(Roxxy Pov's)

Depois daquela ida ao shopping, nós fomos pra minha casa.

Ficamos jogando videogame por horas e horas, enquanto carinhos eram distribuídos e eu me vestia em seu enorme moletom, que me trazia uma sensação de segurança, como se eu e ele fossemos um só.

Jimmy com certeza me fazia a garota mais feliz desse mundo inteiro, é engraçado pensar que há meses atrás eu praticamente o odiava e vivíamos brigando.

- Te amo bebê. - Sussurrei enquanto ele tentava desesperadamente chegar em primeiro no Mario Kart.

Ele não disse nada, apenas jogou o controle pro lado enquanto seu personagem ficava pra trás, se virou pra mim e me deu um beijo, demorado, calmo e apaixonado. Quando nos separamos, não pude deixar de me perder nos seus olhos azuis. Era surreal o tanto que eu o amava. Eu podia continuar beijando-o ali mesmo, mas ao invés disso, apenas o abracei, o mais forte que pude. Senti que eu realmente precisava fazer aquilo.

Depois de nos separarmos, percebi que ele estava sorrindo feito uma criança.

- Ei pequena, eu tava pensando... A gente podia ir passar um tempo na fazenda dos meus pais.

- Ah, por mim tudo bem!

- Beleza, amanhã ligo pra eles e marco tudo.

- Quer jogar guitar hero?

- Pra quê, pra você arrasar comigo na bateria?

- Isso mesmo! - Ele disse rindo e em seguida dei um tapinha no seu ombro.

- Tudo bem eu topo, mas não chora quando eu ganhar na guitarra.

- Fechado.

E foi assim, que passamos o resto da noite jogando. No final, ele ganhou de mim. Mas a minha pontuação não foi das piores.

- Mô, já volto. - Eu disse e fui pra varanda, ele não protestou e continuou jogando.

Sentei na pequena cadeira de repouso que tinha ali na beira da piscina, e olhei pro céu.

Acendi um dos cigarros que guardava no bolso da calça, e traguei sem dó.

Eu precisava de um tempo pra processar tudo o que havia acontecido nos últimos meses, e de repente ele interrompeu meus pensamentos.

Não, por que eu fui pensar nele?

Fazia dias que eu e Brian não nos falávamos, as coisas esfriaram depois daquele dia que nós fizemos coisas...

- Pensando em mim? - Uma voz veio de traz de mim, e eu levei um susto enorme.

- CARALHO, QUER ME MATAR?

- Desculpa.

- Como você entrou aqui?

- A porta não tava trancada... Seu namorado apagou ali no sofá.

- Típico.

- Posso? - Ele apontou para a cadeira ao lado.

- Claro.

- O que foi?

- Como assim?

- Sei lá, você tá estranha.

- Estranha como?

- Não sei, você quase nem fala mais comigo.

- Nem você.

- Sinto muito, sabe, a Michelle é meio chata quando se trata de falar com outras garotas.

- Entendo...

- Às vezes eu sinto sua falta, eu sei que a gente quase nem se falava, mas sei lá... Você é legal.

- Obrigada, você também.

Ficamos um tempo em silêncio, e eu deixei rolar uma lágrima.

- Ei, o que foi? - Ele se aproximou, secando a pequena gota de meu rosto.

- Nada...

- Pode me contar, confia em mim.

- É complicado.

- Eu vou entender.

- É que eu recebi uma ligação, minha mãe tá com câncer... - As lágrimas já escorriam descontroladamente. - Ela foi pra Itália se tratar, e eu vou ter que ir pra lá cuidar dela, mas eu não quero deixar o Jimmy, nem vocês...

Ele não disse nada, e apenas me abraçou. Eu não tinha contado isso pra ninguém e estava feliz em tirar esse peso das costas.

Abracei ele o mais forte que podia, e me senti melhor. Seu corpo musculoso pressionado no meu me fez sentir-me segura.

Saí da minha cadeira e deitei-me na dele ao seu lado, ele passou o braço pelo meu ombro e ficamos a noite inteira olhando as estrelas, até que adormecemos.