Susana Pevensie escrita por Hannah Mila


Capítulo 13
Reflexões


Notas iniciais do capítulo

Eu estou triste porque parece que vcs odeiam o charles...
Desculpem a demora, eu tive prova, e viagem e mãe enchendo o saco pra sair do pc...
Espero que gostem.



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Quando eu era pequena (eu devia ter uns quatro ou cinco anos), Edmundo mal sabia falar e Lúcia nem nascera, Pedro estava começando a ler. Os Pevensie moravam em uma linda casa, bem grande, em Finchley, e lá tinhamos uma enorme biblioteca. Pedro voltava da escolinha e nós passávamos a tarde inteira procurando livros de nosso interesse. Edmundo e eu procurávamos aqueles com bastante figuras, já que não sabíamos ler. Pedro, porém, buscava os de aventura cheios de ação.

Certa vez, ele encontrou um livro intitulado "A Mitologia Grega". Ele nos chamou para ler com ele. Com seis anos, Pedro já lia bastante bem. Ele nos contou a história do titã Atlas, que fez tantas coisas erradas que foi condenado a carregar o mundo nos ombros. Na época, não me importei - eu não sabia o que viria pela frente. Anos depois, em Nárnia, também não me importei, pois nosso reinado era tão calmo e perfeito que eu não tinha tantas responsabilidades.

Naquele momento, em minha cama no hospital, sozinha e sonolenta, eu me sentia como Atlas mais do que nunca. Afinal, como você se sentiria se alguém de quem você gosta muito virasse para você e dissesse: "Ah, eu resolvi que você deve ser a pessoa que vai salvar o mundo, espero que não se importe". Vou adiantando: não é muito legal.

Embaixadora. Foi essa a palavra que Aslam usou. Como assim? O que ele queria dizer com embaixadora? Uma embaixadora, uma pacificadora entre o País de Aslam e o Reino de Tash? Certamente alguém que tem acesso a ambos os mundos.

Aliás, como se chega ao Reino de Tash? Aslam o definiu como em todo lugar e em lugar nenhum. Em todo lugar, pois está em todo lugar, como um mundo coexistente ao nosso. Em lugar nenhum pois não existe de verdade. Um mundo não-coexistente? Não, assim ficou confuso demais.

Como posso definir o Reino de Tash? Milhões de palavras vieram à minha cabeça até eu pensar: sombra. Uma sombra. Se eu estivesse observando um mapa, e uma sombra surgisse de repente em cima dele, eu veria a sombra, mas não veria de onde ela vem. Portanto, o Reino é apenas uma sombra de algo real, algo que não vemos o que é até procurarmos. Assim como seus habitantes.

Comecei a ficar com dor de cabeça. A porta do quarto se abriu e uma enfermeira surgiu com uma bandeja de comida de hospital. Estava prestes a recusar e dizer que eu estava bem quando a reconheci.

– Maitê! - exclamei. Ela pôs a bandeja em meu colo e se sentou na beira da cama - Oh, como estou feliz em te ver! Como estão os outros?

– Preocupados - Maitê estava séria, como uma mãe repreendendo o filho - Seus irmãos, principalmente. Soubemos de tudo.

Corei furiosamente. Nunca me perdoaria pela minha perda de controle antes no hospital.

– Ouça-me atentamente, Susana - falou Maitê - Aslam me enviou porque sou sua amiga, vou te ajudar. Você tem de voltar à sua casa e voltar a trabalhar. Tem de me levar ao seu trabalho dia ou outro e me apresentar como sua prima.

– Por que? - perguntei. Era ótimo ter ela ali, mas porque tudo aquilo.

– Não devemos levantar suspeitas - disse ela - As pessoas percebem coisas, querida. Sussurros em uma rua movimentada podem levar a muita coisa. Sua reputação é impecável, mas tem de continuar assim se quer dar continuação à missão.

– O que minha reputação tem haver com a missão?

– Muito. Você sempre foi doce, querida. Antes de começar a guerra, suas palavras amaciavam o adversário. às vezes, nem guerra havia. Você deve continuar assim. Pessoas apontando e sussurrando podem te fazer brava, e não é assim que deve enfrentá-los.

Suspirei.

– O que eu devo fazer, afinal, Maitê? - perguntei - Estou tão fraca, tão fora de mim, tão diferente... Não tenho mais nada de Rainha.

Eu parecia uma criancinha, mas e daí? Estava com medo. Admito.

Maitê afagou meu rosto gentilmente.

– Ah, minha rainha, você não faz ideia... - murmurou. A porta se abriu e fomos interrompidas. Um homem de branco estava lá, com uma prancheta na mão.

– Senhorita Pevensie, acho que já está bem - falou ele - Descanse mais meia hora e pode ir embora.

– Certo - assenti. O homem foi embora, sem dar atenção à Maitê - Ele pode te ver?

Maitê sorriu.

– Eu tenho meus truques - respondeu - Durma mais um pouco, querida. Venho te acordar em breve.

Eu não queria dormir. Não queria ser assolada por pesadelos com fantasmas sem rosto e o Reino de Tash. Mas eu me deitei e fechei os olhos. Meus pensamentos eram tão agitados que fiquei cansada e adormeci, sonhando com uma Nárnia sendo coberta por uma sombra negra como a noite - uma noite tempestuosa e solitária.


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Notas finais do capítulo

Viajando total nesse capítulo...
Pfvr mandem ideias por review ou MP.
Acho que no próx. cap vai ter um pouco de Suspian para as minhas viciadas....



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