As aulas durante a manhã já haviam acabado, e infelizmente teria mais pela tarde. Mas depois de ter falado com aquele garoto estranho, eu me senti... diferente. Continuei caminhando até o alojamento com o mesmo sorriso bobo que dei quando ele se despediu de mim, e olhei para o meu relógio de pulso, que marcava 10:45, então apertei o passo. Ao chegar ao quarto, decidi tomar uma ducha e dormir até o almoço, só assim eu descansaria e estaria pronta para as próximas aulas.

[...]

     “Elevate a little higher, let’s throw a party in the sky and celebrate. Elevate until we fly, yeah, move move your feet until you levitate, come on, let’s elevate!” acordei com “Elevate – Big Time Rush” tocando freneticamente próximo ao meu ouvido ás 12:00, e me levantei num pulo. Com minhas idiotices de sempre, comecei a cantar junto com o despertador:

- Forget about your day, under the milkway, I know a place where we can go-o-oh. – comecei a dançar, continuando cantando – Don’t need to be afraid, come on I’ll demonstrate, take you to outer space, here we go, here we go... – fui interrompida por Eduarda, que também estava dormindo sem que eu percebesse. Ela havia desligado o despertador e em seguida o jogou próximo ao meu rosto, falhando, deixando com que o telefone caísse em cima de minha cama. Juro que naquele momento, tive vontade de estrangulá-la viva, já bastavam suas grosserias ao me receber no quarto e hoje na aula mais cedo. Mas não sou de brigas, então resolvi deixar quieto. Mas... me pareceu que a Eduarda A-M-A brigas, porque após de uma tentativa de me machucar com um telefone estúpido, ela falou:

- Hey engraçadinha, eu estava dormindo. Dá pra por favor parar de me perturbar?

- Olha, me desculpa, ok? Não foi de propósito. Você deve ter chegado aqui depois que eu dormi então eu devo...

- Não ter me visto. – ela me interrompeu, tentando me imitar falando com a voz fina.  – É, pelo jeito você não viu mesmo. Presta atenção da próxima vez, ok querida? – ela sorriu sinicamente e saiu do quarto com uma batida forte na porta. O que ela tinha de errado? Ou melhor, o que eu fiz pra ela me odiar tanto? Não sei, apenas decidi respirar fundo e contar até dez pra que eu não fosse atrás dela e acabasse provocando uma briga feia. Apenas vesti meu uniforme para a aula de educação física – que por mais incrível que pareça, não consegui me livrar nem mesmo num internato, além do mais artístico – e saí para o almoço.

     O almoço foi calmo. Sem Harry pra me fazer sorrir, ou até mesmo Eduarda pra me irritar. Graças á Deus. Ao terminar, fui a caminho do ginásio e enquanto andava, consegui ver pelo canto do olho alguém que reconheci, que passou rapidamente por meu lado. Olhei novamente e vi que era o garoto que tinha “conhecido” na aula de violão mais cedo. Virei meu rosto o mais rápido possível por timidez, sem ao menos ver se ele deu sinal de que me viu ou não. Enfim, cheguei no ginásio e assim que entrei, avistei de longe um homem alto, com corpo atlético, e barba mal feita. “Deve ser o professor” pensei. “Não Isabella, que é isso, um tri-atleta resolveu visitar nossa escola, deve ser isso.” Falei para mim mesma, em tom de brincadeira. Falei que sou idiota. Detectei alguém falando, possivelmente comigo, á minha direita. Ao virar, vi Harry com um grande sorriso e o mesmo uniforme idiota de educação física. Vi que ele falava algo, mas eu não escutei, provavelmente por estar perdida em meus pensamentos.

- Hã? O que você tava falando?

- Que a aula já vai começar, sua burra.

- Eu sei, não preciso de ajuda. – estirei a língua e ele fez o mesmo. Fomos interrompidos quando o professor começou a falar:

- Olá, me chamo Miguel, e sou o professor de educação física, como já devem ter percebido. Bom, vamos começar com vôlei. Metade de vocês desse lado, e a outra metade desse. - ele finalizou apontando para os dois lados do ginásio.

     Confesso que não sou muito chegada a esportes, então eu me daria muito, muito, mas muito mal no jogo. E coloca muito nisso. Mas mesmo assim resolvi tentar, falhando ao tentar ao menos dar uma sacada, mas errando sempre. Percebi que a Eduarda estava no time inimigo, mas tentei não ligar tentando dar uma nova sacada e... acertando? CARAMBA EU ACERTEI! Comecei a pular na quadra que nem louca e abracei o Harry, que estava em meu time, e em seguida me deu um beijo na bochecha.

Eduarda’s POV on

Ok, aquilo já era demais pra mim. Eu iria acabar com ela agora, e isso é apenas o começo. Harry era meu melhor amigo, porque diabos ele me abandonou pra ficar com essa mesquinha? Enfim, vi que a bola que ela tinha acabado de sacar estava com meu time. Um dos alunos bateu na bola, a levantando mais alto, e nesse momento a bola descia exatamente á minha frente, onde eu conseguiria marcar um ponto sem que ninguém impedisse. Era o lance perfeito para ganhar um ponto e derrotar a... Isabella. Sorri maliciosamente, e dei o lance.

Eduarda’s POV off