A 73 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Sofi


Capítulo 10
Capítulo 10 - Os Jogos continuam


Notas iniciais do capítulo

Okay, não ficou tão bom, mas finalmente um capítulo com a Faith /o/ ~todosdançam~



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      Me obrigo à não dormir nessa noite. Estou lá, deitada numa posição desconfortável no meu pinheiro, mas com muito sono. Fico mexendo nos meus remédios e escuto barulhos de passos então vejo uma mecha dourada brilhar no brilho do luar, acompanhado de uma outra mecha ruiva. Ery... e... a garota do Distrito 4! Não posso acreditar nisso! Me recuso! Jogo tudo na minha mala e dou um passo em falso. Foi uma bela queda que rendeu um grande estrondo.

-Espera aqui. - ouço Ery dizer. Ele estava se aproximando, mas era o Ery, ele não me dava medo – Meriva? - disse ele, um tanto chocado, me estendendo a mão. Faço forças para pegar a mão dele, pois com a queda, fiquei sem um centímetro cúbico de ar nos meus pulmões – Você tá bem?

-Pareço bem? - eu retomei o fôlego

-Ery? - dizia a Garota do 4, se aproximando de nós – Onde você está?

-Calma – ele sussurrou para mim e me segurou, fazendo parecer que iria me atacar – Estou aqui, Nina! - ele respondeu

-Ótimo – disse ela me encarando com um sorriso cruel na cara – Vamos acabar com “essazinha”. - e veio em minha direção com uma faca.

Olhei desesperada para Ery, que ainda estava me segurando. Ele pegou a faca da mão da tal Nina e disse :

-Vai caçar, eu quero fazer isso. - e me carregou mais afundo aos pinheiros enquanto ela ia se afastando. - Ok, ela já foi. Eu te machuquei? - neguei com a cabeça enquanto ele me soltava.

-Eu não estou acreditando que você é aliado dela! - eu quase gritava.

-Meriva, me escuta! - ele me segurava pelos ombros – Eu virei aliado dela por que ela ia te caçar! - ele me soltou e começou a andar para o meu pinheiro. Eu o segui e ele me entregou minha mochila. - Agora, vai embora daqui. Logo a Nina volta.

Obedeci e decidi ver o que mais tinha na arena. Andei em linha reta entre os pinheiros e dei de cara com um rio. Quer dizer, não era bem um rio. Era um lago, com peixinhos e raízes aquáticas, um lago normal. Peguei meu odre e enchi. Pinguei algumas gotas – pelo menos quanto eu lembro – e atravessei o rio nadando. O exercício físico fez meu machucado do ombro abrir um pouco, mas a faixa estava protegendo, evitando que o sangue se espalhasse muito.

Cheguei na borda e segurei com firmeza nas margens molhadas e barrentas. Saí da água e olhei bem para o lugar onde eu estava. Água cheia de lodo, muito barro, plantas aquáticas. Aquela parte da arena era um pântano. Está explicado o por que das botas serem boas para andar em lugares úmidos. Saí da água e comecei à andar. Aquele não seria um bom lugar para acampar. E as árvores tem a madeira podre e cairiam a qualquer momento. As opções seriam voltar para os pinheiros ou ficar aqui e pegar uma hipotermia. Suponho que a melhor opção seria voltar para a Floresta de pinheiros, mas não agora com Nina e Ery lá, então decido caminhar um pouco sobre a água do pântano. Não é muito funda, mas é escorregadia.

Paro assim que ouço gritos de dor. Giro o corpo na direção da voz e vejo a garota do Distrito 3 sendo estraçalhada por um Bestante Jacaré. Um Bestante Jacaré é um mutante da Capital. É parecido com um Jacaré, mas seus dentes são de metal e são muito maiores, além de injetarem veneno e serem mais rápidos que o normal. Se você não morrer pelo veneno, morre sendo picado. Reparo que um vinha na minha direção e começo à andar o mais rápido que consigo pela água. Pego rapidamente meu machado na mochila e me preparo para atacar quanto mais ele chega perto. Vou para trás de uma árvore e assim que o Bestante Jacaré chega e lhe dou uma machadada na cabeça. Isso não adiantou muito. E então eu percebi que ele era protegido por uma carapaça dura como pedra. Só suas pernas e barriga não eram. Ele abriu a boca para me morder e dei uma machadada no pescoço dele. Após isso, ele só caiu duro. Odeio bestantes.

O medo de terem mais bestantes por lá me consome e tomo impulso para voltar aos pinheiros. Talvez essa tenha sido uma péssima ideia, ou não. Quem sabe esteja tudo são e salvo por lá. Percebo que o pântano está quieto e parado, então vou explorá-lo mais um pouco. Ando em meio a água lamacenta e cheia de lodo, escorregando algumas vezes, mas me segurando em ramificações que se elevam na água.

Eu já estava molhada até o busto quando a água começou à baixar e cheguei ao limite com um outro anel, uma floresta de salgueiros, cercados de grama. Seria um lugar agradável, caso não fosse a arena. Me atrapalho um pouco nas suas folhas que quase tocam o chão e acabo destruindo algumas folhas, então ouço alguém vindo em minha direção. Desviei de uma facada que me acertaria a nuca, mas não consigo desviar de uma que me acerta o braço esquerdo.

Pego rapidamente a faca fincada no meu braço e parto em direção ao agressor. Era Serena, a garota do Distrito 12. Ela parecia tão simpática! Finco as minhas mãos em volta do pescoço dela e torço ele. Ela grunhia de dor e disse em meio o sufocamento :

-Acabe logo com isso!

Então corto seu pescoço. Ela ainda estava viva. Se contorcendo, rodeada de seu próprio sangue, lutando para que aquilo acabe logo. Então pego a faca que estava em seu cinto e finco com força em sua barriga. Então o canhão soa. Meu braço estava todo ensanguentado e grudento. Precisei amarrar mais forte ainda a faixa do meu ombro, mas antes abri para passar um pouco de pomada. O tubo que continha a pomada estava quente e sujo com o meu sangue e o cheiro empesteava minha mente.

Eu poderia continuar andando pelos Salgueiros para tentar encontrar água ou atravessar o pântano para voltar ao rio. Então eu vejo uma menininha pendurada no meio das folhas das árvores. Seus olhinhos azuis brilhavam e os cabelinhos dourados caíam levemente pelos ombros.

-Precisa de ajuda? - disse Faith, pulando da árvore e vindo em minha direção

-Claro. - eu disse, sorrindo. Não havia como não sorrir

-Está bem feio, hein?

-Pois é. - respondi – Vai me ajudar ou não? - brinquei, com um sorriso branco

Ela respondeu o sorriso e pegou uma garrafa de água na sua mala. Rasguei um pedaço da minha blusa para ela usar como pano. Ela umedeceu levemente o pano e passou com delicadeza no meu braço. Logo ele já estava limpo e eu passei a pomada para cortes e Faith envolveu o corte com uma faixa do meu estojo de remédios.

Nós comemos todo o potinho de frutas secas, então decidi caçar algum animal. Faith pegou a faca que Serena usou para me atacar e eu peguei meu machado. Escondemos nossas coisas bem no alto do maior Salgueiro e fomos. Ela era uma boa caçadora e eu tenho uma boa mira com o machado, de modo que conseguimos pegar 3 coelhos e 5 esquilos pequenos, o que era muito mais que suficiente para nós duas. Quando voltamos ao Salgueiro, comecei à limpar a caça.

-Quer acender uma fogueira? - perguntou Faith, pulando no galho mais baixo da árvore

-Talvez... Se você estiver com fome. - respondi, jogando a minha mochila e a dela para o alto para que ela pegasse.

-Então não. - colocou a mala ao seu lado e subiu mais. - Consegue carregar as duas malas?

-Sim – comecei à escalar com as mochilas nas costas. - Durma.

-Mas logo você me acorda.

-Combinado. - dei tapinhas nas minhas pernas para que ela viesse se deitar e fiquei mexendo em seus cabelos loiros e brilhantes. Estou com medo de encarar que uma hora, uma de nós irá morrer.

-Meriva? - Ouvi alguém chamar

-Spes! - respondi quando o localizei em meio as folhas dos Salgueiros.

Coloquei uma das mochilas como travesseiro para Faith e pulei da árvore.

Ele me olhou dos pés à cabeça e comentou :

-Tá toda esfolada, hein?

-Você diz como se estivesse bem. - rio, fixando o olhar na cicatriz abaixo de seu olho

-Ok, você venceu essa. - sorriu – Ela está bem? - perguntou, referindo-se à Faith

-Ótima – preferi não tocar no assunto de ontem, quando ele afastou o garoto do Distrito 2 de mim. - Quer se juntar ao Clubinho Esfolado?

-Claro – disse, jogando a sua mochila no pinheiro – Os Jogos não são justos.

-Concordo plenamente – olhei para trás, como se estivesse nervosa e procurando algo – Estou preocupada. Não tenho nenhum sinal de Ery e da garota do Distrito 4 desde hoje de manhã, quando ela quis me matar.

-Ele é aliado da Nina?!? - ele disse, chocado

-Disse que era para me proteger pois ela ia me caçar – respondi, andando de um lado para o outro – Quero procurar Ery! - comecei à andar na direção do Pântano para fazer o caminho de volta à floresta de pinheiros.

-Não! - Spes pulou da árvore e me segurou pelo braço – Os rostos já serão projetados e ela irá te caçar quando não te ver lá!

-Não antes de atacar Ery! - estava quase gritando, o que fez Faith acordar

-O que foi? - perguntou ela, sonolenta, coçando os olhos para acordar.

-Meriva! - disse Spes, ignorando Faith – Pode ser uma armadilha.

-Ou pode não ser! - gritei. Foi quando uma flecha quase acertou Faith na garganta. Não a acertou, mas ela caiu da árvore e bateu o nariz.

Spes pegou meu machado e correu na direção que a flecha veio. E o canhão soou.  


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Notas finais do capítulo

É isso :* Mereço algum review?



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