Virada Em Minha Vida escrita por Brosallie


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Aqui está!



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Tudo bem, confesso que não fui muito sincera em relação a meu histórico amoroso. Não que ele seja longo, pelo contrário. A verdade é que Erick não foi meu primeiro amor. Você se lembra quando disse que cresci com James? E também que me tornei amiga de Lily mais ou menos na primeira série? Pois bem, assim como eu, James também fez grandes e novos amigos, em especial um, o Black. A semelhança entre ambos eram incríveis, tais como as diferenças. Era difícil acreditar que dois garotos fossem tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais (isso ficou meio gay, eu sei). No início, nem eu e nem Lily gostávamos do Black (para dizer a verdade, Lily não gostava de ninguém). Sabe aquela fase em que nós, garotas, achamos qualquer garoto irritante? Pois é...

Mas depois ficamos bem próximos. Tão próximos que ele se tornou meu primeiro namorado - mesmo nunca sabendo disso. Sinceramente, acho que o lerdo nunca percebeu a paixonite aguda que eu alimentava por ele. Bom, isso até Erick aparecer em meu caminho.

O resto você já sabe.

Me lembro perfeitamente quando Black foi estudar em Londres, quando tinha dezoito anos. Começamos a perder contato a partir do momento em que minha relação com Erick deslanchou. Eles nunca se deram bem. No entanto, a ligação que ainda tínhamos se cortou oficialmente quando fui hipócrita e orgulhosa o bastante pra não acreditar nas palavras de meu amigo tentando abrir meus olhos sobre Erick, meses antes deste me deixar.

Mas parece que meu ex-amor platônico e James mantiveram contato.

Porque agora Sirius Black estava de volta, apenas a alguns passos de Lily e de mim.

Antes que pudesse pensar em qualquer coisa inteligente para dizer, fiz uma coisa que me fez recordar a velha Lene apaixonada e adolescente de antes: corri e o abracei. Ao contrário do que havia imaginado, Sirius retribui o gesto, me apertando contra seu corpo.

- Não acredito que você está aqui - consegui dizer, sentindo o aroma de seu perfume, o mesmo que eu havia lhe dado tantos anos antes.

- Qual é pequena, achou que ia se livrar de mim pra sempre? A propósito, você está uma gata.

 Nos desvenciliamos depois de alguns segundos, e Lily o comprimentou com um rápido beijo no rosto. Achei muito estranho, pois a Lily, a minha amiga Lily, geralmente teria feito um escândalo do tipo "Aaaah!! É você mesmo??" e então minha ficha caiu.

- Espere um minuto - disse, enquanto me sentava - Você sabia que era Sirius o tal amigo de James?

- Claro que sabia - ela respondeu, sem se deixar abalar.

- Mas porque vocês não me contaram? Sirius, você poderia ter me ligado, ai...

- Lene, eu também não sabia que você estaria aqui.

- Acho que fomos enganados - refleti, lançando um olhar que o casal conhecia muito bem.

- Acho que a expressão correta seria " vítimas de uma surpresa inesperada" - interferiu James.

- Jay, já ouviu falar sobre surpresas esperadas? - General Evans e suas ironias entraram em ação.

Estava de frente para o casal e Sirius estava do meu lado, alguns centímetros de distância de mim, de modo que, enquanto James e Lily discutiam, só eu pude ouvir a frase que saiu de sua boca:

- Mas eu gostei. Muito.

 Ficamos ali por mais ou menos duas horas, saboreando as delícias culinárias do lugar que deveria ser a amostra (nada grátis) do paraíso, e rindo, depois de algumas taças de vinho, até que Lily deu um grito:

- Senhor! Esqueci! Tinha que entregar um relatório para o cara do prédio até duas horas atrás!

Lily é membro do conselho do edifício em que moramos. Quando digo que General Evans é totalmente obcecada, quero dizer totalmente mesmo.

- Lily, amanhã você entrega...- Sirius começou a dizer.

- Não, não dá. Jay, vou deixar o carro com a Lene, me leva?

- Tá, amor.

Assim, o casal se despediu de nós depois de ouvir alguns insultos vindos de mim e de Sirius, e se foi.

O que aconteceu em seguida foi meio estranho. Não, ele não me beijou como sua mente insana deve estar imaginando. Mas nós ficamos em silêncio por algum tempo, olhando um para o outro.

Por um momento, me senti como anos atrás, mergulhada no abismo que seus olhos, cinzas, representavam. Seus traços ainda eram suaves, mas agora se tornaram mais maduros, refletindo tudo o que Sirius devia ter passado em Londres. A firmeza de seu olhar cravado no meu comprovava isso. Mas toda a pose de homem sério foi quebrada pelo sorriso torto e maroto que ele dirigiu a mim.

- Você está me olhando de um jeito engraçado, pequena.

- Desculpe.

- Por se sentir enfeitiçada pela meu charme e minha beleza? Imagina...

Despejei tudo o que estava entalado na minha garganta desde a hora que cheguei:

- Não seu besta. Desculpe por não acreditar quando você tentou abrir meus olhos sobre...

De repente, sua expressão mudou totalmente, tornando-o sério.

- Esquece isso Lene. Nunca fiquei magoado por causa disso. Sinto é pena dele.

- Pena?

- É. Eu sabia que ele era um idiota. Mas não tão idiota ao ponto de deixar você.

- Com licença – o garçom, um cara grande e com alguns fios de cabelos brancos, nos interrompeu – É que o expediente será encerrado em alguns minutos, como o senhor foi avisado, antes das damas chegarem. O Senhor gostaria que eu trouxesse a conta?

- Claro, obrigado.

 Assim que o garçom retornou com a conta, pude ver pelo olhar de Sirius que estávamos encrencados. Em seguida, o cara se afastou, como que nos dando privacidade.

-O James não deixou nada, não é? - Ele fez que não com a cabeça, contando o dinheiro que tinha na carteira – Espere, vou ver quanto tenho.

- Não, deixa que eu me viro.

- Black, deixa de orgulho e pega aqui – respondi, entregando as últimas três notas que tinha na carteira.

- Você sabe que em outras circunstâncias eu não aceitaria, né pequena?

- Sei Sirius, você continua o mesmo de sempre.

- Não totalmente. A propósito, me lembre de esganar o James depois.

Assim que somamos o que conseguimos juntar, fizemos a infeliz descoberta que não era o suficiente (na verdade, não chegava nem perto). Então, com um aceno e uma expressão apavorada (e arriscaria dizer que vi um brilho de diversão em seus olhos), Sirius chamou o garçom.

Depois de ouvir nossa narrativa, o funcionário, alisando suas vestes, nos olhou com certa dúvida, como um rei decidindo se mandava enforcar dois plebeus.

-Olha, amanhã nós voltaremos e vamos deixar tudo certinho. Posso deixar meus brincos ou minha corrente como garantia, se você quiser.

-É, eu deixo meu relógio, meus sapatos, meu blazer, sei lá...

- Não – o carinha nos cortou – tenho uma ideia melhor.

Felizmente, essa ideia não incluia a polícia. Mas, digamos que esse não foi o jeito que imaginei minha noite acabando. A verdade é que passamos o resto da noite na cozinha do Le Paz, lavando pratos.

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Notas finais do capítulo

Mesmo ninguém lendo, vou continuar a postar essa história aqui. Pode ser que eu demore agora um tempo a mais para postar, já que as aulas voltaram, então.... =[[[[[[[[[[[[[[
É isso! Beijos,até mais!
B.



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