Simon

        – Era um homem esquisito o Sr. Baker. - me disse o senhor enquanto segurava a foto que lhe mostrei. - Ficou com meu aparador de grama esse desgraçado.

Mais um dia quente em Vegas, estamos em pleno verão epoca de férias das crianças que estavam nas ruas aproveitando o final do semestre.

– O senhor por acaso não se lembra como ele morreu? - perguntei novamente ao homem que plantava pequenas mudas de flores no jardim.

O bairro lembrava cenário tipico de filme americano. Parecia um lugar tranquilo pra se viver. Vizinhos que se conheciam, crianças brincando juntas, pessoas passeando com seus cachorros.. Um outro lado de Las vegas.

– Morreu numa explosão que teve na casa. - O homem que aparentava ter 70 anos me olhou rapidamente e me entregou a foto com a mão suja de terra. - Todo mundo do bairro ficou assustado. Foi numa epoca como essa de férias, crianças em casa, deu uma péssima repercussão ao bairro.

– Entendo. - Tento puxar assunto ao mesmo que parece tentar me expulsar de sua casa. Policiais em um bairro tão nobre daquele poderia trazer maus boatos.

– O senhor me disse que ele era estranho. Tem ideia do porque?

– Moça, os Baker sempre foram uma familia estranha. E tudo só piorou quando a esposa morreu misteriosamente. O filho também era da mesma laia. Não me lembro muito bem o nome. Dane,David... - O homem bateu em sua própria testa em gesto satisfação por lembrar - Derek, Derek Baker. Garoto quieto, sempre vivia sozinho.

– Derek? - pergunto enquanto guardo a foto dentro de minha bolsa- O que aconteceu com ele quando o pai faleceu?

– Não faço a minima ideia. - O homem plantou a ultima muda da planta, e se levantou. - Mas acho que não tinha outros familiares. Ninguém nunca visitava eles.

Ele limpou as mãos sujas de terra nas calças e ofereceu a mão á mim.

– Se a senhorita já acabou com licença. Tenho mais coisas pra fazer.

– Oh! É claro, entendo. - Aperto a mão oferecida - Muito obrigada pelas informações. Tenha um bom dia.

Saio em direção ao meu carro ignorando os olhares de mulheres da vizinhaça que conversam com certeza sobre mim.

Derek Baker...

Entro no carro, pego meu celular e ligo para o departamento.

– Alô, Brass? - dou um sorisso automaticamente quando reconheço a voz do capitão - Olá, será que você consegue achar alguma informação de Derek Baker pra mim? Obrigada.

Desligo o telefone, e saio em direção ao laboratório, deixando aquele "perfeito bairro" para trás.