Coincidência Ou Ironia Do Destino?? escrita por BarbaraRodrigues


Capítulo 5
Capítulo 6 - Minha tarde


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, boa leitura.



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Eu estava me sentindo melhor! Vamos dizer assim...

Entrei naquela miniatura de casa e fui logo sentando no sofá.

–- você quer alguma coisa pra beber? – Bernardo falou me tirando dos meus pensamentos.

–-não vai me dizer que aqui tem geladeira? – falei e comecei a rir.

–- geladeira não, mais tem frigobar –ele disse se gabando.

–- só você mesmo pra ter isso aqui, um metidinho – falei com o tom de bom humor.

–- huumm, eu moro naquela casa ali do lado, então eu fiz daqui o meu refugio. - ele disse apontando para uma casa enorme vamos dizer assim e linda.

Ele estava tentando me fazer esquecer um pouco do que aconteceu há 15 minutos, mas era impossível. Ficava martelando na minha cabeça que eu não teria mais aquele “tão” esperado estagio. Mais uma coisa na minha pequena lista de coisas que eu não faço mais por causa de Antonio. A 1ª era dançar, a 2ª ter magoa de alguém e a 3ª era não ter um estagio mais pra fazer.

–-então, me diz por que você saiu daquele jeito da empresa? - Bernardo disse me tirando completamente de meus pensamentos.

–- érr... vamos deixar para outro dia falar sobre isso. – eu não iria falar da minha vida com uma pessoa que eu mal conhecia.

–-sabia que eu sou muito curioso?

–- e sabia que a mulher ser curiosa é feio e o homem ser curioso é pior? – falei e dei uma risadinha de lado.

–-vai me dizer que você não é curiosa?

–-só um pouquinho, nada muito exagerado.

–- a ta, vou acreditar.

Ficamos em silencio e o celular dele começou a tocar. Mais parecia que ele não iria atender. Tocou mais uma vez e depois parou, mais logo começou a tocar de novo.

–- ei, atende logo esse celular – falei já me estressando.

–- eu não vou atender.

–-por quê?

–-curiosa... É a Gabriela, só que ela me tira do serio, eu não agüento mais. – ele começou a desabafar.

–- pode atender, eu vou lá pra fora, depois eu entro quando acabar.

Estava saindo mais ele me segurou.

–-eu não quero atender. – ele disse e eu voltei para o mesmo lugar que estava.

Ele não atendia, e ela não parava de insistir em ficar ligando.

–-então desliga esse celular, ou então eu mesma vou atender. –falei já perdendo a paciência.

–- pode atender. –ele simplesmente falou como se fosse à coisa mais normal do mundo.

Peguei o telefone e esperei ela ligar de novo, no primeiro toque já atendi.



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Inicio da ligação:

–- onde você esta, Bernardo, já te liguei um monte de vez e nada de você atender, me fala agora onde você esta. – pela voz dela parecia que ela estava cuspindo fogo de onde ela estava.

–-ei, aqui não é o Bernardo não.

–- quem que esta com o telefone do meu namorado? – nessa hora coloquei no viva-voz.

–- é a Manuela, conhece? É a garota da sua sala.

–-porque você esta com o celular dele? – agora parecia que ela ia estourar de tão nervosa.

–-porque ele cansou de ficar escutando essa sua voz enjoada e deixou o telefone comigo, alias eu também já cansei de ficar escutando essa sua voz, então tchau, e não fica ligando mais não, porque não é o Bernardo que irá atender. Beijos.

Ligação finalizada.



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–- você sabe que amanha você vai ter muita dor de cabeça né? – falei entregando o celular pra ele, e morrendo de rir. Ele me acompanhou no riso.

Depois ficamos em absoluto silencio e isso fez com que todos os meus pensamentos ruins voltassem com força, para minha mente, eu estava planejando que com o dinheiro do estagio iria voltar a dançar, mais na verdade o que dançou foi o meu estagio.

Ficamos mais ou menos uns 10 minutos em silencio.

–- você desistiu de fazer o estagio? – mais uma vez ele me tirou dos meus pensamentos, e parece que o que eu falei com a Gabriela adiantou, pois ela não ligou de novo.

–- vou ver com a diretora se tem como mudar de empresa, ou ver se tem como cancelar esse estágio.

–- não queria cortar o seu barato não, mas o estagio é obrigatório e a diretora é muito chata, e eu acho impossível você conseguir mudar de empresa – ele disse isso e acabou com minha esperança.

–- não custa nada tentar né. – falei mais pra eu acreditar do que ele.

–- você é sempre otimista mesmo?

–- eu tento. –falei com um suspiro que nem eu mesma acreditaria em mim.

–- então, me fala o porquê de não querer fazer estágio na empresa do seu pai e do meu pai? Quer dizer a tanto tempo que eles são sócios e eu nunca tinha te visto por lá, com o Antonio.

–- eu nem sabia se quer o nome da empresa do Antonio, e, por favor, quando for se dirigir entre mim e ele não menciona a palavra “pai”, por favor – falar essa palavra me fazia arrepiar e estremecer toda.

–- mais por quê? É isso que eu não entendo. – ele perguntou com o tom de confusão em sua voz.

–- eu tenho meus motivos.

–- poderia saber quais são?

–-você vai mesmo ficar insistindo? – perguntei pela ultima vez, eu não estava mais agüentando ele ficar falando na minha cabeça, sobre esse assunto, eu não queria me desabafar com um estranho, quer dizer eu mal o  conseguia, mais  ele me passa uma confiança que ninguém jamais me passou.

–-até você me falar o porquê disso tudo. –ele disse com muita convicção que não desistiria fácil.

–- você é muito curioso sabia?

– sabia que já me chamaram de coisa pior? – ele perguntou e deu um sorriso bastante irônico.


Silencio, não falei mais nada, eu acho que ele estava começando a desistir, mais minha felicidade durou pouco.

–- então eu estou aqui com você, e não faço a mínima idéia porque você estava naquele estado quando eu te encontrei, mais se você não quer falar tudo bem mais acho que merecia ao menos uma pequena explicação. - ele falou, e eu já não estava agüentando mais ele ficar me cobrando explicações.

–- ta Bernardo, você venceu por insistência.

Ele abriu um sorriso.

–- eu só não te peço pra me levar para minha casa, porque eu não estou a fim de escutar as intermináveis lições de moral da minha mãe, e eu não estou a fim de ficar sozinha.

–- eu sei que você esta adorando minha companhia. - ele disse se achando.

–- dá pra se achar menos, por favor, eu só estou aqui, porque não tenho companhia melhor.

–- você é sempre sem educação assim?

–- só com quem merece, mais agora quer ou não quer saber da minha tão preciosa vida?- perguntei com a voz mais sarcástica e irônica do mundo.

Ele fez gesto que era pra me continuar a falar.

–- então o Antonio é meu pai, meu e da minha irmã de 8 anos, ele se separou da minha mãe há mais ou menos uns 5 anos, ele largou minha mãe para ficar com uma vagabunda qualquer, então desde quando eu descobri eu tenho essa magoa, e coloquei na minha cabeça que eu não preciso dele para nada e muito menos do dinheiro dele.

–- então é por isso, que você fez a prova para bolsistas?

–-descobriu sozinho? - perguntei e comecei a rir.

–- hahaha muito engraçadinha, então sua Irma também tem essa magoa toda com ele?

–- não minha irmã era bem pequena e não entendia nada, e ele é o melhor pai para ela.

–- então você desistiu do estagio por causa dele? Ate parece que você é burra Manu, você fez uma prova pra saber qual empresa você estagiaria, isso é mérito somente seu.

–- no fundo eu sei disso, Bernardo, mais eu não sei sabe? Se eu quero ficar no mesmo ambiente que ele por algumas horas, já basta ter que fingir ter um pai nos dias de visita.

–- essa magoa só faz mal a você mesmo.

–- você não imagina quantas vezes eu já escutei isso. – falei mais não respondendo ele e sim a mim mesma, ele tava certo, eu não podia desistir de tudo o que conquistei.

–- então, cadê aquele papo de Positividade sempre de hoje de manha? – ele falou me tirando de meus pensamentos.

–- agora ta difícil viu mais você está certo, eu não vou desistir de fazer esse estagio por causa dele, é só eu ignorar como eu sempre fiz, só ignorar.

–- que bom, quero só ver, meu pai quer que eu comece a trabalhar, e com você lá vai ser mais um motivo para eu querer começar a trabalhar lá.

–-então vamos ser colegas de trabalho? – perguntei com um humor bem melhor.

–- vamos sim, então essa magoa que você tem dele é só por causa da separação de seus pais?

–- não, não só por isso. – falei com a voz mais triste do que eu desejava.

–- então me fala?

–- porque antes de tudo isso acontecer ele era o meu herói sabe? Ele me apoiava em tudo, e tinha uma coisa que era minha vida, ainda é, ele que me ajudava e me apoiava, mais numa dessas ele não pode comparecer porque tava com a vagabunda da mulher dele e me deixou de lado.

–- que coisa é isso? – ele era muito curioso.

–- se eu te contar teria que te matar – falei rindo.

–-essa vagabunda que você fala é a Raquel?

–-não sei o nome da piranha não mais deve ser essa mesmo, como que você conhece?

–- intermináveis coquetéis.

–- agora eu falei da minha vida para uma pessoa estranha, uma coisa muito difícil de acontecer. Sinta-se honrado. – falei e comecei a rir.

–- estou muito honrado, por ter certeza - ele falou e rui também.

–- agora é a minha vez das perguntas. – eu não iria somente responder as perguntas, lógico que também iria saber da sua vida, já que eu contei tudo para ele, quer dizer quase tudo.

–-é um interrogatório?- ele perguntou com um sorriso de canto de boca.

–-não exatamente, mais o que você estava reclamando hoje na hora do intervalo? Você falou alguma coisa que não escutei.

–-ah, então você ficou me vigiando? Você disse que não era curiosa. - ele perguntou e sorriu.

–-eu disse que eu não sou muito curiosa e sim apenas um pouco e hoje de manhã essa “pouco curiosidade” me fez prestar atenção só isso. –me expliquei par a ele.

–- eu não estou suportando a Gabriela, ela ta muito possessiva sabe, ela acha que é minha dona, ela muito mimada. Ela não quer que eu converse com meus amigos.

–-então porque ta junto com ela ainda? – me interessei nesse assunto.

–- eu já tentei terminar com ela umas 10 vezes, mais ela não deixa, ela fica me perseguindo sabe, e qualquer menina que chaga perto de mim ela apronta maior escândalo.

–- que amor é esse em?

–- eu não gosto dela - ele disse se explicando.

–- então porque ta com ela? – eu queria saber, porque não fazia sentido, namorar com uma pessoa que não se gosta.

–- ta querendo saber de mais não ta não?

–- você ficou insistindo para me falar da minha vida e eu falei, agora é a sua vez de falar.

–- mais você não me falou tudo – ele me olhou, mais eu não falei nada – é coisa de homem, no inicio quando eu beijei ela há uns dois meses atrás era só por causa do corpo dela, só que essa menina grudou em mim, aí eu comecei a namorar com ela, pra ver se ela desgrudava mais ficou foi pior, e nesses dois meses e pelo menos uma vez por semana eu tento terminar, mais ela é muito insistente.

–- então se você não terminou com ela, é porque no fundo você gosta dela, né? não tem como uma pessoa ficar com a outra apenas por insistência.

–- ah se você a conhecesse saberia que tem sim, eu tenho um carinho por ela, mais gostar eu não gosto não, pode ter certeza que eu gosto mais de você.

–- você nem me conhece direito.

–- eu só não sei do motivo, mas o resto sim. – ele falou se achando.

Ficamos conversando mais,e ele era uma pessoa boa, mais ele tem a frase “ pego e não me apego”, como lema de sua visa, perguntei se ele já tinha traído a Gabriela e ele falou que tinha, mais ele falou que quando ele realmente gostar ele era capaz de tudo.

Conversar com ele me dava uma paz interior que eu não sei explicar, era fácil conversar com ele tanto quanto respirar, por mais que já deu pra perceber que ele era galinha eu sentia uma confiança muito grande eu sabia que era errado e muito inviável confiar nele assim, mais era mais forte. Perdemos a noção do tempo e quando olhei as horas já eram 18:00.

–- nossa tenho que ir embora - falei levantando e desligando a televisão que tinha lá. Ele levantou e saiu mais ele parou e se virou pra mim.

–-espera a Gabriela está na porta da minha casa - ele falou.

–- vai lá, eu posso ir embora sozinha.

–- sabe eu tenho um carinho por ela, mais chega eu não quero mais, e eu vou te levar embora, vamos descer.

–-não, você desce e assim que ela sair eu desço, não quero confusão.

Ele não falou nada e desceu. Fiquei na porta para ver o que ia acontecer, não dava para me ouvir, mais ela chegou o abraçando e ele se afastou, depois ela começou a dar um chilique lá, sentou no chão, chorou e tudo mais. Depois de meia hora ele subiu.

–- vamos?

–- ate que enfim.

Entramos no carro dele e eu fui explicando o caminho para ele.

–- você tem quantos anos? - eu perguntei do nada.

–- 17 por que?

–- e dirige? - ele sorriu de lado e balançou a cabeça – ah é eu esqueci que você é playboyzinho.

E rir também. Ficamos conversando até chegar na minha casa, não era tão longe. Nos despedimos e eu entrei, cheguei em casa e já era 19:00. Minha mãe estava calma, eu achei que a encontraria quase explodindo.

–- nunca mais faz isso Manuela, você sabe o tanto que eu fiquei preocupada? Seu pai me ligou e disse que você saiu de lá em um estado deplorável, tentei te ligar e nada, só consegui me acalmar depois que me ligaram e disse que você estava com o filho do Ricardo.

Expliquei tudo para minha mãe,falei o que tinha decidido, que era não desistir de fazer esse estagio e ela me apoiou muito e ficou muito feliz, perguntei pela Duda, mais ela tinha ido dormir com o meu pai, temei um banho e depois fui jantar liguei para a Bia para saber como que foi o estagio e ela falou que adorou, contei para ela meus planos de voltar a dançar e eu a imaginei dando pulinhos onde ela estava, ela me disse que a Gabriela tinha ido atrás do Bernardo na empresa, e eu contei para como que foi o meu dia, ela disse que como eu aceitei esse estágio era uma passo para essa magoa acabar, mais eu acho difícil, depois desse dia eu deitei e dormir feliz.



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Notas finais do capítulo

...



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