Volterra Nunca Mais escrita por rosatais


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

bom ai esta o ultimo capitulo. me digam e qierem mais.
Att Neluca e Rosatais



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"Volterra Nunca Mais"

Capítulo final

Reflexão

POV EDWARD

Fizemos uma viagem silenciosa de volta direto até o seu quarto e a coloquei na cama.

Meus pensamentos frenéticos em busca de uma solução não me permitiam ficar quieto.

Eu não conseguia parar de calcular em uma forma de pelo menos prolongar a data daquela decisão absurda, se eu ganhasse pelo menos alguns anos ela poderia adquirir prazer pelas coisas naturais da vida, como desejo de ser mãe, ou o simples amadurecimento do seu corpo.

Ela ainda era uma menina, se se transformasse agora nunca chegaria a se tornar uma mulher como minha mãe se tornou, assim como eu que nunca chegaria a ser o homem que meu pai é, estou condenado a ser esse moleque de 17 para o resto da eternidade.

Eu não conseguia parar de pensar naquilo, apesar de que eu deveria mesmo era estar pensando em como livrar o meu traseiro da bagunça que eu deixei em casa, e eu nem tinha muito tempo pra criar algo, quanto mais tempo eu demorasse com ela, mais irritado meus pais ficariam comigo, eu ainda estava na condicional do meu castigo.

"O que quer que seja que você estiver planejando, não vai funcionar"

Ela me tirou do meu devaneio.

"Shh. Eu estou pensando".

Informei a ela, eu não tinha tempo pra explicar, pensei então em uma proposta, ela gemeu, se jogando na cama e colocando a colcha por cima da cabeça, tirei a coberta de cima pra poder vê-la, deitei ao seu lado e alisei sua bochecha.

"Se você não se importar, eu preferiria que você não escondesse o seu rosto. Eu já vivi sem ele pelo máximo de tempo que eu consigo agüentar. Agora... diga-me uma coisa".

"O que?"

Ela perguntou como se não quisesse mesmo saber.

"Se você pudesse pedir por qualquer coisa nesse mundo, qualquer coisa, o que seria?"

"Você"

Ela respondeu desconfiada.

"Alguma coisa que você ainda não tenha".

Eu insisti impaciente.

"Eu ia querer... Que Carlisle não tivesse que fazer isso. Eu iria querer que você me transformasse".

Ela era impossível, não tinha como quebrar a sua determinação, então resolvi usar o desejo dela, contra, nesse caso a favor, dela mesma.

"O que você estaria a fim de trocar por isso?"

Ela pareceu querer embarcar na oportunidade.

"Qualquer coisa".

Com um sorriso fraco eu fiz a barganha

"Cinco anos?"

Seu rostinho era pura indignação.

"Você disse qualquer coisa"

Lembrei a ela.

"Sim, mas... você vai usar o tempo pra encontrar uma maneira de se livrar disso. Eu tenho que bater enquanto o ferro está quente. Além do mais, é perigoso demais que eu permaneça humana - pra mim, pelo menos. Então, qualquer coisa menos isso".

Ela disse determinada, mas eu não desisti da barganha.

"Três anos?"

"Não!"

"Será que isso vale alguma coisa pra você?"

Eu pensei no quanto eu queria isso. Melhor manter uma testa de ferro, eu decidi, e não deixar ele saber o quanto eu queria isso.

Isso ia me dar mais tempo pra influencia-la.

"Seis meses?"

Foi sua contra proposta, e eu rolei os olhos pra ela.

"Não é bom o suficiente".

"Um ano, então, esse é o meu limite".

Ela quis por um fim ao jogo, mas ainda estavam rolando os dados.

"Pelo menos me dê dois".

"De jeito nenhum. De dezenove eu passo. Mas eu não vou chegar  nem perto dos vinte. Se você vai ficar na adolescência pra sempre, então eu também vou".

Já vi que a barganha com o tempo já era uma causa perdida então aproveitei nossa negociação pra conseguir algo ainda mais valioso.

"Tudo bem. Esqueça os limites de tempo. Se você quer que eu faça isso - então você só vai ter que aceitar uma condição".

"Condição? Que condição?"

Ela perguntou desconfiada.

"Case comigo primeiro" falei cuidadosamente.

Ela olhou pra mim, esperando...

"Tudo bem. Qual é o truque?"

Suspirou a decepção, esperava que ela se emocionasse quanto mais o tempo passa, menos efeito essas palavras tem, nos meus primeiros anos era tudo tão diferente... e mais fácil, pelo menos pra mim que sempre tive sangue e agora veneno nobre.

"Você está ferindo o meu ego, Bella. Eu acabei de te pedir em casamento, e você acha que eu estou fazendo piada".

Ela insistiu.

"Edward, por favor fale sério".

"Eu estou sendo cem por cento sério"

Eu tive o cuidado dee não demostrar nenhum humor, mostrando assim a seriedade da minha proposta.

"Oh, vamos! Eu só tenho dezoito".

"Bem, eu já tenho quase cento e dez. Está na hora de me ajeitar".

Eu não pude perder a piada.

"Olha, casamento não está exatamente no topo da minha lista de prioridades, sabe? Isso foi meio que o beijo da morte pra Renée e Charlie".

"Interessante escolha de palavras".

"Você sabe do que eu estou falando".

"Por favor não me diga que você tem medo de compromisso"

Eu indaguei deixando que minha voz demonstrasse bem a que tipo de compromisso eu me referia.

"Não é exatamente isso. Eu... estou com medo de Renée. Ela realmente tem umas opiniões interessantes sobre se casar antes dos trinta".

Ficamos ali discutindo e comparando a seriedade de um casamento e de uma transformação, ela chegou a me desfiar a levá-la pra Las Vegas e se casar comigo contando que eu a transformasse pela manhã, não deu muito certo pois eu aceitei de imediato, em meio a nossa discussão eu citei um anel e ela indignada deu um pequeno grito que acordou ao Charlie.

"Está na hora de ter uma conversinha com essa menina."

Os pensamentos dele me preocuparam, normalmente quando meu pai utilizava o termo 'conversinha' estava se referindo a muito mais do que falar, então por mais estranho possessivo e super protetor que pudesse parecer eu pedi pra ficar.

"Seria infantil da minha parte me esconder no seu armário, então?"

"Não"

Ela sussurrou ansiosamente, eu podia sentir o medo na sua voz, reforçando as minhas suspeitas.

"Fique. Por favor".

Entrei segurando o gemido da dor, meu traseiro e minhas coxas castigados, estavam impiedosamente em atrito com a bagunça dela dentro do minusculo armário.

"Deus dá-me forças pra não acabar dando uma surra nessa garota, como ela pode sumir assim? Calma, Chalie, calma, conversa primeiro, não se deve punir os filhos estando com raiva."

Devo admitir, ele era um pai tão prudente quanto o meu, o que não diminuem nem um pouco o ardor de uma palmada, mas pelo menos evita os excessos que levam pais a ferir os filhos tanto física quanto emocionalmente, e Bella realmente estava merecendo umas palmadas.

De repente percebi o quão ruim fora a idéia de ficar, já que o pai dela não era nenhum monstro agressor, eu não iria sair do nada pra evitar uma palmada de um simples pai preocupado, sendo assim eu teria que me segurar lá dentro se viesse realmente a acontecer, a menos que eu quisesse provocar uma confusão de proporções catastróficas e acabar sobre o colo do meu pai outra vez.

"Bom dia, pai".

"Oh, oi, Bella, eu não sabia que você estava acordada".

"É. Eu só estava esperando você se levantar pra ir tomar um banho",

Ela disse tentando disfarçar, eu sabia disso não só pela sua voz , mas pela patética tentativa de se esquivar de um problema, falha cometida inúmeras vezes por meus irmãos e eu.

"Espera! Vamos conversar por uns minutos primeiro".

Percebi que ele ligara a luz.

"Você está com problemas".

Tentei buscar algo nos seus pensamentos que contradissessem suas palavras mas eles estavam em sincronia.

"É, eu sei".

Ela disse nervosa, eu fiquei feliz que ela mesmo sendo teimosa, resolveu dançar conforme a música, Charlie não é tão antiquado quanto meu pai, talvez ela só recebesse uma prisão domiciliar como castigo.

"Eu estava a ponto de enlouquecer nesses três dias. Eu volto pra casa do funeral de Harry, e você está desaparecida. Jacob me disse que você havia fugido com Alice Cullen, e que ele pensava que vocês estavam com problemas. Você não me deixou um número, e não me ligou. Eu não sabia quando - ou se - você ia voltar. Você tem alguma idéia de como... como..."

A medida em que suas palavras saiam sua irritação sabiamente guardada começava a vir a tona, ele se quer foi capaz de terminar o que estava dizendo.

"Será que você pode me dar uma boa razão pra eu não te mandar pra Jacksonville nesse segundo?"

Eu tremi por dentro, conhecendo Bella eu sabia que ela agiria como Rosalie, ao invés de baixar a cabeça, viria com uma resposta afiada.

"Porque eu não vou".

Engoli o veneno acumulado na boca, vi na mente de Charlie uma palmada rígida no traseiro dela, apertei os olhos mas o som não veio, ele pensou mas foi capaz de deter a si mesmo, soltei um ar que eu nem sabia ter prendido nos pulmões.

"Agora só um minuto, jovenzinha - "

Ele claramente estava irritado, mas Bella insanamente resolveu confrontá-lo.

"Olha, pai, eu aceito completamente a responsabilidade pelas minhas ações, e você pode me castigar por quanto tempo você quiser. Eu também farei todas as tarefas e vou lavar as roupas e os pratos até que você pense que eu aprendi a lição. E eu acho que você está no seu direito se você quiser me botar pra fora também - mas isso não vai me fazer ir para a Flórida".

Estratégia arriscada a dela, deixá-lo com tanta raiva a ponto de não ter coragem de bater nela e ainda por cima desviar completamente o foco do assunto, os pensamentos dele estavam tão frenéticos de raiva que eu não pude discernir, talvez eu devesse tentar um dia.

"Você gostaria de explicar onde esteve ?"

A estratégia falhou, risquei da minha mente a idéia de experimentar o mesmo, se fosse meu pai eu estaria seriamente ferrado naquele momento.

Eu não sabia mais o que fazer, Alice ela e eu devíamos ter inventado algo pra contar par ao Charlie, mas só pensamos em Carlisle, ao perceber que estávamos ferrados de todos as formas possíveis e imagináveis, desistimos e resolvemos que a honestidade seria a melhor política, mas fomos displicentes ao esquecer que a verdade, pelo menos não naquele caso, não se aplicava ao pai de Bella.

"Houve uma... emergência".

Ela começou sua tentativa de inventar algo, Bella era uma mentirosa terrível, não me admiraria nada se ela acabasse entregando até mesmo minha presença no armário.

"Eu não sei o que te dizer, pai. Foi em grande parte um grande mal entendido. Um disse-me-disse. Saiu do controle".

Ela tentou ficar à margem da verdade o máximo possível, talvez ela conseguisse mesmo, mas eu ainda estava nervoso.

"Veja, Alice contou a Rosalie que eu havia pulado do penhasco..."

Eu não pude acreditar na facilidade dela pra ferrar com uma mentira, ela simplesmente entregou o lance do penhasco como se não fosse nada importante. Só pude esperar que ela realmente pudesse sair daquela revelação bombástica, pois ele estava quase resolvido de uma surra nos seus pensamentos.

"Eu acho que não te contei sobre isso. Não foi nada. Só me divertindo, nadando com Jake."

Eu é que senti vontade de dar-lhe umas palmadas por ouvir aquilo.

"De qualquer forma, Rosalie contou pra Edward e ele ficou chateado. Ela meio que acidentalmente fez parecer que eu estava tentando me matar ou alguma coisa assim. Ele não atendia ao telefone, então Alice me arrastou pra... , Los Angeles, pra explicar pessoalmente"

Respirei fundo quando ela disse Los Angeles, por um instante realmente acreditei que ela diria Itália, mas esse não foi o problema maior, Charlie não ouviu uma palavra depois de ela dizer que pulou de um penhasco.

"Você estava tentando se matar, Bella?"

"Não, é claro que não. Só me divertindo com Jake. Mergulho dos penhascos. Os garotos de La Push faz isso o tempo inteiro. Como eu disse, não foi nada".

O que vi na mente mente dele, foi no mínimo perturbador por assim dizer, eu estava apanhando dele como um cão sarnento, nariz ensanguentado dentes faltando, depois estava pendurado pela gola da camisa sendo entregue por ele ao meu pai no pronto socorro.

"Qual é a de Edward Cullen, afinal? Todo esse tempo, ele te deixou na mão sem uma palavra -"

Bella interrompeu

"Outro mal entendido".

"Ele está de volta então? Eu não tenho certeza de qual é o plano. Eu acho que eles todos voltaram".

Ela disse numa simplicidade de dar inveja, talvez o pai dela não fosse tão disciplinador quanto meu, pois as poucas vezes que ousei em encará-lo daquela forma, não terminou nada bem pra mim.

"Eu quero que você fique longe dele, Bella. Eu não confio nele. Ele é ruim pra você. E não vou deixar ele fazer aquilo com você de novo".

Ele estava coberto de razão da cabeça aos pés embora me doesse se quer pensar em ficar longe dela, ele estava absolutamente certo.

"Tudo bem"

Ela disse me deixando confuso, em momentos como aquele, ler seus pensamentos realmente me fazia muita falta.

"Oh..."Eu pensei que você fosse ser difícil".

Charlie estava tão surpreso quanto eu.

"Eu vou..."

Houve uma pausa um tanto quanto confusa.

"Eu quis dizer 'Tudo bem, eu me mudo' ".

Meu deus do céu ela enlouqueceu! Foi tudo que eu pude pensar, Charlie estava prestes a tirar o cinto e eu prestes a sair dali, eu não ia permitir que ele encostasse um dedo se quer nela furioso como ele estava.

"Pai, eu não quero me mudar, eu amo você. Eu sei que você está preocupado, mas você vai precisar confiar em mim nisso. Você vai ter que facilitar pra Edward se quiser que eu fique. Você quer que eu viva aqui ou não?"

Ela disse tão calma irradiando tranquilidade, que podia se passar por Jasper.

"Isso não é justo, Bella. Você sabe que eu quero que você fique".

"Então seja legal com Edward, porque ele vai estar onde eu estiver",

Essas últimas palavras fizeram com que Charli supitasse novamente.

"Não embaixo do meu teto"

Charlie trovejou.

"Olha, eu não vou dar mais nenhum ultimato essa noite - ou eu acho que é manhã. Só pense nisso por alguns dias, tá legal? Mas tenha em mente que eu e Edward somos uma espécie de pacote".

Ultimato? Ela parecia a mãe e ele o filho, sua confiança me fez perceber o quanto ela estava disposta aquilo, fez eu me sentir amado, fez o pedido de casamento renegado soar como nada.

"Bella -"

A voz do pai dela parecia querer prolongar a discussão, mas ela desrespeitosamente o cortou.

"Pense nisso... E enquanto você está fazendo isso, será que você pode me dar um pouco de privacidade? Eu realmente preciso de um banho."

Ele saiu, batendo a porta atrás dele. Eu ouvi ele pisando furiosamente nos degraus da escada.

Pensei que seria uma ótima oportunidade de contar a ela que nunca poderia agir assim com Carlisle a menos que quisesse umas belas palmadas, mas pra isso eu teria que assumir que apanho também, o que a levaria a deduzir que minha aventura suicida não ficara sem uma merecida punição, só de pensar meu estômago se contorceu em constrangimento e o veneno das minhas veias esfriou o meu rosto, sorte a minha do veneno não ser vermelho ou quente, ou estaria vermelho como um tomate com as bochechas em chamas.

"Eu lamento por isso"

Ela sussurrou pra mim, já sentado ao seu seu lado.

"Como se eu não merecesse coisa muito pior. Não comece nada com Charlie por minha causa, por favor".

Pedi a ela, ainda envergonhado por causar tantos problemas pra todos, meu traseiro doeu ao sentar na cama e me lembrei do meu irmão e de Alice, não vou mentir de Rosalie também, e agora Bella, que pode não ter apanhado mas estava em sérios problemas com o pai.

"Não se preocupe com isso"

Ela respirou enquanto juntava as suas coisas do banheiro e pegava uma muda de roupas limpas.

"Eu vou fazer exatamente o que for necessário, e nada, além disso. Ou será que você está querendo me dizer que eu não teria um lugar pra ir?"

Ela arregalou os olhos com falso alarme.

"Você se mudaria pra uma casa cheia de vampiros?"

Eu perguntei como se já não soubesse a resposta.

"Esse provavelmente é o lugar mais seguro pra alguém como eu.

Além do mais...Se Charlie me expulsar, então não há necessidade de esperar até a formatura, não é?"

Apertei a mandíbula.

"Tão ansiosa pela condenação eterna",

"Você sabe que não acredita realmente nisso".

Ela disse num raciocínio inédito.

"Oh, não acredito?"

Eu perguntei com sarcasmo.

"Não. Não acredita".

Ela confirmou e continuou sua lógica.

"Se você realmente acreditasse que perdeu sua alma, então quando eu te encontrei em Volterra, você teria se dado conta imediatamente do que estava acontecendo, ao invés de pensar que estávamos mortos juntos. Mas você não soube - você disse 'Incrível. Carlisle estava certo' ."

Ela me lembrou triunfante.

"Existe esperança em você, afinal".

Fiquei calado, pela primeira vez eu não tinha um argumento.

"Então vamos os dois ter esperança, certo? Não que isso importe. Se você ficar, eu não preciso do paraíso".

Coloquei as mão no seu rosto angelical e olhei nos seus olhos de chocolate.

"Pra sempre."

"Isso é tudo o que eu estou pedindo"

Ela se equilibrou na ponta dos pés pra me beijar.

A parte boa do trauma todo, foi adquirir resistência pra beijá-la melhor, o medo de vê-la morta era maior que qualquer reação instintiva.

Nos beijamos e nos acariciamos como nunca antes, ela passou as mão pelas minhas costas e resolveu, para minha surpresa, apertar a minha bunda.

É lógico que não teria nenhum efeito, a menos que minha bunda estivesse em carne viva, ou carne morta, ou... Ah vocês sabem o que quero dizer.

Eu gemi, ela ficou desconfiada, eu fingi que tinha sido a garganta, não sei bem se ela caiu, ainda mais depois da minha reação, quando Rosalie apareceu na janela.

"O papai tá te chamando, a-gora!"

Eu não pude evitar de por a mão no traseiro, foi uma espécie de extinto protetor de crianças e adolescentes.

Bella sorriu como se tivesse sido uma piada minha.

"Tenho que ir agora Bella, meu pai não está mais feliz que o seu com toda essa confusão."

Beijei sua testa e então saí, pela janela minha irmã ficou e tentou ser educada até demais pra o meu gosto.

"Desculpe atrapalhar Bella, é que meu pai-"

"Rosalie!"

Eu chamei antes que ela falasse demais.

"O que significa isso? O papai disse pra trazê-la e voltar."

"Não é da sua conta, é isso que significa."

"AH é? Então não digo como estão as coisas por lá."

"Eu posso ler pensamentos sua idiota!"

"Eu só quero ver você tentar, fedelho."

"Ômega, Psi, Chi, Fi, Upsilon, Tau, Sigma, Rô, Pi..."

A insuportável começou a pensar o alfabeto grego de trás pra frente.

"Tá legal eu falo, mas não vá dizer nada a ninguém, ou eu conto do telescópio."

Eu ameacei como sempre, era a única forma de comunicação e entendimento entre minha irmã mais velha e eu.

"Já fazem mais de 70 anos seu chantagista barato."

Ela disse apertando os olhos traída.

"É, mais tenho certeza que o papai ainda vai querer saber quem quebrou."

Eu sustentei a ameaça.

"Tenho certeza que ele também vai adorar saber que você me ajudou a colocar a culpa no Emmett pra ele não saber da sua pequena aventura na escola."

Olhei pra ela com olhos estreitos e as mãos na cintura, ela imitou o mesmo gesto.

Nós tínhamos tantos segredos guardados um do outro, que aquela barganha ia durar uma eternidade.

"Vai dizer ou não o que o papai falou?"

Eu insisti.

"Só se me disser por que demorou tanto."

Eu suspirei na derrota, balancei a cabeça e comecei a andar.

"Fiquei com medo de o pai dela bater nela também, ouvi os pensamentos dele."

"Kkkkkkkkk Bella rsrsrs...levando... umakkkkkk palmada? Kkkkk Isso eu pagaria pra ver kkkkkkkk."

Ela começou a rir histericamente, eu queria avançar nela, mas já estávamos atrasados.

"Rssrss... desculpa...Então... o papai não bateu no Jasper, ele e Lice estão de castigo. Quando papai viu o vidro no chão, disse que pelo visto você não tinha apanhado o bastante. Mamãe me disse que pediria ao papai pra não te bater pela cena que você fez ou pela janela quebrada, mas quando ela viu o vaso chinês que você quebrou ela deu um grito tão indignado que nem deu tempo de falar com ele, também não deu tempo pra ver o que tinha acontecido, papai só abraçou a mamãe com os cacos do vaso na mão e disse pra mim, 'vai atrás do Edward e diz que eu quero ele aqui a-gora!' "

Ela disse imitando a voz do meu pai quando está irritado.

"Eu engoli seco, você acha que ele vai ter coragem de me bater outra vez?"

"Eu disse com os olhos marejados, tentando segurar pra não chorar na frente dela."

Ela tentou disfarçar sua pena, mas não conseguiu.

"Se ele me bater de novo eu fujo de casa e não volto nunca mais."

Eu disse já detendo a lágrima dos olhos.

"Calma maninho, calma, ele não teria essa coragem, se tivesse a mamãe não deixaria e eu a judaria a te proteger."

Ela disse com ternura tirando a minha mão do meu rosto.

"Além do mais você sabe que fugir nunca dá certo ele sempre, acaba botando a mão no fujão de um jeito ou de outro, sabe que os Cullen são inseparáveis."

Sorri com o que ela disse, um sorriso meio sem graça mais ainda assim um sorriso.

"Agora vamos embora bebê chorão!"

Ela deu um tapa na minha bunda, eu gritei de dor e em seguida puxei o cabelo dela.

"Vou contar para o meu pai que você puxou meu cabelo, ele disse pra você nunca mais tocar nele lembra."

"E eu vou contar..."

O caminho todo continuamos a eterna discussão do 'Eu vou contar'.

Quando chegamos em casa, é lógico que chegamos também à conclusão de que era melhor ninguém contar nada.

Minha mãe estava sentada à mesa da cozinha com um vidro de cola emendando os últimos pedaços da sua relíquea.

Emmett estava emburrado numa poltrona no canto da sala, Jasper estava no quarto de hóspedes e Alice no dela. Meu pai estava caminhando de um lado para o outro em meio aos cacos de vidro na sala. Eu vi tudo através de seus pensamentos.

Rosalie me pegou pelo braço me encorajando ir até ele.

"Eu vou com você."

Chegamos até ele, ela me deu um leve empurrão me encorajando.

Ele me analisou dos pés a cabeça.

"Onde o senhor Edward Cullen estava?"

"Na casa dos Swan." minha irmã respondeu, a pergunta que pareceu ter sido feita a ela.

 "Obrigado Rose."

"Papai ele só estav-"

"O-bri-ga-do Rosalie."

Ela cortou a explicação irritado, e fez um movimento com a cabeça pra ela sair, ela me olhou com olhos pesarosos e saiu me lançando um pensamento.

"Vou chamar a mamãe, estaremos na outra sala, peça desculpas pelo temperamento, e não vá dizer nada que piore sua situação."

"Por que você demorou?"

Ele disse parado onde estava com os braços cruzados.

Eu não tinha palavras pra responder, então permaneci em silêncio, olhando para os meus sapatos e com as mãos empurrando os bolsos.

"Eu vou te dizer por que você demorou. Por que você realmente acha que em se tratando de Bella não existem regras. Que se for por causa dela, você pode tudo."

Ele estranhamente não exigiu que eu o olhasse nos olhos, eu podia ver que seu nervosismo o fazia andar de um lado pra o outro, assim que ele descruzou os braços e começou a falar.

"Você pode se matar, você pode nos fazer mudar, você pode comprar o que quiser, você pode encrencar seus irmãos, você pode desobedecer, você pode por todos em perigo, você pode DESTRUIR A SUA CASA!"

Ele disse destruir a sua casa gritando e abrindo os braços mostrando a bagunça e dando passos na minha direção, escusado dizer que os mesmos passos eu dei pra trás.

"Parado ai mocinho! Nem mais um passo ou eu perco a cabeça e te dou outra surra!"

"Eu errei Edward, quando permiti que você namorasse uma garota humana."

Minha rebeldia tomou o lugar do medo e do respeito.

"Eu não vou deixá-la nem se você mandar!"

Eu nem vi como aquilo saiu da minha boca, só sabia que queria poder engolir tudo de volta antes que chegasse aos ouvidos dele, seus olhos estavam arregalados, eu comecei a tremer, minha mãe e minha irmã invadiram a sala.

"Eu não vou... se não eu... saiam daqui vocês duas!"

Ele disse tremendo e engasgando, suas mãos cerradas em punhos como se fosse esmagar algo.

Meu rosto estavam tão arrependido, mas por dentro meu coração estava orgulhoso em agir como Bella agiu por mim, mesmo que eu tivesse me condenado as garras do meu pai.

Ele me pegou pela orelhame levou até o caos da janela quase arrancando o pedaço dela.

"Limpe essa bagunça, ligue pra construtora repor o vidro, peça desculpas à sua mãe e vá me encontrar no escritório."

Ele me pôs de joelhos nos cacos de vidro e saiu irritado deixando um aviso.

"Não me faça descer aqui para buscá-lo!"

Fiz tudo que ele disse limpei tudo, tirei as medidas do vidro, liguei pra saber o orçamento, pois eu sabia que seria eu quem pagaria, fui até a cozinha pedir desculpas pra minha mãe.

Até ajudei terminar a montagem do vaso, tudo pra tardar ao máximo o meu encontro com meu pai, mas uma hora eu teria que subir, seria pior se ele descesse pra me buscar, subi as escadas e antes que eu batesse na porta do escritório ele pediu que eu entrasse.

Quando fechei a porta, o cinto da disciplina balançou levemente atrás dela, eu fiquei aliviado por ver que ele não estava dobrado em cima da mesa.

Meu pai estava ali sentado, e sentado ficou, eu sabia porque eu estava no escritório, não era pelo vidro, não era pelo vaso nem pelo atraso, era pela resposta desrespeitosa.

"Desculpa papai..."

Eu disse o mais humilde que eu pude, deixando uma lágrima escorrer na bochecha.

"Sente-se"

Foi tudo que ele disse.

Eu gemi com a idéia da cadeira dura mas não era hora de discutir com ele.

"Edward, quando eu disse que errei quando permiti que namorasse uma humana, eu não quis dizer, ao permitir, eu disse, quando eu permiti."

Eu estava olhando pra baixo de vergonha, ele me pediu para olhar nos seus olhos, eu sem querer contrariá-lo o fiz.

"Eu não tenho nem nunca tive intensão de separá-los, o que me arrependo é de que, quando eu permiti, não ditei pra você as novas regras, e deixei passar a impressão que você estava livre pra agir como quisesse já que uma regra tão séria tinha sido violada, a regra de nunca se revelar aos humanos."

Eu senti todo o veneno do meu corpo acumular nas minhas bochechas, eu podia socar minha própria cara por aquilo.

"Era isso que eu estava indo dizer quando você me interrompeu, me desrespeitou, e me desafiou."

"OLHE PRA MIM QUANDO EU ESTIVER FALANDO COM VOCÊ!"

Ele gritou quando baixei os olhos.

"Papai eu-"

"EU NÃO TERMINEI!"

Eu cerrei minha boca assustado.

"A próxima vez que você disser na minha cara que nem mesmo que eu mande você não obedecerá, ou usar aquele tom comigo outra vês, você não pode nem sequer imaginar, nem nos seus sonhos mais loucos o que eu vou fazer com você."

Tremi um sim com a cabeça.

"Você está de castigo no mesmo horário em que Bella estiver, eu já falei com o pai dela, ele disse que se ela obedecer, em breve suas visitas serão liberadas com limite de tempo, das 7 às 9 e meia da noite, enquanto isso não acontece, eu libero você para vê-la às madrugadas da 12 às cinco da manhã, e agradeça sua mãe por isso."

Eu quis gritar de alegria e pular no pescoço da minha mãe, se ela estivesse presente, mas mantive a compostura.

"Enquanto ela estiver de castigo você também está. Do colégio pra casa e de casa para o colégio, depois de casa para os Swan e dos Swan pra casa. Caça só comigo, eu escolho e desmaio o animal e você bebe. A chave do piano juntamente com todas as chaves dos carros na minha mesa, exceto a do volvo. Você pode andar pela casa a partir de amanhã, assim como Alice e Jasper, mas nada de divertido no quarto, como, tv, vídeo game, computador, som, CDs e livros literários, somente os livros da escola e seus diários."

Arregalei os olhos com a rigidez do castigo, Deus eu já tinha levado uma surra lendária, uma não, várias, de palmadas, cinto, vara, mangueira, e ainda tinha que ficar preso em casa sem nada de divertido no meu quarto? Eu nunca conseguia ver quase nada na tv da sala, sempre tinha alguém vendo alguma coisa.

"Agora, o castigo da sua mãe... Esme traga o Jasper."

"Ooh fala sério! ainda tinha as contas do tapete pra acertar? Tenho muita sorte de não envelhecer, se não quando eu pudesse sair daquela casa eu seria um vovô."

Minha mãe e meu irmão entraram, eu quis ler os pensamentos dela, mas já estava tudo pensado, ela começou a falar rigidamente em total sincronia com seus pensamentos.

"Sua mesada será utilizada pra pagar o vidro, e o tapete egípcio também, Jasper irá dividir o prejuízo do tapete com você bem como os afazeres domésticos durante um mês, devo salientar que as roupas deverão ser lavadas em casa já que os dois estão confinados aqui e não poderão sair para a lavanderia da cidade, se estragarem alguma peça de roupa durante as lavagens ou quebrar algo durante a limpeza da casa, será pago com a mesada dos dois.

Meu irmão e eu suspiramos em derrota e nos desculpamos.

"Eu não terminei."

Arregalamos os olhos incrédulos.

Assim que puderem sair de casa irão deixar suas companheiras aqui, viajar até o Egito e virá-lo de ponta cabeça até acharem um tapete exatamente igual ao que Benjamim deu de presente pra nós, enquanto não podem sair, juntem o dinheiro não poderão gastar um centavo sequer sem permissão, isso irá ensiná-los a valorizar o conforto do seu lar e respeitar o que que pertence aos outros.

"E por falar em respeito, dê-nos licença que preciso ter uma conversinha com Edward."

Eu juro que se fosse humano, teria feito xixi nas calças.

Minha mãe implorou ao meu pai com os olhos, meu irmão me mandou um onda involuntária de pena, eu olhei para janela, mas lembrei do que deu fuga recente.

Assim que saíram meu pai apontou o cinto atrás da porta.

"Pegue o cinto da disciplina pra mim Edward."

Eu comecei a chorar de desespero tentando engolir o choro sem sucesso, mas peguei o cinto assim mesmo, eu sabia que não podia ter falado daquele jeito com ele, minhas lágrimas estavam carregadas de arrependimento.

Ele pegou o cinto, pegou meu punho sem uma palavra se quer, andou lentamente até o sofá me levando com ele, eu chorava muito, mas não dizia uma palavra e ele também não, ele sabia que eu estava com medo, eu sabia suas razões.

Ele sentou-se no sofá, e me guiou por cima do seu colo, puxou minha calça sem pressa e as tirou completamente, depois puxou minha cueca até as coxas, eu não aguentava mais o suspense, eu já tinha chorado um rio de veneno e ele ainda estava dobrando o cinto.

Me respeita moleque! SHLAP!*** AAAAArraaaaiiiiii Raaaaaiiiii! Papai aiaiai!

Eu gritei, chorei, esperneei esperando por piedade, eu não podia mais apanhar, minha bunda estava tão dolorida que eu se quer podia sentar quanto mais apanhar. Mas ele me deixou ali deitado de bruços esperando por mais.

Ainda chorando veio o outro golpe.

Eu sou o seu pai! SHLAP!*** AAAAAAAAAaaaaaaaiiiiiii! Pelo amor de deus papai não me bate mais não!

Ele não desceu outro golpe mas manteve as mãos nas minhas costas, eu chorei de desespero só de sentir que não podia levantar, pois sabia que tinha mais por vir.

Quando meu choro estava diminuindo ele bateu de novo.

Nunca mais fale assim comigo outra vez SHLAP!****** AAArraaa... ... ... ... ...

A cintada foi tão forte que meu grito ficou mudo, ele puxou minha cueca de volta me fazendo gemer com o tecido. Ele pegou minha camiseta pelas costas e me puxou pra cima como um boneco e me jogou no sofá e depois apontou o cinto dobrado no meu rosto.

Nunca mais Edward, nunca mais fale comigo como se eu não merecesse o seu respeito, você deveria apanhar de verdade mas não sou cruel, essas três cintadas é pra você lembrar quem é que manda nessa casa, e que aqui tem respeito e disciplina.

Ele bateu o cinto com toda força no sofá a um centímetro da minha perna, me entregou o cinto e apontou pra porta.

"Vá guardar!"

Depois de pendurar o cinto no gancho, olhei pra trás e ele ainda trazia um olhar sério no rosto, apontou para o chão onde estavam minhas calças e sapatos.

"Pegue suas roupas, vá para o seu quarto e fique por lá."

Sai em silêncio do escritório sem levar um abraço se quer comigo, mas depois da forma com que eu o tratei, eu não podia esperar uma demostração de carinho. Ou podia?

Entrei no meu quarto, ele estava vazio de diversão, eu deitei no meu divã de bruços e chorei até o início da madrugada.

Qualquer um poderia dizer que eu estava dormindo, meus olhos fechados, respirando e perdido em pensamentos que pareciam sonhos, pensei em tudo que fiz e provoquei, mas nada passeava mais na minha mente do que o desrespeito para com meu pai e seus olhos frustrados, na hora em que saí do escritório.

Como mágica senti um beijo na minha testa, abri os olhos lentamente, fazia tempo que estavam fechados, e vi seu rosto bem próximo a mim.

"Levante-se filho, está na hora de voltar à casa de Bella, quero que a examine como médico e me diga se ela está realmente bem, como estão seus reflexos nível de estresse."

Ele me disse com aquele rosto, o rosto do meu pai, me puxou num meio abraço pra que eu me sentasse, me entregou uma caneca de sangue depois virou-se pra pegar uma roupa lipa pra mim.

Entreguei a caneca vazia pra ele e recebi aquele sorriso tão sincero que só podia ser visto no rosto dele.

Ele estava parado no meio do quarto vendo eu me vestir, em silêncio com um olhar orgulhoso, quando estava de pé ele me ajudou a terminar de abotoar a camisa.

"Sabe filho? Ainda me lembro de quando você, Rosalie e Emmett não podiam vestir a própria roupa sem rasgá-la toda, sua mãe teve um tempo difícil com Rose, e eu com Emmett, mas você era meu único menino, sem mãe sem irmãos, eu me dediquei por completo a você, tive tanto medo de não conseguir ser um pai.

"Vocês cinco, sempre serão minhas adoráveis crianças, mas eu nunca vou passar com nenhum deles o que passei com você."

Suas lágrimas começaram a cair enquanto ele falava.

Ele ajeitou a minha gola e me deu um tapinha no ombro.

"Está lindo, agora vá não a deixe esperando."

Ele estava segurando a porta pra mim quando eu o abracei com força.

Ele me abraçou de volta confuso quando comecei a chorar copiosamente.

"Papai me perdoa, eu te amo! Eu juro que nunca mais eu digo algo como aquilo se o senhor me perdoar! Faço o que for preciso pra que você volte a me amar como antes."

"Filho!"

Ele disse me puxando pra olhar no meu rosto.

"Eu nunca deixei de te amar como antes, se tivesse deixado de te amar, não teria corrigido sua atitude, simplesmente teria deixado você seguir adiante com sua própria destruição."

"Eu amo todos vocês, e isso nunca vai mudar, nem que pra isso eu tenha que sofrer a dor de punir vocês por toda a eternidade, só espero que não seja sempre pelas mesma coisas."

"Eu te amo papai, pode ficar tranquilo, eu nunca mais volto a Volterra, Nunca mais."

~Fim~


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