School Of Rock escrita por Snapelicious


Capítulo 8
Fucking Perfect


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me pela idiotice, capítulo escrito ao som de Bob Esponja.
Como vocês podem ver, eu não ganhei nenhum livro novo, então esse foi rápido. E como recompensa eu quero comentários beeeeem grandes, ok?
Se bem que um "continua" já serve.
*Fim do momento suplicante da autora*



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   Narrado por Zac.

Aquela manhã estava sendo boa demais, até um porco comer meu casaco. Amaldiçoei até a sétima geração de James por me convencer á aceitar Ariclenes.

Cheguei em Hogwarts um pouco mais cedo do que o esperado, e resolvi alimentar Ari. Mas, aparentemente, ele já havia encontrado uma coisa para mastigar: minha camisa de flanela, que eu havia esquecido lá na noite anterior. Fiz força para não ter um ataque, afinal, a sala de Filosofia fica aqui perto, e Ronei Doidão Carlos deveria estar preparando sua aula á uma hora dessas.

 Ou mais provavelmente ele estaria comendo um sanduíche de Tofu. Ou contatando seus amigos hippies, contrabandeando cerveja pra dentro da escola, dormindo, jogando twister ou até assistindo reprises do show do Calypso.

Torça pra que ele não esteja fazendo tudo isso ao mesmo tempo.

Às vezes eu me pergunto por que não o demitem logo.

Mas aí eu me lembro que ele é uma das 30 pessoas no país que ensinam Filosofia. Não que eu não goste dessa matéria, era legal no meu tempo de escola.

O que foi há muito tempo.

Muito tempo mesmo.

Mais ou menos na mesma época que os homens moravam em cavernas, caçavam dinossauros e só existia uma palavra em seu vocabulário: Ga.

Consegui chegar no Salão Principal sem a ajuda de um GPS, o que foi uma coisa boa.

E coisas boas acontecendo logo no início da manhã significam que o dia vai ocorrer maravilhosamente bem.

Ou que você vai ser devorado por um marshmallow gigante.

No meu caso está mais para a segunda opção, porque o único lugar desocupado na mesa dos professores era ao lado do Ronei. Tinha esperança que ele não me visse, mas com minha sutileza digna de um espião da CIA, acabei derrubando a cadeira ao afastá-la. Os olhos esbugalhados do Ronei se voltaram para mim.

   - Olá. Sabia que amanhã eu vou ao aeroporto? – antes que eu pudesse responder, ele continuou, falando muito rápido – Vou comprar uma passagem e ir até Veneza. Mentira, não vou não. Eu até iria se meu salário não fosse microscópico. Ou se Veneza não fosse terra de gays. É só ouvir “Veneza” que já penso: gay. A mesma coisa pra quem dorme com dois travesseiros. Ou pra quem usa meias díspares. Mas acho que eles não têm muita escolha, já que as meias são trazidas por duendes, assim como as torradas. Leite?

Já estava cogitando a possibilidade de me afogar no mingau quando vi Remus e Lily com suas duas amigas entrando no Salão.

Não podia abandonar eles agora. Não agora quando percebi que eles são brilhantes.

Eles tiveram uma vida difícil, dizem na sala dos professores. Remus vem de família pobre, só está aqui por causa de uma bolsa de estudos. Sirius fugiu de casa quando tinha 13 anos, pois sua família o odiava. Agora ele mora com James, que, tadinho, tem que aguentar Sirius 24 horas por dia, na escola e nas férias. Lily... bem, eu não sei sobre sua vida pessoal. Mas deve haver um motivo para ela ser tão psicótica.

Quando aceitei fazer a loucura de vir para cá, era só por causa do salário (que não é ruim, como Ronei disse). Mas aí achei aquele folheto no quadro de avisos:

BATALHA DAS BANDAS

Promovida pela Warner Music, em busca de novos talentos.

Inscrições até dia 25 de Julho.

Músicas de autoria própria. Proibido para maiores de 20 anos.

Esses garotos merecem uma chance. Eu, que já tive a minha (mas fiz merda), posso ajudá-los. A não ser que passem de escola em escola catando alunos que podem vir a ser o Kurt Cobain da nova geração, o que, infelizmente, eles não fazem.

Se eu não posso ser músico, posso ter uma chance em ser produtor. O que seria muito legal.

Só preciso que eles confiem em mim.

O que é ridículo, já que sou eu quem está enganando eles.

Ah, cara, onde eu fui me meter?

 Narrado por Sirius Black.

   - James, devolva logo minhas calças!

Se ele não fosse meu melhor amigo, já o teria matado há muito tempo. Mas se ele não fosse meu melhor amigo, eu não teria motivos para matar ele.

Esse cara me tira do sério. Além de não ajudar, só atrapalha. Como agora, que não para de rir em um momento crucial como esse.

   - Sério James, eu preciso das minhas calças para hoje!

   - Eu não peguei nada, Sirius! – ele respondeu, tentando respirar.

No fundo, eu sabia que não tinha sido ele quem roubou todas as calças do meu armário.

   - McKinnon – disse entre os dentes.

Claro, só podia ter sido ela. Quem mais seria irônico o suficiente para só deixar no armário meus shorts de ginástica? E acredite, aquela coisa ridícula não fica bem em ninguém.

Marlene ainda deve guardar rancor daquele incidente do pudim. Achei que já havíamos ficado quites, já que ela gritou para todo mundo ouvir que eu tenho um ursinho de pelúcia. Na verdade, isso até me ajudou, porque depois daquele dia muitas garotas vinham até mim e diziam coisas do tipo: “Posso ser seu Teddy essa noite?”.

E, como ela acabou errando de condicionador e pintando o cabelo de James ao invés do meu (uma completa estupidez, na minha opinião), na cabeça dela eu ainda tenho que morrer.

E o melhor jeito que Marlene encontrou para fazer isso foi roubando minhas calças.

   - Como eu vou assistir às aulas agora? – perguntei desesperado.

   - Falta. – respondeu James-falo-por-falar-mas-meu-cérebro-idiota-não-vê-as-consequencias-Potter.

   - Não posso, né. A essa hora eu já devo ter mais doenças que um velhinho corcunda que caiu no lixo tóxico.

   - Mas daí ele não ganharia super-poderes? – James franziu o cenho. Pelo o jeito minha cara não devia ser nada boa, porque ele logo continuou – Eu só estava brincando, calma. Você pode usar uma minha.

Olhei para ele e pensei na possibilidade. Lene não tem motivos para se vingar de James, então é seguro usar suas calças sem temer possíveis ataques alienígenas.

 Problema: James é menor do que eu.

OK, qualquer coisa é melhor do que aquela tanguinha de ginástica.

 Narrado por Remus Lupin.

 - Vocês querem comprar uma rifa?

   - Não, obrigada. – respondeu Lily secamente.

Esperamos até o garoto do sétimo ano se afastar o suficiente para podermos falar mal dele.

   - Malditos sétimanistas – resmungou Dorcas – Já é o que, a oitava vez que eles oferecem rifa hoje?

   - Nona – corrigiu Lene – Teve aquela garota no banheiro feminino. Eu quase fiz xixi nas calças por causa dela.

   - Eles têm que arrecadar dinheiro para a formatura – eu falei.

   - E pra isso eles têm que nos encher o saco? – disse Lily – Como se os papais riquinhos deles não pudessem bancar a festa. 

Antes que eu pudesse responder, uma garota se aproximou.

   - Olá, vocês querem compr...

Já ia recusar de em jeito que minha mãe classificaria como exemplar quando Lily se levantou e berrou:

   - SERÁ QUE É TÃO DIFÍCIL DE ENTENDER? NÃO. QUEREMOS. RIFA. NENHUMA!

A garota se afastou assustada, e Lily sentou-se quando percebeu que todos olhavam para ela.

   - Maluca! – alguém gritou, e todos voltaram a tomar café-da-manhã.

   - Nem exagerou. – falei – Afinal, o que vale essa rifa?

   - Uma cesta de chocolates, eu acho – Lene respondeu. Dorcas engasgou-se com o suco.

   - Porque não disseram isso antes? – ela se levantou e saiu correndo, gritando: - Ei, garota! Minha amiga é louca, mas eu não sou não! Eu quero doce!

   - Sério, por que a gente ainda anda com ela? – perguntou Lily.

Dorcas logo voltou, com as mãos cheias de bilhetinhos, e, provavelmente, a carteira bem mais leve.

   - Comprei trinta números – ela disse ofegante.  – Um para a Lily.

Ela estendeu um papelzinho para a garota, que o pegou. 

   - Ahn, obrigada, mas...

   - São dois euros. – disse Dorcas. Lily devolveu o bilhete.

   - Faz assim, fica com todos – disse ela.

   - Mas trinta são muitos! – Dorcas reclamou – Com vinte e nove eu já tenho uma ótima chance de ganhar, obrigado.

Lily, Lene e eu reviramos os olhos ao mesmo tempo. James e Sirius vinham adentrando o Salão Principal.

   - Acho que Sirius deixou suas calças tempo demais na secadora, porque ela meio que encolheu.

Realmente, Sirius estava com uma calça colada o suficiente para duvidarmos sobre sua opção sexual. Não sei se ela melhora a circulação do sangue pelo corpo ou o que, mas deve ter um motivo.

Segundos antes de Sirius sentar, Lene escorregou alguma coisa para seu assento. O mané, como sempre, não viu.

   - Não falem nada – ele disse ao se sentar. Olhei indagador para James, mas ele apenas apontou discretamente para Marlene.

   Narrado por James Potter.

Apertaram o traseiro de Sirius cerca de 348 vezes até ele se ligar que tinha algo colado nele.

   - “Me aperte" – ele leu, depois de desgrudar a folha – Francamente, aquela garota não se liga não?

   - Estamos falando de Marlene McKinnon, cara. – falei – Ela não iria se contentar em fazer seu traseiro ficar estranho, ela tinha que chamar a atenção para ele.

Mesmo depois de Sirius ter arrancado aquele recadinho encantador de seu traseiro, as garotas continuaram a apertá-lo. A noticia devia ter se espalhado rapidamente.

   - Se eu cobrasse is ficar rico – reclamou Sirius.

“Atenção, alunos de Hogwarts”

Opa. Eles nunca dão avisos, a não ser para alguma coisa muito importante.

“Um aluno em especial, na verdade. Sirius Black, a Professora McGonagall gostaria de saber por que você colocou suas calças para secarem em um varal na sala dela. E também acredito que todos os alunos gostariam de saber por que há um... interessante quadro seu no corredor do terceiro andar.”

Sirius estava estacado no lugar, de olhos arregalados, enquanto todos olhavam para ele.

“E um recado de todas as garotas de Hogwarts: Sirius Black, vai... Bem, o resto não posso falar pois pessoas inocentes estão ouvindo. Uma boa aula a todos.”

Pois bem, naquela manhã houve um engarrafamento danado em certo corredor do terceiro andar. E acredite, a pintura de Sirius que havia ali era realmente... interessante. Me pergunto onde arranjaram uma foto de Sirius tão ridícula quanto aquela.

Talvez no Facebook da mãe dele, sei lá.

E o pior: ela foi grudada na parede, e ninguém conseguiu tirar ela de lá. No fim, deixaram para todo o mundo ver.

E o caso das garotas. Toda a ala feminina de Hogwarts parou o que estava fazendo para dar um tapa na cara dele. Todas falando coisas que daria um ataque cardíaco em suas mães.

Graças a Deus, acabamos que não encontramos McGonagall pelos corredores, mas pelo que diziam ela estava furiosa; queria jogar as calças de Sirius no lixão, mas Josh a convenceu a não fazê-lo.

Ao invés disso mergulhou elas na privada.

Não sei por que Josh não a impediu de fazer isso. Talvez a cena tenha sido hilária.

No horário do almoço, Sirius havia saído correndo de um bando de garotas, e eu, como não estava com fome, resolvi dar um passeio pelo jardim.

E encontrei Lily lá, deitada em baixo de um carvalho, olhando para o céu.

Aproximei-me, e ela nem se mexeu.

   - Posso? – indiquei o chão ao seu lado.  Incrivelmente, ela não tirou uma arma do bolso e me fuzilou. Deve ser porque é ilegal. Mas ela apenas concordou com a cabeça.

   - Só estava pensando – ela disse - Na banda.

   - Algum problema?

   - Não, é que... Eu nem podia fazer parte dela.

   - Como assim? Porque?

   - Se minha mãe descobrir... é o meu fim. Eu cresci sendo a excluída da família, a menos bonita, a menos inteligente... 

   - Eu acho você bonita – eu disse. Ela olhou para mim, e eu senti estar corando – Quer dizer... olhe para sua irmã. Aquele tribufu nem pode ser considerado da sua família.

Ela riu.

   - Petúnia é o ó mesmo. Mas ela sempre é o centro das atenções.

   - Você é mais inteligente do que ela.

 Ela se contorceu.

   - Porque todo o mundo diz isso? Eu não sou mais inteligente que você, por exemplo. Eu só me mato estudando, mas nem assim consigo chamar a atenção. Petúnia pra lá, Petúnia para cá... Todo o mundo espera que eu seja perfeita. Mas isso é uma coisa que eu realmente não sou. Se minha mãe souber que eu estou em uma banda de Rock, nem sei o que ela pode fazer. Cresci ouvindo que não devo me meter com essas coisas, punks imbecis, como ela diz.

    - Mas não adiantou em nada.

    - Pior que não.

    - Mas você está feliz, não está?

Ela se sentou.

   - Claro que sim!

   - Então. – Eu disse – Você não deve ligar para as ordens da sua mãe, se não você não vai chegar a lugar nenhum. Deve continuar na banda, porque é isso que você gosta de fazer. Siga seus sonhos. Afinal, isso não é ilegal ainda.

Ela me observou, com um sorriso de lado.

   - Sabe, você tem uma percepção incrível.

   - É, eu sei. Eu até usaria ela em mim, mas não tenho problemas.

E, com a perspectiva de tudo melhorar, fomos almoçar.

Cara, acho que estou ficando muito sentimental.


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Notas finais do capítulo

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