– AONDE ESTÁ O BEBÊ?! - Tate gritava para toda a casa, e talvez para todo o bairro.

O dia do casal não tinha começado muito bem. Logo cedo, Tate ouvira, do quarto de Sunshine, algo caindo no chão de madeira. Era a mamadeira, depois que Violet olhara para o berço e sua filha não estava lá. Tate subia as escadas, correndo ao máximo que podia. O leite estava todo derramado no chão, e Violet estava de joelhos, com lágrimas grossas escorrendo em seu rosto.

– O bebê... - Violet não conseguia pronunciar direito as palavras que saiam de sua boca - O bebê não está aqui...

Tate observara os olhos brilhantes de Violet durante algum tempo, e logo desapareceu. A garota ouvira um grito de seu marido, que chegava a doer os ouvidos de todos que se encontravam na casa.

– AONDE ESTÁ MINHA FILHA?! - Tate gritara mais uma vez, dessa vez com mais força.

Constance ouvira os gritos de seu filho de sua casa. Logo deixara Michael com a nova babá que contratara. Saiu as pressas e batera com força na porta da Casa dos Assassinatos. Vivien aparecera bem em frente à porta, e olhou diretamente no olho mágico.

– O que está acontecendo? - Constance tapava os ouvidos - Por que diabos Tate grita com tanta força?

– MINHA FILHA DESAPARECEU! - Violet estouraria suas cordas vocais - AONDE ELA ESTÁ?!

Constance e Vivien ouviram os gritos de Violet lá de cima. As duas já sabiam o que tinha acontecido. A casa estava uma confusão, todos os fantasmas que se encontravam lá gritavam como loucos, principalmente Tate e Violet.

– Quem roubaria um bebê?

– Nora, Hayden - Vivien tentava falar o mais alto possível.

– EU QUERO MINHA FILHA! - Tate gritava sem parar.

– Pare, pare, pare! Chega! Você não irá conseguir absolutamente nada gritando desse jeito - Constance tinha um olhar severo - Um bom pai não irá ficar só gritando. Ele tem de procurá-la!

– Quem roubaria a minha filha?! Alguém vivo? Alguém a levou embora?! - Tate tinha a mão esquerda em seu cabelo.

– Não! Não pensa em algo mais simples? Como por exemplo Hayden roubá-la? Ela se esconde na escuridão dessa casa, mas sempre está aqui, entre nós.

Os fantasmas gritavam forte na casa. – SILÊNCIO! - Constance exigia - Parem de gritar, todos vocês! Temos que procurar minha neta. O problema é que Hayden pode estar em qualquer lugar da casa, escondida. Ela pode estar ouvindo o que falamos agora, ela pode estar do lado de qualquer um de nós - Todos os fantasmas viravam para verificar se ela estava realmente lá - Então cada um de vocês fica em um lugar da casa, se querem achar a menina. Se virem ou ouvirem algo, deem um grito.

Alguns corriam, alguns subiam as enormes escadas, e alguns desciam para o porão. Cada um ficaria em um lugar.

– Ela aparecerá - Ben falava para sua filha - Todos estão ajudando, todos os fantasmas estão reunidos por Sunshine.

O tempo passava, e nada de Hayden, muito menos da menina de Tate e Violet. Nenhum grito tinha sido ouvido.

– Aonde... está... minha... filha... - Violet tinha uma voz fraca, como se sua alma estivesse parando de existir.

– Violet! Acorde! - Tate a chacoalhava - Ela está em transe! Não consigo acordá-la!

Violet, de repente, fechara os olhos. – O que há com ela?! O que está acontecendo?! - Lágrimas saiam dos olhos de Tate, enquanto continuava a chacoalhar sua esposa.

– Ela está sonolenta, a sua alma está em transe, como você mesmo disse. Ela está preocupada demais, a alma dela também está. Quando uma alma fica agitada, o nosso corpo não funciona corretamente, com Violet aconteceu isso - Constance explicava para seu filho - Ela está assim por causa de sua filha, Tate.

– Preciso acordá-la, agora!

De repente, ouve-se um grito agudo. Era Nora, avisando a todos que tinha visto algo. Em um piscar de olhos, todos os fantasmas estavam no porão, olhando para Nora.

– Eu ouvi alguma coisa... Algo como "Venha buscá-la...", era um vago som. Hayden, ela é quem está com a criança.

"Agora que estão todos aqui, deixem-me falar... Ou ela é minha, ou ela morre". Violet aparecera ao lado de Tate, em um vulto.

Hayden aparecera em pé, na frente de todos os fantasmas, com a filha do casal no colo. Ela dormia como um anjinho, e Hayden a observava.

– Vocês me ouviram? OU ELA É MINHA, OU ELA MORRE! - Hayden gritara alto, e a menina pulou de susto - Oh... Desculpa minha linda garotinha.

Hayden tinha uma faca nas mãos, coberta de sangue. O silêncio total invadiu a escuridão do porão em menos de um segundo.

– Não, por favor. Não faça isso com ela. Por favor, não... - Violet implorava.

– Eu tive uma chance de ter um bebê, como você teve. Agora eu não tenho mais. Eu sou sozinha, eu sou uma alma triste, que nunca terá ninguém. A eternidade me leva, sozinha. - Hayden girava a faca - Agora, assim como eu, você perderá a sua chance de ver sua filha crescer, de cuidá-la com carinho, de pentear seus cabelos...

– Você é uma alma fria, Hayden, uma alma muito fria. Você não entende? - Vivien olhava nos olhos de Hayden - Você só pensa em si mesma. E é por isso que você é sozinha, e sempre será. Você não enxerga a felicidade dos outros. Não percebe? Todos estamos juntos, aqui, porque ajudamos uns aos outros. Todos aqui tem uma alma boa, ou talvez não. Mas todos aqui estão para ajudar. Diferente de você. 

De repente, Infantata apareceu atrás de Hayden. Pegara a faca de sua mão e cortara seu braços. O bebê estava nas mãos de Infantata. Talvez ele estivesse a salvo, ou talvez não. Então, ele chegara bem perto de Tate e dissera:

– Cuide bem dessa criança. Minha mãe não cuidou bem de mim, e hoje sou um monstro preso nessa casa.

Ele devolvera Sunshine para os braços do pai. No chão, havia muito sangue, e nenhum sinal de Hayden, nem de Violet.

No quarto da garota, Hayden machucava Violet. "Eu me vingarei de você, menina ingênua, eu ainda pegarei a sua criança". Violet não tinha medo de nada, ela era corajosa a ponto de não desistir da briga. "Eu nunca deixarei você pegar minha filha, desgraçada", e dera um tapa no rosto da mulher. De repente, ela desaparecera.

Quando Tate chegara com sua filha no colo, Violet estava sentada em sua poltrona, olhando para o chão fixamente, com sangue escorrendo em seu rosto. Sua alma estava... perdida.