Ela sorriu e saiu. E em questão de um minuto, eu já tinha todo um plano para ter Jake de volta. Aliás, para voltar para ele.

No Skype nesse dia apareci um pouco mais sorridente. Estava com planos de abortar o bebê rondando na minha mente. Mas achei que não seria justo. Não seria justo abortar um filho que não era só meu, um filho do Jake. Eu era mãe da criança e o pai tem tanto direito de decidir o futuro do bebê quanto eu.

- Jake, eu tenho planos pra voltar pra você. Espero chegar logo.

- Eu não consigo nem acreditar. Você não tem noção como melhorou meu dia. – Sorriu e uma lágrima caiu de seus olhos.

- Eu te amo.

- Te amo mais. – Respondeu.

Nos despedimos.

Os dias se passaram assim. Comecei a me alimentar melhor por causa do bebê. Laura e Sammi eram as únicas que sabiam da gravidez, e me prometeram que não contariam para ninguém.

Duas vezes por semana, a Sammi me mandava fotos da Senna correndo e brincando. Ela estava crescendo rápido, e isso me fazia pensar se meu filho estava crescendo rápido assim.

Todos os dias ficava pensando em mim como mãe. Fiquei neurótica com a sitação. Eu simplesmente não conseguia acreditar. Isso não podia acontecer comigo, eu não posso ter um filho. Tenho 17 anos, Jake tem 24. Somos novos demais para criar uma criança. Comprava testes de gravidez direto e repetia o procedimento várias vezes só para encontrar o resultado positivo de novo.

Apesar de toda a confusão na minha mente, era como se aquela criança me desse forças, e não as sugasse como realmente acontecia, parecia que aquele bebê era um motivo para eu parar de me matar aos poucos, e correr atrás dos meus sonhos. A minha ligação com ela era mais forte a cada dia.

Pov Jake

Eu já não aguentava mais ficar sem a Manoela. Minha abstinência sexual estava me matando.

Além disso, adivinha quem voltou para me encher o saco? Elizabeth, a própria.

A menina não desgrudava de mim. Ficava correndo atrás o tempo todo e me provocava tanto que era difícil resistir. Ela era chata, admito, e foi muito má comigo, admito também, mas ela era bonita. E gostosa. E loira. Tá, parei.

Enfim, tomei cuidado para não ceder. A Manu estava voltando, finalmente. Ela me prometeu que voltaria em pucos meses. Como ela fazia falta. Conversar com ela, brincar com ela, comer a comida que ela faz. Até a comida da Sílvia que era infinitamente melhor que a da Manu parecia péssima.

Os dias pareciam semanas. Parecia que a Manu não chegaria nunca.

Pov Manu

Finalmente dia 27 de Maio. Ninguém de Los Angeles sabia, mas aquele era meu aniversário. O dia em que faria 18 anos.

Fiquei o dia inteiro recebendo ligações e comemorando o aniversário com a família. Mas meu pensamento estava nos planos para a madrugada. Todas as malas já estavam prontas.

Quando todos foram dormir, chamei um táxi. Ninguém sabia dos meus planos. Nem meus irmãos, nem Laura, nem Sammi. Só eu e meu filho.

Fui até o aeroporto e embarquei minhas malas. Fiz o check-in e entrei no avião. Ninguém poderia saber da minha gravidez, eu não sabia se haveria preocupações por causa disso.

Assim que entrei no avião tomei um dramin e só acordei na manhã seguinte com a aeromoça me avisando que chegamos. Finalmente Los Angeles. Ali sim eu me sentia em casa. Aquele era o meu lugar, e não a cidadezinha de Minas Gerais.

Peguei um táxi e fui para a casa do Jake, direto para lá. Ele me contou que o ensaio seria de manhã nesse dia, então eu já encontraria todos de uma vez.

Bati na porta e nada. Bati de novo e nada. Aí tive a brilhante ideia de tocar a campainha. Uma loira apareceu na porta. Uma loira bonita e sexy. Também com uma saia menor que a minha calcinha até eu fico sexy.

- Oi. – Tentei ser simpática.

- Desculpa perguntar, mas quem é você?

- Sou Manoela. Eu queria saber se o Jake está.

- Ah então você é a namoradinha ridícula dele? Você é uma criança.

- Quem é você? – Perguntei irritada.

- Sou a namorada que o Jake merece. Sou uma mulher.

- Quem... é... você...? – Perguntei já furiosa.

- Eu sou a...

- Elizabeth? – Jake gritou da sala. – Quem é que está... MANU? – Gritou meu nome.

- JAKE. – Berrei mais alto do que nunca correndo em sua direção e atropelando a oxigenada.

Assim que o abracei lágrimas jorravam dos meus olhos. E as lágrimas dele se juntavam às minhas. Ele me beijou calmo, romântico.

Me separei dele e dei de cara com todos me olhando animados esperando por um abraço. Além deles, Elizabeth me olhava com raiva. Abracei a todos com os olhos cheios de água.

E sorri falsamente para Elizabeth, que retribuiu irritada.

Fiquei conversando enquanto eles me punham a par das novidades. Me contaram que gravariam o próximo álbum, que tinham várias músicas novas e que no final do ano saíriam em tournée. Mal pude acreditar. Mas algo me incomodava, o nascimento do bebê seria em dezembro, e Jake estaria viajando.

Esperei até de noite quando todos foram embora e pedi para Jake ir ao meu apartamento comigo. Elizabeth se convidou pra ir junto mas eu falei que não cabia mais uma pessoa. Mentira.

Fomos então eu e Jake para lá. Ele estava apressado para passar dos beijos. Isso prova que ele não dormiu com ninguém. Fofo.

Parei com os amassos e mandei ele sentar no sofá. Ele sentou e me olhou preocupado.

 - Jake, a gente precisa conversar.