POV Ivy.

Abri meus olhos lentamente, e fui invadida, por uma claridade horrenda, fechei eles o mais rápido que pude e ouvi um barulhinho irritante “pi pi pi pi pi pi pi” logo depois ouvi gotas caindo uma atrás da outra, senti meu corpo dormente, e então lembranças começaram a vir a tona, sentei me rapidamente, e senti uma onda de vertigem me atingir, tentei respirar fundo, mas tinha algo, me incomodando, olhei ao meu redor e percebi estar em um hospital, mas não tinha ninguém na sala, pude ouvir o “pi pi pi” aumentar a velocidade, e logo uma moça loira que deveria ser a enfermeira irrompeu pela pequena sala, olhando nos aparelhos ao meu lado sem ao menos me notar, quando ele viu que eu a encarava, ele abriu um sorriso enorme e veio ao meu lado.

-Oi Ivy! – ele falou, calmamente- que bom que você acordou, seus pais estavam preocupados com você.

Eu tentei falar mas minha garganta travou e novamente me senti incomodado, com aquilo no meu nariz, levei a mão ao tubo que se encontrava no meu nariz rapidamente, mas a moça me impediu, e logo sorriu pra mim.

-Fica calma, eu vou chamar o doutor pra tira isso de você! – ela se levantou, e foi em direção a porta, mas antes de chegar na mesma, parou e se virou pra mim. –Seu pai saiu daqui não faz meia hora, ele disse que só iria tomar um banho e voltar. – ela sorriu –Ele já deve estar chegando.

Eu apenas assenti e ela saiu.

Me olhei e eu estava um pouco roxa com alguns machucados, na perna, e vários, muitos tubos ligados a mim, me encostei novamente na maca, e tentei me lembrar de como vim parar aqui... mas não vinha nada, as ultimas coisas que eu me lembro, foram do Lucas me chamando, uma buzina e depois tudo se apagou, não vinha nada, por mais que eu forçasse, nada, eu queria saber o que estava acontecendo...

-Ivy! – ouvi a voz do meu pai, e me sentei rapidamente sendo inundada mais uma vez pela vertigem eu não tive tempo de falar nada porque ele correu e me abraçou tão forte, que quase não respirava.

-Pa...pai! – minha voz saiu estranha como se não falasse a semanas, e com aquele tubo que estava no meu nariz e descia pela minha garganta era ainda mais difícil.

Ele me soltou e percorreu os olhos pelo meu corpo, e sorriu.

-Ivy, você não sabe como é bom te ver acordada, sua mãe vai chegar a qualquer momento.

Eu apenas assenti.

-Pai, por quanto tempo eu fiquei desacordada? – perguntei calmamente.

-Por nove semanas. – ele disse com tristeza na voz.

-Como? – perguntei sem entender eram mais de dois meses, não podia ser tanto tempo assim.

-Depois só acidente você entrou em coma, os médicos disseram que você acordaria com no maximo dois meses, mas você não acordava, todos ficaram apreensivos, e algumas pessoas falavam que você não iria acordar, mas nós nunca desistimos, eu e sua mãe revezamos, todo esse tempo, e eu sinto muito por não estar aqui, quando você acordou... Eu tinha que levar os meninos pro colégio, e sua mãe esta na casa da sua avó.

-Ta tudo bem! – eu disse mais pra mim do que pra ele.

Ele apenas sorriu.

-Pai onde eu estou? – perguntei tentando entender, o porque da enfermeira ter falado em português, e o porque dos meninos estarem aqui. Eu não podia estar no Brasil! Podia?

-Nós estamos no Rio querida. –senti arregalar um dor no peito lembrando-se do Matheus, da Lucy, de todos.

-Mas... e a minha faculdade...- eu queria falar e meu namoro, mas aquilo não era bem um namoro.

-Querida nós falamos sobre isso depois.

E foi só, ninguém disse mais nada e eu percebi que aquela distancia que tinha entre nós tinha voltado.

Um tempo depois minha mãe, chegou chorando é claro, nós nos falamos um pouco e logo um medico entrou me perguntando como eu me sentia, e disse que iria me dar algo pra dormir, pra retirar todos os tubos, eu não me preocupei apesar de ter dormido por mais de dois meses, eu estava cansada e logo o sono me bateu.