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Mally pov On

Estímulo para levantar-me? Nenhum. Não queria correr o risco de dar de cara com o Phillipe. Arrumei-me vagarosamente e fui para o carro esperar o Louis sem comer nada, não tinha vontade de comer, o único motivo pelo qual eu sai da cama foi para não parecer emocionalmente fraca, para as pessoas não comentarem o quanto eu fiquei mal...

– Bom dia Mally, como você se arrumou rápido. – Louis entrou. Do nada me deu medo, medo não sei do que, talvez de enfrentar as perguntas curiosas dele e dos outros, de perceber as pessoas comentando, de sofrer mais...

– Não vai falar nada? Um “Eu avisei Mally”? – Suspirei fundo encostando da janela enquanto o carro saia da garagem e nossa casa ia ficando para trás.

– Mally eu vou ser sincero. – Começou, sua voz era calma. Não gosto muito do Phillipe mas o que está todo mundo falando é que ele foi inocente essa história, eu nunca iria defendê-lo porém faz sentido e eu sei muito sobre porque lido com isso, tem umas mulheres muito atiradas só que a diferença é que eu não tenho nenhum compromisso.

Idiota. – Prensei. – Dever estar falando isso porque já fez coisa parecida, é claro que sim, é o Louis porra.

– Como se fosse culpa só delas. Vocês são muito machistas. Aproveitam as oportunidades sem nem pensar em nada. – Ele conseguiu despertar a raiva que eu achava já ter superado.

– Decide se vai dar um pé na bunda ou não no cara, não agüento mais ver você choramingando pelos cantos e descontando tudo em mim. – Estava irritado. - NÃO TENHO CULPA MERDA. – Gritou. – Dá um chance Mally.

O Louis defendendo o Phillipe? Esse mundo realmente não tem mais jeito. Estava cada vez mais confusa, não queria encontrar o Phillipe nunca mais, mas todos estavam tentando me convencer que ele era inocente, não queria ser injusta, mas também não queria ser feita de idiota.

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Phillipe pov ON

Levantar cedo era uma delicia quando eu tinha certeza que iria encontrar a Mally, sentir aqueles beijos apaixonados e ver aquele sorriso gostoso, o que não era o caso. Estava inseguro com o rumo da minha vida, tenso comigo mesmo, como eu iria tentar me explicar se a Mally não queria me escutar? Mas vai que a Josie tivesse falado com ela... Eu iria sim tentar me explicar, custe o que custar. Mas será que esse preço é um preço justo?

...

Fiquei esperando-a em frente ao portão. Tempo estava passando e ela não chegava, resolvi entrar ao lembrar que tínhamos biologia juntos.

A sala estava cheia e eu sentei-me no fundo, tinha certeza que ela iria se sentar ali também. Vi ela entrando, as carteiras da frente estavam todas ocupadas, provas na outra semana eram o motivo. Por ironia a única cadeira vaga era uma atrás de mim.

– Oi. – Dei um sorriso nervoso tentando puxar assunto.

– Você deveria economizar sua saliva e não falar mais comigo. – Foi seca.

– Mally, por favor, vamos conversar, deixa eu te explicar o que aconteceu, você não precisa voltar a gostar de mim, só me entender. – Olhei diretamente em seus olhos, os quais ela tentava desviar.

– Voltar a gostar? – Bufou. – Se eu não gostasse de você eu não estaria sofrendo com isso. – Isso foi uma facada no meu peito, eu era o responsável por deixá-la daquele jeito.

– Mally me desculpa, eu não tinha a intenção. – Continuei olhando em seus olhos você é a única que eu amo, você foi a minha única namorada, a única pessoa que mudou minha vida, eu não te trocaria por nenhuma outra Mally, nenhuma outra, eu não seria louco de fazer isso, é você que faz eu me sentir bem, é você que tem o melhor sorriso do mundo, você Mally, só você. – Desabafei.

Ela não me respondeu, desviou novamente o olhar e fingiu prestar atenção na aula, o que eu sei que ela não estava fazendo da mesma forma que o meu pensamento estava longe o dela também deveria estar. Esse silêncio todo me doeu. Dizem que o silêncio fala, mas esse sussurrava, esse momento foi como um eternidade, me fez sentir como um réu que aguarda o julgamento. Esse silêncio foi pior que todos os xingamentos e cenas que minha mente já tinha imaginado porque eu não conseguia interpretá-lo.

O sinal soou aumentando minha angustia, olhei para o lado e ela já andava em direção a porta sem me dirigir um único olhar ou palavra. Afundei minha cabeça entre os braços e suspirei como se as coisas nunca mais fossem dar certo...