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Phillipe POV ON

Mally, uma das garotas mais influentes da escola, tinha me livrado de uma e eu nem tive a reação de agradecer na hora. Como eu sou burro. Tinha que correr, espero que o Ryan não tenha ficado bravo por causa da carteira, não tinha a intenção de apanhar de novo.

Cheguei atrasado na aula, o professor me autorizou entrar com um olhar surpreso. Sentei numa carteira distante ao fundo da sala, o que o deixou ainda mais surpreso. Fiquei lá perdido em meus pensamentos;

–Ei cara o que houve? – Disse alguém do meu lado.

– Iam me dar uma surra, a Mally viu e impediu e eu nem agradeci. – Respondi mesmo não sabendo quem tinha perguntado.

–Humm, a Mally é uma gata.

– É sim.- Disse com um sorriso bobo. É sim.

Percebi que estava falando com Ryan, então ele não estava bravo comigo. Ele parecia legal, bem menos arrogante que o resto das pessoas ali do nível dele.

(...)

mally pov on

Intervalo. Sentei-me com algumas amigas, a fim de contar meu ato heróico do dia até perceber que tinha um monte de gente atrás de mim. Estava cheia daquilo. Cheia de ser tão paparicada, cheia dos amigos nojentos do meu irmão, cheia de menininhas fingindo ser minhas amigas pra se tornar popular ou ficar com meu irmão ou com os garotos do time. Fiz um sinal com a cabeça pra Josie e corri dalí antes que percebessem.

Acabei trombando com o Ryan.

– Oi – ele disse rindo. Aonde vai tão apressada?

– Estou fugindo, mas não conta pra ninguém. – Brinquei.

Não sei por que, mas dentre os amigos do meu irmão ele era o menos pior, até que eu simpatizava com ele.

– Fiquei sabendo que você salvou alguém hoje... – falou.

– Como você sabe, desde quando fala com ele? – Perguntei surpresa.

– Desde hoje. Ele até parece ser um cara legal, falou que você era bonita e nisso eu concordo totalmente. – Disse me olhando.

– Ahh, obrigada. – Falei sem graça. – Agora tenho que ir, me despedi dando um beijinho em seu rosto.

(...)

Phillipe POV ON

Vi o Ryan falando com a Mally e fui atrás dele, ele se certificou se havia alguém por perto e para a minha surpresa me tratou muito bem. Eu ele e o Henrie até trocamos telefones.

...

Cheguei em casa e me joguei na cama, tentando absorver tudo o que tinha me acontecido. Talvez minha vida não fosse assim tão ruim. Talvez desse pra dar jeito...

–Phillipe! Almoça logo e vem me ajudar aqui na mercearia. – Ouvi minha mãe me tirando de meus devaneios.

Meu celular tocou. Atendi. Minutos depois fui para a mercearia.

– Quem era? – Minha mãe perguntou.

– Ah, uns ami...digo colegas. Estavam me convidando para ir numa festa, mas óbvio que eu não aceitei.

– Por que não? Acho ótimo que você se dê bem com o pessoal do seu colégio. Vai, você está precisando se divertir.

– Você não entende mãe. Pra que eu iria?- falei irritado. Você mesma vive dizendo que eles são de outro nível e...

– Por que você anda tão estressado?– gritou me interrompendo.- O que foi? – continuou mais calma. Por que você odeia tanto a sua escola? Você sabe que eu...

Corri pro meu quarto sem deixa-la terminar e bati a porta com força novamente. Estava ficando bom nisso. Não era só a minha escola que eu odiava. Meu celular voltou a tocar, era o Ryan querendo confirmar minha ida. O que eu fazia? Ia ou não?

–Alô.

–... humm eu acho que dá pra mim ir sim...

–...e passa o endereço certinho...

–...te encontro lá...

–...até mais, então...

Fiz isso com toda a certeza que iria me arrepender depois, já estava pressentindo ficar sozinho num canto qualquer até que resolvi ir me arrumar. E se a Mally estivesse lá, o que seria bem provável, eu precisaria ir agradecê-la por ter me ajudado, mas...

–Ei senhor distraído. – minha mãe falou entrando no quarto. Olhei assustado.

–Seu tio vai estar aqui em vinte minutos e não fala nada, pois eu quero que você vá, se arruma bem hein.

Quer por que você não idéia do que rola nessas festas. Pensei

Cheguei. Fiz um aceno quando localizei Ryan e Henrie que vieram até mim.

–Achei que você não vinha, cara. – disse me cumprimentando.

–Nossa você ta diferente hein, quase não reconheci.- Disse Henrie em meio à risos.

–Você chegou na hora certa. -Olhei confuso. – Ela está sozinha lá fora agora. – tornou Ryan.

Ela quem? Aih meu Deus.

–Vai lá, fala alguma coisa, você não queria agradecer a Mally?

A sim a Mally, mas, como eu vou falar com ela assim no meio de todo mundo? Agora? Mudo senti um empurrão por trás e uma mão me apontando a direção certa, andei não dado ouvidos aos conselhos que estavam me dando. Ainda dá pra fugir?