In Chains escrita por Lirium-chan


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá!~~
Nee...Eu sei que tenho tipo MUITAS atualizações pra fazer. Mas essa fanfic é especial.
Feita para o aniversário da Lu-chan! =3 (@Lu-chan13)
Eu estou postando antes da data, mas isso não vem ao caso *apanha* -Q
Omedetou, Lu-chan! Eu te desejo muita felicidade e prosperidade esse ano! ^^7
Eu me empenhei bastante em tentar interpretar a música. Ela é realmente vaga...E eu posso ter deixado muito melodramático 9.9"
KUROI POV'S
Boa leitura :)
P.S: O que estiver em itálico são memórias /achoquetáóbviomasok.



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Ei, quando o “nós” se transformou em “eu”?

Você me disse que não precisava mais de mim. Isso apenas fazia parte do seu processo de tristeza, eu sei. Porque eu preciso de você. Então eu acho que você também precisa de mim.

Duas garotinhas trancadas na sala escura. Sentadas com as mãos dadas; elas escutavam uma melodia, que provinha dos fones de ouvido que compartilhavam. Shiroi, que mantinha um doce sorriso no rosto, virou os orbes azulados e vivazes para a sua irmã, permitindo que a voz aveludada deixasse os seus lábios.

– Nee… Kuroi? – A voz manhosa clamava pela outra, enquanto cutucou de leve a face da gêmea usando a sua mão livre.

–O que foi, onee-sama? – A outra olhou a irmã com um olhar que poderia ser lido como tédio, sua expressão era carregada de seriedade. Ela estava vestida em farrapos negros e possuía longuíssimos cabelos azuis.

– Eu acho que estará tudo bem enquanto continuar assim. – Respondeu Shiroi. Direcionando seu olhar ao teto. Ela vestia trapos brancos e seus cabelos azuis e bagunçados possuíam um comprimento menor do que os de sua irmã, apesar de ainda serem longos.

– Do que está falando? – Indagou a mais nova, tentando decifrar o rosto da outra. Um brilho de curiosidade mostrou-se momentaneamente em seu olhar. Contudo, a expressão metódica continuava presente em seu semblante.

– Enquanto estivermos juntas… Enquanto pudermos dar as mãos poderemos estar livres, não é mesmo? – Os olhos da pequena se preencheram com um brilho ainda maior e ela soltou um enorme sorriso, mostrando as fileiras de dentes brancos. Ela apertou ainda mais a mão da gêmea na própria.

– Acho que sim. – Respondeu a outra. Esboçando um sorriso discreto e imperceptível.

– Nunca vamos nos separar, certo? É uma promessa! – Exclamou a mais animada, mostrando o dedo mindinho frente à face de Kuroi.

– Sim, é uma promessa. – Concordou a outra, em sua voz inexpressiva. Cruzando o dedo mindinho de sua mão livre com a irmã. A mesma começou a rir de forma contagiante e animada, fazendo com que sua irmã abrisse um pouco mais o sorriso.

Shiroi, você se lembra daquela promessa quebrada? Aquilo só me fez pensar em como crianças conseguem rir tão docemente mesmo fazendo uma promessa que não tinha certeza de conseguirem cumprir.

Nós sempre estivemos juntas neste quarto. A comida sempre deixada por uma pequena abertura em uma porta. Eu era o seu tudo e você era o meu. Simples assim. Tínhamos a nossa própria linguagem, o nosso próprio meio de nos comunicar. Não havia necessidade de palavras. Se você era capaz de me entender, então eu não precisava disso. Mas você sempre quis mais.

Nós crescemos juntas até aquele momento. Eu, você e o nosso mundo livre. E então aquele homem penetrou no nosso mundo e o destruiu. Você escolheu ir com ele. E eu escolhi ficar.

As duas jovens de mãos dadas. Kuroi prendia as suas madeixas em um prático rabo-de-cavalo. Shiroi prendia os seus em um par de marias-chiquinhas. Ambas utilizavam roupas de um design complexo e cada uma em sua respectiva cor. Desde o seu nascimento havia sido estipulado que uma seria o branco e a outra seria o preto.

– Kuroi, por que você não quer vir? Por favor! Venha comigo! – Implorava a mais velha, os olhos transbordavam emoção e ela parecia prestes a chorar. Mas ainda mantinha um sorriso fraco em seu rosto.

– Eu quero ficar aqui. Aqui dentro é o nosso mundo. Não quero sair daqui.Eu não preciso cantar. Eu não preciso de palavras. – Respondeu ela. Continuava sem expressar nenhum sentimento, mas seus dedos se apertaram com mais força aos da irmã.

– Se você não precisa de palavras… Então eu não preciso mais de você! – Exclamou a outra. Sua voz transbordava dor e mágoa. Soltou a mão da irmã com brusquidão, pegando na mão do homem que a levaria dali logo em seguida. Ela não ousou olhar para trás. A porta se trancou novamente, levando embora o leve feixe de luz. E lá estava garota de vestes negras, deixada para trás.

Você foi embora para conhecer as palavras. E eu permaneci aqui, presa nesse quarto com correntes invisíveis. Eu sou fraca. Sempre estive limitada aqui dentro. O meu pequeno mundo continua girando ao redor de si mesmo.

Eu percebi, Shiroi. Eu percebi que sem você este lugar é uma prisão. Qualquer lugar sem você é uma prisão. Se eu pudesse voltar no tempo, escolheria as palavras. Mesmo que o mundo lá fora seja assustador. Eu preferiria estar ao seu lado na luz do que me recolher nessa escuridão que me restou.

Eu sinto como se tivesse esquecido como bater as minhas asas. Você se sente assim, também? Shiroi, você sente que agora precisa de mim? No fundo, eu não tenho tanta certeza disso. Sempre que eu percebo, me pego pensando em memórias passadas. Porque esse lugar está repleto de você.

O máximo que fui capaz de fazer foi enterrar todos os meus sentimentos no fundo do meu coração. A solidão se tornou minha companheira, eu não queria mais sentir. Então eu parei de sentir.

Não há a menor noção de tempo neste lugar. Nunca houve. Eu não poderia lhe dizer com certeza quanto tempo falta que você se foi. Mas eu sei que foi muito tempo. Tempo o suficiente para que eu não pudesse mas me lembrar com clareza do seu rosto. O que me fez esquecer como era o meu rosto também.

Eu ainda gostaria de fingir que isto é tudo um sonho. Que você nunca me deixou. Mas será que é certo dizer que você me deixou? Não fui eu quem lhe deixou ir? Não fui eu quem não foi com você? Sempre me pego pensando que a culpa foi minha. Mas isso não importa mais.

Levantei-me do chão gélido, no qual estava deitada até o momento. Sentei-me sobre minhas pernas e enterrei meu rosto em minhas mãos. Eu preciso lutar contra esses sentimentos que insistem em vir à tona. Eu preciso reprimir a dor.

E foi nesse momento que a doce canção entrou em meus ouvidos. Aquele era a sua voz. E ela estava em todo o cômodo. Eu não fui capaz de distinguir suas palavras, mas elas diziam algo doce. Pois era isso que eu sentia no seu tom.

A porta abriu-se e a sua figura cheia de luz irrompeu de dentro dela. Havia um lindo sorriso no seu rosto, e seus olhos transbordavam emoção. Eu apenas a olhei, sem forças pra balbuciar um mero ruído. Você se aproximou de mim, ajoelhando-se na minha altura. Estendendo-me a sua mão.

– Eu não sei o que há no futuro que nos aguarda. Mas vamos começar por aqui. – Você cantou o verso e me sorriu afavelmente. Eu fui capaz de entender o que você me disse. E então eu peguei na sua mão.

Era maravilhoso. Como a mais linda das músicas.

Quando eu ouvi aquele verso; Eu soube que a porta estava aberta para mim.

A minha prisão; foi desmanchada. A minha chance de voltar tudo de novo; renascida. Quando eu escutei aquela voz; Apareceu-me uma nova luz. Aquela chance; Agarrei-me a ela como nunca.

Libertei minha voz. Libertei-me das correntes. As suas correntes também foram quebradas. Não é mesmo, Shiroi? Eu sinto que aprendi como bater as minhas asas novamente.

Afinal, quando dermos as mãos, poderemos continuar livres.



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Notas finais do capítulo

Saa...
O que acharam? Principalmente você, Lu-chan! Ç.Ç
Eu tentei tá gente? Não me matem.
Sim...LEMBREM DE DAR OS PARABÉNS PARA A LU-CHAN! -QQ U.U"
Qualquer erro, crítica, sugestão...
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