Susana Pevensie escrita por Hannah Mila


Capítulo 11
A Missão


Notas iniciais do capítulo

Não demorei taaanto assim, demorei?
Pra minha leitora Jajabarnes,aí está o Susana e Caspian pelo qual você tanto pediu. Infelizmente, pra escrever os dois eu tive que fazer um draminha... Sou malvada
Aproveitem a leitura.



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Certo, admito que fiquei um pouco confusa quando o reencontrei.

Não me levem a mal, Nárnia era incrível, eu havia reencontrado meus irmãos, comido a melhor comida do mundo... Mas eu realmente esperava não o encontrar.

Caspian... Sempre fofo, gentil, corajoso. Um cavalheiro. Durante todo o jantar, não nos falamos, mas quando o jantar acabou, ele me procurou.

– Susana! – quando eu ouvi sua voz, gelei – Susana, podemos conversar?

Eu me virei lentamente, e lá estava ele.

– Claro – consegui dizer, e ele me levou para um corredor deserto.

Eu não estava bem nervosa, ou envergonhada, encabulada nem nada assim. Eu estava mais ansiosa. Tivemos um romancezinho secreto, mas por tão pouco tempo. Eu soube que ele casou com Liliandil, a filha de não-sei-quem, e eles tiveram um filho. Eu não senti ciúmes nem nada assim. Pelo menos não tanto ciúmes quanto aquela vez que peguei Charles vendo a foto de uma garota bonita que ele explicou ser a prima dele antes que eu me enfurecesse.

– Susana, eu senti saudades – começou Caspian. Eu não disse nada, então ele continuou: - Você não está ressentida comigo, está?

– Hã? Não, claro que não – Eu estava agindo feito uma tonta! Eu nunca agia assim – Não temos mais nada, Caspian. Isso já tinha ficado claro, para nós dois.

Caspian não falou nada, e fiquei com medo de que o tivesse magoado. Mas por fim ele sorriu e disse:

– E quanto ao tal Sir Charles? – eu corei furiosamente, e Caspian riu – Vi o jeito que o olha, e também o jeito que ele olha para você. Lúcia até chegou a comentar comigo como “vocês são fofos juntos”.

Eu não sabia se me sentia envergonhada ou se ria. Decidi-me por dar um sorriso fraco. Então, duas coisas aconteceram: Caspian conseguiu, de alguma forma, me abraçar e Charles surgiu no corredor.

Por que isso só acontece comigo?

Quando Caspian se afastou, Charles disse:

– Hum, desculpe interromper – ele disse a última palavra amargamente, e fez eu me sentir como se o tivesse traído. Logo depois ele saiu andando, sem me dar sequer a chance de explicar. Maldita Lúcia, devia ter contado a ele alguma coisa.

– Susana, sinto muito... – desculpou-se Caspian, mas eu o cortei:

– Eu também – minha voz soava fraca – Foi ótimo falar com você, mas eu tenho que ir.

E, saí, antes que ele pudesse dizer – ou fazer – algo que me deixasse ainda pior.


Tirando o episódio horrível com Charles e Caspian, voltar à Nárnia era bem legal, apesar de eu estar em coma no mundo real.

Eu revi velhos amigos, fiz alguns novos, passei um bom tempo com meus irmãos. Charles e Catherine pareciam gostar, apesar de Catherine ter me confidenciado que sentia saudades das ruas de Finchley, repletas de carros e de fog.

Um dia, porém, Aslam me chamou e me disse:

– Você tem de voltar para casa agora – eu fiquei claramente chateada. Nárnia, era minha casa. Meu lar. Era lá que estavam meus amigos, meus irmãos. Eu não podia deixa-la.

Aslam pareceu ver minha tristeza. Claro, ele era Aslam.

– Se ficar mais tempo aqui, Susana – ele explicou tranquilamente – pode simplesmente aparecer morta em seu mundo.

Eu arregalei os olhos. Certo, eu também não queria ficar em Nárnia a esse ponto. Mas, também... Lúcia, Edmundo e Pedro estavam ali porque morreram. Se eu morresse, eu poderia ficar com eles ali, para todo o sempre.

– Nem pense nisso, Susana – disse-me Aslam. Eu tenho que aprender a não fazer planos de suicídio perto dele – E, não, não tente se matar em seu mundo. Não vai valer a pena. Você tem uma missão e terá de cumpri-la.

– Uma missão? – indaguei – De que? O que devo fazer?

– Ainda tem os anéis que Jill e Eustáquio iriam usar? – perguntou Aslam. Fiz que sim.

– Mas os deixei em Finchley – disse – Não tem como... – Aslam continuava me olhando, como se quisesse dizer algo – Não... – eu meti a mão no bolso do vestido e tirei de lá dois anéis, um verde e um amarelo – Mas como...

Aslam interrompeu-me com uma risada.

– Susana, achei que já tinha consciência do que eu posso fazer – ele disse e eu sorri de leve – E o que eu não faço, meu pai faz.

– Mas, então, o que os anéis têm com a minha tal missão? – perguntei, fechando a mão com os anéis, meio que com medo de que sumissem.

– Ah, é bem simples, na verdade: - disse Aslam - Você tem apenas dois dos quatro anéis enterrados por Digory Kirke há tanto tempo. Tem alguma ideia de onde estão os outros dois?

Eu pensei. Não, não tinha a menor ideia.

– Estão com algo que está em todo lugar e em lugar nenhum – respondeu Aslam.

– Isso não faz o menor sentido! – exclamei.

– Pense, Susana – disse Aslam – Você sempre foi muito inteligente.

Tentei tomar como elogio, mas estava com raiva de Aslam. Por que ele não falava as coisas de uma vez?

– Pensamentos – eu disse por fim – Emoções. Características. Eles sempre estão por todo lugar, mas nunca podemos vê-los ou senti-los.

– Sim – assentiu Aslam – Especialmente quanto às características. Principalmente as negativas.

– Maldade, desprezo, ganância... – comecei a dizer, e então parei, percebendo o que Aslam quisera dizer – Não... Não ela... – ele sabia muito bem a quem eu me referia. Ele balançou a juba. Às vezes eu me esquecia de que ele era um leão. Ele era tão humano.

– Infelizmente, não apenas a Feiticeira Branca – disse ele – Mas também a Feiticeira Verde, o rei Miraz, Rabadash, de quem acho que se lembra bem – e como lembrava. O burro tentara casar comigo à força -, além de outros que você nunca enfrentou. Eles são espíritos agora, que flutuam pelo reino de Tash, que, como eu bem disse, é em todo lugar e em lugar nenhum. Depois lhe explicarei melhor. Eles conseguiram, de alguma forma, roubar os anéis quando os transportei para cá e deixei os anéis indefesos.

“Aqui devo lhe dizer: como bem disse à sua irmã Lúcia, eu tenho outra forma em seu mundo, uma forma mais antiga e menos respeitada. É de onde eu vim, é a minha raiz. E ela continua sendo, imaculada nos lugares sagrados”.

– Então... – eu disse. Não estava entendendo droga nenhuma. Onde é que está Edmundo e seu cérebro rápido quando eu preciso dele?

– Você deve impedi-los de fazer qualquer mal, querida – completou Aslam, pacientemente.

– O que? – exclamei – Não! Eu não posso! Mande Pedro, ou Edmundo, mesmo Lúcia. Eles são guerreiros. Eles são estratégicos! – eu olhei para Aslam com um olhar de súplica – Aslam, eu não lutava nem quando eu era rainha. Não será diferente dessa vez.

– Minha querida, você ainda não compreendeu – disse Aslam – Isso não é uma questão de força física.

– Então... Então... – eu gaguejava e suava frio. Eu era ótima no arco, uma incrível estrategista, sim, mas isso era há tanto tempo... Eu tinha medo que eu tivesse esquecido como ser uma guerreira... Assim como eu esqueci que eu era uma rainha – Mande qualquer pessoa para essa missão, menos eu! Por favor!

Aslam rugiu. Eu arregalei os olhos.

– Susana, você ainda não entendeu – apesar de parecer bravo, quando falou estava paciente – Eu estou te mandando de volta por duas razões. A primeira é que nossos inimigos querem destruir a mim e meu pai pelas nossas raízes. A segunda é que apenas você pode impedi-los.



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Notas finais do capítulo

Eu peço que voces continuem mandando sugestões, mesmo que por MP. Leiam esse capítulo, reflitam bem e mandem a sugestão. Somos todos escritores aqui, não é?



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