ainda no MSN. Fiquei preocupada.
Noelle: desculpa, eu fui para escola sim, mas acho que acabamos nos desencontrando e saori o que esta fazendo agora, esta em sua casa? Preciso te devolver a sua raquete.
Saori: você não precisa me devolver agora, ou se esqueceu que tem seus treinos com o Tezuka?
Noelle: não estamos mais treinando, e perdi o total interesse no esporte. Então você esta em casa sim ou não?
Saori: nossa, o que aconteceu? E sim estou em casa.
Noelle: não aconteceu nada, só percebi que esse esporte não é para mim. Ok daqui a pouco estarei ai.

Noelle esperou mais um pouco para ver se Saori iria lhe responder, porém a mensagem não veio, deixou o celular na cama e se levantou, caminho até seu guarda roupa e pegou as primeiras peça que viu pela frente. Andou até o banheiro e se assustou ao ver sua imagem no espelho, seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar, seu cabelo todo bagunçado, suspirou e voltou sua atenção para o chuveiro.

Tomou um banho rápido e se vestiu, pegou a raquete de Saori e saiu de sua casa, enquanto caminhava pensava o que seria melhor, ir andando ou de ônibus, preferiu ir andando, seria bom uma caminhada, talvez isso lhe tirasse algumas lembranças.

Demorou um pouco até chegar à casa de Saori, estava muito cansada e com muita sede, não imaginava que a caminhada fosse tão exaustiva assim, tocou a companhia e esperou pacientemente pela a morena, que ao abrir o portão e dar de cara com a amiga sorriu.

– Você demorou sabia?

– Desculpa, Sá, é que eu vim andando. – respondeu Noelle abrindo um sorrisinho e logo estendendo a raquete para amiga.

– você veio andando? – saori não acreditava no que tinha ouvido, como assim, ela veio andando, suas casas eram longe uma da outra. Olhou perplexa para a garota sua frente e estava custando acreditar naquilo.

– eu vim andando sim, e aqui esta a sua raquete, obrigada por ter me emprestado. – empurrando a raquete em cima da garota que pegou sem dizer nada. – bem, eu já me vou tenho algumas para fazer.

– Espere, Noelle, você tem certeza que não quer ir ao campeonato amanha? Todos os meninos estaram lá, até mesmo o Tezuka. – disse Saori para ver se amiga mudava de idéia, Noelle por outro lado ao ouvir o nome de Tezuka, teve que fazer o possível para não fazer nenhuma careta na frente da amiga, não queria falar sobre o assunto.

– Sinto Muito, mas eu tenho muita coisa para fazer e meus pais viajaram. Bem, por sorte amanha Saori, te desejo que você ganha da tachibana. E claro que vocês ganhem o campeonato, vocês meninas merecem. – disse Noelle dando um beijo rápido na bochecha da amiga e sai correndo pela rua que tinha vindo antes, queria voltar para sua casa logo. Saori apenas viu o vulto da sua amiga sumir pela rua, deu de ombros e voltou para dentro de casa, tinha que descansar para amanha, claro, se ansiedade deixasse.

Noelle não acreditava que já quarta feira, de como havia passado super rápido o domingo e o feriado. Sua cabeça estava encostada contra o vidro da sala de aula, não havia muito alunos ali, ainda era cedo, seus olhos olhavam atentamente para cada aluno, como se involuntariamente estivesse procurando alguém, abriu um sorriso ao ver Momoshiro e Kyara passarem sorrindo um para outro, porém o que a deixou intrigada foi que Fuji estava sozinho e quando Saori passou em frente, simplesmente a cumprimentou normalmente. Afastou a cabeça e ficou olhando intrigada para Saori que parecia triste, precisa saber o que havia acontecido, já que ficou sem entrar na internet e com seu celular desligado, já que havia perdido o carregador.

O som de uma cadeira se afastando ao seu lado, fez com que virasse a cabeça automaticamente e se deparasse com Tezuka ali, olhou de cima para baixo e depois desviou o olhar para qualquer outro ponto.

– Ohayo Maeda. – ele disse depois de alguns minutos em silêncio, mas foi por educação, estava bravo com ela, depois que tinha visto no parque.

– Ohayo Tezuka. – ela disse sem olhar para ele, a lousa estava muito mais interessante olhar do que para o garoto ao seu lado.

Tezuka arqueou um das sobrancelhas, ela estava agindo muito estranho, não havia usado o sufixo Kun como sempre fazia e muito menos lhe deu o sorriso que sempre lhe dava. Parecia que ela estava magoada com algo, porém não disse mais nada, se sentou em sua cadeira e esperou pacientemente pela chegada do professor.

Noelle ficou agradecida por ele não falar mais nada, ainda se perguntava o porquê de ter aparecido na escola hoje, poderia dar uma desculpa qualquer, mas se lembrou o porquê veio, hoje tinha aula de inglês e odiava faltar na aula.

A professora demorou mais do que devia, mas quando veio trouxe consigo um radio e vários CDS na mão, todos os alunos olhou intrigado para ela que tratou logo de ir explicando, que hoje teriam uma aula um pouco diferente. Eles iriam ouvindo as musicas e as traduzindo, claro que ela ajudaria quem tivesse dificuldade. Noelle abriu um sorriso enorme, talvez isso fosse ocupar a sua mente e apagar em sua mente as memórias de sábado.

A primeira musica foi à professora que escolheu, e quem conseguisse traduzir pelo menos metade dela, poderia escolher a próxima. A primeira foi muito fácil de traduzir para Noelle, já que tinha visto a tradução antes, isso lhe deu o direito de escolher a próxima musica, a garota se aproximou da mesa e ficou olhando para os vários CDs que tinha ali, até que viu de uma banda que era sua favorita. Olhou para a professora e depois para o cd em sua mão, não acreditava que aquela senhora curtisse.

– A senhora curte Bon Jovi? – perguntou Noelle incrédula

– Oras minha querida, essa banda é da minha época. – respondeu a professora com um sorriso no rosto. – E vejo que tem um bom gosto musical senhorita Maeda e qual vai ser a música? – Noelle olhou para as faixas que possuíam no cd e encontrou a música perfeita apontou com o dedo e a professora concordou com a cabeça, Noelle voltou para o lugar e esperou ansiosamente pela musica.

A professora colocou o cd no rádio e mudou até a faixa doze e a musica começou a rodar, Noelle cantava baixo apenas para si, acompanhando perfeitamente o ritmo da musica, enquanto escrevia no caderno a tradução da musica e começou a reparar melhor nela, e agora o arrependimento de ter escolhido essa musica começou a bater e preferiu não continuar mais a tradução aquilo era para acabar com ela. Tezuka ficou surpreso quando traduzia a música escolhido por Noelle, olhou do papel para ela e reparou que a mesma não estava traduzindo e sim com os olhos bem distantes enquanto olhava para janela. Ele percebeu que aquela musica parecia combinar com ele, quando se lembrou da cena do beijo de Noelle e do rapaz de cabelos verdes. Finalmente a musica acabou, a professora esperou por alguém que houvesse traduzido a musica, e para o espantando da professora não foi Noelle e sim outro aluno.

Noelle desistiu de traduzir o restante das outras musicas, pois sempre falavam de amor ou algo parecido e isso estava a deixando irritado, para sua sorte o sinal tocou, levantou da sua carteira e saiu da sala apressa fazendo com que esbarrasse em alguém, quando olhou para a pessoa a sua frente para pedir desculpa viu que era Saori e Noelle notou que a mesma estava com os olhos cheios de tristeza.

– Aconteceu alguma coisa Saori, você me parece... Triste.

– ...

– Saori! – Noelle começou a sacudi-la, parecia que a garota estava em outro mundo.

– Oh Noelle é você, aconteceu alguma coisa? – disse Saori depois despertar.

– Aconteceu algo para você estar assim? – Noelle estava estranhando o comportamento da amiga que sempre era espontânea, feliz.

– É que eu e o Fuji brigamos. – desembuchou Saori sem enrolar.

– Eh? Porque? – quando Noelle fez essa pergunta saori começou a contar tudo que aconteceu no campeonato e depois disso. Noelle ouvia tudo atentamente e tentava se por no lugar da garota, depois de ouvir a historia toda, Noelle respirou fundo e falou : Sabe, Fuji tem motivo sim para ficar bravo com você, porém ele tem que se por no seu lugar, não faz tanto tempo assim que você terminou com Oshitari, é normal Saori você sentir saudades dele, quem não sente falta de algo que fez parte da sua vida por tanto tempo. Não se preocupe, tenho certeza que o Fuji vai voltar a falar com você.

– Eu não tenho toda certeza disso, Noelle, você não viu o modo como ele saiu bravo da casa de Kyara e como esta me tratando hoje. – disse Saori que segurava as lagrimas para não cair. – Mas me deixa ir, tenho aula de química.

Noelle apenas soltou a garota e concordou com cabeça, voltou para a sala e pediu desculpa para o professor por ter chegado atrasada. As aulas passaram voando e já estava na hora dos clubes fazerem as suas tarefas do dia. A líder do clube de jardinagem estava concentrada em cuidar das suas plantas e que não viu a hora que Fuji se aproximou da mesma.

– Maeda, até que fim eu te achei. – disse ele com seu costumeiro sorriso.

– Ah Fuji, tudo bem? – perguntou a garota inocentemente.

– Acho que você deve saber da minha briga que eu tive com Saori.

– Ah to sabendo e no que posso ser útil? – perguntou enquanto voltava a regar das plantas.

– O que você faria se fosse com você? – aquela pergunta havia pegado a garota de surpresa, achava que ele fosse pedir outra coisa, ela colocou o regador no chão, ajeito os cabelos e respirou fundo.

– Sabe Fuji, eu até entendo o motivo de você ficar bravo, mas você sabe que não faz tanto tempo assim que ela terminou um relacionamento, é normal ela sentir saudades dele, quando o visse. – Noelle dizia enquanto se abaixava para arrancar um mato que estava começando a nascer ali, e sabia que o rapaz a trás de si estava a entendo. – Fuji, não tão fácil para uma garota esquecer alguém, e você deveria estar contente, pois em nenhum momento ela me mencionou sobre o Oshitari, muito pelo contrario, só falava de você. Então o que realmente aconteceu com ela foi uma saudade passageira, pois é de você que ela gosta e se você soubesse a quanto magoada esta por causa disso, não ficaria fazendo birra. – Noelle agora tinha toda sua atenção voltada para o rapaz, enquanto o via pelo canto do olho percebeu que ela estava pensando em suas palavras.

– Você está certa, obrigada. – disse ele abrindo seus olhos, mostrando sua cor. Noelle apenas concordou com a cabeça e deu um tchau com as mãos, achando que ele ia embora, porém não foi. – Noelle, você gosta do Tezuka? - Noelle ficou tão surpresa com a pergunta que acabou caindo em cima das plantas, com ajuda de Fuji conseguiu se levantar, estreitou seus olhos para o rapaz e pensava na pergunta dele, se recusava a dar qualquer resposta, cruzou os braços e olhou em outra direção que não fosse nos olhos de Fuji que pareciam que viam toda verdade ali. – Vejo, então você gosta dele.

– Eh? O que? Como assim? – agora ela estava sacudindo os braços para cima como estivesse indignada com as palavras dele, Fuji abriu um sorriso que muitas vezes Noelle tinha a vontade de voar no pescoço do rapaz.

– Noelle, você é tão fácil de ler. – disse o rapaz dando meia volta, para ir até a quadra. – Ah, você deveria se confessar para ele.

A garota olhava perplexa para o rapaz que sumia da sua vista, quanta ousadia por parte dele, queria ter palavras para rebater e dizer que era tudo engano, mas parecia que sua mente estava querendo brincar com ela, fazendo com que todas as palavras sumissem. Balançou a cabeça e voltou a cuidar das plantas, aquilo era mais importante.