Wolf - Licantropa escrita por Lorelaai


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Lembram do que disse no último capitulo da fic anterior? Então, aqui está, espero que gostem.



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Estava correndo o mais rápido que podia. Estava nevando e o short com a regata não ajudavam muito. Os galhos das árvores me arranhavam e cortavam minha roupa. Algumas vezes caía, mas não podia parar então me levantava novamente. A neve que caia em minha pele a cortava, mas eu tinha que resistir. Não podia olhar pra trás ou aquilo iria me alcançar. Comecei a correr mais rápido, mas os cortes simplesmente ardiam demais. Tentei passar por aquelas raízes emaranhadas, mas meu pé esquerdo prendeu e eu não conseguia mais me mover. Consegui sentir que aquilo estava se aproximando mais lentamente, como se percebesse que eu não sairia dali. Pelo menos não viva. Tentei me soltar mais uma vez, mas a única coisa que consegui foi cair. Olhei para o céu e percebi que as nuvens que antes cobriam a lua sumiram. O animal se aproximou de mim e os raios de luz lunar que conseguiram passar pelas folhas das árvores iluminaram-no. Olhos vermelhos com um traço preto no centro estavam me encarando com sede de sangue. Ele avançou.

– Triiiiiiiim Triiiiiiiim – o despertador me acordou. Sentei-me assustada e cheia de suor. Aquele sonho tinha me aterrorizado as férias de verão inteira e ainda assim eu não me sentia tranqüila quando acordava. Olhei para o relógio procurando saber que horas eram. 06h25minh. Droga, desse jeito eu ia me atrasar logo no primeiro dia de aula. Levantei da cama apressada e entrei no banheiro. Comecei a me despir na frente do espelho. Parei exatamente ao tirar a primeira peça, minha blusa. Aquelas marcas ainda estavam lá. Olhei para elas me lembrando do que as havia causado. Foram adquiridas com muita dor, comecei a lembrar. Balancei a cabeça e pensei: “Não, você não vai se abalar com isso no primeiro dia de aula”. Olhei para elas mais uma vez, na parte inferior direita da minha barriga, e terminei de me despir. Entrei embaixo do chuveiro e tomei um banho rápido. Vesti uma calça jeans surrada, meu allstar de cano alto preto, minha blusa solta com uma caveira no meio, coloquei uma pulseira preta com taxas no pulso esquerdo, penteei meus cabelos, fiz uma trança, que ficou com cores pretas e rosas, já que tinha feito umas mechas pra mudar o visual.

– Shelby, você vai se atrasar pro primeiro dia de aula. – gritou dona Laura, minha mãe. Ela era jornalista, e trabalhava no jornal local. Meu pai era engenheiro, e vivia viajando, então eu quase não o via.

– To indo mãe. – devolvi. Peguei minha bolsa de lado e deci as escadas. Cheguei à cozinha pra tomar o café da manhã e minha mãe olhou pra mim de um jeito diferente. – Que foi? – eu perguntei.

– Nada, é que... É estranho pra mim te ver com esses olhos. Desculpa – ela disse achando que tinha me ofendido. Depois do incidente eu passei a ter, misteriosamente, os olhos de cores diferentes. Um era verde e o outro meio roxo.

– Ah, pra mim também é. – eu disse tentando amenizar o clima. – Hm, to indo, se não me atraso. Tchau. – disse e já ia saindo quando minha mãe chamou.

– Shelby.

– Sim?

– É que você... Você não vai estudar na Neiume.

– Hãm? Por quê? – perguntei confusa.

– Ela fechou por causa do, você sabe, do seu incidente. – ela falou e quando percebeu que eu abri a boca pra protestar, continuou. – Você e sua amiga, a Estelar, vão pra uma outra escola. A Yuke. – Yuke, uma escola diferente que só os selecionados podem entrar. Aquela escola de esnobes idiotas.

– A Yuke mãe? Por quê? – perguntei explicações.

– Bom você e a Estelar foram chamadas. Eu achei que seria bom você mudar os ares um pouco, porque você sabe muito bem o causou a marca da sua barriga.


Luzes piscando. Música tocando. Festa, eu estava numa festa. Uma festa no pátio da Neiume, uma escola que fica ao lado da floresta. Era uma festa escondida. Ninguém sabia somente os convidados. Fui andando em direção a floresta, me senti atraída...


– Shelby, hei filha. – minha mãe me tirou do meu dejavú.

– Hãm, oi, falou algo mãe?

– Sim, a Estelar chegou pra levar vocês pra Yuke.

– Eu posso recusar? – perguntei esperançosa.

– Não.

– Então ta, tchau. – e sai pela porta da cozinha. Fui até a frente e vi o carro da mãe da Estelar estacionado me esperando. Cheguei e ela abaixou o vidro.

– Hei Shelby, pronta pra um novo ano escolar?

– Mais do que nunca Sra. Marquês. – e sorri. Abri a porta de trás e lá estava a minha amiga, com seu jeans surrado igual ao meu, uma regata branca com um colete preto e uma luva preta em uma das mãos. Seu cabelo era loiro, com cachos nas pontas, ele estava solto. Seu rosto pareceria de uma boneca de porcelana se ela não usasse uma maquiagem preta que a deixava com ar de feroz.

– Oi Shel. – ela disse sorrindo. – Como você está? – disse claramente se referindo ao acontecido.

– Bom dia Est – respondi sorrindo também – Estou bem, ainda dói um pouco mas não tanto quanto antes. – ela me encarava com aqueles seus olhos azuis intensos.

Passaram-se vinte minutos pra chegarmos á Yuke. Ficamos em silêncio a viagem inteira.

– Pronto meninas, chegamos. – anunciou a Sra. Marquês. Abaixamos o vidro do meu lado e observamos aquele prédio enorme e chique. Um prédio com a aparência antiga, mas bem conservado. Portões com detalhes simplórios decoravam a entrada. Após eles havia um enorme jardim com flores de todos os tipos e algumas árvores enormes. Descemos as duas do carro e a mãe da Estelar foi embora. Ali eu ia começar de novo. Ia começar uma vida nova.

Entramos pelo portão sem pronunciar uma palavra. Estávamos pasmas com tamanha beleza daquela escola. Minha nova vida acabava de começar, estava ao lado da minha melhor amiga e... Todos me olhavam como se eu fosse uma aberração." Belo jeito de se iniciar uma vida nova Shelby."



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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? Gostaram? Podem dizer tudo gente, sintam-se a vontade pra criticar e elogiar, só pegue leve ok. Mantendo a promessa. Próximo capitulo só depois de dois reviews.