Em Busca da Felicidade escrita por Nammyee


Capítulo 1
Buscando uma Estrela


Notas iniciais do capítulo

A idéia dessa fic é mostrar para as pessoas o que é o verdadeiro conceito de felicidade sob os olhos da personagem principal.

Pode parecer a mesma história de um anime do CLAMP, mas creio que não é.



Quero agradecer á senhorita Bra**Lis por ter me cedido seus personagens de “Buscando uma Estrela” Que irei apresentar nesse capítulo. ^_^/



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Quando se é pequeno, você tem a tendência de esquecer coisas importantes que aprende. 

-Senhora... Poupe suas forças – dizia um médico.


-Não... – a mulher respondeu de maneira fraca – Diga á ela... Diga á minha filha que... Que vê-la... Feliz...


A mulher apertara a mão da filha, a garotinha apenas olhava surpresa á tudo. A mãe morria.


-Mamãe?


-Filha, mesmo que eu vá... – a mãe  sorriu cansada – ache sua felicidade...


E a mão parara de apertar a sua. A garotinha apenas empalideceu e deixou escapar um balão vermelho que segurava.
A garotinha se afundou no choro chamando por sua mãe que nunca mais voltaria.

O que é a felicidade? De onde será que ela veio e para onde será que ela vai? 



Há tanto tempo que venho pensando sobre isso. Afinal, o que seria realmente essa palavra que tantos falam?
Quando se é pequeno, tal coisa é insignificante, para você a felicidade é ter sua mãe e seu pai juntos. 

Ahhh, que descuido meu dizer tudo isso sem ao menos vocês saberem quem sou, claro, eu sou a pessoa que está fazendo uma jornada.
Minha jornada? Sim, eu procuro algo que ninguém jamais teve vontade. Algo que... Eu nunca soube de verdade o que é: eu busco a felicidade.

Meu nome é Marina. Simplesmente Marina, não sei meu sobrenome ou talvez saiba, mas isso não faz tanta questão. Quando se cresce sozinha sem os pais por perto, você tende á esquecer de coisas tão banais como o sobrenome. 

Um dos motivos de querer procurar tal coisa? Talvez, quem esteja me conhecendo agora irá perguntar isso aos risos, mas a resposta é simples.Quando havia acabado de completar meus 10 anos, minha mãe ficara doente e mesmo morrendo, ela dizia: A minha felicidade é ter minha filha e meu marido ao meu lado.

Mas... Quando ela morreu, eu me perguntei: O que realmente é essa felicidade que toma as pessoas que amo e deixa apenas tristeza?

Não pude deixar de pensar nisso quando fui ao enterro de minha mãe. 

-Ela conheceu a felicidade quando se casou com um homem tão certo e teve uma filha tão perfeita – Dizia o padre. 

Felicidade? Teria mamãe sido feliz? Ela sofreu tanto com sua doença, ficou noites em claro por ter dado á luz á uma filha como eu... 

Agora, com 15 anos finalmente depois de ter perdido meu pai, começo minha jornada em busca de algo que muitos dizem ser invisível aos olhos, mas que está bem diante de nós. 

Estou em busca da felicidade. 

Capítulo I – Buscando uma Estrela


Era uma noite chuvosa naquela cidade imensa, pessoas corriam apressadas. Figuras que mal se importavam com os próximos, queriam apenas chegar a suas casas e se divertir. 

No meio de tantas figuras desconhecidas, uma moça caminhava com um guarda-chuva rosa, ela andava alheia á tudo, olhando os grandes outdoors que anunciavam promoções de mercados, peças em cartaz nos teatros. 

A moça que era pequena para sua idade caminhava com um olhar triste no rosto, não parecia ter sorrido uma única vez na vida. Seus belos olhos cor de esmeralda, reluziam com as luzes dos grandes outdoors que via. Os cabelos pareciam brincar conforme ela andava. 

Ela andou até um local onde poucas pessoas passavam, um local sem chuva onde uma pessoa estava sentada, um homem para ser exato.Ele estava cabisbaixo e parecia chorar, parecia realmente estar incomodado com algo.
Mas, ele não estava incomodado com a chuva... Seria algo mais? 

-Com licença? Posso me sentar? – a moça colocou seu guarda-chuva em cima da cabeça do rapaz. 

Ele ergueu lentamente o rosto para fitar a moça gentil que havia lhe chamado, tentou sorrir. 

-Desculpe, acho que te assustei – ele deu um espaço para que a jovem sentasse ao seu lado. – Geralmente, sou mais animado. 

A moça sentou-se e olhou para o rapaz. 

-Estava triste? O que aconteceu moço? – perguntou ela. – a chuva está forte, mas... 

Ele tornou á encarar a face pálida da garota, os longos cabelos lisos naquela cor negra o impediam de ver seu rosto triste, queria poder entender o motivo da pergunta que ela lhe fizera. 

-Eu... Não, gostaria que você primeiro me dissesse o seu nome – perguntou tentando parecer mais animado. – É estranho conversar com alguém que nem conheço. 

-Eu me chamo Marina – ela respondeu olhando para ele – e você, moço? 

Ele apenas riu, talvez achara graça da maneira que Marina falava. Era estranho naqueles dias de hoje encontrar alguém tão educado. 

-Eu? Me chamo Alexandre, mas não sou ninguém de tanta importância assim... Não se preocupe comigo Marina. 

-Ninguém? – Marina disse juntando os joelhos e os abraçando. – O senhor Alexandre é ninguém? Mas como isso é possível? 

Alexandre riu. 

-talvez... – ele olhou para a noite que fazia, cheia de estrelas... Mas que por infortúnio do dia, o céu estava semi-nublado e mal se podia ver todas – Eu falhei na minha única tentativa de ser feliz. 

Felicidade? Esta era sua chance... Esta era a chance de Marina saber. Ela tinha que descobrir o que era a felicidade! 

-Felicidade? Para o senhor, o que é a felicidade? – Marina perguntou. – Sem querer ofender, claro. 

-Quer saber? – ele perguntou. 

-Sim. 

Alexandre se ergueu do chão e estendeu sua mão para Marina. 

-Quer mesmo saber? Venha comigo, eu te mostro! Se puder me ajudar, de alguma forma... Ou ao menos me der alguma força, então isso será pelo menos um pingo de felicidade. – ele disse animado – Ao menos uma pessoa quis me ajudar! 

Marina aceitou o convite e puxada de maneira rápida, fora levada á um teatro enorme.
Marina ficou pela primeira vez, deslumbrada pelo local, cheio de brilhos e incrivelmente grande... Pessoas se juntavam em centenas de cadeiras apenas para ver outras  falando coisas estranhas na frente, em um palco. 

-Veja, é aqui – Alexandre disse se sentando em uma cadeira. – Lá é o palco, as pessoas vêm aqui para ver estas pessoas se apresentando com peças teatrais. 

Marina se sentou, olhando para o rapaz, tentava adivinhar qual seria a tal felicidade do rapaz. Seria assistir á pessoas imitando outras em um palco? 

-Preste atenção – Alexandre dizia em tom energético, diferente daquele que Marina o havia visto na primeira vez que tinha batido seus olhos nele – É agora! 

As luzes haviam se apagado e uma moça linda de cabelos loiros surgira. Nessa hora, Marina pôde sentir a respiração de Alexandre se apertar, percebeu que o rapaz mal conseguia segurar a emoção de ver a moça em cena. 

-Alexa... – Marina olhou para o rapaz, ela abaixou sua a cabeça e finalmente sorrira – Então isso é sua felicidade... 

Ao fim da peça, Alexandre ainda estava vermelho por causa do choro. A peça havia sido um drama, Marina não sentira nada, não que fosse insensível, mas... Não tinha consciência do que era perder um amor para a morte...
A peça havia tido um final triste com a tal estrela – a moça loira – se suicidando em nome de seu amor. 

-Entende? – Alexandre perguntou de maneira triste – Ela é minha felicidade. 

-Ver uma pessoa que parece ser intocável, mas que mesmo assim está perto de você é a felicidade? – Marina perguntou curiosa – A felicidade sempre tem haver com algo impossível? 

Alexandre riu e alisou os cabelos da menina, ele os bagunçou levemente. 

-Talvez para você, isso seja difícil de entender, é nova ainda. Mas um dia, tenho certeza que um dia você entenderá isso. – Alexandre olhou para o céu que começava á se abrir revelando uma estrela que brilhava de maneira fora do comum – Amor, essa é a maior felicidade do mundo. Ás vezes você a alcança, ás vezes você nem sequer consegue tocá-la, como é o caso das estrelas. 

Marina olhou para o céu e notou a estrela que brilhava, tornou á encarar Alexandre que deveria estar perdido em seus pensamentos. 

-Se este for realmente o seu problema, use-o á seu favor. – disse ela. 

-Como? 

Marina finalmente um sorriso verdadeiro, ela fechara os olhos e os lábios pareciam ter ganhado mais vida, ela sorria de maneira viva e incrível.Ela juntou suas mãos e segurou o guarda-chuva. 

-Apenas seja como é, tem uma mente incrível. Se o senhor puder criar textos, puder criar histórias... Certamente, certamente terá a chance de ficar ao lado de sua estrela. 

Alexandre olhava surpreso, como uma garota que parecia ter 15 anos ou menos podia saber de coisas assim? 

-Como você... !? 

-Está buscando uma estrela não é? Aja como algo que a atraia, mesmo que queira estar apenas ao dela... – Marina dizia – Talvez seja isso que deseja, a sua felicidade. Percebi quando a olhava de longe, quer ficar apenas ao lado dela, não é? 

Alexandre balançou a cabeça. 

-Eu sou péssimo! Tentei uma vez fazer parte do elenco de uma peça dela e... -Me refiro á escrever a peça, escreva uma e apresente á ela, tenho certeza... Se for feita do fundo do seu coração, sua estrela atenderá á seu pedido. Sabe bem que atores são pessoas que amam papéis feitos com profundidade e amor. 

-Estar ao lado dela... – Alexandre murmurou – Meu pedido... 

Marina tornou a olhar a estrela. 

-felicidade... Será isso a minha felicidade? – ela dizia á si mesma – amar alguém? 

Alexandre abriu um grande sorriso. Ele ficou com lágrimas nos olhos. 

-Marina! Tenho certeza, certeza de algo! 

Ela olhou para o rapaz. Estava surpresa com a feição dele, como poderia chorar ao mesmo tempo em que sorria? 

-A sua felicidade não está muito longe de você! Tem um dom, você tem algo que muitos não possuem. 

-Eu tenho? -Você trás a felicidade para nós! Você me trouxe esperança de poder encontrar minha pessoa, buscar a minha estrela! – Alexandre dizia feliz – Tenho certeza! Um dia você encontrará a razão de que tanto procura, você busca a sua felicidade, certo? Marina assentiu com a cabeça. 

-Minha mãe e meu pai me diziam que a felicidade era a nossa razão de existir, se não houvesse uma... De nada valia nossa vida. 

-Seus pais? 

-Quando pequena, minha mãe me ensinava coisas sobre isso... Mas ela foi embora cedo e nunca tive chance de saber o que é isso. Meu pai... – Marina calou-se, mas continuou pouco tempo depois  – Talvez eu esteja em busca de algo que não pode ser encontrado, algo impossível de se tocar. Como era seu caso. 

-Errado! Todo mundo tem sua felicidade. – ele contrariou – Você renovou minhas esperanças e certamente tenho que renovar as suas... Você vai encontrar! 

Marina sorriu novamente. 

-É gentilez... 

-Não! Falo a verdade, dizem que a felicidade é algo que você não vê, mas que está bem diante de você. Não importa onde, ela estará sempre debaixo de seu nariz e quando você der conta, você já será feliz. – Alexandre disse – E espero que você ache a sua logo. 


-Sim – Marina novamente abriu seu guarda chuva, o vestido cheio de babados, num tom branco estava se molhando com os pingos da chuva – Quando esse dia chegar, posso te mostrar minha felicidade? 

Alexandre concordou com a cabeça. 

-Nesse dia, eu te mostrarei o quanto melhorei... Mostrarei o que farei pela minha felicidade! E pela minha estrela! 

Marina deu um breve aceno ao rapaz, partiu novamente em sua caminhada. 

Talvez eu não tenha entendido direito o que ele disse. A felicidade para Alexandre era o amor, era um amor difícil de ser realizado... Seria essa minha felicidade?


Mas... Por alguma razão, senti uma imensa vontade de voltar e ver como ele estaria se saindo. Eu o ajudei e isso me fez sorrir como há anos não fazia.


Alguns dias depois, a noite chuvosa continuava... Mas não havia ninguém na sarjeta, pelo contrário... Marina caminhara pelas ruas procurando por seu amigo sonhador, entrara no teatro e lá encontrara Alexandre mostrando seu roteiro á Sara, sua estrela. 

Ele sorriu, parecia nervoso... Mas Sara parecia estar feliz de ler o roteiro, estava ficando com lágrimas.
Alexandre estava nervoso, cada vez mais... Mas ficou aliviado ao perceber que o choro de Sara era apenas de emoção. 

-Mesmo casada... – Marina dizia com um sorriso – Mesmo sendo impossível... Ele ainda tenta... Essa é sua felicidade... Tentar.

Nessa hora, Sara havia aberto um enorme sorriso e aceitado fazer o papel que Alexandre havia proposto. Ele estava feliz, perto de sua amada estrela...
Sem perceber, uma lágrima havia escorrido dos olhos de Marina. Algo quente, algo que ela havia experimentado há anos atrás... Levou sua mão ao local ainda marcado pela lágrima que escorrera. 


-Choro? Eu chorei! – Marina sorriu e as lágrimas finalmente começaram á sair de seus olhos – Essa é... Sua felicidade, Alexandre. Parabéns, você encontrou o que buscava... 

Posso não ter aprendido á felicidade, mas aprendi algo maior... Aprendi á querer ajudar as pessoas desconhecidas, aprendi que não importa o quão distante é o seu sonho ou o quão difícil é gostar de alguém, se você tiver esperança... Você consegue. Se você tentar.


Se eu tenho algum dom para ajudar os outros, se eu dou esperança ás pessoas... Minha jornada precisa continuar. Preciso achar minha felicidade e ajudar os outros que também buscam as suas até o dia em que eu finalmente encontrar a minha,


Marina saiu do teatro sem se despedir, não queria ver seu novo amigo chorar por ela. Sabia que ele já estaria feliz e que não precisaria da ajuda dela de novo, afinal, se Marina tinha um dom... Nada mais justo do que usá-lo.
Porque para ela... Isso poderia ser apenas o primeiro passo para sua felicidade. A busca de sua verdadeira identidade, perdida quando ainda era uma criança de 10 anos... 

Abriu o guarda-chuva e olhou para o horizonte. As botas brancas que usava começaram á saltitar entre as poças de água que haviam se formado da chuva, saltava com um sorriso no rosto, saía se divertindo sem pensar qual seria sua próxima parada... Pensava apenas no que iria aprender no amanhã. 

Continua...
OoOoOo

Bom, primeiro capítulo... Meio triste? Feliz? Bobo?? Bom, essa foi a introdução, daí para frente a fic vai adentrar um universo triste. Coisas tipo: Suicídio, traição e até mesmo violência serão abordados nessa fic e de uma maneira inocente a personagem marina tentará ajudar essas pessoas enquanto busca sua própria razão de existência... a felicidade.

 Agradeço mais uma vez por Bra**Lis ter cedido suas personagens que foram usadas neste capítulo: Sara e Alexandre. Da fic: “Buscando uma Estrela” 

Esse capítulo foi graças á você ^_^ 

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