Two Rabbits escrita por Indy Kaulitz


Capítulo 3
talking




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No caminho para casa Bill tinha muitas coisas na cabeça mais o que predominava nos seus pensamentos nesse momento não era o irmão sentado ao seu lado e sim a estranha maneira que Harry e Draco estavam se olhando durante toda a noite. Não se lembrava de já ter visto Harry olhando para Draco antes, é claro que estavam convivendo apenas há uma semana e meia mais ainda assim eles teriam trocado al menos algumas palavras já que se conheciam, talvez Harry não goste dele já que este parecia estar muito incomodado com a presença do outro, Draco por outro lado não tirava os olhos do moreno.

Tom: No que está pensando?

Bill olhou surpreso para Tom, não esperava que ele se falacem pelo menos até o próximo ensaio depois de tudo o que aconteceu, ainda estava aborrecido pela atitude dele mais não podia deixar de se sentir bem quando pensava que Tom devia se importar com ele nem que seja um pouco já que bateu em um cara enorme por sua causa. Bem talvez Tom só achasse que devia fazer isso, defender seu irmão quando era claro que ele mesmo não podia fazer isso.

Bill: Só pensando.

Tom suspirou e olhou pela janela do taxi reconhecendo a rua, não estavam muito longe do bairro onde moravam.

Tom: Você contou pra ele.

Bill: O que?

Tom: Contou pra ele o que estava acontecendo com você. Você conhece o cara há duas semanas, por que contou pra ele e não contou pra mim?

Bill: Harry tem sido meu amigo desde que comecei a estudar piano, na semana passada nós só... nos aproximamos.

Tom: Eu sou seu irmão.

Bill: É você é meu irmão mais você não me conhece.

Tom: Ele conhece você?

Bill: Ele me conhece melhor do que você. Não sei se notou mais essa é a primeira conversa de verdade que nós temos desde que você chegou, você não sabe nada sobre mim ou sobre a minha vida e fez questão de não se interessar, eu não vejo por que eu deveria contar pra você qualquer coisa quando você na verdade nunca quis ouvir.

Tom: Você não sabe nada sobre mim também, está me julgando sem me conhecer. Você tem ideia do que eu senti quando cheguei aqui?

Bill: Eu acho que tenho, ao contrario do que você acha eu pensei muito nisso quando você chegou aqui, na noite em que você disse que não me conhecia entre outros impropérios. Eu pensei como deveria ser difícil perder o pai e ter que deixar o lugar onde mora e todos os amigos, ter que ir pra um país estranho e viver com uma mãe que não conhece e um irmão de quem não se lembra. Eu realmente pesei nisso então achei que você precisava de um tempo pra se ajustar mais depois de uma semana você ainda agia como um idiota e eu pensei que talvez você se sentisse sozinho então apresentei os caras da banda pra você e você contou pra eles que tocava guitarra, eu ignorei o fato de você não ter contado isso pra mim e convenci a mamãe a fazer um empréstimo pra que você pudesse estudar musica também mais depois de 5 meses você ainda agi como um idiota. E você Tom, tem alguma ideia de eu me senti quando você chegou aqui?

Tom olhava para o irmão com os olhos vidrados, não pensava que Bill realmente tinha levado em consideração tudo isso e, era ruim admitir que não pensou realmente em como era a vida dele antes de chegar aqui.

Tom: Eu não... eu.

Bill: É claro que não, você tinha seus próprios problemas, eu sou só o garoto esquisito que mora com você. Se você tivesse pensado um pouco talvez considerasse que eu me lembrava de você, que eu pensava em como você seria se algum dia eu visse você de novo, que eu fiquei muito ansioso quando soube que você estava vindo pra cá, que eu realmente achava que você queria me ver tanto quanto eu queria ver você.

Bill encarou a nuca do motorista e usou toda a sua determinação para conter a lagrima se formava no canto de seu olho esquerdo, tinha que parar de falar ou acabaria falando de mais, o problema é que isso tudo esta preso a tempo de mais e uma vez que começou a colocar pra fora é muito difícil parar.

Bill: Você nunca pensou em como eu me senti quando o irmão que eu sempre quis conhecer me disse que não se lembrava de mim.

Quando a lagrima teimosa finalmente escorregou pela face o taxi parou e Bill saiu do carro antes que Tom pudesse dizer qualquer coisa.

-x-

Harry: Você está horrível.

Bill: Obrigado, você também.

Bill se aproximou de Harry no estacionamento do conservatório de musica, do lado de fora dos portões dezenas de repórteres fotografavam e chamavam pelo nome de Harry Potter quase implorando por uma entrevista.

Bill: O que é tudo isso?

Harry: Isso é o que acontece quando Harry Potter soca um cara e acaba na delegacia, vá se acostumando com isso, vai acontecer com você logo.

Bill: Espero não voltar tão cedo á uma delegacia.

Harry: Foi o que eu disse ao meu padrinho durante o café, vamos entrar logo antes que um deles consiga pular o portão.

Dentro do prédio os dois avistaram Rony e Hermione entre vários alunos que se dirigiam para o auditório, ambos parecendo cansados mais as olheiras deles não eram nada comparados às marcas rochas que Bill tinha em volta dos olhos além do recente hematoma.

Harry: O que está acontecendo?

Hermione: Nada de aulas hoje, é o conserto semestral dos alunos de baixo.

Harry: Somos obrigados a assistir?

Rony: Infelizmente sim.

Bill: Pelo menos eu vou poder dormir um pouco.

Os quatro se sentaram na ultima fileira de poltronas ainda que sobre os protestos de Hermione que queria se sentar na frente para ver melhor a apresentação. Os alunos se apresentavam em grupos de quatro e tocavam musicas de escolha própria, os gêmeos Fred e Jorg Weasley foram os melhores da turma do ultimo ano, todo o ressaltante foi bastante monótono e Harry, assim como Bill e Rony, cochilou a maior parte do tempo. Os alunos do primeiro ano foram os últimos a se apresentarem, infelizmente á essa altura Harry estava desperto o bastante para ver Draco tocar uma musica triste que originalmente foi escrita para o piano mais que ficou emocionante ao som grave do instrumento de cordas.

Bill: Então qual é o seu lance com Draco Malfoy?

Harry que estava ainda inconscientemente secando o garoto levou um suto por ter sido pego em flagrante.

Harry: O que?

Bill: Sei que me ouviu, qual o problema entre você e Draco?

Harry: Por que está perguntando isso?

Bill: Por que a tensão entre vocês dois era muito óbvia ontem.

Harry: Eu não sei de onde tirou isso.

Bill: Qual é Harry, não foi difícil de notar que vocês estavam tendo uma conversa tensa na delegacia, depois que Tom e eu saímos do interrogatório ele estava te comento com os olhos.

Harry: Você enlouqueceu.

Bill: E você está comendo ele com os olhos agora.

Harry: Ele está se apresentando e todos nós estamos aqui pra ver, além disso, ele não é o único no palco.

Bill: Você não deu a menor atenção a nenhuma outra apresentação.

Harry: É claro que dei, eu prestei atenção em todos que se apresentaram enquanto eu estava acordado.

Vendo que era inútil tentar forçar Harry a dizer alguma coisa Bill desistiu, pelo menos por enquanto, parecia que não era o único a ter dificuldades para falar dos próprios problemas mais tinha certeza que um pouco de tequila ajudaria Harry a por tudo pra fora.

Bill: Se você diz.

Harry: A falta de sono afetou sua cabeça.

Bill riu e voltou a assistir a apresentação e tentando pensar em uma musica que pudesse tocar na sua própria audição.

Harry: Falando na noite passada, o que aconteceu depois que fui embora?

Bill: Draco se desculpou com Tom e disse que não sabia que o amigo dele andava batendo nas pessoas por ai e depois disso nós pegamos um taxi e fomos pra casa.

Harry olhou para o perfil do amigo que se recusou a olha-lo de volta.

Harry: Foi só isso?

Bill suspirou e ainda sem encarar o amigo contou sobre a conversa que teve com o irmão dentro do carro ocultando a parte em que ele passou vinte minutos chorando trancado no próprio quarto, o que era visivel a julgar pelos seus olhos. No fim Bill assistiu Draco descer do palco e se sentar ao lado de Tom e outros amigos, o loiro disse alguma coisa que fez com que Tom olhasse para trás seu olhar se encontrou com o de Bill e logo em seguida com o de Harry.

Harry: Acho que a conversa de vocês ainda não acabou.

Bill: Eu não devia ter dito aquelas coisas pra ele.

Harry: É claro que devia, é como você se sente e ele precisa saber, mesmo se você não sentisse nada além de amor fraternal ele passou cinco meses agindo como um porco, ele merecia ouvir isso e você merecia dizer. Ele vai procurar você pra conversar, tente ouvir o que ele vai dizer, mesmo que não seja o que você quer ouvir.

Bill ficou mais alguns minutos encarando a nuca do irmão que estava varias fileiras á frente e pensando que não tinha como a situação piorar então conversar com Tom outra vez não seria tão ruim se ele conseguisse se controlar um pouco mais.

As apresentações terminaram quase ao meio dia, Harry e Rony foram direto para o refeitório enquanto Hermione e Bill foram ao banheiro.

Rony: Foi legal o que você disse pro Bill hoje.

Harry: Pensei que estivesse dormindo.

Rony: Eu só ouvi o final, deve ser difícil ter esse tipo de sentimento pelo próprio irmão.

Harry: Eu ia te contar mais achei que Bill é quem deveria fazer isso.

Rony: Não se preocupe, eu conclui isso há vários dias atrás.

Harry: Você acha que está dando certo? Ou eu estou criando uma situação pra que Tom parta o coração dele de uma forma ainda pior.

Rony: Acho que seu plano está dando certo, na verdade está fazendo mais efeito do que você imagina.

Harry: O que quer dizer?

Rony: Sei que não gosta de falar sobre Draco mais você deveria ouvir seus próprios concelhos às vezes. Devia ouvir o que ele tem pra dizer mesmo que não seja o que você quer ouvir.

Harry encarou o amigo, Rony era a única pessoa com quem Harry falava sobre isso e o ruivo geralmente respeitava o fato de que Harry não mudaria de opinião sobre o caso então evitava tocar no assunto. Rony ao contrario do que muita gente acha é uma pessoa muito perspicaz, lidar com muitos irmãos o ensinou a ler melhor as pessoas e perceber quando alguém está mentindo, ou escondendo alguma coisa. Harry respeitava a opinião de Rony e Rony respeitava a decisão de Harry, se o amigo estava contestando isso agora deveria ter algum valor afinal.

Harry: E de que adiantaria isso agora?

Rony: Eu não sei mais você nunca quis saber o que ele tem a dizer e se ele ainda quer falar com você depois de todo esse tempo deve ser importante.

Harry: Nada do que ele diga vai mudar o que ele fez.

Rony: Não vai mudar mais se você deixar ele se desculpar talvez consiga perdoar.

-x-

Draco estava com uma enorme dor de cabeça e morrendo de sono mais se obrigou a ficar acordado e assistir ás aulas da tarde, não costumava passar noites em claro no meio da semana e não costumava ir a shows de rock de bandas que ele nem mesmo gostava mais o que o atraiu até o Cadeirão Furado na noite anterior não foi a musica, não que a banda fosse ruim, odiava admitir mais eles eram muito bons. Por que odiava admitir afinal? A banda é boa, as musicas são boas, as letras são muito boas e o vocalista... Bem, o vocalista estava namorando Harry. Esse era o problema e ele podia admitir pelo menos para si mesmo. Harry Potter é o ser humano mais cabeça dura do planeta, talvez não do planeta mais de Londres certamente, afinal qual é a grande dificuldade em escutar, ao menos uma vez, o que ele tinha pra dizer? Era visível, para Draco pelo menos, que o moreno ainda tinha sentimentos por ele, ainda que não fossem os melhores Draco os via cada vez que olhava em seus olhos verdes, além do mais a solidão que ele se auto impôs depunha contra ele, mais isso tinha mudado nas ultimas semanas, não houve uma única vez em que Draco olhasse para ele e não vice Bill Kaulitz ao seu lado e isso o estava incomodando muito mais do que gostaria. Chegou a perguntar a Tom que é seu amigo e irmão de Bill o que estava acontecendo entre os dois mais ele não sabia muito mais do que via, não têm um bom relacionamento com o irmão mais parecia muito descontente também. Afinal o que Harry viu naquela criatura magrela e introspectiva? Certo, quem estava querendo enganar? O rapaz é bonito, tem um estilo diferente e talvez um pouco afeminado mais atraia os olhares de muita gente por onde passava, ainda assim não era o tipo de caras com quem Harry costumava sair. Oh Deus, estou enlouquecendo! Harry pode sair com quem quiser afinal é um cara solteiro e Draco só pedia agradecer a si mesmo por isso.

Professor: Senhor Malfoy?

Draco levantou a cabeça e encarou a sala vazia anão ser pelo professor que o encarava seriamente.

Professor: A aula acabou faz quinze minutos.

Draco: Ah, certo. Me desculpe, eu já estou saindo.

Juntou suas coisas o mais rápido de pode e se dirigiu ao estacionamento, notou sem nenhuma surpresa que a entrada ainda estava bloqueada pelos repórteres e lamentou não estar entre o seleto grupo de amigos de Harry que provavelmente já tinham saído pelos fundos.

-x-

Bill: Não estou pronto para falar com ele.

Harry: Nunca vai estar.

Bill: Mais não estou pronto pra falar com ele hoje.

Harry: Não devia adiar isso, quando mais demorar mais complicado vai ficar.

Bill deu mais uma longa tragada em seu cigarro e sentou no parapeito da laje, ele estava, junto com Harry, Rony e Hermione, no telhado da escola de musica esperando os jornalistas desbloquearem as saídas para que pudessem ir pra casa, os irmão de Rony estavam saindo no carro de Harry para despista-los.

Harry: Pensei que asmáticos não pudessem fumar.

Bill pareceu desconcertado e decidiu não encarar o amigo.

Bill: Não podem.

Harry: Você vai falar sobre isso?

Bill ponderou por alguns minutos e quando se voltou para Harry parecia decidido.

Bill: Não é muito justo.

Harry: O que?

Bill: Eu contei a você coisas muito pessoais, coisa que ninguém mais sabe mais você não me contou o aconteceu entre você e Draco Malfoy na delegacia. Minha resposta é não, eu não vou falar sobre meus problemas anão ser que você fale dos seus.

Harry olhou para Rony pedindo apoio, o ruivo estava sentado no chão com Hermione, os dois pareciam bem próximos. Rony apenas sorriu da cara do amigo e voltou sua atenção para a garota ao seu lado. Inconformado Harry chamou sua atenção.

Harry: Ei, que tal me ajudar um pouco!

Rony: Eu acho que ele está certo.

Harry: O que?

Rony: Não conte se não quiser mais não pode obrigar ele a te dizer nada também.

Harry: É um motim então, só falta Hermione concordar com vocês.

Hermione: Eu nem faço ideia de qual seja o assunto em questão mais a proposta do Bill me parece justa.

Harry: Eu estou cercado.

Bill: Está decidido então, nós vamos sair pra beber e você vai me contar essa história.

Harry: Já que eu não tenho escolha, mais não vamos fazer isso hoje, eu preciso muito de uma longa noite de sono e você precisa ir pra casa resolver os seus assuntos.

Bill: Parece que eu não tenho escolha também.

Harry: Não tem mesmo.

Bill olhou para baixo e notou que a maioria dos repórteres estava indo embora.

Bill: Acho que podemos ir.

Rony: Ótimo, estou cansado desse telhado.

Bill: Como vamos embora?

Rony: Fred vai voltar com o carro, pelos fundos é claro.


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