Chains Of Hearts escrita por Sutter


Capítulo 4
Melodia na noite


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=u0hmWKJS13c
Ta aqui a musica que toca quando Cláudio esta vagando pela floresta, escutem enquanto leem a parte por que fica muito legal =D



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- R-Raven. – O jovem estava catatônico na frente do enorme pássaro negro.

Mais um urro esganiçado característico de pássaros ecoa por toda a mansão enquanto a criatura batia suas asas a mantendo fora do chão, a ventania era forte como uma tempestade, penas negras se desprendiam da asa e seguiam com a forte ventania por toda a sala até tocar o chão. Genova estava assustada com ambas as mãos tampando a boca, suas pernas tremiam de medo a cada farfalhar de asas e a cada urro esganiçado, ao olhar para Cláudio ela percebe que o jovem estava com um olhar vazio, seu corpo parecia um recipiente vazio, sem alma, sem vida.

- Se-Senhor... Senhor você esta bem... Senhor acorde!

De repente, um pentagrama roxo surge em baixo da criatura feroz, o pentagrama brilha forte ofuscando a visão dos dois seres ali e em um piscar de olhos enormes e espectrais correntes surgem do pentagrama  se agarrando ao monstro que resistia e se debatia para que se soltasse, as correntes acinzentadas e meio translúcidas se enrolavam e apertavam a criatura que agora urrava com mais força batendo suas asas para se soltar das correntes, mas logo falha, as correntes s enrolam e prendem a criatura a puxando pra dentro do enorme pentagrama que estava no chão, a ventania e a luz era forte mas logo some junto com a criatura e todo o barulho.

- Senhor, ele se foi... as correntes do abismo o prenderam novamente... – Genova se vira para olhar novamente pra seu mestre e em um impulso de reflexo se joga ao chão segurando o jovem que caía sem consciência, ela o acolhia nos braços sem entender muito bem o que estava acontecendo e aos berros, chamava os órfãos para ajudar, em alguns minutos algumas crianças chegavam ajudando Genova a levar Cláudio para seu quarto.

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- Vazio... esta frio aqui... esta escuro... onde eu estou?

Cláudio abre seus olhos e se vê em um espaço vazio e escuro a luz ia até onde a sua visão alcançava, o horizonte era tomado pela escuridão o impedindo de ver o que seguia naquele lugar, no chão tinha água que ia até suas canelas  molhando seu vestuário, ao seu redor tinha pedaços e destroços de o que parecia uma mansão, objetos passavam flutuando  ao seu redor, objetos de ouro e livros com paginas molhadas.

Uma luz branca acende a sua frente atraindo a visão do jovem, a curiosidade o atina fazendo com que o jovem caminhe em sua direção, conforme se aproximava, Cláudio percebia uma movimentação dentro da luz, o jovem entra na luz e sua visão se torna uma imagem branca e uma voz sussurra ao pé do seu ouvido.

- Vamos ficar juntos para sempre.

A imagem branca de sua visão se corrompe em um negro profundo e o jovem é puxado pra dentro da água que cobria seus calcanhares, o jovem sente algo o puxar pelos calcanhares enquanto prendia seu fôlego tentando se manter acordado, sua visão era limitada e embaçada não o permitindo ver o que o puxava pra cada vez mais fundo, a escuridão ia tomando seu corpo e então o consome todo, ele sente o ar fugir de seus pulmões e a morte o abraçar com seus braços gélidos.

Seus olhos se abrem e ele se vê em sua cama, seu corpo estava suado e sua roupa estava colada ao corpo, estava assustado com o que tinha acabado de viver e confuso ao mesmo tempo, ele sente que alguém segurava sua mão e num pulo se afasta do ser que o tocava, com a visão mais apurada percebe que no meio do escuro da noite, Genova, segurava sua mão e dormia com a cabeça apoiada na cama, a velho mulher estava ajoelhada no chão e parecia que estava ali a um bom tempo, ela acorda abrindo seus olhos sonolentos e ao avistar o seu jovem mestre encolhido no canto da cama, se levanta rapidamente limpando a parte da saia que cobria os joelhos.

- Meu Senhor você acordou.

Cláudio se aproxima de Genova ficando sentado ao pé da cama, logo é acompanhado pela governanta da casa, ele olhava de forma confusa para ela que logo continuava a falar.

- Que bom que o Senhor acordou, esteve adormecido por quatro dias.

- Quatro dias? Mas como?

- Aquele dia com a Raven, o senhor desmaiou logo que ela foi arrastada no abismo novamente e desde então esteve adormecido em sua cama, as outras famílias lhe mandaram melhoras e a Duquesa Rainsworth cuidou com total dedicação de tudo que você precisou neste tempo que esteve adormecido alem de coordenar os negócios da família enquanto você esteve debilitado, no criado mudo tem uma carta que ela deixou pro Senhor... ela cuidou de você como um anjo da guarda.

- Mandarei meus agradecimentos a ela. – Falava o jovem enquanto lia a carta com um sorriso no rosto, o jovem se levanta pegando uma muda de roupas e caminhando a suíte de seu quarto para tomar um banho.

- Senhor... vai tomar banho a esta hora?

- Tenho que caminhar um pouco, tenho tomar um ar.

- Mas são três horas da manha meu Senhor.

- Eu disse que eu tenho que tenho que tomar um ar fresco, preciso esclarecer coisas na minha cabeça.

- Então acordarei os empregados para que lhe acompanhe nesta caminhada.

- Não... irei sozinho.

- Mas é perigoso meu Senhor, permita então que eu vá com o Senhor.

- Agradeço a sua disposição mas irei sozinho, vá descansar um pouco, deve estar exausta de ficar aqui comigo cuidando de mim esses quatro dias.

- Sim Senhor, com sua licença.

O jovem caminha até a suíte para seu banho, o tempo passa e o jovem sai arrumado para sua caminhada, cruza o salão de entrada da mansão e sai pela porta da frente, a noite estava densa e o céu estrelado com a lua cheia espalhando seu brilho de cor prata, Cláudio caminha pela trilha que dava pra dentro da floresta fechada que cercava a enorme mansão, seu caminhar era lento de passos curtos, o jovem aproveitava o ar frio da noite entrando por seu nariz e indo até os pulmões até ser soltado pela boca e entrar em reação do ar quente com o frio o tornando visível.

Sua cabeça estava confusa e suas idéias rodavam e se perdiam, o que foi aquele sonho que ao mesmo tempo parecia tão real, o que era aquele sentimento que martelava seu peito toda hora que via a Duquesa Rainsworth? E seu pai, o que significava a chegada da Raven em sua mansão?O que queria dizer a volta da Raven para sua gaiola, a morte de seu pai? Essa série de coisas some de repente dando lugar a uma musica calma e singular, uma musica nostálgica que prende diretamente a atenção de Cláudio, que agora, se da conta de que esta perdido no meio da floresta densa com a noite escura despontando no céu.

A musica tocava, mas Cláudio não sabia de onde vinha, mas de uma forma estranha esta musica o chamava a continuar andando e seguindo uma trilha de terra coberta por uma mata rasteira com raízes de arvores que saiam do chão, o jovem seguia a musica cegamente até que um murmurar podia ser ouvido em meio da melodia, o jovem seguia com cautela até encontrar um lugar perdido na floresta.

O lugar que acabara de chegar era um teatro a céu aberto que a muito tempo estava abandonado, um local circular com vegetação rasteira que cobria os assentos e subiam por todas as grandes colunas que saiam de trás do palco e delimitavam a área do teatro até fechar em um circulo perfeito atrás dos assentos, algumas quebradas com seus destroços no chão, o palco estava tomado pela vegetação, um jovem estava em cima do palco de costas para a entrada de forma que não vê Cláudio chegar.

O jovem falava sozinho gesticulando com os braços e caminhando pelo palco, a melodia continuava a tocar mas não parecia que o ser no palco podia escutá-la.

- Eis que eu resido aqui, largado pela vida e abandonado pelo destino, a cada dia que passo neste tormento sinto a essência da minha alma ser sugada pelos lábios gélidos da noite e minha sanidade ser arrancada de minha mente pelas mãos pútridas da realidade, por que me largaste aqui sozinho? Por que largaste teu filho nesta vida ingrata? A cada dia que passo neste tormento sinto a essência da minha alma ser sugada pelos lábios gélidos da noite e de repente a única fuga que me sobra é a morte, talvez assim eu seja mais feliz, confortável no colo da solidão e no seio da escuridão.

Cláudio estava fascinado com o que escutara a pouco e sem perceber, a  melodia tinha parado, ele olhava com atenção o ser no palco de costas pra ele andando e gesticulando enquanto falava até que ao termino de sua fala ele estende o braço para o céu com a mão aberta e parece pegar algo levando ao peito, em um piscar de olhos o ser se joga ao chão sem vida. O jovem Cláudio dispara  em uma corrida veloz pulando por cima dos bancos de pedra quebrados, quando chega no palco se joga de joelhos pegando o ser que estava jogado ao chão e dando leves tapas no rosto.

- Acorde acorde... pelas correntes do Abismo... acorde! – Dizia Cláudio com o nervosismo a flor da pele, nunca tinha presenciado tal coisa de tão perto, mas de repente ele escuta um grunhido baixo vindo do ser, um tipo de resmungo.

- Por Deus, esta vivo.

O ser tinha grande parte do rosto coberto por um capuz em um tom de vermelho escuro que mais parecia preto na densa noite, este fazia parte de uma veste que tampava todo o seu corpo com a barra e as mangas surradas, Cláudio continuava a dar leves tapas e sacudidas no ser para que acordasse, o murmurar do ser começa a ficar mais alto e o jovem Cláudio já entende uma parte do que o ser que residia em seus braços falava.

- ... ... sol... ...er... – Murmurava o ser.

- O que foi que disse? Fale mais alto.

- Me sol... ... ... ater.

- Fale mais alto não estou entendendo o que você esta falando.

- Me solta e pare de me bater! – Gritou o ser nos braços de Cláudio.

O ser se solta dos braços de Cláudio em um rompante e para a sua frente ajoelhado com o rosto virado para Cláudio, ele leva as mãos pálidas até o capuz e o puxa para trás revelando seu rosto.

Um jovem que aparentava ter a mesma idade de Cláudio, seu cabelo era de fios finos e lisos que corriam até seus ombros, o cabelo tinha um corte repicado e uma tonalidade peculiar, castanho claro com mechas loiras escuras que se camuflavam no meio do resto do cabelo, uma franja desarrumada que caia sobre seus olhos grandes de pupilas dilatadas, sua boca é mediana com lábios finos, seu corpo era parecido com o de Cláudio, e em um todo, eram muito parecidos, tinha agora um semblante de espanto com o que acabara de acontecer.

Cláudio estava intacto observando tamanha semelhança de ambos os jovens que residiam ali, era como olhar em um espelho de uma realidade distorcida, parecia igualmente espantado.


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Notas finais do capítulo

Demorei pra escrever este hehe deu um certo trabalho mas esta ai e espero que gostem,ao termino escrevam seus reviews, todo autor gosta de ler o que seus leitores estam achando da história e dos personagens, isso nos motiva a escrever. ^-^



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