“Toda noite você chora até dormir, pensando ‘Por que isso acontece comigo? Por que todo momento tem que ser tão difícil? ’ Difícil acreditar nisso”

Won´t go home without you – Maroon 5

Depois do meu pequeno incidente com o Malfoy podemos dizer que as coisas haviam melhorado, já havia se passado duas semanas desde que chegamos a Hogwarts e a ameaça que Malfoy tinha feito no trem não havia sido concretizada.

– Você acha mesmo que ele estava falando sério quando falou aquilo? – Roxanne perguntou enquanto tomávamos o café.

– Provavelmente no momento sim, mas acho que ele já esqueceu – disse olhando discretamente Malfoy que estava sentado rindo com seus amigos e com uma garota da corvinal sentada em seu colo – vocês sabem ele tem coisas melhores para fazer do que ficar infernizando minha vida.

– Mas mesmo assim Rose, acho melhor você ficar atenta – Rox disse terminando de beber seu suco de abóbora.

– Sério Rose se ele não fosse tão idiota, eu adoraria ter um daqueles no meu pé – revirei os olhos quando Lily disse aquilo, eu provavelmente era única garota que não acha nada de interessante nele e Rox mesmo não compartilhando a minha mesma ideia deu um peteleco em Lily que riu, porém ficou séria logo em seguida– Já contou isso ao Jay ou ao Alvo?

– Não! Eu sei me cuidar sozinha – mas Lily não me deixou terminar de falar.

– Rose não importa que Scorpius Malfoy seja um deus do sexo, ele continua mesmo assim sendo perigoso.

– Lily está certa, ele pode estar apenas tentando ganhar tempo – Rox disse fazendo uma cara feia para Lily ter falado alto aquilo.

– Eu não tenho medo dele!

– Nós sabemos Rose, mas você sabe que o Malfoy joga pesado, quando ele quer acabar com alguém ele não mede esforços.

– Eu posso dar conta sozinha dele – disse brava, eu sabia que Scorpius não tinha nenhum escrúpulo quando o assunto era destruir a vida de alguém, mas de jeito nenhum ia pedir a ajuda dos meus primos.

– Rose, por favor, não estamos pedindo que você peça ajuda a eles, só pedimos que os avise, se algo acontecer eles pelo menos vão saber quem fez – Lily pediu suplicante e Rox concordou com o olhar, suspirei.

– Está bem, eu vou avisar apenas o Jay, Alvo é da Sonserina e não o quero metido em briga com o Malfoy – elas sorriram aliviadas e eu comecei a procurar Jay, o avistei no fim da mesa acompanhado por Lysander, Lorcan e Fred – Eu estou indo falar com o Jay.

Quando cheguei vi que ele estava conversando com duas meninas, novidade. Olhei para trás e confirmei minha suspeita Dominique estava quase espumando de tanta raiva e Molly estava tentando acalmá-la.

– Hey meninos – disse quando cheguei perto deles.

– Oi Rose.

– É.... Jay eu posso falar com você em particular um momento? – Jay concordou se levantou pedindo desculpas as garotas com o seu famoso sorrisinho de canto que faz a maioria das garotas não sentiram mais as pernas.

Saímos do salão principal e fomos até um corredor que não tinha muita gente.

– Você está bem Rose? – ele perguntou preocupado.

– Eu estou ótima! Eu só queria te contar uma coisa, na verdade você vai querer me matar por eu não ter contado antes – ele me olhou incentivando a contar – o Malfoy me ameaçou – o rosto dele se contorceu eu podia até sentir o tanto de raiva que ele estava sentindo naquele momento. A verdade era que James e o Malfoy tinham uma antiga rixa, eles competiam por tudo: quem era o melhor capitão, quem era o melhor apanhador, quem era o cara mais galinha de Hogwarts, ou melhor, dizendo a famosa rixa grifinória x sonserina. Mas não era só isso, Scorpius sempre estava aterrorizando a maioria dos alunos e como bons grifinório que é Jay não aceitam isso e faz a briga entre eles piorar.

– O que aquele projeto de doninha disse? – ele perguntou entre os dentes.

– Ele disse que iria fazer da minha vida um inferno por eu tê-lo feito quase ser expulso ano passado – Jay começou a andar de um lado para o outro parecendo que estava pensando em vários jeitos de matar o Malfoy – James Potter não quero ver você metido em briga nenhuma com o Malfoy!

– Mas –

– Mas nada! Esse é o meu problema e eu posso resolver isso sozinha – Jay deu um suspiro cansado, ele sabia que não conseguiria me mudar de ideia porque eu era um pouquinho teimosa.

– Só me promete que se ele fizer qualquer coisa você vai me avisar – eu concordei com a cabeça mesmo não concordando – Rose eu sei que você sabe se virar sozinha, mas somos uma família e é isso que as famílias fazem: protegem uns aos outros.

Dei um sorriso para James e o abracei. Despedi-me rápido, pois estava atrasada para a aula, o dia transcorreu bem até o final da aula de DECAT. Eu estava saindo apressada da sala com um monte de livros na mão e nem conseguia ver para onde estava indo, só senti quando esbarrei em alguém e fui parar no chão.

– Me desculpe, eu não estava ven – não terminei a minha fala quando vi em quem tinha trombado.

– Não é todo dia que se vê uma Weasley se desculpando com um Malfoy – Malfoy disse sorrindo sarcasticamente e pisando em cima de um dos meus livros, olhei furiosa para ele.

– Não ia me desculpar se soubesse que era você - recolhi os meus livros e esperei que ele tirasse o pé de cima do último – E além do mais era você que devia me pedir desculpa, afinal eu não estava vendo para onde estava indo.

– Deixa eu ver se eu entendi, você quer que o Scorpius peça desculpa para você? Uma mestiça? – Amber Cousen ou como eu prefira chamá-la “a puta particular do Malfoy” se intrometeu e todos os seus amigos e o Malfoy deram risada.

– Cousen se eu quisesse sua opinião teria te chamado na conversa, mas não me lembro de ter feito isso – eu disse sorrindo falso – eu acho que o seu perfeito cabelo loiro está danificando seu cérebro.

– Sua vad – ela não terminou de falar, pois Scorpius a mandou ficar quieta com apenas um gesto, ela contragosto acatou a ordem.

– Eu fico me perguntando Weasley se você tem a mínima noção de com quem está se metendo? – Malfoy perguntou andando até mim e me prendendo entre a parede e ele, o mesmo estava muito perto eu podia sentir sua respiração no meu rosto e seu hálito de menta misturado com cheiro de cigarro batia contra o meu rosto, me entorpecendo. Eu não estava mais respirando apenas ficava encarando aqueles olhos azuis acinzentados que estavam me prendendo ali – Está com medo Weasley? – meu corpo inteiro se arrepiou com aquela voz rouca, eu não sabia se era por medo ou se era por outro motivo, mas mesmo assim resolvi agir e quando ia responder alguém fez isso por mim antes.

– Ela devia estar com medo Malfoy? – Jay perguntou com Fred e os Scamender atrás dele, Malfoy automaticamente se recompôs. Pude ver várias pessoas parando para ver a cena que não era nenhum pouco estranha em Hogwarts.

– Eu esqueço que vocês aparecem de toda a parte – Malfoy comentou indo até James que sequer mudou sua expressão.

– Por que isso te irrita? – Jay perguntou com escárnio – Oh mil perdões Malfoy eu sempre me esqueço que você não pode ver sua família, já que a maior parte está em Azkaban.

Nem tive tempo de me mexer, Malfoy me empurrou para empunhar sua varinha e eu caí em cima do meu braço, senti uma dor descomunal e dei um fino grito de dor.

– Rose! – Spencer que eu fazia a mínima ideia de onde havia saído veio correndo até mim empurrando Scorpius e James que nem tinham percebido que eu havia me machucado - Ai meu Merlim, Rose o que você o que você ta sentindo? – ela perguntou afobada tentando me levantar, mas sem querer esbarrou no meu braço e como resposta eu dei um gemido de dor. Scorpius e James haviam parado de brigar e ficaram lá me encarando – O que vocês estão fazendo aí parados? Venham me ajudar a levá-la na enfermaria!

– Eu não vou ajudar a Weasley – Malfoy disse fazendo uma careta como se tivesse nojo de mim e antes que Spencer ou James retrucasse eu soltei tudo o que estava entalado na minha garganta há anos.

– Quem você acha que é Malfoy? – eu perguntei já no colo de James e antes que Malfoy abrisse a boca eu continuei – Você se acha que é pessoa mais importante dessa escola por causa do seu sobrenome ou por causa do seu sangue puro, mas eu vou te contar uma coisa: o seu sobrenome está na lama, ninguém mais liga se você é um Malfoy ou um sangue-puro, as pessoas só te agüentam por que tem medo de você e não por que gostam – eu olhei sua cara petrificada ele sequer piscava, dei um sorriso sarcástico igual que ele sempre dava para todo mundo – aceite Malfoy, você é um nada! – olhei para Jay que estava espantado com a minha ousadia – agora podemos ir.

O caminho foi silencioso ninguém sequer abriu a boca, Spencer havia nos acompanhado até a enfermaria, mas sequer mostrou alguma intenção de falar sobre o ocorrido. Quando chegamos lá Madame Pomprey nos perguntou o que havia acontecido, mas como sabia que no final iria sobrar para mim também menti e contei que havia caído da escada. Enquanto Madame Pomfrey disse que iria pegar umas ervas que estavam faltando pude escutar Jay e Spencer discutindo na porta da enfermaria.

– Não haja como se fosse apenas culpa do Scorpius! – Spencer disse irritada.

– Está dizendo que a culpa é minha que o imbecil do Malfoy empurrou a Rose?

– Se você não o tivesse provocado nada disso teria acontecido.

– Ah claro você sempre tem que proteger aquele projeto de comensal! – eu apenas escutei o tapa que provavelmente Spencer deu na cara de James.

– Não se atreva a falar assim dele!

– Me desculpe por não ser tão educado como o seu namoradinho – Jay disse entre dentes.

– Por que você tem que colocar o Adam em todas as nossas discussões? Qual o seu problema com ele afinal?

– Talvez o fato de ele ser um completo idiota já o bastante.

– Idiota? Adam é uma ótima pessoa ao contrario de você ele é educado, leal, integro e não sai transando com a primeira que abre as pernas para ele.

– Então esse é o problema? As garotas que eu transo – Jay deu uma risada seca –Não sabia que era tão ciumenta.

– Ciúmes? Potter entenda de uma vez por todas, nada que vem de você me importa.

Dito isso Spencer entrou na sala e se sentou numa cadeira ao lado de minha cama e Jay entrou logo em seguida alterado e encostou-se numa parede um pouco distante da maca, mas mesmo assim ele não tirou os olhos de Spencer que fingia que o mesmo nem estava ali. O silencio predominou na enfermaria, suspirei. Definitivamente seria um longo ano.