As Rosas De Hogwarts escrita por everyrose


Capítulo 20
Aposta Natalina




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A manhã de Natal estava tão bela e ensolarada quanto os dias da Austrália. A neve emplastava o asfalto e os campos Hogwartianos, as estalactites e estalagmites surgiam uma vez ou outra para que mais um mongolão tropeçasse ou batesse a cabeça em uma delas e fosse parar na enfermaria. Pobre Madame Pomfrey, pensei. Pássaros faziam seus ninhos em seus abrigos ocos das árvores, corujas voavam para entregar e levar cartas natalinas, e dentro da Floresta Proibida, pensei, os centauros, os unicórnios e seja lá o que Hagrid guardava lá estariam seguros e certamente felizes. Em suma, o dia estava ótimo. Isso, é claro, era tudo o que os alunos sonhavam. Um dia de neve, porém com sol, para que todos pudessem aproveitar. E além de tudo isso, nossos parentes estavam abordo do navio Hogwarts.

         Saí dos quentes cobertores de minha cama e senti um calafrio da friagem que havia atingido o castelo. De súbito vi pilhas de presentes amontoados ao lado. Olhei-os, ansiosa e abri-os. Ron me dera uma caixa de varinhas de alcaçuz, o que eu realmente adorava. O pacote de Hermione continha um livro chamado “O Trato das Criaturas Mágicas e suas especificidades” e um bilhete cor de rosa em que estavam gravadas as letras “Desculpe”. Sorri, comovida. Abrindo os presentes de meus pais vi roupas lindas das quais estava precisando. Os gêmeos Weasley haviam, é claro, me dado produtos da marca Gemialidades Weasley: um infalível pacote chamado “Bruxa Maravilha”, que provavelmente abrangia poções do amor, removedor de espinhas e maquiagem independente.

         Luna havia me presenteado com algo que não identifiquei direito, algo estranho e maluco com o nome de “Espelho Globulador”. Finalmente cheguei ao presente de Harry. Ele havia me comprado um bichinho de pelúcia muito fofo! Era um cachorrinho bege com manchas e era muito macio. Lembrava-me Diffy. Ele era gigante e o melhor de tudo é que podia servir de lanterna. Sim: Era só falar a palavra “Luz” que o bicho iluminava; uma luz neon azul. Um espetáculo.

         Vesti-me, coloquei um cachecol e uma toca para me esquentar. No dormitório, algumas meninas ainda dormiam. Saí, desci as escadas até a Sala Comunal, onde a lareira estava ligada e alguns estudantes conversavam animados. Desejei feliz natal para as pessoas e saí da Sala. A Mulher Gorda murmurou: Hoje vou tomar muito vinho!

         Entrei no Salão Principal. A decoração estava completamente maravilhosa! E com certeza ia ficar melhor, já que teríamos uma festa. A gigante árvore de Natal estava pronta. Velas flutuavam nas laterais do Salão, iluminando e aconchegando a todos. O ambiente estava agradável e vivaz. Andei depressa até a mesa da Grifinória onde vi imediatamente meus amigos. E gritei.

Lola: FELIZ NATAL!

         Hermione e Ron se viraram para receber meu abraço. Ela, particularmente, estava um pouco constrangida, mas senti-me feliz com o seu abraço. Harry deu a volta na mesa e, sorridente, me deu um abraço recatado, quase diplomático. Levantei as sobrancelhas.

Hermione: Você leu o meu bilhete?

Lola: Li (Sorri) Está tudo bem, então?

         Ela assentiu.

Lola: Obrigada pelo presente, aliás! Nunca tinha visto aquele livro á venda.

Ron: Valeu pelos doces! Bizarro, porque eu também te dei doces...

Lola: Pois é!

         Luna se aproximou de nossa rodinha feliz. Ela deu um olá com aquele olhar devaneador e intrigante de sempre e nos desejou feliz natal. Estava usando os brincos de pena que eu a havia comprado; um de cada cor. Eu sabia que ela iria gostar, pois os brincos eram a cara dela.

Luna: Obrigada pelos presentes, pessoal. (Ela sorriu, sonhadora) Só queria te dizer (Ela se dirigiu a mim) que um Espelho Globulador serve para identificar narguilés, caso tenha ficado em duvida entre isso e os identificadores de ninfas.

         Eu olhei-a confusa. Tentei perguntar o que eram narguilés, mas ela saiu dali saltitante. Franzi o cenho, sem entender nada.

Ron: Sabe, não faço idéia do que sejam narguilés, mas ninfas na realidade existem!

Hermione: Finalmente alguma coisa que ela diz é VERÍDICA, não é?

Lola: Do que estão falando?

         Ron espreitava alguém por trás de mim.

Ron: Bem, EU não sei do que ELA está falando, mas o que eu sei é que hoje o Salão Principal está cheio de ninfas!

         Olhei para trás e vi Courtney Blank e Lilá Brown juntas, conversando com entusiasmo. Elas olharam cautelosamente para Ron e soltaram um risinho juntas. Ele sorriu, embasbacado. Hermione encarou-o com uma expressão herege ao extremo, mais incrédula do que nunca. Ela, que estava prestes a resmungar alguma coisa, fechou a boca, pensando melhor. Retirou-se indignada. Eu e Harry o fitamos, indagando.

Ron: Eu estava brincando! Hahaha.

         Então nos entreolhamos e soltamos risadas que nos deixaram vermelhos. Sentei-me ainda rindo, para comer as torradas. Foi então que notei a falta de algumas pessoas.

Lola: Gente, cadê nossos pais?

Ron: Não se preocupe (Ele falou de boca cheia), estão tomando café em uma mesa só para pais. Ali, ó.

         Ele apontou uma mesa gigante, onde se encontravam muitos pais. A mesa estava tão lotada que os espremiam. Eles precisavam tomar o café o mais rápido possível para dar espaço aos novos pais que haviam acordado. No entanto, nenhum deles parecia irritado ou azedado. Estavam aproveitando ao máximo. A não ser é claro, alguns pais que preferiam tomar café mais cedo, assim que a aurora aparecera. Exemplo? Lúcio Malfoy e seus colegas. Esse sim não agüentava sentar perto de gente “escória” como os pais trouxas ou “traidores do sangue”.

Draco: Então eu pensei, sabe, Goyle... Pobre dos MEUS pais. Terão que se misturar com gentalha; trouxas imundos... Assim como aquela HAUNSEN e a GRANGER. IMAGINA só sentar ao lado desses imundos. Imagina sentar ao lado de traidores do sangue, como os ruivos nojentos Weasley.

         Ele passou por nós basicamente GRITANDO, para que todos ouvissem. Ron levantou-se do banco violentamente, mas Harry puxou-o pelo braço, para fazê-lo sentar-se novamente.

Harry: Ron, hoje é Natal, deixa passar...

         Ron encrespou o lábio com raiva e revirou os olhos. Começou a enfiar a comida toda goela abaixo, para não ter que reclamar de Malfoy.

         Eu, Harry, Ron, Luna e Neville, depois de termos desejado feliz Natal para nossas famílias, decidimos passar a tarde pegando sol no exterior do castelo. A árvore na qual adorávamos tanto sentar embaixo tinha a grama pouco coberta de neve, portanto nos acomodamos ali. Ficamos conversando por um tempo. Luna, com seus óculos de zonzóbulos, por vezes sorria vagamente para o nada. Neville nos contou sobre a premiação de Herbologia que ganhara, enquanto Ron fazia piadas toda vez que ele mencionava a professora, como se Neville fosse afim da velha.

         Ao redor, alunos e pais aproveitavam o dia. Ao longe consegui ver meus pais; estavam conversando com os Weasley perto do lago, dando gargalhadas e rindo a toa, apreciando a paisagem. Ajoelhei-me e comecei a juntar neve rapidamente, sentindo a frieza e umidade nos dedos, por trás das luvas.

Ron: Então a Professora Sprout realmente gosta de você, hein Nevillezinho!

Luna: O que está fazendo? (Ela me perguntou, antes que Neville abrisse a boca para xingar Ron)

Lola: Um boneco de neve.

Luna: Ah! (Ela falou entusiasmada) Deixe-me ajudar! Meu pai e eu sempre fazíamos bonecos de neve quando passávamos os Natais com mamãe. Uma vez colocamos ameixas dirigíveis nele, mas não deu certo.

         Eu e Harry nos entreolhamos.

Lola: Certo... Seja lá o que isso for!

Neville: Ei, aquela ali é a Hermione? Pensei que ela estivesse na biblioteca... Pelo menos foi o que ela me disse.

         De fato, Neville estava certo. Hermione estava a alguns metros longe de nós, mais a frente. Conversava com Carter Mcmillan, o tal garoto da Corvinal. Eles estavam sentados e ele tinha um livro aberto no colo.

         Ron franziu o cenho e os olhos, para enxergar melhor.

Ron: É o outro Mcmillan? Não... Não.

         Ele raspou os dentes.

Luna: Ah, sim, O Carter! Ele é um garoto muito legal. E muito inteligente por sinal! Parece que os dois devem ter se encontrado na biblioteca. Eles combinam, não acha, Lola?

Lola: Haha, realmente! Ela está se dando bem! Olha lá! Haha, o Carter ta brincando com o queixo dela! Aliás, ele não é bife de se largar, não...

Harry: CAHAM.

Lola: Não que eu me importe!

         Neville deu uma gargalhada, mas Ron não parecia estar agradado com a situação. Começou a tentar pegar moscas com a mão.

Ron: Foda-se, quem liga? Ela nem me agradeceu pelo presente que eu dei, mas eu to nem aí.

Harry: Bem... Ela deve estar chateada ainda por causa da Rita Skeeter e daquela manchete.

Ron: Que ela continue chateada, porque eu já pedi desculpas. Não é minha culpa se ela quer se fazer de orgulhosa.

Luna: Ah, não se preocupe. Eles só estão conversando!

Ron: Se preocupar com o quê? Não sei do que você está falando! Maluca!

         Comecei a rir quando Luna fez uma cara de “Então tá, paspalho”. Meu boneco de neve estava pronto, com dois olhos feitos de botão, um nariz de cenoura e uma boca de alcaçuz. Coloquei meu cachecol nele e pedi emprestado o gorro de Ron.

Neville: Ficou legal!

Harry: VOU DESMONTAR.

Lola: NÃO! (Eu empurrei ele, impedindo-o de tocar no boneco) Agora o toque final!

         Peguei os óculos de Harry subitamente, e coloquei-o no boneco. Ficou perfeito.

Harry: EI! Lola, eu não enxergo!

Luna: Um boneco de neve Potteresco! Gostei da idéia!

         Pedi para Luna tirar uma foto minha com o boneco, mas Harry apareceu no meio tentando procurar os óculos. Então, o boneco de repente foi demolido. Senti o frio gelado da neve nas minhas pernas e ao virar-me para o amontoado de neve com um gorro, um cachecol e óculos no meio, vi Logan.

Logan: Pena que eu odeio coisas Potterescas, não é?

Harry: HOFFMAN.

         Ele pôde perceber, mesmo sem enxergar nada.

Logan: Olhe aqui, cegueta Potter. É bom que isso não signifique nada do que estou pensando. Porque SE significar...

Harry: SE significar o quê, Hoffman? Vai dar à louca, vai? Vai soltar a franga?

         E em um milésimo de segundo que eu mal pude notar, Logan partiu para cima de Harry e os dois rolaram na neve, se debatendo e se esperneando, como se varinhas não existissem. Foi só eu pensar, porém, para um sacar a varinha e o outro também, e ambos apertarem-nas contra os seus pescoços. O Harry, coitado, não conseguia distinguir nada sem os óculos.

McGonagall: O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

         A professora, acompanhada de Hagrid, que segurava um barril, aproximou-se a tempo de afastar os dois garotos e impedir que se ferissem.

McGonagall: LARGUEM AS VARINHAS! AGORA!

         Eles largaram. Harry ainda franzia os olhos, tentando enxergar. Eu recolhi os óculos do chão e o entreguei.

McGonagall: Eu SÓ não os ponho em detenção hoje porque é Natal e temos uma festa maravilhosa para comemorar! Mas se os dois forem pegos brigando novamente... Vão ser elididos da festa! Que fique bem claro, Potter e Hoffman.

         Os dois se encararam com fúria, e Logan deu as costas, passo a fora.

Ron: Bloody Hell, Harry...

         Enquanto dávamos um passeio por Hogsmeade, o tempo passou rápido. Hermione nos acompanhou junto de Carter por um tempo, mas este acabou sendo espantado pelo mau-humor de Ron. Mais tarde, voltamos ao castelo para a festa.

         Eu já estava com Hermione e Luna lá embaixo, no Salão Principal. A árvore de natal agora tinha sido posta no lugar da mesa dos professores, e estava toda iluminada, com luzinhas coloridas, anjos pendurados, bolas de cristais, laços e no topo, uma grande estrela amarela. Havia mesas grandes e redondas para as famílias jantarem. O chão estava cristalizado, o teto imitava a noite na qual nevava, e a decoração era vermelha, branca e cristal. Grandes estrelas, um pouco menores que a da árvore, flutuavam iluminando-nos, e estátuas de unicórnios e de renas cristalizadas rodeavam o Salão. Até mesmo os fantasmas das casas se divertiam.

Hermione: Vocês estão sabendo, não é? Vai ter outra festa depois desta. Pelo menos os Grifinórios organizaram e conseguiram a autorização da McGonagall. Só porque ganhamos da Corvinal mesmo!

Luna: Ei! (Ela fez uma cara emburrada) Mas não vai ser na Sala Comunal de vocês, vai?

Hermione: Não, vai ser no mesmo lugar que foi o Baile de Outono, onde tinha aquele escorregador... Mas vai ser menor.

Lola: Ah, sério? Nem sabia disso. Só vi o Fred e o Jorge falando algo sobre amigas escondidas, ou algo assim.

Hermione: É, eu sei. É que eles chamam as bebidas alcoólicas de “amigas” pra ninguém perceber. Só sei que se eles estão planejando alguma coisa escondida, vai dar merda.

Luna: Tanto faz. (Ela sorriu) Vou festejar com vocês. Provavelmente todas as casas vão.

         Conforme as pessoas chegavam, o salão enchia. Eram famílias e famílias vestidas elegantemente para a festa. Eu, pelo menos, vestia uma saia preta de cintura alta com um cinto vermelho da cor do natal, uma blusa branca cavada com um colar de penas pretas, o amuleto do meu tataravô e meia calça. Obviamente a temperatura estava agradável no Salão, e não congelante como do lado de fora.

         Harry, Ron, Neville, Simas, Dino e Ernesto conversavam em um banco, entusiasmados. Eles lançavam olhares furtivos para cá toda vez que Harry falava alguma coisa, e logo depois riam.

Hermione: Olha lá, o Harry se exibindo... Ai, Lola, falando nisso... Você tem que tomar cuidado nessa festa que vai ter. Se qualquer um pode entrar, mesmo não sendo da Grifinória, vão ter Sonserinos.

Lola: Afe, Hermione, é claro que eu vou tomar cuidado, não sou anta né! Vai ter trilhões de pessoas ali, qualquer um pode ver qualquer coisa.

Hermione: Ué, nada a ver! Não é TÃO fácil pra você assim.

Luna: Verdade. Você tem que se controlar. (Ela sorriu)

Lola: Hã!? Não sei do que estão falando, eu me controlo normalmente! Posso sem o menor esforço não ficar com o Harry. Ainda mais agora que ele ta se exibindo pros amigos.

Luna: Duvido, duvido, Lola!

Hermione: Eu também duvido! Eu aposto que você NÃO VAI resistir em ficar com o Harry nessa festa!

Luna: Eu também!

Lola: Ah é, é? Então ta! Eu aposto que eu VOU resistir em ficar com ele. Vocês vão ver como não vou ficar com ele hoje. E não vou MESMO.

Luna&Mione: Então ta!

         E nós decidimos por apostar bombinhas natalinas de chocolate. Quem perdesse teria que comprar um pacote para a outra, sendo que essas eram um dos melhores doces da Dedos de Mel.

         Conforme o tempo passava, o salão enchia. Logan passava por mim com uma expressão de superioridade, ao lado de Gina Weasley. Sim! Gina Weasley! Os dois andavam de braços dados. Aquela que me criticara por fazer laços com um sonserino, a mesmíssima. E apenas uma palavra veio em minha mente naquele momento: Hipocrisia. Talvez Logan tenha achado que a palavra que veio em minha mente fora alguma relacionada com ciúmes, pois ele pareceu satisfeito em demasia consigo mesmo, ao ver meus olhos acompanhando ele. Harry também pareceu notar.

         Fiquei em uma mesa com os meus pais e os pais de Hermione. Harry, Ron e o resto dos Weasley ocuparam uma mesa. Nós jantamos um banquete completamente delicioso, que impressionava meus pais toda a vez que se servia sozinho. Não eram necessários garçons, nem nada do tipo.

Tina: Lola, querida... Conseguiu achar algo sobre seu tataravô que você tanto queria?

Lola: Não, mãe. Quer dizer, mais ou menos. Eu só achei umas fotos esquisitas dele com a tataravó e com outra mulher. Fiquei pensando quem era. Tem uma história engraçada também sobre essa mulher ter feito alguma poção. Algo assim.

William: Bem, nós não sabemos de nada. Sabe como é, nós não entendemos nada disso. Talvez se você falasse com seus avós...

Lola: Mas vocês disseram que eles não sabiam de nada!

Tina: Eles não sabem.

William: Não, não... Isso é balela pra mim. Eles devem saber sim de alguma coisa e não querem falar.

         Fiquei imersa em meus pensamentos, quando, depois de ter acabado a sobremesa, Dumbledore pediu a atenção de todos. O Salão ficou em silêncio, e as luzes se apagaram. As únicas luzes que iluminavam o lugar eram as velas e as luzes da árvore de Natal.

Dumbledore: Hoje, Hogwarts tem o prazer de receber a agradável presença das famílias de nossos estudantes. O Natal é uma data especial que simboliza o nascimento de Jesus Cristo, a esperança, a fraternidade, o amor. É por isso que, por mais que seja árduo, devemos deixar de lado as diferenças e compartilhar com aqueles que mais amamos a nossa compaixão. Apesar de todas as guerras, traumas, dificuldades, e mesmo que ao nosso lado não tenhamos aqueles que desejaríamos ter... Perdoaremos aqueles que nos fizeram mal e comemoraremos a felicidade do Natal juntos, pois aqueles que realmente amamos estarão sempre em nossos corações. Um brinde ao Natal!

Todos: Um brinde!

         E uma massa de pessoas ao redor de Dumbledore, levantou suas taças de champagne bruxa e brindou o Natal.

         Como sempre, o discurso de Dumbledore fora comovente. Até mesmo alguns professores haviam ficado emocionados, menos Snape, é claro. Depois de um tempo, enquanto as famílias continuavam reunidas no grande salão, uma massa de alunos se deslocava para outro lugar. O cômodo onde a festa criada pelos grifinórios aconteceria, estava todo decorado com enfeites de Natal. Havia uma árvore também, menor que a do grande Salão, é claro, mas tão bonita quanto. Em um pequeno bar, os gêmeos Weasley encontravam-se do lado de dentro, dando uma de garçons vendedores de álcool. Descobri depois de um tempo que se algum professor entrasse na festa, as bebidas disfarçavam-se com iminência, como se fossem refrigerantes ou sucos.

         Havia um DJ que tocava músicas animadas e dançantes. Diversos estudantes das diferentes casas participavam da festa, apenas os sonserinos não se encontravam lá. Harry e seus amigos sentaram-se em uma mesa e continuaram conversando e rindo, enquanto bebiam. Eu, Luna e Hermione; depois de termos pegados nossas bebidas, dançávamos na pista junto de Ron, porém Mione não parecia estar achando muito agradável a presença dele.

         Ela saía o tempo todo da roda, e eu pedia para ela voltar. Até que depois de um tempo, o álcool começou a fazer efeito e todos já começavam a ficar malucos. Fred e Jorge entraram no meio da roda; faziam passos de dança complexos e animados. Nós tentávamos imitar eles. Dançávamos animadamente, fazíamos trenzinho, rodávamos o tempo inteiro. A festa estava realmente bombando, o pessoal estava se divertindo.

         Até que percebi aqueles pequenos olhares furtivos dos garotos da mesa, principalmente de Harry, e ouvia as risadas. Comecei a sentir um gelo no estômago, uma revirada total, mas continuei dançando.

Luna: Acho que eles estão olhando pra cá.

Hermione: Provavelmente! Acho que vi Harry fazendo um gesto, apontando pra você, Lola.

Lola: QUE BOM. (Falei irônica)

         As meninas começaram a rir, já prevendo o acontecimento. Continuamos dançando naquela roda, e eu fingindo não estar ligando para nada. Até que, repentinamente, senti duas mãos me envolverem por trás, pela cintura, até chegarem em minha barriga. Eu fiquei tensa. Com certeza, era Harry. Ele colocou meu cabelo para trás da minha orelha, aproximou seu lábio dela e sedutoramente sussurrou: Curtindo a festa?

         Arrepiei-me de corpo e alma e mordi meu lábio, temerosa. Deveria ficar como estava? Deveria simplesmente sair? Vir-me-ei para Harry e com certa dificuldade, dei um empurrão de leve nele, afastando-o de mim.

Lola: É, mais ou menos. (Falei o mais impassível possível)

Harry: Hum, vamos, vamos dançar (Ele pegou minha mão)

Lola: Não, Harry. (Eu continuei no mesmo lugar) Acho que vou ficar aqui mesmo, dançando.

         Um sorriso malicioso fora estampado na cara do garoto. Ele me olhava sagaz, com um olhar de travessura. Percebi que hoje ele estava persistente, para o meu azar. Continuava a se aproximar de mim.

Harry: Ah, então você é teimosa, hein? Tudo bem, Loliz... Se é assim que você quer...

Lola: Eu não sou teimosa!

         Ele acariciou meu queixo, apertando-o, com o dedo.

Harry: É claro que não é. Haha.

         E piscou para mim, voltando para a mesa dos seus amigos. Meu estômago revirava 100 vezes por minuto. Eu decidi ir até a mesa do bar pegar mais bebida. Peguei um drink azul fosforescente com gelo seco. Tomei alguns goles, tinha gosto de uva; era muito bom. Então, de súbito, risadas de homens eclodiram na festa. Eu corei, pois sabia que Harry estava falando algo sobre mim. Hermione e Luna se aproximaram. Eu olhei-as com uma cara de triunfo.

Hermione: Nah-nah, ainda não, honey! Afinal, a festa não acabou!

Luna: Aliás, ta só começando, né, Mione?

Lola: Bla bla bla! Vocês vão ver!

         Elas tomaram um gole do meu drink e voltaram para a pista de dança, sorridentes, como se já tivessem ganhado a partida. Fiquei olhando para a árvore de natal, toda enfeitada. A estrela no topo reluzia. Era linda. Poderia ficar dias e dias fitando aquela estrela... Então fechei os olhos, imergi em pensamentos. Como estaria a Austrália na festividade natalina agora? Como estariam meus avôs, tios e primos lá?

Harry: Vê se não embebeda demais, ouviu, babe?

Lola: QUE SUSTO! (Abri os olhos) Ah, claro. Como se quem tivesse bêbado aqui fosse eu.

         Harry realmente não estava nos dias mais sóbrios. Ele falava de um jeito estranho, mas também estava mais solto, alegre. Decidi simplesmente sair de perto dele sem dar satisfação e caminhei para o outro lado, com a expressão mais fria que já consegui fazer. Harry, no entanto, me seguia.

Harry: Ah, Lola, qual é! Hoje é Natal! Entra no espírito!

Lola: Vem cá, porque você bem hoje decidiu ficar tão persistente?

Harry: Hoooje? Hahaha! Eu não! Acontece que você me quer, eu te quero... Então!

         Estávamos no meio da pista de dança, e Hermione e Luna dançavam.

Harry: Deixa de ser teimosa, Lolizzzzz!

Lola: Eu NÃO sou teimosa, não é, Mione?

Hermione: Claro que não!

         Logo em seguida ela se virou para Luna desmentindo o que dissera com uma cara debochada e irônica. Valeu pelo apoio, pensei. Harry continuava se aproximando de mim, estava bebum, não tinha noção das coisas. Eu saí em um passo apressado dali de novo, fugindo. Só ouvia as risadas cada vez mais altas dos outros garotos.

Lola: Para de me seguir!

Harry: Porque você não quer ficar comigo, poo? (Ele disse com uma cara de quem está apaixonado, me olhando com aqueles olhos cativantes)

         Eu engoli a saliva, temerosa, pois meu estômago havia revirado de novo. Respirava profundamente, mas mantive a calma.

Lola: Porque você não pode parar uma vez na vida de se exibir pros seus amigos?!

Harry: Hein?! Eu não estou me exibindo pros meus amigos!

Lola: Ahhhh, não, imagina! Só temos uma platéia ambulante nos observando O TEMPO TODO.

Harry: Hahahaha, Lola, eles só são curiosinhos demais! Dane-se!

          Arrastei-o até um pufe em um canto e o fiz sentar-se. Harry continuava a me olhar com aquele sorriso de canto, de maroto nos lábios.

Lola: Ta, agora fica aí descansando, antes que eu tenha que te levar pra ala hospitalar.

Harry: Que ala o que!

          Harry se levantou em um milésimo de segundo.

Harry: Vamos, Lo... Eu sei que você quer, não negue.

          Ele se aproximou de mim, colocou as mãos na minha cintura, colando nossos corpos. Eu fiquei estática, imóvel. Não conseguia me mexer, pois por alguma razão, algo neurológico no meu cérebro não funcionava. Senti meu coração bater forte. Olhei para ele, que agora beijava meu pescoço com voracidade, e acariciei a sua nuca involuntariamente. Fechei os olhos, respirei fundo. Estava praticamente impossível de resistir, era inviável, complicado demais. Apertei a frente da camisa de Harry com força, num intuito de resisti-lo, de repudiá-lo, empurrá-lo para longe. Mas eu só conseguia apertar e amassar a camisa. Ele parou de beijar meu pescoço, nossas respirações já ofegantes. Tinha o rosto muito perto do meu, seus lábios quase apertando os meus, seus olhos claros, impecáveis, fixos nos meus lábios e depois nos meus olhos. Nós nos fitávamos, sem dizer uma palavra, ainda. O cabelo dele descabelado ficava tão sensual, ainda mais com aquela cicatriz em forma de raio na testa. Eu não ia conseguir rejeitar, era fraca. Nem prestava mais atenção nas vozes das pessoas ao redor, elas se esvaiam aos poucos. Nossos narizes encostavam-se. Eu sentia o toque quente da mão de Harry no meu corpo, no meu braço, e então deslizando pelo meu tronco. Ele sussurrou bem baixinho.

Harry: Você fica tão sexy desse jeito.

         Eu sorri, olhei-o, tão encantador eram os seus olhos. Coloquei uma mão no pescoço dele e a outra continuava apertando a camisa, e nos beijamos profundamente. 


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