Eu Não Me Importaria escrita por Breathe


Capítulo 15
Capítulo 15 - Emoção !


Notas iniciais do capítulo

Chorem, pq nós choramos ç.ç



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Manu POV.

Eu, já recuperada do câncer, comecei a caminhar, me exercitar e me cuidar para não ficar horrível após o nascimento do bebê, e depois de tanto tempo eu precisava de meus mimos de adolescente, porque embora não parecesse, eu ainda estava na adolescência, no fim dela pois estava com 18 anos, e esse seria o último ano dessa fase.  E aproveitando isso, comecei a mudar meu estilo, e a me vestir de uma forma mais madura, logo eu seria uma mulher com filho e casada, não podia me vestir como uma garota de 16 anos para sempre.

Comecei a procurar apartamentos para morar depois do casamento, tinha que ser algo simples, pois estaríamos apertados financeiramente mesmo depois de minha mãe ter me dado aquela quantia em dinheiro, pois havia o casamento, lua - de - mel, despesas com o bebê etc.; mas mesmo assim, seria especial, seria nosso "cafofo", meu, de Will e de nosso bebê. Contudo, minha vida estava uma correria.

Isso sem mencionar Will, ele havia conseguido um emprego em um restaurante, como garçom. Seu chefe dizia que ele tinha potencial, que um dia, quem sabe, promoveria - lo a Maître, e talvez Will abrisse seu próprio restaurante. Claro, isso motivava Will a trabalhar mais do que o necessário, mas às vezes isso ate via a calhar, pois no restaurante em que Will trabalhava, as horas a mais trabalhadas iam para o banco de horas, o que quando chegasse a certo resultado de somas, Will ganharia uma folga. O que acontecia com frequência, pois Will fazia questão de ir comigo à cada sessão do pré - natal.

Estava nervosa, aquele era o dia em que Will (que havia conseguido uma folga), minha mãe e eu iriamos ao hospital fazer meu ultrassom, seria a primeira a vez que ouviria as batidas do coração do meu bebê, e saberia seu sexo. Mal podia esperar. Poderei começar a escolher nomes, comprar o enxoval, tudo!

Me vesti e deixei meus cabelos, que já estavam nos ombros, soltos. Will chegou, lindo como sempre, de táxi, o mesmo táxi que nos levaria até o hospital.

[...]

Já na sala de espera, eu segurava a mão de Will com tanta força, que algumas vezes ele teve que soltar para que ela parasse de formigar, "calma, amor" ele me dizia, e eu apenas ficava mais nervosa.

Até que a recepcionista chamou:

- Senhorita Emanuelle Bittencourte.

- Aqui.

Fui até o balcão e ela perguntou:

- Quantos acompanhantes? - perguntou ela sem nem levantar os olhos das fichas.

- Dois. Meu - olhei para Will e pigarreei - noivo, e minha mãe.

- Tudo bem. Pode entrar, o Dr. Marcelo vai te atender. - informou - nos.

- Ok, obrigada.

Entrei no consultório, e logo avistei uma espécie de monitor ao lado de uma cama e várias outras ferramentas que eram usadas em ultrassons.

- Olá senhorita Bittencourte - disse um homem que aparentava ter uns 35 anos, cabelos e barbas castanhos e aparência bem simpática - Sou o Dr. Marcelo, e farei seu ultrassom.

- Olá, pode me chamar de Manu. Esse é Willian e essa, minha mãe Teresa - eles se cumprimentaram.

- Tudo bem Manu. Pode me contar, por favor, qual seu estado?

- Bom, eu tive câncer e engravidei. Depois tive uma doença chamada Endometriose. Foi bastante difícil, fazer quimioterapia e essa tal doença, mas passei por isso. Agora sinto dor e fraqueza às vezes, mas nada anormal.

- Ah, tudo bem então. Pode deitar aqui - ele deu umas palmadinhas na cama.

Jason Mraz – I’M Yours

Deitei-me hesitante, e Will levantou um pouco a minha blusa até que minha barriga ficasse a mostra, e segurou minha mão. Aquele gesto fez com que eu me sentisse mais segura, fechei os olhos enquanto minha mãe acariciava meus cabelos.

Logo ouvi alguns barulhos, provavelmente do monitor ligando. Abri os olhos com o susto, pois eu estava quase dormindo com meu namorado e minha mãe fazendo carinho em mim. Depois senti um gel muito, MUITO, gelado em minha barriga e algum tipo de máquina espalhando ele por toda a superfície de minha barriga.

E foi aí, que começou: “TUM, TUM. TUM, TUM. TUM, TUM." As batidas do coração do meu bebê.

Não me aguentei e comecei a chorar loucamente. Olhei para o monitor e vi, em meio a vários rabiscos, uma forma que eu sabia que era meu filho.

- Esta vendo? - perguntou Dr. Marcelo.

- Sim! - respondemos eu e Will ao mesmo tempo, percebi que Will tinha uma voz de choro.

Dr. Marcelo apontou um lugar onde para mim eram só rabiscos, mas comecei a identificar as pernas e logo, uma coisinha a mais entre elas. Olhei para Will, e ele sustentava a mesma expressão que eu no rosto. Era um menino. Um menino. Teríamos um menino.

Segurei a mão de Will mais forte e ele correspondeu. Era como se estivéssemos conversando através de nossos toques. Não existem palavras que descrevam o que senti naquele momento, ouvir o ritmo do coração do meu filhinho, e poder dizer “filhinho”, era uma sensação inexplicável.

Quase não conseguia mais enxergar o monitor, de tantas lágrimas encharcando meus olhos. Os “TUM TUM’S” invadiam a sala, em um volume que para meus ouvidos, era alto o suficiente para que pudesse sentir a sincronia dos batimentos do mínimo coraçãozinho com o som que eu ouvia. Olhei para o Will, e, embora fosse raro o ver chorando, não me surpreendi ao ver uma lágrima em sua bochecha esquerda, e seu rosto estava molhado, o que significava que aquela não era a primeira. Seus olhos brilhavam como as estrelas que ficávamos olhando há dois anos, quando começamos a namorar. Era lindo vê – lo daquela forma, a felicidade emanava dele, mesmo sem dizer uma só palavra, sentia tudo o que ele estava sentindo só de olhar em seus olhos. Olhei de volta para o monitor, e vi o Dr. Marcelo sorrindo também, aparentemente feliz e orgulhoso por fazer parte daquele momento conosco.

Só voltei ao mundo real, quando ouvi o barulho do monitor sendo desligado. Sequei minhas lágrimas, enquanto Will piscava rapidamente para desembaçar a vista e passava a mão pelo rosto, parecia querer fingir que não havia chorado. Minha mãe sorria bobamente, e parecia não se dar conta de que o exame havia acabado. Ri da expressão dela, o que a fez voltar da onde quer que estivesse. O doutor me passou um pano molhado, para limpar a barriga, e deu um DVD à Will, na capa dizia “ Ultrassom” seguido de uma linha em branco onde logo colocaríamos o nome do nosso bebê.

Enquanto passava aquele pano por minha barriga, fiquei pensando em nomes que poderia batizar meu filho. “Caio, David, Willian Junior”, ri com meus pensamentos, o que fez todos virarem para mim confusos. Apenas abaixei a cabeça, tímida.

Agradeci ao Dr. Marcelo pelo exame, e saí da sala, seguida por Will e minha mãe.

Levei um susto quando Will me abraçou por trás, me virou e beijou – me. Foi um beijo apaixonado, e emocionado, eu podia sentir a felicidade dele, e me senti feliz também. Passei meus dedos por seus cabelos, e puxei – o para mais perto pelo pescoço, fazendo com que ele me beijasse mais ferozmente, fomos interrompidos por um pigarro de minha mãe, nos afastamos rindo tímidos, pois todos no hospital olhavam para nós dois.

-         Eu amo vocês – Will disse em meu ouvido, passando a mão pela minha barriga.

-         Também amo você, e aposto que ele – disse dando ênfase no ‘ele’- também te ama.

Will deu um sorriso que me deixava tonta, e provavelmente com cara de idiota. Logo após, ele entrelaçou seus dedos nos meus, e fomos até o táxi que nos esperava na porta do consultório.

[...]

No meio do caminho, Will disse:

-         Manu, meu anjo, dorme lá em casa?

Considerei a possibilidade, afinal eram extremamente raras às vezes em que eu dormia na casa de Will, e ele já devia estar cansado do meu quarto, então disse:

-         Claro, meu amor. – virei – me para minha mãe e a avisei, ela apenas assentiu, e disse ao motorista para deixar ela em casa e seguir para casa de Will.

Ao chegarmos lá, demos a notícia do sexo do bebê à Dona Marta e Seu Otávio, que ficaram muito felizes e prometeram – nos que seriam o tipo de avós mimadores.

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Fomos até o quarto de Will, e antes de abrir a porta, ele tampou meus olhos com as mãos, e me abraçou pela cintura, apenas ouvi o ruído da porta se abrindo. Quando ele tirou a mão de meus olhos, me vi de frente a uma mesa de jantar, decorada com velas, rosas vermelhas (meus olhos brilharam) e pratos já servidos com uma espécie de comida italiana que eu só havia visto na TV. Will puxou minha cadeira, como um perfeito cavalheiro, eu agradeci e me sentei. Ele deu a volta na mesa, e se sentou na cadeira defronte a minha. Foi perfeito: comemos, rimos, brincamos, nos beijamos e, por fim, novamente, fui surpreendida. Como aqueles pais, que tiram dinheiro da orelha de seus filhos para impressionar os pequenos, Will tirou uma caixinha preta de trás da minha orelha, não acreditei quando a vi. Era uma caixinha de veludo, pequena, com uma trava dourada na frente. Will agachou – se e se apoiou em um joelho só, não consegui dizer nada, apenas continuei vendo o que aconteceria. Ele começou a dizer:

-         Hoje, é um dia muito especial para nós dois, descobrimos o sexo do nosso filho, ouvimos as batidas de seu coraçãozinho, jantamos, nos divertimos e foi muito bom. Mas, ainda não está perfeito. Manu passei com você a minha vida inteira, desde pequeno, e foi naquela época que me apaixonei por você, e imaginava o dia de hoje, nós dois juntos, nos divertindo, nos emocionando e aproveitando. Te ajudei em seus momentos ruins, e nunca jogarei isso na sua cara, e, meu amor, sei que você faria o mesmo por mim, sem nem pensar duas vezes. Já sei que nosso filho nos unirá pela eternidade, e não só isso, mas ficaremos juntos para sempre, pelo nosso amor. Mas quero oficializar isso. Emanuelle Bittencourte, você quer se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? E sobre a escolha de musicas? Diga - nos *-*