School Of Rock escrita por Snapelicious


Capítulo 3
Sirius Will Rock You


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase morrer para esse capítulo ficar aceitável, tá postado.
Enjoy.



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Narrado por Zac.

Na hora em que eu desliguei o telefone, percebi que tinha feito burrada. Estava praticamente assinando minha sentença de morte.

Ok, Zac, não exagera. Eu só vou ficar por algumas semanas em Hogwarts, moleza. Nem deve ser tão difícil ensinar uns pirralhos de... 12, 13 anos? Depois é só pegar a grana e cair fora. Não é?

O único problema é se os professores descobrirem. Ou pior, se Josh descobrir.

O apocalipse mesmo vai acontecer se Jenna ficar sabendo de algo. Aí sim eu vou precisar temer por minha vida. Mas pense pelo lado positivo: ela sempre me disse para ser igual ao Josh, um cara respeitável e que consegue se sustentar. Só estou seguindo o seu conselho.

Mas ainda acho que tem uma diferença entre ser igual ao Josh, e ser o Josh.

Narrado por Lily Evans.

Eu adoraria dizer que as segundas-feiras amam Lily Evans. Mas eu não posso. Porque não?

Porque seria mentira.

“Qual o problema, Lily?” você deve estar se perguntando.

E eu respondo: Potter. Sempre o Potter. Sério, não sei o que a mãe dele estava pensando quando o teve. Com certeza algo como ” Olha, jegues são tão legais, vou ter um filho como eles!”. E PUF! Nasce James Imbecil Potter.

É, acho que isso o descreve perfeitamente. Ás vezes me pergunto por que ando com ele.

PLIM, PLIM, PLIM! DESCOBRIMOS A RESPOSTA: Eu não ando com ele. Eu ando com Marlene, que anda com a Dorcas, que é amiga do Remus, que é melhor amigo do Sirius e do Potter. Ou seja: somos uma turminha feliz! Ok, nem tanto. Nunca vi tanta gente diferente em um grupo só.

Culpa do Potter.

Mas enfim, você deve estar se perguntando que macacaiada toda é aquela lá em cima. Por isso, está no ar mais um...

A estranha vida de Lily Evans!

Estrelando Lily Ruiva Evans, o único ser racional do universo!

Com participações especiais de...

James Potter, a banana que aprendeu a falar

Marlene McKinnon, a Coco Chanel do BOPE

Sirius Black, o batuqueiro prá lá de convencido

Dorcas Meadowes, que se perdeu quando voltava pra Marte

Eeeeeeeee

Remus Lupin, uma mistura de Bill Gates e Johnny Deep.

E o episódio de hoje:

“Porque diabos o Potter está em cima de mim?”

Narrado por Zac.

Achei que fosse um monstro, mas era só a professora McGonagall. Vai ver essa escola não se preocupa com a saúde mental dos alunos, porque olha... Essa daí parece ser difícil de aguentar. Hogwarts deve fazer parceria com um hospício.

– Boa tarde, o senhor deve ser Josh Farro, não? – disse MonsterGonagall, estendendo a mão.

– Sim, sou eu. - eu disse, apertando sua mão. É, agora sou Josh Farro. Pelo o menos até receber meu primeiro pagamento.

– O senhor chegou bem na hora, sua primeira aula vai começar em vinte minutos – ela disse, me conduzindo pelos corredores. – Mas antes eu gostaria de explicar como é o processo de ensino de Hogwarts. Somos muito rigorosos, sabe? Temos horários e regras que devem ser seguidas sem exceção, embora alguns alunos ignorem isso.

Não disse nada, mas sabia que esses eram dos meus.

– Não se preocupe, se eles passarem um dedinho da linha, vão receber uns bons tapas do lado da orelha. – Eu disse, e como sou muito esperto, demonstrei com um violento gesto de mãos.

Mas a professora MonsterGonagall não pareceu gostar muito.

– Se algum aluno não se comportar, dê a ele uma detenção. Não entendo como são seus métodos de ensino, mas aqui em Hogwarts não permitimos castigos físicos. – Ela disse abismada, parando no meio do corredor e me encarando.

Medo.

– E abuso verbal, pode? – perguntei. Eu e minha mania de falar besteira! – Eu estava só brincando.

Pela cara dela, não ficou muito satisfeita. Mas antes que pudesse me dar um discurso de ética e moralismo, um baixinho veio correndo em nossa direção, atraindo sua atenção. Salve figurante!

– O que foi, Watherbeer? – ela perguntou em um tom que devia achar carinhoso. Mas não soou como ela esperava, pois o pirralinho se assustou.

– É a Sarah de novo! – disse o pirralho Watherbeer, sua vozinha de taquara rachada tremendo. - Ela não quer comer sua polenta de novo!

OH MEU DEUS!

Eles servem polenta aqui?

– Por Deus, de novo não! – resmungou McGonagall – tenho que falar com os pais dela, isso é sério!

Ela começou a seguir o anãozinho, mas antes que eu pudesse dar vivas, ela voltou:

– Sr. Farro, sua sala fica no próximo corredor, à esquerda. O sexto ano já deve estar lhe esperando. – Espera aí, sexto ano? Vou ter que dar aulas para adolescentes babacas? Será que não tem nenhuma notícia boa por aqui? – E seu almoço é depois desse período.

E saiu. Notícia boa: Ainda não perdi a polenta. Notícia ruim: Estou no meio de um bando de loucos.

Ok, respira. Tenho duas opções. Primeira: procurar pela saída mais próxima. Segunda: Dar aulas para os inúteis, e receber recompensa no fim do mês. É, fico com a segunda opção.

Pensando em como tenho certeza que vou me arrepender depois, continuei andando em direção à minha sala.

Até que ouvi um grito.

Narrado por James Potter.

Não se preocupe, está tudo sobre controle! Tirando o fato de eu estar esparramado no chão de um corredor cheio de gente. E ainda por cima caído sobre Lily Perturbada Evans.

Fala sério, essa garota tem um problema. Eu e o Sirius só estávamos brincando, e ela ficou toda “Nhé, nhé, nhé, cala a boca Potter, nhé, nhé, nhé, vou chamar o professor.”

Mas tudo começou com o maldito caderninho do Paramore da Lily. Ela ficava toda hora escrevendo naquele treco, e eu, é claro, fui investigar da maneira mais racional e adulta possível: jogando ele para Sirius, que jogava de volta para mim, não deixando a Lily pegar. Brilhante, né? Daí ela avançou pra mim, tropeçou e caiu, me levando junto.

Eu até me levantaria, se a Lily não parasse de espernear e berrar. Espera... Essa foi a Dorcas pulando em cima de mim? É, com certeza foi ela. Quem mais tentaria separar uma briga gritando “MONTINHO NA LILY!” E por que o Sirius não para de rir?

– MAS QUE BABAQUICE TODA É ESSA AQUI?

Ih, ferrou.

Levantei a cabeça e vi um homem parado no meio do corredor. Ele parecia um coala, mas nessa hora eu não estava com vontade de apertar ninguém. O cara usava calças jeans, camisa xadrez e suspensório por cima. Os outros alunos, agora em silêncio, deviam estar (assim como eu) se perguntando o que diabos um cara como aquele estava fazendo em Hogwarts.

– Você aí – ele disse, apontando pra mim – é melhor sair de cima de sua namorada antes que ela volte a berrar.

Eu e Lily nos levantamos, ela mais vermelha que um pimentão. Só agora que percebi que Dorcas não estava mais em cima de mim.

– Ele não é meu namorado – disse Lily, cruzando os braços. – E você, quem é, posso sabe?

– Pode sim- respondeu o homem – Sou seu professor. E você e seu não-namorado estão de detenção.

O queixo de Lily caiu. Sirius riu alto.

– Se ferraram!

O professor olhou para ele.

– E você também.

O sorriso de Sirius desapareceu mais rápido que uma lâmpada queimando.

– Eu não fiz nada!

– Mas tenho quase certeza que você ajudou a criar essa confusão. Agora, todos para a sala e... Por que vocês dois estão segurando ela?

Ele olhava para Remus e Lene, que seguravam Dorcas pelos braços. Provavelmente tinham impedido a maluca de quebrar mais algumas das minhas costelas. Os três se entreolharam.

– É que Dorcas torceu o pé enquanto caminhava, senhor. E eu e Remus a impedimos de cair. – Disse Lene confiante.

Eita mentirinha mais frouxa!

– Sei... – o professor não parecia acreditar – Eu não mandei vocês para a sala?

Todos correram para obedecer.

Narrado por Dorcas Meadowes.

Anos de experiência na frente do espelho me fizeram reconhecer um maluco quando vejo um. E esse professor é um deles.

Andei normalmente até a sala de aula, ainda pensando porque Lene disse que eu tinha torcido o pé. Eu estava perfeitamente bem, oras! Sentei-me ao lado do Remuxo, com Lily e Lene na minha frente, e James e Sirius na frente delas. O professor emo entrou cinco minutos depois, e quando nos viu, resmungou:

– Ah, vocês de novo não! – Ele sentou em cima de sua mesa na frente da classe.

– Eu sou Josh Farro, e serei o professor de história de vocês até o final do ano. Muitos de vocês devem estar se perguntando o que aconteceu com o antigo professor de vocês, Binns, e sinto lhes dizer que ele bateu as botas após aquele terrível acidente com o cortador de grama. Embora eu ache que vocês não estão nem aí pra isso. – ele terminou sorrindo, enquanto a turma batia palmas e dava vivas. Já deu pra perceber que o professor Binns não era muito querido.

– Quero que saibam – continuou Josh Farro em voz alta. Todos silenciaram. – que nas minhas aulas tem regras. Só uma, na verdade.

– E qual seria? – perguntou Remus ao meu lado.

– Não fazer nada.

– Com licença, senhor – Alice interrompeu timidamente, erguendo a mão para o professor poder vê-la. – Mas quando o senhor diz “não fazer nada”, é para não fazermos nada além de estudar?

O Prof. Farro parou por um instante e respondeu:

– Não, muito pelo contrário. Vocês não vão fazer realmente nada, desde que não falem para seus pais ou para os professores. Fala sério, ensinar é um saco! Pensem nisso como um recreio prolongado. – Mesmo não aprovando esse método de ensino que não ensina nada, ri com os outros alunos.

– Então não vai nos ensinar nada? – perguntou Lily. Quer ver que ela vai estragar com o nosso recreio-para-todo-sempre?

–Hmm... Exato.

– Meus pais não pagam 10 mil por ano pelo recreio.

– Então você quer aprender alguma coisa, foguinho? – perguntou o Sr. Farro. Lily corou por causa do apelido, mas concordou. Foguinho? Tenho até que anotar isso, peraí... – Em que conteúdo vocês pararam?

– Íamos entrar no conteúdo sobre Napoleão Bonaparte, senhor.

– Na-o-quê? E não me chame de senhor, a não ser que queira prolongar sua detenção até o final do ano. – Josh se levantou e começou a andar por entre as carteiras. – Napoleão Bonaparte... Hum, bem....ele nasceu na França em mil setecentos e guaraná com rolha... Revolução Francesa... Leiam o capítulo sobre ele em seus livros, que eu vou ao banheiro.

E saiu da sala. Alguém assobiou, e os alunos abriram o livro de História no capítulo 7, como se fossem um só.

30 segundos depois já estavam distraídos com outras coisas. Lene, por exemplo, olhava de boca aberta para um ponto fixo no quadro-negro. Lily e Remus liam concentrados. Como não queria fazer feio na frente dele, comecei a ler:

“Um dos mais famosos generais dos tempos contemporâneos e um extraordinário estadista nascido em Ajácio...”

Olha que formiga bonitinha, vou seguir os passos dela... Foco, Dorcas Meadowes, foco!

“... Filho de família pobre, mas dona de um título de nobreza da República de Gênova, estudou na academia militar...”

Ai, que frio!

“... Dona de um título de nobreza da República de Gênova, estudou na academia militar...”

Peraí, eu já não li isso?

TUM TUM TÁ

“... Pirulito que bate-bate, pirulito que já bateu...”

Quê? Ah, essa é só uma anotação no canto do livro.

TUM TUM TÁ

“... uniu-se aos jacobinos, serviu como tenente da recém-criada guarda nacional...”

TUM TUM TÁ

Que droga de barulho é essa?

TUM TUM TÁ

Formiguinha, é você?

TUM TUM TÁ

Ergui os olhos do livro. Na minha frente, Lily também tinha ouvido alguma coisa, porque procurava o causador. Ótimo, isso significa que não estou ficando louca.

TUM TUM TÁ

Espera aí, porque Sirius está batendo na mesa?

Narrado por Lily Evans.

Nunca, jamais, perturbe uma ruiva irritada, ou pode acabar de um jeito que nem sua própria mãe iria reconhecer. E era isso que estava prestes a acontecer com Sirius Black.

Já bastava eu ter pego uma detenção, ser chamada de foguinho na frente da turma toda, e ter aulas com o professor mais estúpido da face da Terra. Deu pra perceber que meu dia não foi muito bom hoje. E olha que nem chegamos ao meio-dia ainda!

Ih, piorou. Agora Sirius começou a cantar também. Só pra você ter uma ideia, a voz dele quando canta é uma mistura de Pato Donald e Ne-Yo.

Alguém joga alguma coisa nesse idiota!”

– Consciência, é você?

–Não, Lily, é a Dorcas.

Olhei para trás e vi que realmente era a Dorcas quem falava. Porque todo o mundo tem uma consciência, menos eu?

– Ah. - ignorando os protestos de Dorcas, agarrei o estojo dela e taquei no Sirius. Mas como minha mira é espetacular, o estojo foi parar a uns três metros da cabeça dele.

Hmm... Eu estava mesmo tentando acertar o chão, foi de propósito!

–Lily, você podia fazer parte da equipe de basquete.

Segurei-me para não dizer uma resposta mal-criada para Dorcas. Só aí que percebi que o Potter começou a bater na mesa e a cantar junto com Sirius. Francamente, esses bananas não têm mais nada o que faze além de ficar batucando e cantando... Isso é Queen?

Ah, mas eu não ia perder essa oportunidade de demonstrar o meu gosto musical superior! Foi aí que, sem pensar, comecei a cantar junto.

Buddy you're a boy make a big noise

(Cara, você faz um barulhão)

Playin' in the street gonna be a big man some day

(Tocando na rua, será um grande homem um dia)

You got mud on your face

(Você tem lama no seu rosto)

You big disgrace

(Sua grande desgraça)

Kicking your can all over the place

(Detonando por todo lado)

–Masoquê? – ignorei o resmungo de Lene, que provavelmente acabara de acordar.

Singing

(Cantando)

We will, we will rock you

(Nós vamos detonar você)

We will, we will rock you

(Nós vamos detonar você)

Percebi que Dorcas e Remus também começaram a cantar e batucar, mas Lene continuava a se fingir… É claro que ela gostava, é impossível não gostar...


Buddy you're a young man hard man

(Companheiro, você é um cara jovem, cara difícil)

Shouting in the street gonna take on the world some day

(Gritando na rua, vai enfrentar o mundo algum dia)

You got blood on your face

(Você tem sangue na cara)

You big disgrace

(Sua grande desgraça)

Waving your banner all over the place

(Agitando sua bandeira por todo lugar)

Agora toda a turma começara a nos imitar. Todos conheciam a letra de cor, é claro, como poderiam não conhecer...

We will, we will rock you

(Nós vamos detonar você)

Sing it

(Cante)

We will, we will rock you

(Nós vamos detonar você)

– Para, para, PARA! – gritou alguém, fazendo a cantoria cessar. Era o professor que gritava. E por mais incrível que pareça, ele estava satisfeito com alguma coisa.

– Quem começou com isso? – ele perguntou a um baixinho sentado perto da porta.

– Alice – respondeu ele, apontando.

– Remus – exclamou a garota.

– Dorcas – disse ele.

– Marlene – disse ela.

– Lily – ela apontou para mim.

– Potter! – gritei indignada.

– Sirius – disse o garoto.

Black tirou os fones do ouvido.

–Oi?

O professor se dirigiu a ele.

– Você, meu caro amigo, acaba de liderar o melhor coro de Queen que eu já vi na vida.

***

– Sério mesmo que vocês cantaram comigo? – perguntava Sirius, ao sairmos da sala no final do período, cinco minutos depois.

– Sim, maestro Padfoot – disse Potter – Até que Josh é um bom professor, não acharam?

Todos concordaram, menos eu.

– Ah, qual é, Foguinho! – disse Potter, me encarando – Admita que você gostou!

– Foi divertido. – admiti – Mas, fala sério, James, ele não nos ensinou nada!

Percebi meu erro tarde demais.

James... não, Potter abriu um sorriso de orelha a orelha e fez o inesperado: saiu correndo pelo corredor, com os braços no alto, berrando:

– ELA ME CHAMOU DE JAMES! NÃO DE POTTER! EU DISSE QUE ELA ME AMAVA!

–É, Lil’s – riu-se Dorcas, enquanto assistíamos Potter dar o seu showzinho, arrancando gargalhadas dos alunos. – Dessa vez você não escapa.


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