Where Is The Edge escrita por Mari Trevisan


Capítulo 3
Let You Down


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Eu já tinha esse capítulo pronto há meses, o problema foi arranjar tempo de digitá-lo. Espero que gostem, está bem grande. Obrigada Cherryuki por me lembrar de postar, hehe.
Trilha Sonora: Let You Down - Three Days Grace



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Ao aterrissarmos, William caiu com estrondo no chão, batendo as costas com força e me soltou, rolando. Levantei sem muita dificuldade e vi que estávamos em uma calçada deserta; os raios de sol começavam a aparecer enquanto a noite virava dia. Olhei para aquela linda visão e sorri por um instante, feliz por poder ver aquilo novamente. Um barulho a meu lado me fez desviar o olhar. Era Will levantando rapidamente, colocando a mão na cabeça e esticando as asas. Olhei para ele, demandando uma explicação.


– Ele usou seu poder para me atrasar. Tentou me agarrar com aquelas sombras.


– Quer dizer que não morreu.


– Não é fácil matar um demônio. E ele vai vir atrás de você, por isso vamos sair daqui, de Vancouver.


Arregalei os olhos, sobressaltada. Não estávamos em Toronto?


– A força do golpe de Athanasios nos jogou pra cá – explicou, enquanto eu tentava dizer alguma coisa. – Basicamente, do outro lado do país.


Fiquei sem fala. William se aproximou e me pegou nos braços – já que não havia outro jeito - abrindo as asas negras para ganhar altura em seguida. Fomos subindo, subindo, no começo voando baixo, subíamos lentamente. Eu olhava para baixo; a cidade de Vancouver ia diminuindo de tamanho a cada minuto e logo não era mais que um formigueiro. Fiquei emocionada com aquela visão; mesmo na situação em que eu me encontrava, esta era uma oportunidade única. Seria impossível para um viajante ver a cidade diminuindo daquele jeito, era diferente da visão que se tem de dentro de um avião, pois agora eu estava ao ar livre, embora não sentisse frio nem calor. Isso era concebível para alguém que não tinha mais corpo.


Logo eu podia ver minúsculos pontos de luz lá embaixo, não tinha como saber a que altura estávamos. William pairou no ar por alguns segundos, que para mim pareceram muito longos. Fiquei olhando para a paisagem à minha volta, quase me esquecendo do momento presente. Até que suas asas começaram a bater devagar e ele falou, quebrando o silêncio.


– Se segure, vamos viajar pelas sombras.


Assenti sem prestar atenção e abracei seu pescoço por instinto; eu não tinha a menor ideia do que aquilo significava, mas devia ser importante, já que ele me avisara. Além disso, eu tinha a eternidade inteira para aprender mais sobre viajar nas sombras. Então me dei conta de que eu não sabia nada sobre a passagem do tempo, tendo vivido apenas dezesseis anos. Quanto tempo dura a eternidade? Dizem que tudo um dia acaba, certo? Então quando estarei livre?


Will me sustentou apenas com os braços. Fechei os olhos, sentindo o impacto do impulso daquelas asas poderosas. Só então percebi que eu era mesmo sólida, pois a adrenalina me prendeu a ele: era como se tivéssemos dado uma arrancada. Eu ouvia as asas baterem de vez em quando enquanto íamos em direção ao desconhecido.


***

A cor do céu se confundia com a noite escura, era impossível distinguir qualquer um dos dois naquela escuridão gentil. Estaria tudo silencioso, não fosse o farfalhar daquelas asas alvas, imaculadas como as nuvens que agora, escuras, se escondiam no horizonte. Drake Knight voava rapidamente rumo ao Alabama; ele não havia se esquecido do que deixara lá ao ir para a Flórida. E agora ele começaria a cumprir a promessa que tinha feito a Lyric Angel.


Ele suspirou; fazia tempo que não usava aquele método, que poderia colocá-la em risco também, mas agora não tinha outro jeito – ele usara tudo que sabia, e esta era a última chance de liberá-la de seu martírio, de sua dor eterna. Afinal, Drake não sabia que a alma da garota não havia sido destruída; por isso ele não coseguia entender porque o corpo estava vivo, já que mesmo quando a alma é poupada, o corpo morre em seguida.


Drake voava mais baixo agora, ele estava quase chegando à capital do estado. Claro que ele poderia ter ido de avião, mas preferia ir com seus próprios métodos, assim poderia achar o lugar mais facilmente. Já se via as luzes de Tallahassee, estava perto da fronteira. Assim que sobrevoou a capital – era estranho como os humanos viviam naquela profusão de cores e luzes – Drake começou a descer em direção a Pensacola, uma cidade próxima.


Ele optara por descer, embora seus músculos não estivessem nem um pouco cansados. O fato de que não parava de pensar em Lyric também não ajudava. Ele parou perto de um posto de gasolina, e então entrou na cidade. Logo foi alugar um carro; podia ser longe, sim, mas assim conseguiria manter seus pensamentos em ordem. Dirigia o Eco Sport prata sem descanso, escolhera aquele carro pela razão de seu porta-malas ser bem grande, espaço era o que ele mais precisaria na viagem de volta.


As próximas horas passaram como um borrão para Drake, de tão concentrado que estava em seu objetivo. Era a única coisa que lhe restava. Ele acelerou ao entrar em Montgomery, capital do Alabama – o estado vizinho -, onde vivera antes de mudar-se para Orlando. Conhecia a cidade tão bem como a palma de sua mão, de modo que não foi difícil achar o armazém que ele procurava tão desesperadamente.


O garoto estacionou em frente ao lugar fechado, que era uma oficina abandonada, havia sido fechada pelas autoridades. Saiu do carro e chegando à porta, se abaixou para pegar a veneziana que escondia o interior do estabelecimento. Levantou-a sem dificuldade, deixando apenas o espaço suficiente para que pudesse passar – e entrou.


Estava escuro, mas isso não era problema. Logo encontrou um interruptor e assim que o acendeu, uma luz fraca iluminou o lugar empoeirado. Drake já sabia o que fazer – foi em direção a um baú que ficava nos fundos da oficina, algo que passaria despercebido pelo observador desatento.


O baú não era muito grande por fora, mas sim bem fundo para caber os objetos proibidos. A tampa rangeu bastante quando o garoto abriu a fechadura, e uma lufada de poeira foi em seu rosto. Drake não se importou, parecia que o baú não era aberto havia anos. Não precisou procurar muito para achá-los: várias peças de um metal totalmente branco estavam no fundo, grandes o suficiente para cobrir um corpo inteiro, além das botas, grevas e cota de malha. Drake foi tirando tudo do baú, até encontrar uma espada, que mesmo embainhada, parecia reluzente.


Esvaziou o baú e o fechou. Ele precisava pensar duas vezes antes de usar aquele equipamento novamente, pois havia ferido muitos inocentes no passado. Mas estava fazendo aquilo por Lyric. Era inevitável que alguém fosse sair ferido no processo. Que não fosse Lyric.


Drake organizou a armadura no chão, de modo a vê-la melhor. Havia uma cruz prateada na frente do peitoral, assim como nas placas que cobriam os braços. A não ser por esse detalhe, todo o resto da armadura era completamente branco. Não havia símbolo algum gravado nela. Drake se lembrava de que as peças pareciam refulgir à luz da lua, como a superfície de um lago numa noite estrelada. Voltou seu olhar para a espada, majestosa e grande. Na bainha havia muitas filigranas, além de runas, impossíveis de serem decifradas. Drake a desembainhou lentamente, a fim de admirar seu esplendor. Havia a figura de um dragão gravada em seu cabo, e no punho da espada via-se uma safira do tamanho de sua mão. A espada não era muito longa, mas refletia a pálida luz do aposento com uma intensidade impressionante. Também no cabo estava gravado seu nome: Snovek. Era de cor clara, levemente dourada em alguns pontos. Drake sorriu satisfeito. Agora nada o impediria de salvar sua amada.


***

Voávamos tão rápido que tudo ao meu redor não passava de um monte de imagens confusas, que me deixariam com dor de cabeça se eu ainda tivesse um corpo. Fizera bem em me agarrar a William, pois ele não parecia perceber que eu estava ali, só continuava seguindo em frente.


Eu não tinha ideia de quanto tempo fazia que estávamos viajando, só sabia que nos encontrávamos em algum ponto do oceano, pois o imenso azul lá embaixo não deixava dúvidas quando, num ato de total desprendimento, desencostei do pescoço dele e olhei para baixo. Durou apenas um breve instante, com Will resmungando e me puxando de volta, dizendo que eu devia ficar quieta. Obedeci só dessa vez, porque brigar com um demônio – o mesmo que devorara sua alma – enquanto sobrevoavam o oceano, não me parecia uma ideia muito sensata.


Parecia que nunca íamos chegar a nosso destino. Ele não dizia nada, então era difícil prever qualquer coisa, de modo que eu teria que me acostumar com a situação, querendo ou não.


Ele me prendeu em seus braços, e deixei escapar um gemido de dor, porque era como as correntes que prendiam tudo quando eu estava dentro do corpo dele. Devia achar que eu ia tentar fugir, embora me conhecesse bem o suficiente para saber que eu não tentaria nada, simplesmente porque não tinha para onde ir. Acabei ficando relaxada, mostrando a ele que não ia fazer nada. Não obtive resposta, mas comecei a ficar cansada, quase em meu corpo novamente. A fadiga tomou conta de mim e por incrível que pareça, dormi nos braços daquele anjo negro.

Acordei em uma cama – estava macio demais para ser o chão duro. Na verdade, eu enxergava um teto bonito acima, então devia estar em um hotel. Logo olhei o lugar, esperando alguma resposta. De fato, estava deitada numa cama de casal, e logo vi uma janela bem grande, encostada a ela havia uma mesinha quadrada com quatro cadeiras, um banheiro na parede oposta, e a porta. Esquecendo por um momento onde estava e com quem estava, levantei e fui em direção à porta, querendo saber para qual país havíamos ido.


- Não ouse – uma voz fria me deu calafrios, e virei lentamente, sentindo minha alma pulsar. William estava sentado em uma das cadeiras, com os braços cruzados, a expressão mais fria que eu já vira. Estremeci, entendendo que ele queria que eu voltasse. Ouvi um tilintar e uma corrente apareceu sobre a mesa. Ele deu um sorriso bestial.


Tremi e voltei a me sentar na beira da cama, mantendo o olhar baixo. Ele levantou e veio até mim, eu só conseguia ver o brilho prateado em suas mãos. Fui para o meio da cama, e me encolhi abraçando as pernas. William apenas puxou a cadeira para perto e se sentou, brincando com as correntes em suas mãos – dava para ver que ele estava achando aquilo divertido.


- Estamos no litoral de Portugal, antes que você pergunte – falou, parecia impaciente. Do que eu estava com tanto medo?


Portugal? Quantos milhares de quilômetros havíamos percorrido em um dia?

- Os humanos só dormem quando estão tranquilos, certo? – assenti levemente; aquela era a ideia básica. – Então diga, minha querida, por que você dormiu em meus braços? - Parecia satisfeito com isso, e a resposta já estava na ponta da minha língua. Respirei fundo e comecei.


- Will, desde que eu te conheci, tive medo de você. Você tinha poder sobre meu destino, e quando me sequestrou e contou a verdade, eu realmente achei que fosse ficar no cativeiro para sempre. Então fiz um acordo com você, e embora tivesse continuado me seguindo e me assustando, não era mais como antes. Eu me senti daquele jeito novamente quando você quebrou minha perna, e sabia que meu tempo estava acabando, mas cheguei a pensar que você se importava com alguma coisa além de si mesmo. Eu estava errada – me seguiu até quando viajei com Drake nos últimos meses e ficou preocupado com minha doença, pois assim você não teria o que tanto ansiava, certo? – o garoto ainda me olhava daquele jeito sombrio, eu sentia como se estivesse à beira das lágrimas.


‘’E então... o golpe final. Você veio me buscar logo após o melhor dia da minha vida. Acho que nunca senti tanto desespero como quando o vi encostado naquele carro, com a mão estendida para mim – parei um pouco e engoli em seco – tive que dizer adeus à pessoa que eu mais amava. Mas só voltei a sentir medo quando você começou a tirar minha alma. Eu não conseguia respirar, e a dor que senti... a partir daquele momento eu já estava me habituando. É isso, William – dormi nos seus braços porque me acostumei com a dor e com o medo. Não me resta mais nada’’.

Suspirei, ainda encolhida naquela posição. Eu não sabia o que ele era capaz de fazer, então fiquei daquele jeito – pelo menos era um modo de me proteger, ainda que precário. Will deixou as asas aparecerem, fechadas. Fiquei pensando se ele me agarraria e sairia voando dali, mas isso não aconteceu. Eu realmente queria sair, nunca havia estado no país.


- Finalmente encontrei um modo de você fazer o que eu quero, não é mesmo? – olhei-o com desprezo e fui abrir as cortinas, queria pelo menos ver o sol. E o que eu vi foram ruas de pedra – uma cidade que não parecia muito grande, mas era linda. O sol banhava tudo aquilo, até mesmo o quarto, e tentei tocar a luz. Não senti nada, apenas reparei que fiquei translúcida, quase transparente.


- Volte – ordenou com a mesma frieza. Parecia ter ignorado meu discurso sobre ter me acostumado com o medo e a dor. Obedeci diante da ameaça silenciosa. Fiquei sentada na cama enquanto ele saía para fazer qualquer coisa irrelevante para mim. Por mais que fosse estranho, liguei a TV e fiquei vendo um desenho animado, lembrando de como gostava de fazer esse tipo de coisa quando minha vida ainda era normal.


Já tinha passado mais de uma hora quando a porta se abriu com um clique. William foi direto até mim e me tirou do quarto em seus braços, então eu soube que voaríamos novamente. Estávamos alto no céu quando me chamou.


- Saiba que apenas seres como eu podem te ver e te tocar. Mesmo que você saísse por aí, não conseguiria fazer contato com ninguém – debochou de minha expressão incrédula. Ele parecia apressado, pois não havia parado para admirar a vista, batia as asas freneticamente, às vezes planando. Athanasios não poderia estar atrás de nós. Quase arrisquei uma olhada para trás, mas William poderia se irritar e eu não tinha tempo para aquilo. Tentei não ficar zonza, de tão rápido que as cores passavam por nós.


Logo ouvi um farfalhar; era só a terceira vez que eu voava, mas sabia que aquilo significava que íamos pousar. William me pôs no chão e disse para irmos, indiferente como sempre. Como não estava prestando atenção no caminho, não vi quando entramos num hotel chique. Quando dei por mim, William estava fazendo o check-in na recepção, e fui olhar por uma das janelas do hall. Quase tive um colapso quando vi a Tower Bridge! Estávamos em Londres, a cidade onde eu havia nascido.


Fui surpreendida por um toque em meu ombro. William estava dizendo que eu podia fazer o que quisesse desde que voltasse para o hotel uma hora mais tarde. Eu nunca obedeceria a ordens, mas dessa vez decidi abrir uma exceção, porque esta era uma oportunidade de ficar longe dele. Saí pelas portas giratórias, ansiosa, não sabia para onde ir primeiro. No começo caminhei pelo centro, admirando o rio Tâmisa, assim como as pessoas bem vestidas à minha volta.


Dei uma olhada nas principais atrações turísticas e segui sem rumo, até virar em uma rua que eu não conhecia e ir parar em outra que descia. Aquilo não era prudente, mas como não tinha mais nada a perder, tomei aquele caminho. Vi uma mulher jovem andando tranquilamente e, sem pensar duas vezes, a segui, andando mais rápido até alcançá-la. Ultrapassei-a e fiquei na frente da mulher, com os braços estendidos. Ela passou por mim sem me ver – uma sensação gelada me assaltou quando ela me atravessou, provando que William dissera a verdade.


- Ei! – fui atrás dela, mas a mulher continuou em seu curso. Percebi que não iria ter jeito quando gritei e ninguém me ouviu. Era como se eu não existisse. Suspirei e continuei andando, às vezes olhando para o outro lado da rua, onde havia uma calçada igual a que eu estava. Se não tivesse olhado, não teria visto uma pessoa loira que não me era estranha.


Ignorando a sensação de perigo, não parei de caminhar – porém, as coisas mudaram quando a pessoa atravessou a rua, tão rápido que quando dei por mim, estava vindo em minha direção. Nenhum carro estava passando na rua e nenhum transeunte parecia estar vendo-a, o que me induziu a pensar – e a concluir – que poderia ser uma criatura como Will. Idiota, devia ter pensado mais rápido. Em dois segundos a criatura já estava na minha frente – ninguém menos que Athanasios.


Minha alma começou a pulsar muito rápido, sentindo o perigo iminente. Olhei para os lados em desespero, sem achar algo com o qual pudesse me defender, afinal eu ainda podia tocar objetos. Ele me olhou pela primeira vez, era possível ver a fome em seu olhar morto. As asas escarlates estavam abertas, tensas, o que me intimidava.


- Vamos ao que interessa – disse, curto e grosso. A pulsação continuava acelerada, eu queria ser capaz de gritar por William. As sombras me envolveram completamente, me levantando no alto e me trazendo para perto dele. Athanasios afagou meu rosto:


- Já faz um tempo, Lyric. – Tremi involuntariamente, minha alma em protesto – veja só, o jantar está servido- ele lambeu os lábios, fazendo com que eu me debatesse violentamente – inútil, como sabia que seria. As sombras me afastaram um pouco dele e me ergueram mais alto, como um troféu. Amarraram vários ‘’membros’’, como se fossem me destroncar se estivessem com meu corpo (Já que minha alma tinha forma humana). não podia me entregar, tinha que tentar pelo menos estender o pouco tempo que me restava.


- Espere! – gritei e ele não afrouxou o aperto, apenas parou para me ouvir. Típico. – Me diga por quê. O que eu tenho de tão especial que faz todos quererem minha alma?


- Muito bem, acho que tem o direito de saber. – Riu baixo e arqueou as sobrancelhas. – É engraçado como minhas vítimas sempre fazem a mesma pergunta. Lyric, sua alma é pura. Não tem sentimentos como o ódio... isso a torna muito atraente para nós. – Parecia uma coisa tão simples, que me fez ter raiva de mim mesma por um momento. Não parecia plausível. Assentiu.


As setas começaram a me puxar, algumas me atravessaram, me deixando imóvel. O problema é que estavam dentro da minha alma, agarrando alguma coisa sólida. Várias sombras apertaram a coisa ao mesmo tempo, e senti como se fossem me partir ao meio. Quando William me devorou, eu já sabia que ia sentir dor. Mas agora era totalmente inesperado, de modo que gritei, o que só serviu para aumentar a pressão.


Não sei dizer quanto tempo durou aquela agonia. Talvez minutos, horas ou dias. Eu não me sentia sendo despedaçada, aquele devia ser um processo lento. Em determinado momento, Athanasios pressionou a coisa sólida, e dei o maior grito da minha vida.


Minha alma explodiu em luz branca, atingindo e destruindo as setas, e então vi essa cor tomar conta de tudo, e Athanasios urrou de dor, sumindo como um borrão em seguida. A luz não foi forte para mim, eu enxergava perfeitamente. Fiquei emitindo essa luz branca, ainda com a mesma intensidade. Distingui um vulto alto, cobrindo o rosto na dobra do braço esquerdo.


- Desça – disse a voz de William. Olhei para baixo, para mim, notando que pairava a alguns centímetros do chão, e a luz estava em volta de mim, como uma aura. Consegui descer suavemente, não sei direito como. Desorientada, me juntei a ele.



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Notas finais do capítulo

Por favor, não esqueçam de comentar.
O próximo já está pronto :D
Beijos~