Eu Não Me Importaria escrita por Breathe


Capítulo 16
Capítulo 16 - Dias de Luta, Dias de Glória


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas a criatividade tava zero.
Queríamos dedicar esse capítulo a nossa leitora mais presente, que nos cobrou um capítulo recentemente e nos fez forçar mais a mente pra terminar o caps. A fofa Daniele Soares ♥3



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– [...] Quer casar comigo ?

Manu POV

Por algum motivo, aquilo foi inesperado. Claro que eu já sabia que íamos morar juntos, casar e tal, mas não esperava que Will fizesse o "pedido oficial", achei que ia rolar após um certo tempo, quando decidissemos que estava na hora certa, acho que foi por isso que fiquei tão surpresa com o pedido.

Olhei Will ajoelhado na minha frente, ele mantinha a exata expressão de quando me pediu em namoro: os olhos brilhando, o nervosismo exalando deles, as mâos trêmulas segurando a caixinha que guardava o par de alianças mais lindo que eu já havia visto. Chegava a ser estranho o quanto aquela cena era semelhante ao dia em que começamos a namorar, e como eu pensava a mesma coisa daquele dia "Se eu demorar pra responder, ele pode achar que a resposta será 'não' ".

Não pensei direto, e fiz a primeira coisa que me ocorreu: ajoelhei, de forma que eu ficaria frente a frente com ele (a não ser pelo fato dele ser mais alto que eu), e comecei a dizer:

Believe in Me - Demi Lovato

– Willian Bertoni, mais uma vez, suas palavras me emocionam quase tanto quanto esse sorriso que está em seu rosto nesse momento. Que seria o exato sorriso de há dois anos atrás, quando você me pediu em namoro, lembra? - eu sorri pra ele - Will, eu quero estar com você a todo momento, eu sempre tive certeza do que eu quero, e o que eu quero é você e eu juntos, pra sempre. E agora, não só nós dois, mas tambem o nosso bebê, o nosso filho. Você sempre será o garoto que mudou a minha vida desde nossa primeira troca de olhares, sempre será meu melhor amigo, meu único amor, e a partir deste momento, você é o homem com quem eu aceitei me casar. - Eu estava a beira das lagrimas quando terminei de falar, assim como ele.

– Então... - começou ele.

– Sim, eu aceito me casar com você. - Meu sorriso se espalhou pelo meu rosto, ofuscando todas as lágrimas que caiam.

Will pegou minha mão direita com uma de suas mãos, e com a outra pegou a aliança com uma pedra que estava dentro da caixinha e colocou em meu dedo anelar, sussurando "eu amo você". Depois foi minha vez de pegar a aliança e colocar em seu dedo, do mesmo jeito que ele, e dizendo as mesmas palavras.

Aquele era, com certeza, um dos melhores momentos que eu já havia passado em toda a minha vida. Era romântico, intenso, forte, perfeito. Will era o homem da minha vida, e eu, segundo ele, era a mulher da vida dele. Não sei explicar como me senti naquele momento, acredito que não existam palavras que definam o que uma pessoa sente pela outra quando ama, então intitulamos esse sentimento como "amor". Ah, o amor, o confuso, o dificil, o complicado. O amor pode ser cheio de defeitos, mas, na minha opinião, suas qualidades superam seu oposto, fazendo com que ele seja como a vida: com altos e baixos, bons e maus momentos, feliz e triste, fácil e dificil, comum e diferente.

Ele se levantou e estendeu a mão para que eu a pegasse e ele me ajudasse a me levantar. Fiz isso, e já de pé, Will me pegou pela cintura e me girou pelo quarto, como nos filmes quando a mocinha diz "sim" ao herói. E era o que eu me sentia no momento, a personagem principal de um filme onde depois de muito sofrimento, a mocinha finalmente encontra o amor de sua vida, e eles passam o resto da vida juntos, a única diferença era que eu já havia conhecido o meu príncipe encantado, e nós já passamos parte da vida juntos, mas nada comparado ao tempo que estariamos lado a lado dali em diante.

Will ligou o rádio, e colocou qualquer música lenta que eu não conhecia, dançamos quase a noite inteira. Uma música após a outra. Sem se cansar, apenas abraçados, e nos beijando. Como se nada pudesse nos interromper, e realmente não podia. Dona Marta provavelmente já teria ido dormir, assim como Seu Otávio. Então estávamos praticamente sozinhos, o que era bom, me sentia mais confortável assim, sem a sensação de que a qualquer momento, um de meus sogros entraria pela porta do quarto e me veria beijando Will.

Às 3:30 da madrugada, meus olhos, assim como os de Will, estavam quase fechando sozinhos, então decidimos comer um lanchinho rápido e ir deitar. Will foi a cozinha, e eu fiquei no quarto, me trocando: coloquei um short que eu havia esquecido lá algum tempo atrás e uma camiseta de Will, fiquei descalça e fiquei andando pelo quarto, vendo as coisas de Will. Ele tinha uma comoda com uns porta - retratos em cima dela. Fiquei olhando as fotos: Will com 4 anos, ele e seus pais, ele no campeonato de futebol da escola, e - prendi minha atenção naquela - nós dois em nosso primeiro encontro como um casal, fiquei olhando aquela foto, lembrando daquele dia.

Flash Back ON:

Estávamos conversando sobre qualquer coisa boba, até que eu tropecei e caí na grama, Will começou a rir e deitou do meu lado, ele me beijou, depois tirou o celular do bolso, e disse:

– Faz uma careta.

Eu mostrei a lingua, ele deixou os olhos vesgos e bateu a foto. Depois ele olhou, e sem nem me mostrar, guardou o celular de novo.

– Ei, deixa eu ver a foto. - eu disse, reclamando.

– Não. Se não você vai falar que ficou feia, e vamos passar o resto do dia aqui tentando tirar uma foto que você acha pelo menos, "decente".

Olhei com cara de brava pra ele, ele fingiu que não ligou, levantou da grama e me puxou.

Flash Back OFF.

Fui interrompida de meus devaneios quando Will entrou no quarto trazendo em uma bandejinha dois sanduíches, e um deles, eu percebi, era maior do que outro.

– Manu, você está linda. - disse ele reparando em minha roupa completamente desleixada.

– Obrigada - eu ri - Não sabia que você tinha revelado essa foto, eu gostei dela.

– Faz pouco tempo. É, eu tambem.

Fui até ele, e peguei o sanduíche maior, sem pensar. Ele ficou me olhando incrédulo, e, a julgar por sua cara, o maior ele tinha preparado pra ele. Comecei a gargalhar, e fiz biquinho, pedindo pra ele me deixar comer aquele. Ele revirou os olhos e assentiu, sorri boba e fui sentar na cama comendo o sanduíche que mal cabia na minha boca.

Terminamos de comer, e deixamos a bandeja na mesa de cabeceira do Will. Eu estava sentada, e senti meus olhos se fecharem sem minha permissão, apenas me lembro de sentir Will me arrumar na cama e deitar abraçado comigo, depois disso eu apaguei.

Acordei no outro dia antes do Will. Por algum motivo não especifico, eu estava de mal humor, com uma vontade enorme de comer sorvete, especificamente sorvete de chocolate com calda de caramelo e granulado colorido.

Levantei da cama, e fui fazer minha higiene matinal. Quando saí do banheiro, Will já tinha levantado e estava na sala conversando com sua mãe:

– Bom dia, noiva! - disse ele me dando um beijo na bochecha.

– Bom dia. - disse mal - humorada.

Will, como já me conhecia, não se arriscou a perguntar o motivo do meu mau humor, provavelmente imaginou que fossem os hôrmonios da gravidez.

Tomamos o café da manhã em silêncio. Enquanto comia alguns biscoitos recheados, eu observava com atenção o casal Marta e Otávio, os pais de Will, eles pareciam ter uma vida tão amorosa, feliz, como meus pais costumavam ser. Imaginei o que meu pai diria se estivesse aqui comigo, se tudo o que eu passei seria mais fácil com uma figura paterna me apoiando. Eu queria que minha vida com Will fosse assim, que nós apoiássemos nosso filho, formassemos uma familia feliz, como meus sogros e meus pais.

– Manu? - chamou - me Will, tirando - me de meus pensamentos.

– Fala. - disse, grosseira novamente.

– Você... se arrependeu de ter aceitado se casar comigo? - disse ele de um jeito extremamente fofo, como se estivesse com medo da resposta.

– O quê? Não! - eu disse completamente surpresa.

– Então por que esse mal humor todo?

– Ah. Bom, sinceramente, eu não sei. Acordei assim, aliás... - disse sinceramente.

– O quê? - Will me interrompeu, fazendo meu sangue quente, ferver.

– Não aprendeu ainda a não me interromper, Willian? - disse alterando a voz, fazendo Dona Marta se virar e prestar atenção na conversa.

– Calma Manu, calma. Desculpa ok?

– Tabom, humpf. - suspirei, e falei pra ele do meu aparente desejo de sorvete.

Terminamos o café, e eu fui trocar de roupa enquanto Will saia pra comprar o minha tão desejada sobremesa, que estava me dando água na boca só de pensar que logo eu estaria devorando - o.

Sentei no sofá da sala, e fiquei assistindo televisão enquanto meus sogros haviam ido fazer a compra do mês para a casa deles. Fiquei ali por alguns minutos, até ouvir o barulho do portão da casa, era Will. Ele entrou em casa, e me deu o sorvete que tanto estava esperando, ou não.

– Que isso? - eu disse com a raiva crescendo dentro de mim e meu sangue fervendo, só de olhar para aquela massa de sorvete rosa que ele comprou.

– Sorvete de... - ele parou quando percebeu que eu pedi chocolate, e não morango.

– Will, eu pedi chocolate, e isso é morango. - eu disse tentando ser o mais paciente possivel.

– Manu, desculpa, eu... eu confundi.

– Obrigada, capitão óbvio. - disse sendo irônica.

Ele respirou fundo, e disse:

– Eu já pedi desculpa. - disse ele com os olhos fechados, tentando manter a calma.

– E eu já ouvi!

– E eu queria saber qual o motivo de você ser tão ingrata! - ele disse se irritando.

– Se você tivesse prestado atenção teria comprado o sorvete certo!

– MAS SE EU TIVESSE FEITO ISSO VOCÊ SE ACOSTUMARIA A TER UM ESCRAVO AO SEU LADO, NÃO UM FUTURO MARIDO! - ele disse se alterando - FOI ATÉ BEM FEITO EU TER ERRADO!

Eu me levantei do sofá, completamente nervosa, Will nunca havia gritado comigo e isso só estava me deixando mais irritada.

– ESTÁ DIZENDO QUE VALEU A PENA ERRAR E CAUSAR TODA ESSA DISCUSSÃO?

– QUEM CAUSOU ISSO FOI VOCÊ, COM ESSA DROGA DE TPM NA GRAVIDEZ!

– AGORA A CULPA É DO NOSSO FILHO? NOSSA, PENSEI QUE VOCÊ FOSSE MAIS MADURO DO QUE ISSO, WILLIAN! TEM SEMPRE QUE COLOCAR A CULPA EM ALGUÉM NÉ?

–EM ALGUM MOMENTO EU CULPEI O NOSSO BEBÊ, EMANUELLE? ESSES HÔRMONIOS ESTÃO TE DEIXANDO LOUCA, E CONSEQUENTEMENTE À MIM TAMBEM!

Estávamos completamente alterados, com raiva. Nos encáravamos quando meus sogros chegaram e se assustaram com nossas atitudes, aparentemente ouviram nossos gritos antes de entrarem. Eu olhei para eles, respirei fundo e percebi que meus olhos se encheram de lágrimas. Fui até o quarto de Will, troquei de roupa, e voltei a passos pesados para sala.

– Senhor e senhora Bertoni, eu vou pra casa, tchau. - dei um sorriso um tanto tristonho, e me virei para Will - A louca aqui, vai embora pra tentar te enlouquecer menos.

Saí de lá tentando me acalmar, quando percebi que lágrimas escorriam pelo meu rosto. Minhas brigas com Will eram raras, e essa havia me deixado realmente exaltada, por mais que eu tentasse me acalmar ainda sentia meu sangue quente nas veias, e foi assim o caminho inteiro até minha casa.

Minha mãe estava trabalhando, e pela primeira vez agradeci por isso. Mesmo sendo minha mãe, eu não queria conversar sobre o que havia acabado de acontecer. Fui pro meu quarto, liguei a televisão e fiquei zapeando pelos canais, mesmo que estivesse passando meu programa preferido, naquele momento eu não ia querer ver.

Will POV

Manu saiu como um furacão da minha casa, assim como eu, ela estava mais irritada do que nunca.

– Filho, o que...? - minha mãe começou.

– Depois.

Fui pro meu quarto, como um menino emburrado. Tranquei a porta e fiquei lá o resto do dia, apenas deitado encarando o teto, pensando na discussão. Eu talvez tenha sido um pouco rude com ela, Manu estava passando por uma fase sensível que ainda não havia acontecido durante toda a gravidez, e eu errei mesmo... NÃO! Ela podia ter sido um pouco mais compreensiva e pelo menos agradecer pelo meu trabalho de ir à melhor sorveteria do bairro com toda a atenciosidade do mundo e só querendo ajudá - la, mas não, só faltou ela jogar o sorvete na minha cara!

A cada cinco minutos eu olhava o celular à procura de alguma coisa, algum sinal de que Manu se arrependera, mas nada. No fundo eu sabia que era inútil, ela tinha certeza que estava certa, e isso não mudaria. Pelo menos não até que aquela "TPM" doida passasse.



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Notas finais do capítulo

O link da aliança http://25.media.tumblr.com/tumblr_me85wrCq8x1rcwdggo1_500.jpg
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