V

O pátio estava todo iluminado. Lanternas e mais lanternas proporcionavam um clima aconchegante naquela noite fria. Stefan ergueu quatro colunas de madeira no meio do pátio,  para sustentar um teto transparente.  Embaixo da construção improvisada tinha uma mesa quadrada, pequena, coberta por um pano vermelho. Em cima da mesa de um castiçal, comportando 3 velas da mesma cor do pano da mesa. Tinha também duas cadeiras, que pareciam acolchoadas e antigas. Antigas e bonitas. A grama também esta iluminada por pequenas luminárias no chão. Encostado na parede, um pouco longe de mim estava uma mesa retangular bem grande. Em cima dela várias bandejas, só que eu não pude ver o que era, pois estava tampada.  Fiquei maravilhada com o que ele fez em tão pouco tempo.

-Com licença senhora. – me virei para ver quem era, coração palpitando. Me decepcionei ao ver que não era Stefan e sim um homem de bigode, alto, com roupa e chapéu de cozinheiro. Em sua mão outra bandeja. Abri espaço para ele passar. Ele colocou a bandeja na mesa e saiu pelo auditório. Suspirei. Não sabia se sentava, se ficava ali mesmo, se saía do pátio e ia procurar por ele...

-Pensei que você não viria mais. – era o que a voz que soava sedutora atrás de mim disse. Congelei. Virei-me aos poucos, rosto queimando de vergonha, frio na barriga incontrolável, mão suando, coração saindo pela boca. Ao me ver ele abriu um sorriso de orelha a orelha, olhando minha roupa, impressionado.

-Você está... – ele respirou fundo, como se estivesse sem fôlego. – Linda. – e abriu aquele sorriso de novo. Meu rosto queimava mais ainda, e aposto que estava vermelha. Não pensei em nada de inteligente pra falar. Apenas sorri de volta. Ele me abraçou. Senti o calor do seu corpo, sua respiração firme, seus braços me envolvendo. Suspirei quando ele me soltou.

-Você é um pouco exagerado né? Sério, você deve ter gastado milhares de euros nisso aqui. Eu pensei que sei lá, a gente ia comer um chinês vendo as estrelas... – suspirei eu e Daniel fazíamos isso o tempo todo.

-Como assim comer um chinês? Você é uma canibal Valentina? – ele parecia pasmo. Eu ri um pouco alto demais. Ele sabia que eu tava falando de comida chinesa, mas mesmo assim me olhava aterrorizado.
-Não, não sou uma canibal. Sou uma vampira sabe? – fiz cara de perigosa e puxei o braço dele, mordendo seu pulso com força. Ao invés de sentir dor ele apenas lambeu os lábios, os mordendo em seguida.

-Gostei disso hein. – ele riu. Tirou o braço que eu estava mordendo e pôs em minha cintura me puxou pra mais perto dele, mordendo os lábios novamente.

Fiz carinho com meu dedo indicador na maçã do seu rosto admirando sua beleza. Nunca parei pra olhar, mas o rosto dele não tem nenhum defeito aparente. Tudo no lugar. Fiquei observando o modo como seus cílios se movimentavam assim que ele piscava. Observando seus lábios, sua cor atraente, me hipnotizando totalmente. Ele deu um sorriso de lado e beijou meu pescoço, encostando a língua de leve nele. Percebeu o modo como me arrepiei e descobriu meu ponto fraco. Investiu no meu pescoço. Agora passando sua língua com mais vontade e mordicando-o de leve. E pronto. Estava completamente a mercê dele. Subiu para minha orelha, deixando um rastro de beijos por meu pescoço. Mordeu minha orelha. Me fazendo ficar mais louca ainda. Podia ouvir sua respiração descontrolada em meu ouvido sua sede por mais. Ele desceu as mãos até meu quadril, apertando com força a minha bunda e pressionando ainda mais meu corpo com o seu. Por baixo do vestido podia jurar que acabei de sentir um volume vindo da calça dele.

-É... Senhores...  O jantar... Hm... Está servido! – oh merda! Sempre tem alguém pra me atrapalhar. Stefan se afastou, ainda com a mão em mim. Olhou pra mim de um jeito que : ‘’ isso sempre acontece com a gente’’. Acenei afirmativamente com a cabeça fazendo nós dois gargalhar.

Ele passou o braço sobre meu ombro me conduzindo até a mesa, que já tinha dois pratos um pra mim e outro pra ele, com algo que eu não consigo identificar. Ao chegar a mesa Stefan puxa a cadeira para eu sentar. Agradeço com um sorriso e me sento. A entrada era peixe. Fiz cara feia olhando para o prato Stefan percebeu ele vai me achar uma mimada.

-Não precisa comer se não quiser. Eu não sabia do que você gostava aí pedir por Pierre fazer de tudo –sorri pra mim – eu também não gosto de peixe. – afirmou com a cabeça. Sorri de lado. Ele estava sendo tão gentil comigo! Ele chamou o tal Pierre, que tirou da mesa nossos pratos e trouxe um prato com o que parecia ser carne com um molho de cor atraente, com duas rodelas de manga num canto do prato.

Manga e carne? Dei de ombros e experimentei. Assim que tocou em minha boca me senti tonta de tanto sabor que havia ali. Podia sentir cada um dos ingredientes que o molho foi feito. A carne estava perfeita nem mal passada nem passada demais. E a manga só melhorou tudo.

-Isso está...

-Delicioso? – ele perguntou me interrompendo. – é eu sei. Eu ensinei isso pra ele. – revirei os olhos.

-Uhum senta lá. – ele riu

-Mas é sério! Pode perguntar a ele.

-Tá bom então! – chamei o cara e perguntei.

-Sim, foi o senhor Salvatore que me ensinou. –Pierre sorriu de braços cruzados, me deixando boquiaberta. Stefan ria convencido.

Cerrei os olhos.

-Eu ainda não acredito. – nós dois rimos.

Quer dizer rimos a noite toda. Stefan me contava as histórias mais loucas possíveis, enquanto Pierre  e seus amigos garçons me entupiam de comida. E que comida! Só percebi que o tempo passou quando olhei para o relógio que sempre ficava no pulso de Stefan, que estava marcando 2hrs da manhã. Dei um pulo da cadeira. Parecia que eu estava a cinco minutos ali sentada.

-Oh meu Deus! São 2hrs da manhã! Eu preciso ir! – antes que Stefan falasse alguma coisa ouvi a voz de um homem logo atrás de mim.

-Ah, que é isso! Mal cheguei e minha cunhadinha já pensa em ir embora?