Os Lendários Guardiões:Templo Dos Deuses escrita por Wevs


Capítulo 16
Expectros do Passado!


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o 16º capítulo!
Aproveitem!



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Era noite e Edward estava num lugar escuro e molhado. O único barulho que se podia escutar era o de gotas caindo e dos seus próprios passos, quando pisava nas poças d’água. O caminho se parecia com um grande corredor. Era longo e assustador.

–Onde eu estou?-perguntou Edward olhando a sua volta. –Plantmort?...

Começando a correr pelo corredor molhado, Edward parecia estar numa correria sem fim, onde todos os corredores eram exatamente iguais. O céu estava escuro e coberto por uma neblima forte, que em poucos minutos tomaria conta do local.

–Caraca! Onde eu tô?-disse Edward tentando usar seus poderes e fazer uma ponte de raízes até a ponta da parede do labirinto. –Ãh?-ele olhou para a palma da mão. –Meus poderes... Não funcionam aqui! Tenho que encontrar logo o final disso!

E começou a correr. Seus passos, embora silenciosos e firmes, produziam um som tenebroso quando tocados nas águas das poças do chão. Ele correu e correu. Parecia estar andando em círculos, até que ouviu uma voz grossa e meio assustadora...

–Está quase lá. Só mais um pouco.

–Ãh? Quem está aí?

Tudo quieto. Edward estranhou a voz, mas continuou correndo, até que encontrou um corredor muito escuro, onde emanava uma mortiça luz esverdeada.

–O fim! Achei!-disse Edward correndo para o final do labirinto, sem olhar para trás.

Chegando lá, encontrou um imenso portão com grades pretas e com um grande símbolo nas grades. Seu interior era escuro e sombrio, e a única coisa que se era possível escutar era o som de uma grande respiração. Edward estava todo arrepiado e suas pupilas estavam dilatadas, tentando captar o máximo de luz possível.

–Quem está aí?-perguntou Edward, enconstando-se do outro lado da parede do corredor.

–Humm. Que bom que você chegou... -disse uma grossa voz após uma risada. –Você deve ser meu hospedeiro...

–Q-Quem é você?-perguntou Edward cheio de medo e curiosidade. –Responda!

–Eu sou Pain... Fico feliz que tenha me notado...

–Notado?!-perguntou Edward enquanto tentava se lembrar de onde vira um nome parecido. –Não consigo te ver direito.

–Ora, então... Chegue mais perto...

Edward então deu três passos para frente e, quando ia dar o quarto passo, três grandes garras apareceram entre as barras da grade. Sumindo rapidamente. Edward se desesperou e quase caiu, tomando a maior distância possível do portão, mas permanecendo a sua frente.

–Me diga... O que está fazendo aí?-disse Edward enquanto colocava a mão no peito esquerdo, sentindo seu coração batendo aceleradamente.

–Não me diga que não me conhece. -disse Pain mostrando a cara. Se parecia muito com um grande focinho de chacal e possui um par de chifres semelhantes aos de um cervo, mas voltados para trás. Bem, isso é o que se pode ver com a pouca claridade. Quando ele chegou próximo das grades, o simbolo que nela continha começou a brilhar. –Eu lhe conto quem sou eu e você me ajuda a sair daqui.

–Não se você me disser onde “aqui” é. -disse Edward um pouco “cego”, devido a claridade do símbolo ter surgido rapidamente.

–“Aqui” é dentro de você. -disse Pain. –Eu estou preso. Selado em você. E não consigo sair daqui. Não sozinho.


Os Lendários Guardiões

Templo dos deuses-

Livro 1: Planta ................................................................ Capítulo 16:

Espectros do passado

–ÁAAAAAAAAAAAAHH....-um grito corta o silêncio do enorme castelo fundido em uma montanha.

Imediatamente os guardas responsáveis pela segurança do local verificam de onde o grito poderia ter saído. Foi quando um guarda rapidamente abre as portas do quarto de Edward.

–Edward! O grito... O que aconteceu?

–Um sonho...-disse Edward meio que chorando. –Eu tive um sonho estranho.

–O que aconteceu, Silas?-perguntou Plantmort entrando pela porta, junto com seis guardas de elite. –Edward está bem?... O que aconteceu aqui?

O quarto de Edward estava todo coberto por um tipo de musgo esverdeado e desse musgo centenas de estacas saíram e se entrelaçaram de certa maneira que Edward estava preso. Ninguém podia chegar perto de Edward e muito menos Edward podia sair.

–Desculpe-me, Plantmort, mas eu não queria fazer isso. -disse Edward manipulando as estacas de madeira. –Eu tive um sonho horrível, com um monstro chamado Pain...

–Pain?! O deus?

–Não sei dizer, mas ele estava dentro de um portão. Não me lembro direito. -respondeu Edward, enquanto colocava as mãos na face. –Mas que horas são? Já estão todos acordados?

–Meu caro Edward. -disse Plantmort num tom meio sarcástico. –Já é 01: 00 hora... Da manhã! Estávamos todos repousando, quando você gritou. Como gostamos muito de você, viemos ver o que tinha acontecido.

–Está bem, Plantmort, Silas e os outros guardas. -disse Edward se acomodando na cama. –Podem ir dormir. Não queria incomodá-los.

Os guardas foram embora, mas Plantmort e Silas ficaram.

–Qualquer coisa chame-nos. Não queremos que nada aconteça com você. -disse Plantmort se retirando junto de Silas.

Edward ficou na cama. Estava deitado de costas, olhando para o teto e pensando na vida. Em sua mente ele estava tentando lembrar de seu sonho novamente.

Se eu estivesse em Lockhaven, poderia ir à Biblioteca do Guardião e ler sobre Pain... Mas estou aqui.

–O que eu vou fazer sem sono? -perguntou-se Edward baixinho. –Sair da aldeia não é uma boa ideia. Não de madrugada.

Edward levantou-se e, ajeitando seus cabelos bagunçados, lembrou-se da prisão.

–Farei a missão agora, mas antes...


STINC, STINC... -o barulho da tesoura podia ser ouvido do banheiro do quarto de Edward.

Sobre um espelho, Edward estava com uma tesoura na mão, cortando um pouco seus cabelos, que cresceram muito nestes 45 dias que estava na aldeia. Faltava uma semana para o casamento de Helleonora, que havia aceitado o pedido em troca da libertação dos prisioneiros, mas Edward ainda não foi até a prisão. Seus cabelos estavam meio curtos. Estavam na altura da nuca e havia apenas uma mecha de cabelo “rebelde” que ficava descendo em seu rosto, de modo que Edward sempre tinha que tirá-la da frente. Seu corte de cabelo estava terminado. Naturalmente voltados para trás, os avermelhados cabelos de Edward o deixaram com um ar de sério e responsável.

–A gente tem que mudar de vez em quando. -disse Edward indo para o banho. –Ainda bem que mudei para melhor.


Terminado seu banho, Edward colocou uma camisa de manga longa, com um capuz imbutido vermelho. A camisa era preta. Colocou uma bermuda preta. E por fim, colocou um tênis de cano médio também preto. Pegando seu livro, agora não virgem, pois tinha algumas anotações sobre seus poderes, Edward escreveu o que se lembrava de seu sonho. Terminado isso, Edward pegou dois pergaminhos e pulou a janela de seu quarto e, escalando as videiras, atravessando a parede de madeira, chegou até o corredor onde estavam Larienne e Ellira da última vez que as viu.

Colocando a mão na parede, Edward pôde ver que havia alguns guardas nos corredores, então a melhor opção é ir pelo teto. Tirou seus tênis e os esconderam num caixote. Absorvendo um pouco da madeira das paredes, Edward ficou meio camuflado naquela sala meio iluminada. Cuidadosamente foi subindo no teto, passou pelos guardas que nem o perceberam e chegou a um corredor um pouco mais claro, onde era possível ouvir um barulho de conversas. Aproximando-se mais do local de onde vinha o som, Edward diminuiu a claridade que vinha das plantas que brilhavam e então ficou mais camuflado. Ajeitando-se mais um pouco, viu que um guarda e o cozinheiro estavam conversando:

–... Eles pensam que eu sou um escravo! -disse o cozinheiro. –Eu tenho que fazer tudinho sozinho! Lavo as verduras, corto os legumes e ainda por cima tenho que preparar a comida para aquele bando de gente presa!

–E você reclama dessa vida?! -disse o guarda comendo uma maçã. –Eu tenho que ficar naquela prisão vigiando e separando briga de presos que nem eu sei o porquê de irem parar lá. Ontem mesmo teve briga e eu fui me meter, levei o maior soco da minha vida.

–Mas isso logo vai acabar. -disse o cozinheiro. –Você trouxe a erva?

O guarda então pegou um tipo de planta que estava dentro do casaco.

–Claro que eu troxe! -disse o guarda. –Agora é só você colocar na comida do Plantmort e daquele garoto metido que fica com ele.

–É mesmo! Agora é só jogar na comida do Plantmort. -disse o cozinheiro lavando a erva. –Essa plantinha é tão forte que eu conseguirei matar todos nesse castelo e ainda guardar para o ano que vem!

–E depois é só colocar na comida daqueles presos miseráveis. -disse o guarda. –Só assim eu não precisarei mais cuidar deles.

Edward estava ouvindo a tudo. Vendo que estava na hora de parar com aquilo, deu um salto e caiu em pé, na frente do cozinheiro e do guarda que, levando um susto, derrubaram as panelas e pratos no chão.

–Olá, pessoal traíra! -disse Edward num tom sarcástico. –Estou interrompendo a conversa de vocês?

–Ora, ora! -disse o guarda desembanhando a espada. –O que faz aqui, seu pirralho?

–Eu estava passando e ouvi a conversa. -disse Edward andando na direção do cozinheiro. –Parece que hoje vai ter sopa!

Edward pegou uma colher grande e colocou dentro da panela. Tirando um pouco da sopa, junto da comida veio as folhas da erva venenosa. Edward a comeu com vontade.

–Hmm... Parece que falta sal...-disse Edward saboreando. –Plantmort não gosta de comida sem sal.

–Ora, seu... -disse o guarda desferindo um golpe em Edward, com a espada. –Vou te matar e colocar seus pedaços na sopa!

Edward esquivou do golpe e deu um chute nas costas do guarda. Este foi em direção à uma estante que continha uns temperos.

–Olhem ao redor de vocês. -disse Edward fazendo um tipo de poltrona com as raízes que estavam no chão e na parede e sentando-se todo largado. –O que vêem?

O guarda e o cozinheiro olharam rapidamente para os lados e então disseram:

–Vejo panelas pratos, um fogão e outras coisas de cozinha. -respondeu o cozinheiro.

–Eu também.-disse o guarda.

–Eu falo nas paredes. -disse Edward manipulando uma folhas de alface. –O que vêem nas paredes?

–Eu vejo muitas raízes que sustentam as paredes de pedra. -disse o cozinheiro. –Vejo também prateleiras presas as raízes.

–Eu também.-disse o guarda.

–Essas raízes. -disse Edward. –Não são apenas raízes. São também os “olhos” de Plantmort. Ele pode ver tudo por essas raízes.

–Blasfêmia. -disse o guarda. –Eu não acredito nisso! Prove!

–Está bem. -disse Edward virando-se, ficando de costas para o guarda e o cozinheiro. –Façam qualquer coisa com as mãos.

O guarda fez o número dois, Edward respondeu certo. Fez o número três, Edward acertou. Fecharam as duas mãos, Edward disse. Até que o cozinheiro e o guarda fizeram o sinal feio com o dedo do meio.

–Vocês estão fazendo sinal feio para mim?!!! -disse Edward vindo na direção dos dois. –Eu ajudo vocês e vocês retribuem com sinal feio?!

–Ajuda a gente??!!!! Quando? -perguntaram o cozinheiro e os guarda.

–Plantmort vê tudo o que vocês fazem. Ele viu você colocar a erva venenosa na panela da sopa e viu você dando a erva para ele. -disse Edward enquanto sua pele, antes coberta por madeira, descascava e mostrava sua pele original. –Se eu não tivesse provado a sopa e comido a erva, provando que não era veneno, vocês dois estariam mortos e servidos como petisco aos monstros marinhos.

–Desculpe-nos. -implorou o cozinheiro de joelhos. –É que nós não gostamos do nosso trabalho. Eu queria estar com minha esposa agora, para ver meu filho nascer. O meu pequeno Júnior.

–E eu queria ter pelo menos uma noite de sono. -disse o guarda. –Nem que fosse numa cama de pedras pontiagudas.

Edward sabia que estavam falando a verdade. O trabalho no castelo era injusto, mas o salário era alto.

–Você, cozinheiro, vá ver sua mulher e seu filho. -disse Edward. –Mas volte aqui antes do anoitecer. Caso alguém não lhe deixe sair, diga para falar comigo.

–Obrigado, senhor...

–Élrick. Edward Élrick. -respondeu Edward.

–Obrigado, senhor Edward. -disse o cozinheiro levantando do chão.

–Você, guarda, vá dormir, mas terá que dormir em uma cama da prisão.-disse Edward. –Só saia de lá quando sentir que está totalmente disposto.

–Mas por que lá na prisão? -perguntou o guarda. –O cozinheiro vai sair do castelo e eu vou ficar na prisão?

–Eu devia prender os dois, mas eu estou dando uma colher de chá e bem dizer um dia de folga para vocês contra a vontade de Plantmort! -disse Edward enquanto fazia as raízes das paredes começarem a se mover. –Você prefere dormir numa cama de prisão ou trabalhar com sono?

–Desculpe-me, senhor Edward. -disse o guarda curvando-se. –Não queria fazer pouco de sua boa vontade. Agora, se me permite, eu vou dormir.

–Senhor Edward. -disse o cozinheiro. –E a sopa?

–Deixe-a comigo. Farei o almoço.

–Está bem. -disseram os dois e se retiraram.

A sopa estava basicamente pronta, mas Edward acrescentou uns temperinhos a mais. Para dar um gosto melhor e deixá-la mais saborosa. Apagou o fogo e tampo-a. Saiu da cozinha comendo umas frutas e dirigiu-se até a prisão.


Edward novamente estava no teto, procurando onde seria a prisão dos alunos de Lockhaven. Passando por um corredor alto, Edward viu que dois guardas tomavam conta de uma parede. Isso mesmo. Havia dois guardas com uniforme de Elite tomando conta de uma parede simples.

–Plantmort...-disse Edward sorrindo enquanto pulava no chão e se dirigia aos guardas. –Vocês dois!

–O que deseja, garoto?-perguntou um guarda segurando uma lança.

–Na cozinha tem uma sopa de carne de búfalo.-disse Edward. –Comam-na e depois venham para o trabalho!

–Não podemos sair daqui e deixar que nossa área fique desprotegida. -disse um guarda que segurava um grande machado. –Além do mais, não aceitamos ordens de um garotinho que nem você!

–Eu sou Edward Élrick. O garoto que Plantmort treina todos os dias. -disse Edward enquanto tentava segurar a raiva por chamarem-no de garotinho. –Sei que isso não vale de muita coisa, mas Plantmort ficaria zangado se vocês não me respeitassem. -Edward fez uma pausa. –Além do mais, comer um pouco não mata ninguém. Depois vocês voltam...

Os dois guardas acharam seguro irem comer. Eles foram comer, mas avisaram que não iriam demorar.

–Isso se vocês conseguirem se levantar...-disse Edward vendo os guardas dobrarem o corredor.

Colocando a mão na parede, Edward viu que aquela era realmente a prisão. Viu também que lá dentro havia seis guardas. Respirou fundo e passou, com coragem. Lá dentro estava calmo. Provavelmente estavam todos dormindo. Absorveu a madeira dura do machado do Guarda de Elite e então se dirigiu aos guardas:

–Vocês, seis!-disse com a voz meio grossa. –Como parte de meu treinamento, eu tomarei conta dessa área. Vão descançar. Quando eu sair daqui eu os chamo.

–Sim, senhor.-disseram os guardas saindo da prisão rapidamente, deixando Edward e os prisioneiros sozinhos.

Edward andou pelo corredor principal com cuidado. Sua pele estava meio amarelada, por causa da madeira do machado. Os prisioneiros dormiam, enquanto outros estavam acordados por causa do barulho da conversa.

–Ora, ora!-disse um homem meio gordo, cabelos escuros e olhos vermelhos. –Vejo que temos um guarda novato. Não fique com medo de nós.- e começou a dar uma gargalhada sombria.

–Yupeee, ele parece pequeno, será facil de matar!-disse um homem magelo, cabelos raspados e rosto barbudo.

Idiotas, pensou Edward.

Observando bem, Edward viu a cela onde estavam Nataniel e do outro lado, Helleonora e Larienne. As duas dormiam juntas. Colocando a mão no chão, Edward viu que não tinha mais nenhum guarda na prisão e então retirou o seu capuz e a pele falsa.

–Atenção, prisioneiros aldasianos vindos da cidade Lockhaven! -disse Edward em alto e bom som, acordando todos. –Prestem atenção no que eu vou falar. Serei breve.

–O que foi, seu guarda de merda!-disse um homem que, no lugar da mão esquerda, tinha um machado. –Veio contar historinhas para a gente dormir, é?

Mal o cara terminou de falar, Edward o enrolou com as raízes do chão, apertando sua perna.

–Eu só vou falar uma única vez. -disse Edward andando entre os corredores. –Não permitirei gracinhas de ninguém!

–Quem é?-perguntou Larienne acordando.

–Helleonora! -chamou Nataniel baixinho. –É o Edward.

Imediatamente Helleonora e Larienne levantaram e ficaram nas celas.

–De acordo com meus informantes, haverá um casamento nesse castelo ao qual uma prisioneira sacrificará sua liberdade em troca da liberdade de vocês. -disse Edward olhando para Helleonora. –Atitude muito justa e corajosa. Eu, de acordo com meus planos, peço a ajuda de vocês para impedir esse casamento e libertar todos os alunos da Escola de Preparação e Magia daqui a uma semana.

–E como pretende fazer isso? -perguntou Nataniel da cela.

–Meus amigos Caio, Oliver, Ellira e um velocifoot chamado Vëloci estamos planejando invadir o Castelo, sem ferir ninguém, e libertar vocês.

–Oliver, Caio e Ellira... Eles estão bem?-perguntou Helleonora. –Onde eles estão?

–Digamos que estão seguros. -respondeu Edward. –Voltando ao assunto da fuga... Quem deseja sair dessa prisão?

Todos levantaram as mãos.

–Ouçam bem o que eu vou dizer, pois só falarei uma vez. -disse Edward enquanto via todos os prisioneiros se agruparem nas celas, quase esmagando um ao outro. –No dia do casamento, você, Helleonora, irá se casar normalmente enquanto Caio, Oliver e Ellira estarão invadindo o castelo e dando cobertura. -Edward deu um pergaminho para Nataniel. –Vocês, prisioneiros, quando Helleonora der o sinal, atacarão no mesmo instante que meus amigos começarem a invasão. Isso fará com que a segurança do castelo fique confusa, tentando saber quem atacar primeiro.

–E você, Edward.-disse Larienne. –O que vai fazer?

–No casamento de Helleonora eu estarei lá e precisarei fazer com que Plantmort não ataque vocês. -respondeu Edward, enquanto bocejava. –Se tudo correr bem, vocês tem três horas para escreverem nesse pergaminho o nome de cada um, para que no dia da fuga, ninguém fique por fora. -disse Edward dando uma pena para Nataniel. –Se puderem, preciso do maior número de pessoal que dobram a terra e a água, pois se não encontrarmos a torre do guardião, teremos que ir pelo mar. Seria útil se houvesse aqui, alguém que pudesse ir acima do solo.

–Eu posso voar. -disse um garoto loiro, de olhos bem azuis. –Só que não sei se conseguirei transportar alguém. Estou muito tempo sem voar e minhas asas estão fracas.

–Ótimo! Pela manhã pedirei para um guarda colocá-lo numa cela separada dos outros, para que estique e treine suas asas.-disse Edward sorrindo. –Coloquem no pergaminho a habilidade de cada um, mas não deixem nenhum guarda ver.

–Edward.-chamou Helleonora.

–Sim.-respondeu Edward olhando-a nos olhos. –Em que posso ajudá-la?

–Por que sumiu esse tempo todo? Onde estava?

Edward estava gostando de conversar com Helleonora depois de muito tempo. Helleonora pegou suas mão e, passando-as pela grade, acariciou Edward.

–Eu estava treinando com Plantmort, me descobrindo. Ficando mais forte. -respondeu Edward enquanto inclinava seu rosto, para sentir as mãos de Helleonora. –Você está bem?

–Estou sim. -disse Helleonora delicadamente. –Com um pouco de saudade e um pouco de medo de ficar longe do mundo lá fora. Eu, desde o dia que nos vimos, estou tendo sonhos estranhos, com pessoas que eu nunca vi, mas parece que eu as conheço.

–Mas agora estamos juntos. -disse Edward acaricindo o rosto de Helleonora, enquanto esta olhava em seus olhos. –Eu te prometo que farei de tudo para protegê-la.

Helleonora puxou Edward para pertoda cela, então deu um beijo em sua boca. Vendo isso, os prisioneiros começaram a aplaudir e a assoviarem. Quando acabaram de se beijar, Edward e Helleonora começaram a rir.

–Se tudo der errado. -disse Helleonora próxima de Edward, com seus lábios se tocando. –Você será o meu amante.

–E se tudo der certo?-perguntou Edward sorrindo. –O que seremos?

–Se você quiser, podemos ser namorados. -disse Helleonora enquanto acariciava o rosto de Edward.

–Podemos ser agora?-perguntou Edward, dando um sorriso tímido.

–Claro! -e se beijaram de novo. Desta vez tendo muitas testemunhas.

–Desculpe dizer isso, mas tenho que ir. -disse Edward dando um último beijo em Helleonora. –Tenho que planejar tudo ainda.

–Está bem. -disse Helleonora. –Até mais.

–Até. -disse Edward beijando Helleonora. –Olá, Larienne!!!

–Agora você me vê? -perguntou Larienne sorrindo.

–Desculpe, fiquei distraído com Helleonora.

–Edward! -chamou Nataniel. –Tenho más notícias.

–Quais?

–Quando nos capturaram, os guardas levaram nossas armas. -disse Nataniel. –Sem minha espada, principalmente, eu não posso batalhar.

–Está bem. -disse Edward pegando uma folha grande, como de um pergaminho, só que dobrada. –Como eu já imaginava. Nesta folha vocês escreverão o nome e quais armas eles apreenderam. Escrevam somente as armas de cada um. Além do mais, não escrevam coisas como moedas, sacos de dinheiro, brincos etc. Só de extrema importância. -Edward fez uma pausa. –Gente, preciso ir logo. Adeus.

–Vai lá, meu garoto! Confiamos em você! -disse um homem forte e musculoso. –Não se esqueça da gente. Nossas vidas estão em suas mãos.

–Está bem!-disse Edward. –Apropósito... Mary...

–Sou eu!-disse Mary acenando com os braços.

–O Caio pediu para dizer que te ama!

Mary ficou feliz e sorriu, chorando. Edward deu um beijo em Helleonora e saiu da prisão, deixando o pessoal anotando seus nomes. Passando pelo corredor, mais precisamente na cozinha, Edward viu que dois Guardas de Elite e seis guardas normais estavam caídos no chão com alguns pratos de sopa derramados. Edward entrou lá, recolheu os pratos e colocaram na pia.

–Eu disse que vocês não conseguiriam se levantar... - e saiu.


Passando no corredor onde iniciou sua missão, Edward pegou seus tênis e foi para seu quarto. Chegando lá, foi escovar seus dentes e se preparar para dormir novamente. Desta vez contente, por encontrar novos amigos e ser feliz novamente.


Enquanto isso, na Metrópole...

Dois guardas chegam ao encontro do rei Flamareon junto de Machenzie, o mecânico.

–Ó rei Flamareon, rei de todas as eras! Toda a Metrópole se curva diante de seu poder!

–O que quer, Luca?! -brandou Flamareon em seu trono de ouro. –Diga logo ou se retire!

–Machenzie, o mecânico responsável pela manutenção de nosso farol, ao contrário do que imaginávamos, disse que o farol não foi destruído naturalmente. -disse Luca, o guarda. –Em suas instalações, o farol foi atingido pelo lado direito, vindo em linha reta. Se fosse um raio, seria atingido por cima.

Lorde Flamareon, ou o Anfitrião de Lava, como é chamado, é um homem extremamente forte e musculoso. Mede 2, 42m de altura e pesa mais de 100 quilos, porém é bastante em forma. Usa uma armadura feita sobre medida, feita de ouro puro e com a blindagem de ferro. A armadura mais cara que já foi feita no mundo! Seus cabelos são negros, seu rosto é meio quadrado e seus olhos são castanhos, mas que dão uma imponência tremenda.

–Então você quer dizer que fomos atacados? -perguntou Flamareon. –Quem pode ter sido?

–Não sabemos, senhor. -respondeu Luca. –Mas há hipóteses de que o ataca tenha partido da ilha mais próxima de nós, Rei Flamareon.

–Impossível! -disse Flamareon. –Aquela ilha é desabitada. Nós estamos até preparando nossa frota para uma expedição que ocorrerá daqui a uma semana naquele pedaço de terra.

–Desculpe a intromissão, senhor, Flamareon. -disse Marco, curvando-se. –Meu pai, um mercador da cidade de Lockhaven, me mandou um pombo correio dizendo que os alunos foram para a ilha Orchcraft, a mesma ilha do ataque.

–Essa história está ficando interessante... Lockhaven é inimiga de nossa Metrópele, mas mesmo sendo pacífica, manda seus alunos para nos atacarem? -disse Flamareon enquanto olhava para a ilha escura, clareando-se aos poucos, a medida que o sol ia nascendo. –Sabe dizer se os alunos ainda estão lá?

–Creio que sim, rei Flamareon. -disse Marco.

–Isso está saindo melhor que por encomenda!-disse Flamareon dando gargalhadas enquanto batia palmas. –Se os alunos de Lockhaven estão aqui, quer dizer que sua “força principal” não poderá ajudá-la em caso de ataque. Luca, vá buscar o general Adolph e o comandante de nossa tropa marítima, Nigazat Nara.


Minutos depois...

–Estamos aqui nesta reunião para um ataque surpresa contra Lockhaven e a ilha Orchcraft. -disse Flamareon. –Atacaremos os dois alvos ao mesmo tempo, porém Lockhaven será atingida com mais intensidade. O alvo principal: seu centro comercial e a Escola de Preparação e Magia.

–Rei Flamareon, como pretende fazer isso?-perguntou Nigazat Nara. –Levaremos cerca de seis dias para chegar à Lockhaven pelo mar. Isso se usarmos nossas super navegações.

–Ótimo! -disse Flamareon. –A lha Orchcraft poderá ser atacada daqui mesmo. Usaremos nossas máquinas e destruiremos aquela ilha. Depois construiremos alí uma base de guerra.

–Ótima ideia, rei Flamareon. -disse Adolph. –E meu exército?

–Atacaremos Lockhaven pelo mar, já que ela faz divisa com o próprio. -disse Flamareon mostrando um mapa. –Seu exército ficará preparado e atacará Lockhaven por trás, quando nosso ataque vindo do mar acabar. Se eu não me engano, nossas armas já estão prontas para esse ataque, pois já planejávamos atacar Lockhaven futuramente.

–Positivo senhor! -disse Adolph. –Partiremos para o mar assim que desejar.

–Eu quero agora! -disse Flamareon. –Reuna seu exército e ataque com todo o poder de fogo necessário. Entendido?

–Entendido, senhor!

Todos se retiraram da sala de reunião que era um grande salão com uma grande mesa de ferro e muitas cadeiras em volta. Flamareon sentava-se na cadeira principal, feita de ouro puro e assento de penas de ganso. O teto era de mármore e era pintado com uma ilustração que lembrava o céu.

Flamareon chamou Marco e, fechando porta da sala, começou a falar:

–Diga a seu pai que a informação que lhe mandara foram de grande proveito, caro Marco. -disse Flamareon enquanto pegava um saco de ouro. –Tome e leve para você. Agradeça a seu pai pela informação e diga a ele que aguardamos novas informações sobre Lockhaven.

–Obrigado, Rei Flamareon. -disse Marco se retirando, deixando Flamareon sozinho.

–A Metrópole sempre atacou Lockhaven para tomar suas minas de ferro e carvão, mas agora que nos atacou, o motivo será pessoal...-disse Flamareon com suas mãos pingando magma. –Principalmente por não me aceitarem em sua Escola de Preparação e Magia no momento em que eu mais precisava...


Continua...


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Notas finais do capítulo

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