Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 40
Quem eu posso ser


Notas iniciais do capítulo

Bom capítulo com dois POV's diferentes, espero que não tenha ficado confuso. Qualquer duvida deixem nos reviews!
Boa leitura!



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Lílian's POV

Finalmente a semana dos NIEM's chegara, trazendo com ela uma nova onda de surtos entre os sétimanistas, Sara, por exemplo, estava na ala hospitalar desde que os examinadores passaram pelo salão principal na noite anterior. Eu tentei explicar que ela estava comendo muito pouco e tomando muito daquele chá horrível trouxa (café extra forte). Mas imagina que a monitora mais cabeça dura de Hogwarts daria o braço a torcer. Ela continuou o seu “Eu sei o que estou fazendo Lílian” “Não se preocupe Lily” e então se espatifou no chão do salão principal fazendo com que o professor Jack tivesse que carregá-la até a enfermaria. Hmm, se ela soubesse com certeza teria outro ataque. É possível desmaiar quando já se está desmaiada?

A minha volta estava um silêncio caótico, se é que isso existe. Os alunos falavam o mais baixo possível e se concentravam em suas tarefas, como se suas vidas dependessem desses poucos segundos de estudo. Assim como nós, os alunos do quinto ano também estavam dispensados de suas aulas normais para poderem estudar para os exames que começavam naquela tarde.

 Para muitos o primeiro seria de História da Magia, inclusive para minha amiga desmaiada e também para a pequena de cabelos rosas que não parava de murmurar datas e nomes, acabando sem piedade com a sua pena de ponta doce. Eu teria que ficar de olho nela, se a Sara já teve um desmaio devido ao excesso de cafeína e pouca comida em seu organismo; eu não duvidava nada que Lise saísse voando devido ao excesso de energia e açúcar acumulados em uma pessoa tão pequena. Já eu e Hugo estávamos um pouco mais relaxados tendo em vista que nosso primeiro exame preocupante seria somente à noite, Astronomia.

Além desses dois ainda seria hoje o exame de estudos dos trouxas e o de Runas, eu particularmente me sentia tranquila para realizar o primeiro, Hugo estava ainda mais relaxado, ele passara um bom tempo com os avós trouxas e logo poderia dar aula daquela matéria. Era uma felicidade para os Weasleys a presença de tia Hermione na família; desde o seu casamento com tio Ronald não houve mais tantas dúvidas existências como “qual é a verdadeira função de um patinho de borracha”. Minha tia pode dizer com orgulho que deu a uma família de tradições bruxas acesso a noções mais claras sobre o mundo trouxa. A não ser é claro as pequenas exceções, como James e seu novo microondas (aquela caixa que faz pipoca).

-Ela voltou finalmente. - Sussurrou Hugo olhando para a porta, onde uma Sara Hale parecendo bem melhor entrou, a castanha logo nos localizou e tratou de sentar ao meu lado.

-Ainda não acredito que desmaiei. - Foi tudo que ela disse antes de puxar seu exemplar de história dos duendes e um prato de panquecas. Com certeza alguém levou uma bronca da Madame Pomfrey. Revirei os olhos e voltei meu olhar para os mapas astronômicos tratando de me concentrar naquilo que sempre tivera mais dificuldade.

No lado oposto do salão avistei Lana deitada sobre a mesa da sonserina, segurava sobre o rosto o livro de estudo dos trouxas, sendo criada como foi obviamente teria dificuldade na matéria. Fiz uma careta pensando o quão desnecessário era ela fazer aquela cena toda, não dava pra ser normal? Claro que não, nossos dias de Hogwarts estavam chegando ao fim e eu tinha certeza que ela fazia questão de deixar sua marca na escola. Ao menos ela não criaria um pântano como tio Jorge e tio Fred. Não, Lana Prescott daria um show de classe, chacoalhando seus perfeitos cabelos loiros e cruzando as pernas enquanto tentava estudar. Eu realmente espero que toda a ala masculina que está prestando atenção nela neste momento, o que deve ser em torno de 70% dos garotos nesse salão, tenham estudado tudo o que deviam para os exames.

Passado mais um tempo as portas do se abriram, os quatro diretores de casas, a diretora e dois examinadores entraram e logo todos estávamos devidamente sentados esperando para que se pronunciassem.

-Atenção alunos. - Começou McGonagall, como se fosse mesmo necessário, estávamos todos quase sem respirar de tão nervosos. - Todos os alunos do quinto ano podem acompanhar a prof. Sullivan e o examinador, realizarão o NOM's de História da Magia.

Sem falar nada aqueles pobres apavorados saíram prestes a realizar o primeiro exame a nível ministerial da vida deles.

-Os nomes dos alunos do sétimo ano que eu chamar podem acompanhar o prof. Longbottom e o examinador, realizarão o NIEM's também de História da Magia. - Informou a diretora.

Desejei boa sorte para minhas amigas, e estreitei os olhos ao ver Lana também ser chamada, ela precisava arrasar nesses exames se queria mesmo ir para academia na França. Apenas alguns alunos continuaram com a matéria após o quinto ano, de modo que rapidamente estávamos a sós novamente, e continuaríamos assim até a hora do almoço.

-Você acha que elas vão se sair bem? - Me perguntou Hugo vendo a namorada se afastar, apenas acenei que sim e continuei com meus estudos. Aquele era o momento em que você se culpava infinitamente por não ter estudado mais durante toda a vida escolar, suspirei ao ver que tinha me esquecido novamente a maldita lua de saturno.

-Titã. - Murmurei pra mim mesma fechando os olhos e respirando profundamente.

(...)

 -Mas que droga Heloíse eu já falei que não quero comentar a prova com você! Já foi ruim ter feito uma vez! - Praticamente gritou Sara ao passo que Lise se encolhia toda no banco. Estávamos almoçando e as duas pareciam ter opiniões diferentes sobre o que se fazer depois de um exame. Lise olhou para o prato de Sara onde a mesma assassinava um bife e se virou para o lado com uma careta. Se por medo de nossa amiga estressada ou se por ser vegetariana eu não saberia dizer.

Mas eu entendia Sara, ela ainda teria o exame de Runas Antigas pra fazer, ou seja ela faria todos NIEM's do dia, acho que ela merecia uma hora pra não pensar em nada. Lise também faria o de Runas, mas ela não parecia nem de longe nervosa com aquilo, logo eu soube o motivo.

-Ah, sem problemas com Runas. - Respondeu ela. - Minha mãe me ensinou quase ao mesmo tempo em que aprendi a ler. - Explicou me fazendo arregalar os olhos, primeiro por ter mencionado a mãe, e segundo quem é que aprende Runas na infância?

-Você tá brincando? - Pediu Hugo olhando com ainda mais admiração para a namorada.

-Não mesmo, minha mãe era uma especialista, foi assim que ela e meu pai se conheceram. Ele era dono de uma propriedade em que se encontravam vestígios antigos, minha mãe era chefe dos ativistas que lutava para o local se tornar patrimônio publico. - Contou Lise sorrindo levemente. - Eles se odiavam antes de se apaixonarem perdidamente. -Finalizou com um suspiro.

-Sério? Parece coisa de filme trouxa. - Falei sorrindo também e imaginando a cena.

-Bom pelo menos é assim que minha vó conta a história. - Disse ela dando ombros e voltando a atacar seu pudim de caramelo. Pensei em como eu parecia inútil perto daquele tipo de talento, a única coisa em que eu era realmente boa, era e sempre foi o quadribol, o que de certo modo é frustrante.

Após o almoço realizamos o exame de estudos dos trouxas, assim como eu previa foi bem fácil, não para todos já que muitos sonserinos pareciam prestes a arrancar os cabelos durante o exame. A própria Lise parecia encontrar dificuldades, claro ela tinha sido criada de um modo bruxo bem tradicional e até onde eu sei em suas outras escolas não havia esta disciplina. Para a minha completa felicidade caiu uma questão sobre microondas na prova. Graças a Merlin por ser irmã do obtuso James Potter que questionou sobre o seu novo eletrodoméstico para a Sara no Natal. Isso mostra tudo o que você pode aprender em uma festa em família. Com certeza os examinadores estranharam os sorrisos que eu, Lise, Hugo e principalmente Sara esboçamos ao ler a questão.

Após o jantar foi o teste de astronomia, e por mais que eu amasse o céu noturno não contive alguns chingamentos ao tentar desenhar meu mapa. Felizmente não tive problemas ao ajustar o meu telescópio, ao contrario de Lise que de algum modo quase cegou o estranho do Nott ao tentar uma melhor visualização. Seria demais e esperar que nada acontecesse com o pobre coitado. Hunf, isso é para ele aprender que não é sempre A MINHA PESSOA que é um perigo na hora de prestar exames.

Fiz o melhor que pude e naquela noite não houve muita agitação no dormitório. O que era compreensível já que Sara fizera questão de aterrorizar os alunos mais novos que insistiam em fazer farra na sala comunal. Se bem que eu vi até alguns setimanistas se encolherem perante a fúria da monitora.

Na manhã seguinte tivemos teste teórico de transfiguração e a tarde seria a prova prática, sim eu estava pronta pra tirar um “Ótimo” naquela matéria, afinal era minha especialidade. Sem me dar tempo para pensar fiz questão de revisar tudo que podia de feitiços, meu pai sempre achou estranho eu ter dificuldade nessa matéria, ele não entendia que meu problema tinha nome e sobrenome: Katherine Sullivan.

Conforme a semana ia passando eu percebia o clima de tensão ir se aliviando, a cada exame finalizado Sara parecia mais alegre, e até mesmo Lise parecia bem mais leve que antes. Como eu previa encontrei dificuldade no exame prático de feitiços, mas ainda assim penso ter feito o suficiente para ser aprovada. Já em poções até eu mesma me surpreendi, o teste teórico foi moleza e na hora de preparar e analisar as poções tenho certeza que fui muito bem.

No último dia dos exames a sala comunal estava em festa e apesar de tudo eu não conseguia me ver tão animada pelo semestre estar chegando ao fim, isso significava que Hogwarts também estava acabando. Suspirei segurando a garrafa de cerveja amanteigada e olhei em volta, Hugo era o último de uma geração de Weasleys e ele parecia feliz ali com Heloise sentada em seu colo.

-Você está bem Lily? – Perguntou Sara sentando ao meu lado, minha melhor amiga assim como eu não parecia tão animada com o fim de tudo aquilo.

-Estou Sara, apenas pensando no próximo semestre. – Respondi sem poder explicar exatamente o que estava sentindo.

-Eu vou pra lá duas semanas antes de começar o semestre russo. – Informou ela me encarando com aqueles olhos de águia. Como em muitas conversas em que já tivemos ela foi curta em suas palavras.

-Por que tão cedo?-Perguntei olhando melhor para a garota ao meu lado. Em seu rosto eu conseguia ver claramente o quanto ela estava cansada.

-Tenho que ajeitar as coisas por lá, não é tão fácil assim se adaptar a Moscou. – Explicou a Hale, se eu fechasse os olhos eu quase poderia vê-la com 11 anos, rolando com seu malão pelas escadas na estação.

Flashback ON

Estávamos indo pela primeira vez para Hogwarts, eu e Hugo não podíamos parar de sorrir, após anos de espera, apenas ouvindo nossos irmãos e primos mais velhos contando história sobre o lugar, finalmente chegara a nossa vez.

-VOLTA!! – Ouvimos a voz de uma garota, cacetada e que garganta ela tinha pra conseguir se fazer ser ouvida no meio de toda aquela confusão de pais, fumaça e estudantes empolgados. Eu e meu primo nos encaramos confusos e antes que pudéssemos nos preparar um malão aterrissou bem no meio de nossa família espalhando seu conteúdo pelo chão. Segundos depois uma garota magra de cabelos castanhos bem cheios caiu sobre o malão parecendo aliviada por ter chego ao final da escada.

-MyJores!! – Disse ela em meio a um suspiro me deixando intrigada quanto a sua sanidade mental, ela se levantou e começou a encarar minha família, não preciso nem dizer que todo mundo a encarava de volta sem saber bem como agir. Então a estranha começou a olhar pra todo mundo com cara de curiosidade, eu estava me sentindo como um bichinho no zoológico, ela se ateve ao meu pai. Uh é claro, pai famoso, obvio que ela está encarando todo mundo.

Ao perceber a cena que fazia a castanha começou a ficar vermelha e eu quase não conseguia conter mais minha gargalhada.

-Ei quem é você? – Pediu James meu irmão mais velho sorrindo divertido ao ver a confusão da pobre garota desastrada.

-Meu nome é Sara! – Foi tudo que ela disse enquanto continuava catando seus materiais espalhados e jogando tudo no malão de um jeito nada organizado. Agora que ela estava em pé eu percebia que ela era bem alta, sério ela tinha quase a altura do meu irmão mais velho e isso não era pouca coisa.

Finalmente parecia que a tal Sara tinha conseguido pegar tudo e agora lutava para fechar o malão, quando digo lutar não é uma figura de linguagem, ela estava sentada em cima dele fazendo muita força. Ao ver que sozinha ela não iria dar conta falei pela primeira vez.

-Eu te ajudo. – E rapidamente me juntei a ela sentando em cima da mala para ouvir então um CLICK indicando que tínhamos conseguindo vencer. Dando meu melhor sorriso estendia a mão para a desconhecida.

-Lílian Potter.

-Sara Hale. – Respondeu ela apertando minha mão, cara ela era mesmo magra pensei que iria quebrar seus dedos se apertasse mais forte. Sorrimos uma para a outra sem nem desconfiar que aquele aperto de mão seria o início de uma louca, duradoura e conturbada amizade.

Flashback OFF

-Hei acorda! Lílian! – A monitora chefe balançava meu ombro e só então percebi que estava meio desligada.

-Foi mal estava me lembrando de quando nos conhecemos. – Me justifiquei rindo ao ver que ela ainda corava ao se lembrar.

-Arghs, nem me lembre ainda tenho pesadelos com aquela escada. –Comentou ela rindo. – Mas eu tinha te perguntado sobre o tal apartamento de James e você nem deu bola.

-O que quer saber? – Pedi.

-Se você já foi lá, e sabe onde é.

-Não, ele ainda não se mudou totalmente até onde eu sei, tem que terminar de limpar tudo, é isso que ele vai fazer nas férias. – Expliquei sem saber onde ela queria chegar com aquela conversa.

-SARA! Vem dançar! É a nossa música! – Gritou Hugo aparecendo meio que do nada ali. Se qualquer pessoa ouvisse essa frase e não soubesse que se tratava desses dois logo pensaria em uma música romântica. Ri ao pensar nisso, Sara e Hugo sempre foram bons amigos. Era incrível como duas pessoas completamente diferentes podiam se dar tão bem. Sem me conter eu estava gargalhando, a cena a minha frente era completamente cômica.

Em plena sala comunal após os exames mais esperados da nossa vida escolar tocava macarena e todo mundo fazia a coreografia animados por meu primo, o que não era nenhuma novidade, e pela monitora chefe certinha, o que para quem a conhecia bem, também não era nenhuma novidade.

-UHU! Vamos lá Macarenaboy! – Respondeu minha amiga acompanhando seu melhor amigo até o centro da sala, quando dei por mim os dois estavam sobre uma mesa fazendo juntos a coreografia sob aplausos dos outros grifinórios. Rindo pensei que nunca me esqueceria daquela cena. Sara e seus passos de dança descoordenados e Hugo e seu sorriso fácil a acompanhando em mais uma rodada de danças ridículas.

Aquela noite prometia, definitivamente, foi meu último pensamento racional antes de me levantar e me juntar a Lise no meio dos estudantes super animados e energizados. A sensação de perda logo foi esquecida em meio a canção hispânica. Afinal, minha jornada em Hogwarts podia estar acabando, mas boas lembranças da mesma não faltariam.

... ao menos dessa vez eu não acrescentei nenhuma pulguinha saltitante...

... e não tinha nenhum explosivini a vista!

DROGA!

(...)

Lana's POV

Eu estava arrumando minhas coisas pra ir pra casa, eu estava deixando Hogwarts não podia acreditar que seria meu último dia no castelo era surreal pensar que dali pra frente eu estaria por conta, ou pior ainda, nas mãos dos meus pais e seus grandes planos.

Se tinha uma pessoa que realmente entendia o que os heróis sentiam quando o vilão exclamava o clássico “ Tenho grandes planos para você!” esta pessoa sou eu. Pena que eu não sou nenhuma heroína e que os meus vilões atendem pelos carinhosos nomes de papai e mamãe.

Ainda precisava esperar pelos resultados dos NIEM’s, não poderia estar mais nervosa, eu tinha que ter sido perfeita para conseguir minha vaga de volta, se eu não entrasse para a academia nem imaginava o que seria de mim. Provavelmente papai me colocaria no ministério e minha mãe começaria a procurar um marido de boa família, famílias tradicionais sabiam ser ultrapassadas quando queriam. Veja só meus pais, eles são primos e foram forçados a se casar para manter a linhagem, arghs só de ouvir as justificativas eu sentia nojo, como se fossemos cães de raça.

Suspirei pesadamente antes de finalmente pegar a última coisa a ser guardada, um grande porta-joias de madeira clara, ali dentro estavam as coisas que eu mais amava e odiava, eram as minhas recordações. Sentei na cama procurando coragem para abrir a tampa e desenterrar aquelas memórias.

Uma foto minha e de David no dia em que recebi minha carta de Hogwarts, ele já ia para o sétimo ano, estávamos sorrindo, meus cabelos ainda castanhos me fazia ser ainda mais parecida com ele. Não que David chegou algum dia a cursar o sétimo ano, antes disso ele se foi. Logo depois as cartas dele, eu as odiava, mas ao mesmo tempo eram o meu consolo ele tinha me abandonado, mas não me esquecido completamente.

Depois das cartas do meu irmão ainda tinha um recorte do profeta diário, Niall Anderson havia se casado com a filha do ministro em uma grande cerimônia. Segundo a reportagem eles tinham um futuro brilhante pela frente, Niall era jovem, bonito, inteligente e também o meu primo.

-Você está proibida de começar a chorar Lana Prescott. – Disse para mim mesma pegando a próxima lembrança.

Uma foto minha e de Hugo no sexto ano, ele sorria segurando minha cintura enquanto eu fazia uma careta, meu então namorado tinha me obrigado a tirar aquela foto e ironicamente o fotógrafo era Lílian Potter. Era irônico pensar que tudo isso não tinha acontecido a mais de um ano atrás. Agora a garota que Hugo segurava em seus braços tinha cabelos róseos e o único motivo que Lílian Potter usaria para se aproximar de mim com uma máquina fotográfica seria para tentar me cegar com o flash.

Ah, quem eu estou tentando enganar. Ela já provou mais de uma vez que é boa de mais para isso. Não é a toa que o seu sobrenome é Potter.

No fundo estava um pedaço de madeira, um dos pedaços da vassoura da Potter, era para eu nunca mais me esquecer de não deixar aqueles sentimentos ruim dominarem minha racionalidade. Eu não pensara nas consequências e provavelmente eu nunca mais me perdoaria por aquele ato estúpido.

E por fim um pequeno estojo de poções para ser levado na bolsa, pertencia a David claro, fora uma das coisas que ele deixara pra trás quando partiu não sei pra onde fazer não sei o que. Abri o pequeno estojo vendo suas repartições quadradas para cada ingrediente, alguns estavam sem nada outros pareciam ter sido nunca usados. Desde pequeno meu irmão sempre fora fascinado pelo poder que plantas e outros ingredientes tinham, ou pelo menos é isso que ele diz já que temos uma considerável diferença de seis anos nos separando.

Dei uma olhada pelo dormitório que dividia com mais duas garotas que sempre me evitavam, analisei meticulosamente cada pedaço do quarto para ter certeza que nada além da muda de roupas que usaria na manhã seguinte estava pra fora do malão. Concluí ao fechar o mesmo que não sentiria muita falta de Hogwarts. Não tinha nada mais aqui para mim. Sem namorado e sem amigas, as quais eu nunca realmente tivera. Eu não tinha o porquê lamentar o fim da minha vida escolar básica.

Sai do quarto rumo ao salão principal para o último banquete que eu teria como estudante de Hogwarts, antes porém peguei o Profeta que chegara naquela manhã. Era meio cedo ainda de modo que o jornal ainda intocado me distrairia enquanto não dava a hora, afinal ninguém iria conversar comigo mesmo. Eu não costumava ler o jornal, na verdade assiná-lo era mais uma questão de habito às vezes olhava a página social mas isso era tudo.

Como eu previa o salão ainda estava meio vazio, apenas alguns estudantes da Lufa-lufa e outros da Grifinória estavam ali, jogavam Snap explosivo fazendo estardalhaço.

Sentada ao centro da mesa da minha casa deixei meus olhos percorrerem a manchete, nada ali parecia realmente interessante, virei o jornal ao contrário em busca da página social, Harry Potter e a esposa extremamente parecida com a filha sorriam em uma foto. Mais acima meus próprios pais eram a perfeita imagem da nobreza, posando em um restaurante em Godric’s Hollow.

Entediada abri o Profeta bem no meio e imediatamente minha total atenção foi tomada pela notícia do departamento auror.

Investigações do caso Anderson continuam

Após dois meses de investigações o auror responsável pelo caso, Ronald Weasley, decide mudar o foco da investigação. “Estávamos trabalhando com a possibilidade de um sequestro, ou até mesmo de um assassinato premeditado, porém agora acreditamos que Niall Anderson não deseja ser encontrado.”

O auror preferiu não informar quais as provas que o levaram a crer que o genro do Ministro está foragido, esta repórter se pergunta que tipo de crime hediondo o homem teria cometido para ter que se esconder.

A esposa de Anderson por outro lado diz não acreditar que o marido teria fugido, segundo ela seu esposo não teria motivo algum para se esconder do próprio governo bruxo. Resta-nos aguardar por mais informações e torcer para que o caso seja solucionado.

Precisei ler a notícia duas vezes para entender do que se tratava, Niall Anderson, meu obcecado primo estava desaparecido. Eu deveria ficar feliz com a notícia ou mandar uma carta para meus pais demonstrando minha preocupação. DROGA ! Eu realmente deveria ter lido mais jornal esse ano, além disso por que meus pais não tinham me mandado uma carta contando sobre isso?

“Não é óbvio Lana? Eles querem abafar o caso se possível farão o mundo esquecer que os Prescott e os Anderson possuem algum parentesco.”

Claro, era exatamente isso, meus pais ou meus avós nunca fariam um estardalhaço com um caso com esse, apenas se manteriam calados. Convenientemente os Anderson não seriam convidados para a próxima reunião de família.

Analisei mais uma vez a foto de meu primo no profeta, estava ao lado da esposa e ambos sorriam com leveza, quanto tempo aquele louco teria treinado em frente ao espelho para poder sorrir com tanta sutileza?

Então como em um estalo percebi algo, a ficha finalmente tinha caído.

Sabe quando você passa um tempão quebrando a cabeça por uma resposta e não a encontra? E então um tempo depois você praticamente esquece de tudo, porém uma imagem qualquer desencadeia algo em sua mente e assim por acaso você acha a resposta que tanto procurava? Era exatamente essa a sensação, quase podia ouvir as engrenagens girando em meu cérebro.

A voz de meu irmão em nossa conversa, meses atrás, no dia em que contara sobre o acidente de Lílian, ressoava em minha cabeça como um eco apavorante.

“Ele não pode mais te machucar agora, foi a última coisa que fiz antes de voltar pra cá. Nunca mais você vai vê-lo, posso te garantir isso.”

 Antes que eu percebesse já chorava e corria diretamente para a sala de poções onde meu irmão deveria estar. Mas nada me impedia de rever a cena em minha mente, porém sempre que me lembrava daquele dia, o fazia como quem assistia de fora, era ainda mais doloroso me imaginar como aquela garotinha de 11 anos.

Flashback ON

-Me solta Niall! Por favor! – A garota implorava e quanto mais o fazia mais parecia instigar o homem a sua frente, a boca dele cheirava à uísque de fogo e os olhos vermelhos indicavam o quanto estava bêbado.

-Cala a boca, hoje eu estou no controle pelo menos hoje sou eu quem mando! – Respondeu o rapaz parecendo furioso com algo.

-Por favor Niall, eu não sei do que você está falando me solta! – Implorou novamente a menina de cabelos castanhos ondulados e olhos azuis cheios do mais puro medo. O rapaz então puxou a varinha do bolso e apontou para sua vitima, parecia querer descontar todos os seus problemas na mais nova.

-Eu mandei calar a boca! – Disse o mesmo encostando a varinha na pele pálida do pescoço de Lana.

-Você não é mau, eu sei que não! Você não vai me machucar! Me solta por favor Niall! – Implorou a menina pela última vez. A varinha cortava como uma faca e um filete de sangue apareceu sobre a pele alva, o grito de dor foi abafado pela mão do homem que pareceu satisfeito ao ver que a menina finalmente parara de falar.

-Você vai entender um dia Laninha, você vai enlouquecer assim como eu e então vai entender. – Murmurou o homem enquanto passava os dedos longos pelo rosto da prima. -Não chora bonequinha, você é uma boneca. Eu já te disse isso certo?

Incapaz de dizer qualquer coisa lágrimas pesadas não paravam de cair sobre o rosto redondo e ainda infantil da menina, cada vez mais apavorada tudo que pôde fazer foi fechar os olhos. Sentiu aquelas mãos tão mais velhas percorrerem seu corpo, sentiu quando sua própria mão pequena foi levada até o corpo dele.

A visão dos olhos de seu irmão apenas a fizeram chorar ainda mais, porém ao parar de implorar para ser solta o rapaz a sua frente pareceu cansar. Como se apenas visse graça ao ver-se em uma posição de poder diante da pequena.

-Se você abrir a boca e contar pra alguém boneca. Eu mato você, está me ouvindo?

Flashback OFF

Não me importei com as pessoas no corredor que me encaravam, apenas corri como se minha própria vida dependesse daquilo, eu precisava falar com David, precisava de uma satisfação, estava tão cansada de não entender.

Sabia que minha aparência devia estar horrível porém não consegui me obrigar a parar de chorar, a reportagem reabrira uma ferida antiga, logo lembrei de todas as vezes em que Niall me perseguiu e me assustou. Lembrei do prazer insano dele em me ver apavorada, aos poucos aprendi que a chave para afastá-lo era eu mesma me tornar poderosa, ela gostava de me ver submissa e se aproveitou disso enquanto pode.

No ano novo ele tentou novamente mas eu já não era mais a garotinha de 11 anos assustada, não importava quantas vezes o maldito reflexo me dissesse que eu ainda era aquela menininha. Finalmente me vi parada em frente a porta da sala de David, segurava o jornal com força, tinha medo do que poderia ouvir, por outro lado alguém me dissera que a verdade era libertadora.

Se meu irmão tivesse machucado Niall Anderson por este ter me machucado antes, isso fazia de David o que? Niall merecia? Mas quanto a mim, por que ele não me ajudara antes? Agora eu já era uma adulta que podia se defender, e muito bem por sinal, de qualquer coisa.

David não tinha esse direito, simplesmente não tinha. Queria fazer o que? Bancar o herói perfeito? Não, meu irmão fora um covarde e ainda era um, principalmente se tivesse feito algo com Niall.

Abri a porta se me importar em bater e antes mesmo de encarar quem quer que estivesse lá dentro disparei:

-ME DIGA QUE VOCÊ NÃO FEZ ISSO? – Deveria parecer uma louca gritando e chacoalhando o jornal, porém ainda mais estranho que isso era o fato de Lílian Potter estar sentada sobre a mesa do professor, com os braços em torno do dono da mesa.

-Lana você enlouqueceu, posso ser seu irmão, mas ainda sou seu professor, não pode ir entrando assim. – Ralhou David vindo em minha direção, então notei que ele estava muito despenteado pro meu gosto. Encarei novamente a ruiva que descera da mesa e agora alisava as roupas compulsivamente como se de repente fosse uma maníaca.

-Exatamente, até onde eu sei David você ainda é nosso professor. – Falei cruzando os braços e encarando o suposto casal e frisando a parte do “nosso professor”. Estava tão surpresa que me esquecera temporariamente do real motivo de estar ali.


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Notas finais do capítulo

NB/ E aí leitores, o que acharam do cap?
Muitas revelações bombásticas da nossa Loira Sonserina!!!
Depois da saga de HP não é d se estranhar que alguém relacionado ao ministério tenha os seus podres, não é mesmo?
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKk, alguém ai já imaginava que a Sara ia ter um treco nos NIEMs?( Se o Jack me carregasse até a ala hospitalar eu seria a melhor atriz de desmaios que Hogwarts já viu)
( eu to imaginando uma cena absurda aqui, a Lise voando devido ao excesso de açúcar e o Hugo segurando em seus calcanhares!...realmente seria um casal que vive nas nuvens)
Ahammmm, Lily safadinha, descobrindo as vantagens de uma mesa bem ampla...
Será que em vias de se formar a nossa ruiva preferida vai adquirir uma nova obcessão, agora com mesas?!
Beijo da beta mais louca, que deseja a todos um ótimo 2013!
Milady Black
NA/ Ainda estou me decidindo se gostei ou não desse capítulo, de qualquer modo a bomba foi lançada e no próximo vamos ver o resultado de todas essas explosões. Quanto mais perto vai chegando o final dessa fanfic mais complicado está para escrever. E então entenderam um pouco mais da Lana? Já tinha deixado algumas pistas soltas pelas fanfic mas finalmente a verdade. Me digam o que acharam nos reviews! CAMPANHA MILADY RESPONDA AOS REVIEWS COMEÇA AGORA!
Beijocas
Loreline Potter



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