Comecei a ouvir ruídos e levantei-me. Apoiei-me à arvore porque me duía o joelho. Ouvia paços, como se alguém estivesse a caminhar na minha direção, mas estava escuro e nevoeiro e eu não conseguia ver nínguem. A minha visão ficou turva, parecia que tudo à minha volta estava a girar e eu estava a ficar tonta. Talvez fosse o efeito dos comprimidos que tinha tomado. O meu coração batia cada vez mais depressa, e o medo apoderava-se de mim. A minha visão estava desfocada, quando me pareceu ver um vulto
passar entre as arvores. Agarrei na minha mochila, estava a tremer, e tentei andar o mais rápido que conseguia, mas não sabia onde estava e para que direção seguir.
De repente, ouvi um barulho, e quando me voltei assustei-me com uma menina especada a olhar para mim.
Eu: Oh Meu Deus, assustaste-me! *respirei de alívio* Estás bem? 
Ela não me respondeu, apenas olhava fixamente para o meu colar. Parecia ter 8 anos, loira e de olhar acastanhado e profundo. Usava um vestido branco, e eu fiquei admirada por não estar suja nem molhada. Calculei que morasse perto e talvez me podesse ajudar.
Eu: Moras por estas bandas?
Ela: Tens de ir embora! Eles vão apanhar-te!
Eu: Eles? Eles quem?
Ela: *olhou-me nos olhos* Tu sabes...
Ela sorriu-me começou a correr em direção a Norte. Eu tentei ir atrás dela, mas não conseguia correr e ao esforçar o joelho acabei por caír e bater com a cabeça no chão. Desmaiei.
Abri lentamente os olhos e estava numa cama. Tentei mecher-me, mas a minha cabeça parecia que ia explodir de tantas dores que tinha. Olhei ao redor, e apercebi-me que que estava no meu quarto. Nisto a minha tia abre a porta. 
Tia: Como te sentes?
Eu: Como é que eu vim aqui parar?
Tia: Felizmente tiveste um anjo da guarda.

Ela estendeu-me um copo de agua e um comprimido.

Eu: Para que é isso?
Tia: É um be-nu-ron, para aliviar as dores de cabeça. 
Aceitei o comprimido e engoli-o. A minha tia acariciou-me o rosto, mas eu desviei a cara.
Tia: Bem, eu estou na cozinha, se precisares de mim, chama..
Ela colocou o meu colar em cima da mesinha de cabeceira e levantou-se. Dirigiu-se à porta e antes de fechar disse:
Tia: Eu liguei à tua mãe esta manhã depois de te encontrarem no bosque, ela está a caminho para te vir buscar.
Eu: Obrigado.
Ela fechou a porta e eu apanhei o meu colar. Um medalhão que o meu pai me tinha dado em criança.
*Flashback*
Pai: Mia, tenho um presente para ti.
Eu: O que é?
Ele tirou do bolso uma pequena caixa.
Pai: Quero que o uses sempre, e que nunca o tires. Irá proteger-te das pessoas más!
Eu: Que pessoas más papá?
Pai: Um dia vais perceber... *abraçou-me*
De repente a janela do meu quarto abre-se e eu volto à realidade. Levantei-me e fechei-a. Fui até à casa de banho e pus-me debaixo do choveiro. Arranjei-me e vesti uma roupa confortável. Voltei a por o meu medalhão e quando me olhei ao espelho vi marcas de dentes no meu pescoço. Estava a sangrar e comecei a gritar, as minhas mãos estavam a ficar cheias de sangue.
Tia: *abre a porta* Mia, o que se passa?
Quando olhei para as minhas mãos estavam
limpas, e não tinha nada no pescoço. Sentei-me na cama com as mãos na cabeça, e a minha tia passou-me a mão pelas costas e abraçou-me. Senti um arrepiu e nisto alguém toca à campainha.
Tia: Deve ser a tua mãe.. Eu vou abrir.
A minha tia desceu e subiu minutos a seguir.
Tia: O rapaz que te encontrou está lá em baixo, é uma grande oportunidade para lhe agradeceres.
Eu: Claro!
Tia: Vai andando, que eu vou levar as tuas malas lá para baixo.
Ajeitei-me ao descer as escadas, mas quando cheguei ao hall de entrada não havia nínguem e a porta estava aberta.
Eu: Está ai alguém?
Tia: Então? Onde é que ele està?
Eu: Não sei..
Mãe: Filha!!
A minha mãe vêm a correr na minha direção e abraça-me.
Eu: Mãe, por favor menos!
Mãe: Como é que te sentes? Tens dores? Partiste alguma coisa?
Eu: Eu estou bem, têm calma!
Tia: Bom dia para ti também maninha!
Mãe: Não me dirigas a palavra, a culpa de tudo isto é tua!!
Eu: WOW mãe, vai com calma, a unica responsável pelo que aconteceu fui eu!
Mãe: Mia, apanha as tuas coisas e vamos embora!!
Eu abracei a minha tia e dei-lhe dois beijinhos.
Eu: Obrigado por tudo!
Tia: Sempre que precisares!
Mãe: Não me parece!
Pusemos as malas dentro do carro e entrámos. Fiz adeus à minha tia e a minha mãe arrancou o mais rápido possivél.
Durante a viagem não abri a boca, e ia com a cabeça encostada ao vidro a ouvir música. Estava a chover e eu gostava de ouvir o som das gotas de água a bater na janela. Estava dístraída até que olhei e vi um homem mesmo à nossa frente no meu da estrada.
Eu: MÃE!! CUIDADO!!